domingo, outubro 30, 2016

Birthday blues


Hoje faço 38 anos. 
Caramba, 38. 
Já não sou uma miúda, mas também ainda não sou velha (ou assim gosto de pensar), mas os 38 anos têm um peso diferente de uns singelos 32 ou 33. 
É quase como se tivessem toda uma solenidade em seu redor que nos faz sentir o peso da aproximação dos 40, aquela fase em que deixamos de ser "uns miúdos com 20 ou uns trintões com estilo", para passarmos a ser uns quarentões.
Não é o peso da idade que me chateia no dia dos meus anos, mas a análise que faço da minha vida sempre por volta desta data ou as expectativas que deposito neste dia. É como se levasse uma grande chapada que me mostrasse a realidade. Aos 38 anos tenho coisas muito boas na minha vida: dois filhos lindos saudáveis e perfeitos, trabalho, saúde, amor, mas sinto que fiquei tão aquém em tantas outras. Sinto, acima de tudo, que para ter algo bom na minha vida tenho de penar o dobro, aprendi que não posso dar nada por garantido - porque quando acontece, rapidamente a vida faz questão de tirar o tapete - sinto que tudo o que tenho é conseguido com esforço, demasiado esforço e que nada, mesmo nada, me dado de mão beijada. 
Aos 38 anos gostava, acima de tudo, de poder realizar alguns sonhos, mas sinceramente, acredito cada vez menos que algum dia eles se venham a realizar.
E é essa percepção, essa descrença, esse matar de sonhos, que me mata nesta data. 

quarta-feira, outubro 26, 2016

apresento-vos o Amilcar!


Este é o Amilcar, o macaco peluche preferido do meu filho.
Mal o viu, apaixonou-se de tal forma por ele, que não o larga por nada deste mundo. 
Numa tarde em que fomos ao Ikea adoptámos o Amilcar, num verdadeiro caso de paixão à primeira vista. 
O Afonso leva o Amilcar para todo o lado. Dorme com ele, anda com ele no carro, na rua e mal o vê solta gargalhadas de companheirismo. Acho uma delícia. O macaco também é propício a isso. É super fofinho e tem uns braços enormes, que envolvem e abraçam e nos quais o Afonso se enrosca à noite no berço.
A foto foi tirada no fim-de-semana, na altura em que os miúdos brincavam no parque e em que o peluche de um e o peluche do outro, ficavam calmamente sentados a relaxar à espera dos seus legítimos donos. É que não é só o Afonso que leva o Amilcar para todo o lado, a Madalena também se perdeu de amores pela colecção de peluches do Minipreço e já tem um - a "gata" das botas - como lhe chama, que também leva para todoooooo o lado e com a qual dorme na cama.
Temos, portanto, mais dois membros da família que nos fazem companhia para todo o lado. 
Acho que já podemos ser considerados uma "família numerosa", não vos parece? 

terça-feira, outubro 25, 2016

Iniciativas solidárias


A propósito desta notícia que anda a ser partilhada nas redes sociais - e que faz todo o sentido nos tempos em que vivemos haver iniciativas destas - decidi escrever sobre outra, parecida, que existe na escola do Afonso. 
Não vou divulgar o nome da iniciativa da escola, mas apenas falar de como se processa. Basicamente consiste num espaço, uma pequena sala, onde os pais podem deixar tudo o que já não precisam e levar tudo o que lhes faz falta. Sem obrigações e sem controle. E todos nós sabemos como com bebés e crianças as coisas deixam facilmente de servir ainda em bom estado e, por vezes, quase como novas! Na sala que existe na escolinha do Afonso há de tudo, desde roupa devidamente dividida por peças - calças, babygrows, t-shirts, camisolas, pijamas, sapatos - até brinquedos, material de puericultura, carrinhos de passeio... enfim, tudo o que se lembrarem com excepção de leites, comida e fraldas! 
Confesso que durante grande parte do ano passado não tinha reparado que podia entrar naquela sala e levar o que quisesse. Muitas vezes passava no corredor e via a porta aberta e sempre pensei que fosse roupa da escola que as educadoras e auxiliares utilizam em caso de algum "acidente" e à falta de mudas de reserva para as crianças. De facto também funciona assim, pois o Afonso chegou a trazer por diversas vezes t-shirts e calças da escola por não ter mudas em quantidade, ou por no mesmo dia sujar todas as que tinha de reserva. Mas o propósito é ainda maior, é o de servir quem precisa. No início de Setembro, quando a escola reabriu, levei um saco cheio de roupa do Afonso que já não lhe servia - e que agora pode servir aos bebés que entraram este ano no berçário. Hoje, por curiosidade, decidi entrar e vi todas as roupinhas que já foram dele devidamente dobradas e divididas por "categorias", também vi o que havia para a idade dele - já que anda um pouco necessitado de calças e peças mais quentes para o outono e onde o guarda-roupa dele de momento se resume a roupa de "levar para a escola", ou seja, quase tudo são calças de fato de treino, sweatshirts, alguns casacos de malha ou de algodão e uma ou outra camisola. Acabei por trazer dois pares de jardineiras, que tenho de ver se lhe servem e estão boas, perfeitas para esta estação. Caso estejam pequenas, volto a levá-las e ficam disponíveis para outra pessoa. Não pensem que com este "troca e leva" que as peças se encontram gastas e em mau estado. Antes pelo contrário, as pessoas têm o cuidado de deixar peças boas, quase como novas. 
Acho que estas iniciativas são de louvar, principalmente porque não é vergonha nenhuma dar roupa ou usar roupa que já foi de outras crianças. Nos tempos que correm devemos ser cada vez mais práticos e menos preconceituosos com este tipo de coisas e passar essa mensagem aos nossos filhos. 
Usei roupa da minha prima mais velha durante anos e adorava! Ela tinha coisas super giras e sempre que a minha tia mandava roupa lá para casa, para mim era uma festa! 
Esta iniciativa na escola do Afonso deixa-me orgulhosa da mesma, até porque, gosto da escola, do pessoal auxiliar e educativo e identifico-me com o espírito e com as atitudes, por isso achei que devia de partilhar esta iniciativa que eles criaram.
Pode ser que outros decidam seguir o exemplo e implementar nas suas escolas! 
Fica a dica ;) 

30 anos de Chocapic

Fomos convidadas para ir ao aniversário do Pico, a mascote da Chocapic - marca de cereais da Nestlé - que comemora este ano a data redonda de 30 anos! A festa, na Kidzania, deixou a Madalena em polvorosa. Ela já foi à Kidzania várias vezes e adora, por isso sabia que ia delirar com o convite. Afinal, quem é que não gosta de brincar ao faz de conta, ainda por cima quando se tem 7 anos? (Quase, quase, 8!!) 

Sábado de manhã fizemos um programa de mãe e filha, deixámos os nossos "homens" em casa e rumámos as duas até à Kidzania para passar um dia divertido. 
Ao início a Madalena estava super envergonhada, sempre agarrada a mim e de poucas falas, mas rapidamente se soltou e participou em tudo. Esteve na fábrica de cereais da Chocapic e participou no processo de produção e embalamento, sempre respeitando as devidas condições de higiene! ;)
No final trouxe a sua embalagem de Chocapic, feita e embalada por ela - o que lhe permitiu ganhar "kidos", o dinheiro da Kidzania - e ainda cantou os parabéns ao Pico e comeu bolo.
Dá bem para ver o ar de felicidade dela nesta última foto, não dá? No meio da loucura que foi a chuva de confetis e do soprar das velas!
Depois da festa ficámos mais um pouco, afinal, já que ali estávamos ela podia aproveitar para brincar em mais actividades, ganhar mais algum dinheiro e experimentar coisas novas. A Kidzania é um mundo! 
Eu aproveitei para pôr a conversa em dia com a minha querida amiga Carolina, do blogue Família de 3 1/2  e as miúdas conviveram imenso, andaram sempre juntas e entretidas.
Foi um dia diferente e muito bem passado.
Obrigada à Chocapic pelo convite!

quarta-feira, outubro 19, 2016

das manhãs

O Afonso adora abrir e fechar as portadas das janelas e de ver a rua, os carros e as pessoas. Nestes dias descobriu que se subir para uma caixa que está ao pé da janela do escritório a perspectiva é muito melhor e quem o quer ver é assim, a olhar o mundo.
Fui dar com ele caladinho e sorrateiro a ver a 'vida lá fora' minutos após sair da cama e não resisti a fotografar o momento. Ele apercebeu-se e olhou para mim com aquela ar de 'ratão' que me derrete.


Under the sea

Fomos com os miúdos ao Oceanário. A Madalena já tinha ido várias vezes - connosco e com a escola em visitas de estudo - e para o Afonso foi uma verdadeira estreia e um sucesso.
A Madalena, agora que já está mais crescida, adorou tudo, desfrutou muito mais, fez imensas perguntas e juntamente com o irmão, adorou o tanque principal, identificando cardumes de peixes e as várias espécies.

O Afonso estava maravilhado pelo azul e pelos tubarões! Ele tem um livrinho de banho que tem desenhos de vários animais, entres os quais um tubarão, pelo qual tem uma verdadeira fixação - apontando com o dedito e batendo palminhas sempre que o encontra. 
Também deliraram com as morsas e os pinguins e com a passagem da ponte nos ambientes quentes e tropicais. 

Mas a verdadeira surpresa desta visita, aquela que foi um bálsamo de tranquilidade, beleza e calma foi a exposição temporária Florestas Submersas by Takashi Amano. Foi a primeira coisa que vimos mal entrámos e ficámos maravilhados. O ambiente é toda uma experiência sensorial que acalma e ao mesmo tempo conforta, além de ser amplo e de permitir aos miúdos mais crescidos explorar, trepar, descobrir - há informação audiovisual com sons e imagens - e aquários gigantes com peixes vários e muita vegetação. 

O Afonso mal entrou ficou super calmo e relaxado, passámos uma boa meia hora sentados a observar e desfrutar do som ambiente e do espaço, enquanto a Madalena percorria e explorava tudo. 
O Oceanário é mesmo um espaço incrível de descoberta, conhecimento, respeito pela natureza e preservação das espécies e dos oceanos. O bilhete é um pouco caro para uma família, mas percebemos que com tantos animais e condições não podia ser de outra forma e a verdade é que depois de lá estarmos verificamos que a visita vale mesmo a pena!



quarta-feira, outubro 12, 2016

mãezite aguda

Por causa da minha operação às duas pernas e o repouso que seria necessário para a minha recuperação ser bem sucedida, optámos por não ter os miúdos na semana em que fui operada e nos dias que se seguiram. Isso permitiu-me descansar bastante e recuperar dos cortes e pontos que levei, já que as indicações médicas passavam por não fazer esforços, carregar pesos, subir ou descer escadas, não conduzir e muito repouso e isso, com duas crianças, é quase impossívél. 
Se por um lado recuperei como pretendido, por outro, quando os miúdos regressaram a casa, tenho sido o centro das atenções de ambos - já que ambos estavam carentes de mãe. A Madalena, como mais velha, quer basicamente mimo, atenção e abracinhos, enquanto que o Afonso quer apenas e só a mãe para tudo! Basta sair do seu campo de visão para começar num pranto. Tem de ser a mãe a andar com ele ao colo mesmo que em casa, tem de ser a mãe a vestir, tem de ser a mãe a adormecer, tem de ser a mãe a mudar a fralda, tem de ser a mãe a dar de comer... Ainda bem que descansei antes!
O regresso à escola também não tem sido nada fácil. Este ano escolar a equipa educativa que acompanhou o Afonso durante o seu primeiro ano de creche mantém-se inalterada, a educadora é a mesma e as auxiliares também, mas mudou de sala e a dinâmica está diferente. De manhã, até às 9h00, a sala dele é a que funciona como "ponto de entrega" de todas as crianças do infantário, o que significa que há sempre imensa confusão, barulho e caras que ele não conhece, repetindo-se o mesmo ao final do dia, onde a partir das 17h30 volta a ser o ponto de "recolha" e o aglomerado de todas as crianças que ficam na creche até mais tarde. O tempo de sono também é diminuto e ao final do dia ele está sempre super cansado, birrento e muito rabugento. 
Eu sei que a partir de agora será assim e que cabe a ele saber aceitar essa transição e adaptar-se, mas estes dias em que tenho estado em casa e o levo mais tarde para a escola e o vou buscar mais cedo do que o habitual, bom, fazem-me pensar que num mundo ideal, o meu filho não estaria quase 12 horas num único espaço e que eu poderia desfrutar muito mais desta fase tão deliciosa dele - em que já anda, fala e faz imensas gracinhas - que nos deixam a todos super bem dispostos e divertidos - e em que seríamos muito mais felizes...

terça-feira, outubro 04, 2016

a ausência


Faz hoje uma semana que fui operada. O pós-operatório tem corrido bem, apesar de ainda não ter tirado os pontos, de ter algumas dores, de continuar a ter as meias de compressão como melhores amigas (ainda nunca as tirei) e de estar com as pernas todas roxas. Continuo a seguir à risca as indicações médicas e a tomar a medicação recomendada. Tem tudo corrido dentro da normalidade. Claro que para tudo ter corrido tão bem tive a preciosa ajuda do meu mais que tudo, que tem sido incansável e o facto de ter estado esta primeira semana pós-operatório sem os meus filhos, que foram para os avós. Seria impensável conseguir recuperar desta maneira com duas crianças, uma delas com pouco mais de um ano e que não para quieta em casa. O Afonso, que já anda, está naquela fase exigente para nós pais, em que não para quieto um minuto, tal é a sua ânsia de descobrir o mundo e tudo o que o rodeia. 
Mas ao fim de uma semana, estou cheia de saudades deles. Eles cheios de saudades nossas e, apesar de ainda não estar a 100%, de continuar com os pontos, de não poder conduzir, desejosa que regressem a casa. 
Começa hoje, termina amanhã.