Eu fui e levei-a pela mão. Três anos, (quase quatro) de gente e calcorreou a Avenida da República e a de Berna até à Praça de Espanha na primeira manifestação da sua vida. Queixou-se de cansada a meio do caminho, mas portou-se lindamente. Sempre caladinha, de mão dada e muito atenta. Mais do que por mim, que sinto (e sentimos) na pele todas estas medidas de austeridade e estes cortes salariais que nos sufocam e nos deixam no limite do sustentável, fui por ela, pelo futuro dela. Para que cresça num país que lhe dê esperança, que a valorize e lhe proporcione oportunidades. Porque quero acreditar que conseguimos dar a volta a isto e porque, no meio daquelas centenas (milhares) de pessoas que estiveram presentes no passado Sábado, quando cantaram o hino nacional a uma só voz, não pude deixar de me sentir profundamente emocionada.
Deve ser isto que se denomina de amor à pátria, mesmo quando lhe vemos de frente todos os seus defeitos.
Também lá estive, apesar dela ter ficado com os avós. Depois, ao ver tantas crianças que ali estavam, tive pena de não a levar. Estas lições de cidadania são importantes para elas, devia tê-la levado. Para que aprenda a lutar contra a injustiça, para não calar, para não cruzar os braços. Para que veja o quanto os seus pais se importam com o seu futuro, que, cada vez mais lhes é amputado.
ResponderEliminarDa próxima vez também vai comigo, para que sinta o que eu senti, para que veja o poder da união e escute a voz do povo.
Bjs
Maria