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Se há pessoas que nos inspiram pelo trabalho que fazem, pela obra que deixam, pela partilha de si próprios aos outros, ao mundo, então uma dessas pessoas é Lila Downs. O concerto de hoje foi uma surpresa tão gratificante, que sinto o coração a transbordar de ritmos oriundos da mistura de povos, da tradição que define cada cultura. 'Entre copa y copa' - o seu último álbum - é uma agradável mistura de sons tão variados como as cantigas mexicanas tradicionais, o jazz de Nova Iorque, ou o Hip Hop, misturando-os numa musicalidade que se quer universal e a uma só voz.
Esta mulher, pequena de tamanho, mas grande de alma (quase que aposto), teve o dom, ou a virtude, de me fazer transportar a uma imagem quase personificada de Frida Kahlo - as parecenças físicas não são por acaso - mas a sua voz, a sua voz... era majestosa demais, grande demais, para um corpo tão franzino.
De tranças a roçar os joelhos, com botas de vaqueira, saia brilhante e colorida e cores reluzentes, tudo nela era acessório perante a verdadeira beleza que esta noite se fez ouvir naquela sala.
E se há motivos para chorar quando algo nos toca bem fundo cá dentro da alma, então eu não tive pudores.
Oiçam um pouco da sua Agua de Rosas, aqui.
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