quinta-feira, julho 29, 2010

Constatações

Há pessoas, que quanto mais as conhecemos, mais desilusões nos provocam.

terça-feira, julho 27, 2010

ah pois é bebé...

segunda-feira, julho 26, 2010

azares

Nem uma semana ainda passou desde que fui buscar o carro à oficina e já me riscaram a bom riscar o novo espelho retrovisor.
Foda-se para isto.

sexta-feira, julho 23, 2010

Baby Breath

AMO Gipsófila e gosto ainda mais do seu nome em inglês: Baby Breath. Acho aqueles pequenos botões brancos o expoente máximo de 'less is more' e, apesar de ser muito utilizada em ramos de noiva, decoração de casamento e igrejas, não é aí que gosto de a ver. Gosto de a ver assim, em casa, a decorar pequenos espaços, como que tornando-os cantos imaculados de puro bom gosto.
No fim-de-semana passado, quando fui ao mercado cá da vila, dei de caras com baldes de gipsófila na senhora onde geralmente compro flores.
Não resisti. Trouxe um enorme ramo para casa.

adorava morar numa antiga fábrica

Quando morava em Lisboa, num velho prédio de traça tipicamente Estado Novo, com uma fachada meio devoluta por fora, mas com a minha casa completamente remodelada por dentro, com pormenores giríssimos e absolutamente fantásticos, adorava o chão em madeira antiga. Claro que rangia por todos os lados, a vizinha de baixo - uma velha habituada a não ter inquilinos durante anos a fio - reclamava constantemente connosco e, acima de tudo, com os meus saltos logo pela manhã. Chegou a vir bater-nos à porta um par de vezes, uma deles às tantas da madrugada, mas nunca lhe fizemos grande caso. O nosso chão, em tábua corrida e envernizada, mas pouco insonorizado, era um dos ex-libris daquela casa.
Claro que tinha desvantagens, como estremecer à nossa passagem, mas tudo o que era colocado naquela sala, ganhava uma outra aura. Dáva prazer misturar móveis de linhas modernas com coisas antigas, fazer misturas e pensar que aquele pequeno T1 duplex, tinha potencial suficiente para aparecer nas revistas de decoração.
Não vou negar, no entanto, que quando saí de Lisboa, estava farta de não ter espaço, do prédio não ter uma fachada toda arranjadinha e pintada ou, tão somente, de o quintal enorme que possuía nas traseiras e que estava transformado numa pequena selva, não estar arranjado de forma a desfrutarmos dele como merecia. Também me chateava não ter varandas, ou de o bairro e os passeios estarem sempre cheios de lixo ou cócó de cão no chão, de ser um caos para arranjar sítio para estacionar à noite e de os inquilinos do prédio não estarem nem aí para se formar um condomínio que visasse os interesses de todos, mas gostava da zona ser calma e sossegada, de ter uma creche e o centro de saúde mesmo em frente à porta, de poder ver o rio da minha janela e de estar em Lisboa.
Tudo isto para dizer que sempre gostei de casas antigas com enorme potencial de recuperação. E quem diz casas diz pavilhões, diz velhas fábricas com paredes forradas a tijolo pequenino (que eu simplesmente AMO), diz espaços amplos que se podem transformar em lofts. Sempre que passo na avenida que vai para a Expo junto à zona portuária, reparo que existem uma série de pavilhões abandonados com estas características. O Carlos diz sempre que adoraria morar ali, mesmo que seja numa zona onde não abundam prédios chiques nem vizinhança requintada, nem facilidade de transportes, nem bairros com espaços verdes. Mas aquelas paredes, aqueles tectos altos, aqueles janelões, fazem-me lembrar os andares nova iorquinos que se vêem nos filmes (sim, porque eu nunca fui a Nova Iorque para constatar esta minha panca pessoalmente e ver se, é mesmo verdade aquilo que vejo nos filmes, de que existem casas assim!)
Ora, a minha casa de Lisboa, que ainda não conseguimos vender mas que alugámos, vai estar novamente vazia a partir de finais de Agosto. Os inquilinos - um rapaz acabado de se divorciar e a sua nova respectiva - não querem renovar o contrato, algo que me faz pensar que, se calhar, este novo amor 'já era' e cada um vai à sua vidinha. (pequeno aparte de cusquisse feminina: a casa ficava próxima do emprego da nova moça, logo, das duas uma: ou chatearam-se e ele fartou-se de a sustentar, ou também desgostaram do apartamento por todas as razões que eu aqui já inumerei.)
Seja como for, voltarmos para Lisboa, pelo menos para aquela casa, está fora de questão. Já era demasiado pequena para dois gatos pingados, então agora com miss Madalena e toda a sua quantidade brutal de brinquedos e acessórios adjacentes a quem tem crianças pequenas, é mesmo impensável. Claro que há pessoas que têm filhos e vivem em espaços mais pequenos com os mesmos, mas eu sou a 'raínha da tralha', só em roupa e sapatos encho vários armários, além de não ser minimamente despojada. Eu guardo tudo, tudo me traz recordações, tudo é importante, tudo se pode voltar a usar - mesmo que fique esquecido e refundido nos armários anos a fio - e é por isso que, até a nossa casa actual, que sempre me pareceu um casarão, já me começa a sufocar.
Não me importava nada, nada, nada, era de fazer com a Miss Carrie Bradshaw, que tem o privilégio de continuar a manter o seu antigo apartamento de solteira apenas para escrever e quando quer ter 'uma folga' do casamento alguns dias por semana, isolar-se do mundo, ter tempo só para si e/ou para as amigas. Isso é que era!
Claro que nunca estaria decorado com tão bom gosto como o dela, até porque está vazio, sem uma pequena presença de conforto, mas bastáva-me um colchãozinho no chão, o meu portátil e uns quantos cigarros, para sempre que sentisse saudades de Lisboa e dos ares da capital, colocar a chave na porta e estar em casa outra vez.









Fotos iniciais retiradas deste site. (Que é pura e simplesmente LINDO! Ideal para apaixonadas por design e decoração, perderem simplesmente a cabeça!)


quinta-feira, julho 22, 2010

back to my hands

Há uns 4 meses bateram-me no carro. Vinha eu a chegar ao trabalho, depois da horinha de almoço, quando uma louca qualquer decide cortar para o acesso ao parque subterrâneo e pimbas, escavacou-me o pára-choques, jante e deixou-me o lado do 'pendura' a modos que, todo metido para dentro. Depois de uma estopada infernal à chapa do sol, quase em pleno descampado, perdida entre Chelas e as Olaias - localidades tão bonitas e seguras para se estar e fazer sala - lá chega a polícia, 4 horas depois da ocorrência, com o mulherio todo já pelos cabelos, a desidratar à grande e sem chegar a um consenso. A senhora dizia que eu é que era a culpada e vinha em excesso de velocidade, eu dizia que ia na minha faixa e que a dita senhora é que se tinha, literalmente, atirado para cima de mim.
Depois de contactadas as seguradoras, de milhentasssss peritagens, de fotografias para aqui e acoli, de relatórios e autos da polícia, eis que a seguradora da senhora deu-me razão e declarou-me: INOCENTE!
Epá, que alegria! Que maravilha! Eu sabia que tinha razão, mas ser a seguradora dela a dizê-lo, teve ainda outro sabor.
Depois de uma semana e meia sem o meu 'Zé Pedro' (entenda-se: carro com matrícula terminada em ZP - que eu sou daquelas pessoas que baptiza carros com nomes próprios) eis que hoje fui buscá-lo.
E não é que estranhei 'o bicho'? Parece-me mais rígido, com a suspensão mais dura, com um manípulo das mudanças demasiado pequenino, mas pronto, é o meu e faz-me muita falta, até porque não tenho mais nenhum para fazer 100 kms diários. Além disso, ficou tão bonitinho e perfeitinho que parece novo! Nem sinal da jante riscada, chapa impecável, pára-choques imaculado!
Só é pena que não me tenham arranjado a porta da bagageira quando decidi fazer este disparate!

terça-feira, julho 20, 2010

The Back-up Plan

Ontem vimos este filme, The Back-up Plan (título original) que o C. conseguiu sacar da net com muito boa qualidade. Confesso que adorei. É o típico filme levezinho, para ver no cinema com um grande balde de pipoca (e eu nem sou apologista de se comer pipocas no cinema, mas este filme pedia!!) ou no conforto do lar enrolada nas mantas. É, também, a típica comédia romântica com parzinho amoroso (menino giro, giro, giro, encontra gaja gira, gira, gira - traduzida na boa e enxutona da Jennifer Lopez) e pronto, o resto é toda uma história em torno do assunto, com amores e desamores pelo meio, mas que no final fala mais alto e vence tudo e todos.
Este teve esses ingredientes todos também, não fugiu à regra, mas teve a agradável surpresa de ser bem disposto, de me provocar momentos de verdadeiras gargalhadas e puro riso e, além de tudo isso, de mostrar que a chegada de um bebé não é pêra doce, que o casal se ressente, que as mulheres são seres complicados e complexos por natureza, que a economia de um casal prestes a ser pai desaba e que, acima de tudo, é normal termos dúvidas e medos e incertezas de quem somos e como seremos "pré" e "pós" maternidade.
Apesar de "levezinho" e divertido, confesso que gostei da mensagem - a certa altura do filme - de que o ser pai ou mãe não nos deve anular enquanto pessoas e que é preciso um esforço sobre-humano para se conseguir aceitar todo este turbilhão em que a nossa vida fica transformada. Também morri de riso ao relembrar certos episódios da gravidez e da forma como ali, no filme, estavam retratados e caricaturados. (grávida é toda igual!)
... Para além de tudo isto, também gostei da forma inteligente e cómica com que gozava, literalmente, com todas as novas correntes e 'manias' a favor da amamentação até a criança já ser adulta, parto natural e humanizado - na água e em casa, rodeado pela família e os amigos, a comer bolinhos e com música - num acto de celebração da nova vida...
Ri-me tanto.

faço com cada figura!

Ando um caco emocional ambulante...

Tanto, que em conversa com a minha ainda actual directora, enquanto menciono a pena que me provoca a sua partida/saída, desato a chorar.


(...)

reviravoltas

Ora bem, chegou a hora de falar - ou tentar falar - sobre a minha angústia nos últimos dias em relação ao trabalho. É que depois de uma semana mais ou menos animada, onde até pensei que as coisas estivessem no bom caminho e me sentia mais motivada, eis que a bomba é largada: a pessoa que me contratou, a única pessoa que sempre valorizou o meu trabalho aqui dentro, com a qual tenho empatia e que é a minha chefe mais directa e directora geral adjunta desta casa, vai-se embora. E para longe, para fora.
Fui completamente apanhada de surpresa e, confesso, senti-me inclusive um pouco traída. Isto porque o motivo pelo qual não tinha já mandado isto tudo para o espaço, foi porque ela me pediu para ficar. Pediu-me para aguentar até Setembro, intercedeu por mim junto do director, pediu para a minha situação ser revista e o meu ordenado reposto - como devia de ter acontecido desde o primeiro dia em que me sentei a esta secretária - pediu-me para não me desmotivar e se assim me sentia em condições, ou pelo menos mais animada para continuar e nem uma semana depois, a bomba. Ela vai bazar.
No seu lugar vai tomar funções uma colega que, a julgar pela sua atitude, postura, comportamento e forma de lidar com os outros, ando a ter flashbacks na minha mente de tudo aquilo que já vivi na outra agência... ou seja, é uma 'espécie de cópia' da minha chefe anterior, controladora, arrogante, abrupta e autoritária. Daquele tipo de pessoas que mesmo não tendo qualquer tipo de poder em especial já acha que tem tempo suficiente de casa para tratar todos os outros e, principalmente, os mais juniores, abaixo de cão. Então agora que assumirá funções em inícios de Setembro... bom, nem quero pensar. Ou melhor, nem quero estar cá para ver.
Claro que a minha ex-chefe (mas ainda em exercício de funções) não tem nada de me ter em consideração na hora de fazer as suas próprias opções profissionais. Não sou dita nem achada e compreendo muito bem o seu desejo em sair daqui, em crescer profissionalmente, em ter outros voos, em não ter uma direcção esquizofrénica e intolerante como a que se vive aqui, mas senti-me traída, confesso que senti. Não me deixou a mim ir embora e agora vai ela.
Ontem tivemos reunião com a actual - e ainda em exercício de funções - directora e a nova, a que vai assumir o seu lugar e que acabou de ser promovida. Tal como esperava, a postura da nova direcção já se vê a olhos vistos. Sempre com aquele tom anasalado e irritante típico das"pseudo-tias", uma altivez e um autoritarismo na voz que, a mim muito pessoalmente, me deixa logo com os nervos à flor da pele e a antever que o futuro é negro, muito negro.
Quando é que será que as chefias deste país se irão aperceber de que não é com estilos ditatoriais que as pessoas fazem melhor o seu trabalho? Aqui quase nem é permitido rir, ou "brincar", descomprimir... nem em horário de expediente, nem entre colegas. O silêncio é sepulcral, porque o mesmo é sinónimo de trabalho, de concentração. Podes estar um dia todo calado, não abrir a boca para nada, com a cara colada ao ecrã do computador. Podes até passar o dia todo na net, mas desde que não andes a cirandar, a conversar com colegas, ou a ouvir música, é sinal de que estás a trabalhar.
Eu não me identifico com este tipo de posturas, a sério que não. Custa-me muito, muito mesmo, até porque já trabalhei em vários sítios e sempre gostei de ser quem sou nesses mesmos sítios. Aqui sinto-me oprimida a maior parte do tempo, não há qualquer tipo de motivação. Faz-me 'espécie' como é que tenho de estar confinada a um sítio a maior parte do meu dia e do meu tempo e de estar, literalmente, a fazer um frete por aqui estar, a ansiar por me ir embora, por chegar a casa.
Vai fazer 4 meses que estou aqui nesta casa e nunca senti nada igual anteriormente. Nunca tive tanto desejo de me ir embora de um sítio ao fim de tão pouco tempo, nunca me custou tanto. E sinto que, quase a fazer 32 anos, em vez de evoluir em termos profissionais, ando a bater no fundo.
Claro que eu sei que a situação está má, que existem milhares de pessoas desempregadas, que o trabalho é cada vez mais precário, que tenho muita sorte em ter contrato laboral, em ter um ordenado considerado 'acima da média' - mesmo que seja miserável - para o nosso país, mas acho que preciso de mudar. Ou mudo radicalmente, ou tenho de decidir o que realmente quero e se estou disposta a lutar por isso, a enfrentar contrariedades que irão surgir e se tenho realmente estofo e vontade para me meter em algo sozinha, lutando contra a maré em época de crise e má conjuntura económica.
Tenho ideias sim, mas também tenho muito medo de me meter nelas sozinha. Porque sozinha sinto sempre que não sou capaz.

segunda-feira, julho 19, 2010

O ponto do não retorno

Há coisas que me revoltam imenso e às quais eu não consigo ficar indiferente. Eu bem tento levá-las de ânimo leve e tal, não lhes dar a importância que lhes dou, ter uma atitude mais pacífica, menos extremista, menos emocional, mas pá... NÃO CONSIGO!!
E, ultimamente, há uma não me sai da cabeça. Acho pura e simplesmente vergonhoso que o pai da madrinha da minha filha tenha falecido e que ninguém e repito, - NINGUÉM - que intitulava do 'meu grupo de amigos' mais próximo e chegado, que estiveram inclusive presentes no casamento dela, se tenha sequer dignado a mandar um simples sms de condolências, quanto mais em aparecer no velório ou no funeral para lhe dar algum tipo de apoio emocional. E sabiam que ela tinha o pai doente e sabiam que as coisas não estavam bem. Até podiam não ter noção do quão más estavam, mas duvido que não tenham tido conhecimento de que ela perdeu o pai.
A sério, estas coisas revoltam-me tanto e deixam-me ao mesmo tempo tão chocada, que muitas vezes acho que estou num sonho e que, quando acordar, nada disto acontece na verdade, nada disto é real.
Belisquem-me, porque eu própria não quero acreditar que confiei durante dez anos (ou mais) em pessoas assim, para depois elas me desiludirem tanto.

I hate mondays

É segunda-feira, custa muito levantar da cama e ir enfiar-me num sítio que abomino. Custa ainda mais quando se teve um fim-de-semana inteirinho com os meus amores (coisa rara, já que o pai desta casa trabalha quase sempre ao Domingo e neste teve folga) e custa muiiiitttooo, quando se vem da redacção da SIC, logo às 9 da manhã, onde se respira boa disposição, descontracção e gente jovem e se pensa: 'Fogo, é mesmo aqui que eu me sinto bem. É mesmo aqui que eu pertenço. Foda-se para isto e para esta puta de vida que nos troca as voltas todas.'
Custa muito sim. Mas depois, vejo este sorriso e estas beiçolas e acalmo-me.
Por ela.

quinta-feira, julho 15, 2010

Madalena


Pronto, aqui ficam mais umas fotografias recentes da babe cá do sítio. Eu própria ando uma desnaturada e quase não lhe tiro fotos nenhumas... é o que dá chegar tarde e más horas a casa, estar no máximo, uma hora por dia (2 se tiver sorte) com ela e já não ter babyblogue para actualizar. As poucas fotos que lhe tiro nunca ficam nada de especial e, com isto, vou perdendo registos e momentos maravilhosos que já não voltam atrás. Hoje estou assim pr'ó melancólica em relação à minha filha. Cheia de saudades, confesso. De manhã custa-me muito vê-la a chorar no carro do pai, a chamar por mim, enquanto eu arranco para Lisboa e a deixo para trás lavada em lágrimas.
Há duas semanas estivemos na casa dos avós paternos, ela delirou. Vibrou com a bicharada toda que os meus sogros lá têm e veio todo o caminho de regresso a fazer os sons que se lembrava, com especial repetição nos "memés" (ovelhas) e nos "tatás" (patos) que ela adora.
Como o calor era tanto, tomou banho de piscina no quintal e claro, veio de lá doente, só agora começa a estar melhor. Mas adora água, parece uma pata e para a conseguir tirar de lá foi um castigo. Na véspera deste mesmo fim-de-semana também teve a festa de fim-de-ano na escolinha, onde dançou, tocou tambor e actuou juntamente com todos os meninos da sua salinha. Nós lá estávamos - juntamente com todos os outros pais, avós e famílias - de máquina em punho - a de filmar numa mão, a fotográfica na outra e ainda os telemóveis... mais cromos não podíamos ser, mas, para também não variar, as fotos não ficaram nada de jeito! (E como já era fim de tarde e estava um frio de rachar, ficou doente). Quase no final, olhou para o público e, no meio daquela montanha de gente, reconheceu-me (a sacanita) e já ninguém a conseguiu segurar. Avançou em direcção em nós, a gritar "mamã-mamã-mamã" muito aflita, a bater os pés e a bracejar e pronto, já não saiu do nosso colo.
E sim, ando com um ar "miserável", é verdade... mas desde que trabalho aqui que sinto que envelheci pr'ai uns dez anos em apenas 4 meses!

ainda do Optimus Alive 2010

Foi BOMMMMM. Foi MMMUIIIITTOOOO BOOOOMMMMM!
Dancei tanto, cantei tanto, diverti-me tanto, que por mim tinha ido os dias todos. Por mim, tinha sido regabofe todo o fim-de-semana.
O concerto dos Florence and The Machine foi algo que superou e muito as minhas expectativas. Se eu já gostava dela, depois de a ver e ouvir ao vivo, fiquei completamente rendida. Tem uma voz capaz de encarquilhar os pêlos dos braços e os dedos dos pés. Além de ter proporcionado um excelente momento musical, levou toda a gente ao rubro com êxitos como Dog Days Are Over, com aquela tenda do Palco Super Bock, Super Rock a ser pequena demais para tanto povo.

Do alto do seu 1,83m, descalça e de vestido branco rendado, ela foi uma visão meio angelical em cima daquele palco, nunca desafinando uma nota, tendo ainda dado a oportunidade a quem assistia, de ouvir duas músicas originais. Vim de lá tão extasiada, que não há dia que passe que não oiça (ainda mais) o seu álbum "Lungs". Já sei que vou enjoar e depois ficar meses infinitos sem conseguir sequer olhar para ele, mas por enquanto, ainda continuo em estado de graça.
Só tenho pena é de ter uma máquina fotográfica tão merdosa, que todas as pics que tiro ficam, ou desfocadas, ou tremidas, ou uma verdadeira cagada. Mas pronto, é o que se pode arranjar.
Soube-me tão bem fazer um programa que não envolvesse as palavras "bebé" ou "sítios para bebé", ou "fraldário", ou "amiguinhos" e coisas fofinhas e terminadas em "inho", que me senti solteira, desimpedida, sem obrigações, sem responsabilidades e VIVA outra vez!
Pena é que só durou até à meia noite e meia e depois, "ala-para-casa-que-se-faz-tarde", que no outro dia trabalha-se e caímos na real.
Mas aquelas 6 horinhas, foram de pura magia!

a minha miúda


A minha miúda está adorável é só o que me apetece dizer.

Adoro que já ande, que me dê a mão ou ma peça, que se explique quando quer uma coisa, que me dê beijos quando lhos pedincho, que me faça festas na cara e termine com umas palmadinhas repetidas - tal como ela aprendeu na canção que lhe ensinei do 'festinha gato' -, que cante a maior parte do tempo, que peça música quando está no seu quarto e quer que lhe coloque o cd infantil para dançar, que imite os sons todos dos animais e que os adore, que me peça para lhe ler histórias - enquanto segura no livro e espera que eu abra o meu colo para a acolher entre as pernas - que já fique deitadinha na sua caminha enquanto a aninho e tapo com os cobertores, passando-lhe o leite para a mão e dizendo-lhe "até amanhã bebé", que me dê abracinhos apertados e espontâneos quando quer e bem entende, que me faça uma grande festa sempre que chego a casa, que diga: 'MAMÃ' com um sorriso enorme de felicidade por me ver, que adore a minha comidinha e diga 'hummm' enquanto acena com a cabeça com um enorme ar de satisfação sempre que lhe ponho o prato à frente, que já seja vaidosa e me tire tudo o que sejam anéis e pulseiras para ela própria usar, que calce os meus sapatos (ou pelo menos tente, vá), que adore maluqueiras, cambalhotas, moches nas almofadas, rebolar em cima da cama, falar ao telefone, comandos de televisão, computadores, a DORA - a sua mais-que-tudo heroína (até eu já dou por mim a cantar as canções da Dora....grgrgrgr), and so on. A lista chega a ser interminavél.


Está numa fase tão deliciosa do seu desenvolvimento que, às vezes, até me esqueço de apontar as suas pequenas vitórias, como fazia antigamente de forma quase diária.


Sinto que a vejo tão pouco que nem me apercebo de como já está grande e crescida e querida, muito querida. Houve alturas em que a minha filha não foi um bebé fácil de cuidar, fases que me deixavam à beira de um ataque de nervos, que eram um teste à minha capacidade de relativizar, de não stressar, de respirar fundo. Mas depois, tal como nas tempestades, a seguir a essas fases mais 'beras' e que, confesso, não me deixam saudades - apesar de todas as idades deles terem coisas boas e más - há e houve, outras, pura e simplesmente deliciosas.


Esta, perto dos dois anos, é sem dúvida uma delas.

terça-feira, julho 13, 2010

definitivamente, eu sou uma mulher de paixões e este não é o meu amor

Será muito mau dizer que, após três meses e meio de trabalho me apetece tirar férias e desaparecer daqui? Parece? Pois bem, então que se lixe, porque é mesmo isso que tenho vontade de fazer, de meter férias o mês de Agosto todo (como se fosse possível) e de ficar a curtir o verão com o meu marido e filha, de ir de férias para o estrangeiro, de viajar, de ir à praia, de não ter horários, de não sentir a angústia que sinto, diariamente, por saber que me venho enfiar aqui dentro.
Odeio isto, odeio, odeio, odeio! Mesmo tendo sido recentemente "aumentada" - apesar de ainda não ter visto, efectivamente, nada no extracto bancário - e de, supostamente, isso me ajudar a 'engolir' melhor a minha presença por aqui...










(e com as mudanças anunciadas na sexta-feira passada, os próximos tempos vão ser ainda mais difíceis...)

Gossip. Heavy Cross.

Ando viciada. É excelente.

quarta-feira, julho 07, 2010

Dor

Tenho pensado muito nas pessoas que passaram e andam pela minha vida. Falo de amizades, sim, mais uma vez. Isto tudo porque ando a sentir-me sozinha e meio vazia.
Posso ter o meu marido e a minha filha - e eles são tudo para mim - mas também sinto muita falta de ter amigos por perto, de sentir que, de uma forma ou de outra, sou importante para eles, que lhes faço falta. E, neste momento, não tenho ninguém. Sinto falta de tudo e de todos, sinto que não sou verdadeiramente importante para ninguém e questiono-me, muito, se o erro é meu, se tenho as atitudes certas, se sou demasiado intransigente ou egoísta - onde a única prejudicada sou apenas eu - se sei manter uma amizade.
Não sei onde errei, ou o que aconteceu, mas nunca me senti tão só de pessoas, de amigos. Na realidade, os dedos de uma mão chegam para contar o número dos que, de momento, se consideram MESMO amigos e com os quais posso contar. Sejam amizades recentes, antigas ou casuais, o sentimento generalizado que tenho é dúbio: ou não sei ser amiga, ou não me sei dar aos outros.
Durante anos tive amigos que julguei serem verdadeiros amigos e hoje, vejo fotos deles todos juntos e eu não estou, ninguém me disse, ninguém me contou... e sinto uma tristeza tão grande cá dentro, mesmo daquelas de provocar dores fininhas que nos corroem e minam a alma de ciúmes que prefiro não ver, não saber.
Posso até ter 'amigos' novos, mas questiono-me muitas vezes se essas novas pessoas, - que passam pela minha vida - poderão ser consideradas de 'amigas', ou se é, apenas e só, o meu desejo de sentir que pertenço a algo, - nem que seja pouco palpável, irreal e mais inseguro que um baralho de cartas suspenso - a falar.
Sinto-me só, muito só e dói.