Se calhar este post deveria de ter uma bolinha no canto superior direito, mas não tem. Os mais conservadores ou púdicos, apenas lhes peço que simplesmente o ignorem, ou passem à frente (neste caso atrás e leiam outras coisas passadas), mas não falar do Red Light District em Amesterdão, era como ir a Roma e não ver o Papa.
À primeira impressão o sentimento foi de choque, não no sentido de escandalizada, mas de 'Como é que é possível que haja tamanha oferta sexual em pleno centro da cidade?', mais, 'Como é que é possível que, essa mesma zona, venha assinalada no mapa por onde nos guiámos durante toda a nossa estadia como motivo de atracção turística?'.
Pois é, é essa a grande diferença entre os portugueses e os holandeses. Ali há uma liberdade tremenda, liberdade essa que te permite experimentar de tudo um pouco, desde que com essa mesma liberdade, não ponhas em causa a liberdade dos outros. No fundo é um respeito elevado a uma categoria superior. Se tens vontade de fazer, faz. Se queres ver, vê. Se não queres fumar, não fumas. Mas está tudo ali, sem encobrimentos nem falsos moralismos. Eu gostei.
Se a prostituição é, segundo dizem, a profissão mais antiga do mundo, então porque não lhes dar o mínimo das condições para que possam fazer o trabalho? Nada como terem um sítio onde se possam lavar, uma montra onde se possam exibir e um pequeno quarto que por breves momentos serve de oásis do prazer aos mais aflitos. Sempre acho mais digno do que passarmos por Monsanto e vermos meninas à beira da estrada e carros a encostar.
À parte de tudo isso, a zona do Red Light District significa pudermos ter uma noção da verdadeira animação nocturna em Amesterdão. No fim-de-semana que fomos, que por casualidade coincidiu com a Gay Parade da cidade, as ruas e os canais estavam ao rubro, com música em altos berros e centenas de pessoas vestidas das formas mais diversas, eufóricas e com sede de diversão. Havia de tudo e para todos. Desde lojas de artigos sexuais, passando pelos espectáculos de sexo ao vivo, shows eróticos, ou simplesmente, as meninas nas montras rodeadas por neóns vermelhos, só não encontra com o que se entreter quem não quer.
Nós preferimos dar uma de voyeurs, rindo de tudo o que encontrávamos, com uma verdadeira satisfação infantil perante tudo aquilo que era novidade para os nossos olhos.
adenda: As fotos eram proibidas, mas eu à socapa lá fui tirando agumas.
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