Tinha prometido a mim mesma que este ano - horribilis de 2011 - retomaria a escrita. Não tenho conseguido cumprir. Todos os dias 'teclo', é certo, mas resume-se a emails, a respostas a clientes, a trocas de informação, a contactos com jornalistas, a pouco mais. Nada de meu, nada de pessoal, tudo a acumular cá dentro, dentro do peito, dentro da boca, em filinha indiana para o cérebro, a encher, encher, encher, encher, como se fosse uma enorme cómoda cheia de gavetinhas e portinholas - e o que eu sempre gostei de gavetinhas e portinholas - que nunca mais se abrem, fechadas a sete chaves.
Sinto que não consigo verbalizar tudo o que sinto. Sinto que não consigo exteriorizar o que vai cá dentro. Ou melhor, tenho medo. Como se o escondesse de mim mesma, como se duvidasse.
No fundo falta-me a coragem e invade-me o medo. O medo de falhar, mais uma vez, como em tantas outras coisas. Falta-me a coragem para acreditar a mim. Porque me sinto perdida e à deriva. Falta-me a força necessária. A voz e a certeza. E regresso a mim, sozinha, embrulhada em todas as minhas dúvidas, petrificada.
E volto a encher mais uma gaveta, com lágrimas. Essas sim, não acumulam e todos os dias gostam de escrever monólogos.
2 comentários:
Por vezes é assim, estamos num cruzamento e não sabemos para onde vamos, nem sequer para onde queremos ir. Pense que a vida é uma mera passagem por aqui, por isso temos que fazer um esforço diário para sermos felizes e encontrar pequenos prazeres que nos coloquem novamente na rota certa. Quando estamos em baixo, temos que contrariar a voz interior negativa e ter sempre uma atitude positiva, ajuda. Espero que logo logo encontre paz.
bjs
Beijos! Muitos!!!
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