quarta-feira, fevereiro 13, 2013

vulnerabilidade

Pequena cria doente com febre. Tem estado sempre em casa, sem sair à rua e medicada, mas a febre, essa sacana, mal dou por ela, já vai disparada.
Ontem 38, hoje 39.1.
Ontem pediu para ir para a cama dormir, sem jantar nem nada, apenas com um biberão de leite. Não a contrariei e fiz-lhe a vontade. De nada adianta insistir para que jantem decentemente quando estão assim. Mais vale deixá-los beber um leite, comer uma papa, um prato de cereais, o que lhes apetecer e deitá-los, dar-lhes muitos mimos, medicá-los (ontem dei-lhe ben-u-ron e mucosolvan para a tosse) e deixar que o quente e o conforto da cama trate do resto. Eram 20h30 - nunca esta alminha se deitou tão cedo!
Durante a noite ainda acordou, senti que estava novamente quente e dei-lhe brufen - eram 4h30 da manhã. Hoje de manhã não a levei à escola e - sorte das sorte dentro do "azar" - como tinha tirado estes 3 dias de folga por causa de exames médicos que tinha de fazer, ficou comigo em casa.
Acordou bem disposta, toda alagada - fartou-se de suar - e fresca. Pensei: "ufff, já nos livrámos", mas atirei os foguetes ao ar demasiado cedo. Andou comigo para todo o lado, foi ao Hospital, foi a minha companheira inseparável nos exames, sempre a portar-se lindamente, mas ao final da tarde, já aqueles olhinhos estavam vidrados, as bochechas muito rosadas e ela pedia cama e dizia que tinha frio.
Chegámos a casa, tirei-lhe a febre: 39.1, sempre a subir. Nova dose de brufen, vesti-lhe o robe, dei-lhe a chucha e a fralda e adormeceu.
Andei eu a "gabar-me" numa das minhas últimas crónicas que a minha filha passava o Inverno sem cair à cama e pimbas, toma lá que é para não andares a cuspir para o ar toda vaidosa. A verdade é que ainda não tinha acontecido e ela é bastante saudável, mas eu sinto-me sempre meio impotente sem saber o que fazer quando vejo a febre a subir desta maneira.
Mas tê-la aqui ao pé de mim, a dormir ao meu lado, com a mãozinha em cima da minha, num gesto de procura e de carinho, faz-me querer parar este momento no tempo e deliciar-me com ele, de tão raro e bom que é.

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