sexta-feira, abril 04, 2014

porque devemos escrever sobre o que nos dói

Foi o que li neste post e depois, andei aqui a ver posts antigos deste blogue e dei de caras com este, que já foi há 5 anos e constato que continua tudo igual.
O relacionamento com a minha mãe está cada vez pior, mas o comportamento dela não mudou - em NADA - desde esta altura. Se na época me queixava do stress do Natal, dos sogros, dos pais, de como me abrasava a cabeça por causa do marido, da filha, da casa e das demais coisas sobre as quais ela achava que devia de opinar e meter-se, entretanto veio o meu divórcio e aí sim, a relação complicou-se a sério. Com ela e com o meu pai. Foram anos difíceis, em que o apoio familiar teve muito pouco de apoio e quase tudo de crítica. Eu que me senti mais sozinha do que nunca,  Felizmente, consegui, sozinha, mostrar a tudo e todos que sim, dou conta do recado. Que sim, tenho emprego e pago as minhas contas sem recorrer a ninguém, que sim, a minha filha é uma criança bem educada e estável, que sim, sei ter um relacionamento cordial com o meu ex-marido e pai da minha única filha, que sim, continuo a lutar pelos meus ideias e objectivos e a conseguir realizar alguns deles, que sim, voltei a amar e não me arrependo disso, que sim, há diferentes formas de ser feliz e que devemos sempre livrar-nos de tudo o que nos oprime e nos faz mal.
Mas ela simplesmente não entende. Acha que sou má filha porque - e citando-a: "não lhe dou valor" - recorre à chantagem emocional para ver se me toca ao sentimento, faz-se de vítima e de sacrificada como forma de me atingir e fazer sentir culpada e só estaria bem se lhe contasse absolutamente tudo sobre a minha vida, se andasse sempre com ela para todo o lado, se estivesse, em média, uma hora por dia ao telefone a contar desde o que comi a onde fui e com quem estive. Com a idade e a falta de ocupação de tempo - está desempregada há muito - tornou-se obsessiva, teimosa, emocional, depressiva, instável. Não tem objectivos, não procura evoluir, vive consumida pela crise e pelo casamento destrutivo que tem e que o meu pai tanto contribuiu para isso.
Suga-me a vida e a paciência e faz vir ao de cima o que de pior tenho em mim. Consegue perturbar-me como mais nenhuma outra pessoa o faz. Ela. Ele. Ambos. É um amor destrutivo este. Gosto deles, mas tenho noção de que só à distância consigo ter alguma paz, manter o meu discernimento, ser eu e conseguir reconhecer-lhes valor. Porque de perto fico com a visão turva e o espírito perturbado.  
Actualmente fujo de tudo e de todos que me fazem mal - não mal no sentido físico (claro que esse também), mas mal no sentido psicológico. Fujo de pessoas tóxicas, de pessoas pessimistas, de pessoas que se metem e intrometem, de pessoas que opinam demasiado sobre a vida dos outros mas não conseguem sequer orientar a sua. Sejam essas pessoas meus pais ou os amigos de sempre.
Porque a vida ensinou-me que, geralmente, esses comentários sempre tão altivos, certeiros e depreciativos, têm pouco ou quase nada de ajuda e preocupação e muito de inveja e maldade.
 

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