À medida que os dias vão passando, sem grandes feitos dignos de registo dada a minha condição de mãe à espera e com uma gravidez de risco, começo a ficar ansiosa em relação ao parto. Não é que eu não saiba o que me espera, é precisamente por saber o que me espera que me deixa ansiosa. O medo de não saber como vai ser desta vez, se será rápido, se acontecerá a meio da noite ou a meio do dia, se a experiência será diferente da primeira ou se conseguirei ter as coisas minimamente controladas de forma a que todos (eu inclusive), fiquemos bem, é algo que começa a preocupar-me e a deixar-me ansiosa.
Um dos principais motivos é, sem dúvida, ela. A minha mais velha.
O que se faz com os outros filhos quando a mãe vai para o hospital e não temos onde os deixar nem a quem recorrer? E se for a meio da noite, vêm connosco? A M. nasceu às 4 da manhã, por exemplo, mas foi pacífico, já que fui a uma consulta de manhã bem cedo e, apesar de não ter qualquer dor, já estava com 3 dedos de dilatação. Não havia filhos mais velhos na altura mas, dadas as circunstâncias, se algo semelhante acontecesse novamente, tínhamos mais que tempo de chamar alguém que pudesse ir buscá-la ao colégio, ficar com ela e levá-la para casa.
Este tipo de coisas preocupam-me até porque, estive sempre acompanhada durante o meu primeiro e único parto e sei o quanto isso foi importante para mim. Dizem-me frequentemente (ele), que penso demais. Sim, é verdade, reconheço. Mas é-me inevitável. Penso demais porque me preocupo. Penso demais porque gosto de ter as coisas controladas. Penso demais porque gosto de estar prevenida. Penso demais porque a vida ensinou-me a ter planos de backup. Tento e faço um esforço para ser mais leve, espontânea, despreocupada e deixar as coisas simplesmente acontecer, mas sei, no meu íntimo, que a minha natureza não é assim. É complexa. É intensa e é voraz. E isto, por mais que tente, anda a preocupar-me.
E acho que o facto de estar a dar um programa televisivo sobre "Outrageous births" também não ajuda!!
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