domingo, outubro 30, 2016

Birthday blues


Hoje faço 38 anos. 
Caramba, 38. 
Já não sou uma miúda, mas também ainda não sou velha (ou assim gosto de pensar), mas os 38 anos têm um peso diferente de uns singelos 32 ou 33. 
É quase como se tivessem toda uma solenidade em seu redor que nos faz sentir o peso da aproximação dos 40, aquela fase em que deixamos de ser "uns miúdos com 20 ou uns trintões com estilo", para passarmos a ser uns quarentões.
Não é o peso da idade que me chateia no dia dos meus anos, mas a análise que faço da minha vida sempre por volta desta data ou as expectativas que deposito neste dia. É como se levasse uma grande chapada que me mostrasse a realidade. Aos 38 anos tenho coisas muito boas na minha vida: dois filhos lindos saudáveis e perfeitos, trabalho, saúde, amor, mas sinto que fiquei tão aquém em tantas outras. Sinto, acima de tudo, que para ter algo bom na minha vida tenho de penar o dobro, aprendi que não posso dar nada por garantido - porque quando acontece, rapidamente a vida faz questão de tirar o tapete - sinto que tudo o que tenho é conseguido com esforço, demasiado esforço e que nada, mesmo nada, me dado de mão beijada. 
Aos 38 anos gostava, acima de tudo, de poder realizar alguns sonhos, mas sinceramente, acredito cada vez menos que algum dia eles se venham a realizar.
E é essa percepção, essa descrença, esse matar de sonhos, que me mata nesta data. 

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