segunda-feira, junho 19, 2006

verdes são os campos...



















Lembram-se deste post? Pois bem, eu tinha prometido que da próxima vez que fosse à terra iria fotografar a velhinha casa que o avô do C. disse que à partida ficaria para nós. De máquina em punho lá começámos por disparar nos vários ângulos que nos apareciam em frente da vista e a verdade é que nem precisamos de esforçar muito, porque a paisagem é de tal maneira inspiradora, que carregar no botão da máquina é algo tão natural como respirar. (isto agora soou-me a slogan de leite matinal, mas adiante)
A paisagem nesta época do ano estava particularmente bonita, mesmo em frente à casa encontra-se uma enorme ortência de tons azul mesclados e diante do velhinho alpendre - onde o avô António diz que nasceu, mesmo ali, naquele canto onde ele acaba - depara-se uma de cores ainda mais fascinantes, azul forte, quase hipnotizadora. Até já nos serviu de inspiração para futuros nomes - isto porque temos sempre tendência a começar pelo fim em vez de pelo princípio - e por detrás dela uma figueira, ainda imberbe e a despontar novos ramos. Subimos o terreno até acima, onde os pequenos socalcos nos vão permitindo escalar o tempo e descansar os olhos num verde quase infinito e numa névoa densa, que desce por aquelas montanhas como um cobertor. Ouvem-se passarinhos por toda a parte, numa sinfonia quase perfeita e faz-se barulho entre as ervas altas, não vá uma cobra andar à espreita. (e acreditem, por aqui há muitas).
Lá em cima outra pequena casa, que noutros tempos tinha como função guardar os cereais e os legumes que se apanhava no campo. À sua frente uma pequena eira que servia para os espalhar enquanto os mesmos secavam com o vagar do tempo. Pronto, outro nome achado e este é igualmente perfeito. À nossa frente castanheiros e oliveiras que estendem as ramagens até onde conseguem alcançar e que o passar dos anos não deixou marcas.
Sente-se uma tranquilidade de espírito, uma grande calma interior. 'Isto faz-me bem' - penso, enquando os pés e os olhos andam atentos aos minúsculos degraus de pedra que tenho como escadas e que me servem de apoio. E assim, devagarinho e em pequenos passos, tratamos de assegurar que o passado de outros tempos seja o nosso futuro.
Para os mais curiosos, espreitem aqui.

4 comentários:

Clementine Tangerina disse...

realmente tem uma paisagem lindissima...

bisgóia disse...

Muito fixe amiga, mas ainda vão ter muito trabalhinho! Se precisarem de ajuda avisem!

Anónimo disse...

mas está para vender ou é para vocês?? é tão linda...

Mafalda disse...

é para nós! é linda não é? eu apeixonei-me por ela assim que a vi pela primeira vez!*