quarta-feira, abril 30, 2008

questões nervosas

Ontem até tive um dia razoavelmente calmo, mas as coisas aqui no trabalho, desde que comuniquei que estou grávida, não têm andado fáceis. Lembram-se da história de ter ficado 3 dias doente em casa no início da gravidez, e em que fui obrigada a contar antes que tivesse vontade de o fazer, não lembram? Pois bem… o assunto não acabou por aqui, porque quando recebi o vencimento deste mês, reparei que me faltava 120 euros no mesmo… Pois, isso mesmo, descontaram-me os 3 dias no valor do ordenado! Mesmo tendo a justificação do médico, mesmo tendo dito que estava grávida, mesmo depois de tudo ter ficado esclarecido. Mesmo assim, a senhora directora, achou que me devia de tirar esse dinheiro, vá-se lá saber porquê…E o pior, é que por lei, pode fazê-lo...
Isto deixou-me profundamente revoltada. Hoje, mais outro episódio: uma folha de kms que preenchi para que a dita senhora assinasse, quilómetros esses que faço com o meu carro e não com carro da empresa, até porque, não o há! Pois bem, a directora recusou-se a assinar a minha folha de kms alegando que ‘tenho kms a mais’. Expliquei que naquele dia não me limitei apenas a fazer um trajecto, mas vários e reformulei a folha, explicando todos os sítios por onde tinha passado. Vamos lá ver se a senhora agora assina. Certamente deve pensar que como não recebi a totalidade do ordenado, que ando a tentar recuperar o dinheiro de outra maneira…
Ando farta disto. Muito farta. Noto perfeitamente que desde que estou grávida que me andam a tentar prejudicar e sinto que as coisas não vão ficar por aqui. Segunda-feira vou à minha médica e vou fazer queixas disto tudo. Não me posso enervar e aqui, todos os dias, tenho situações que me deixam com os nervos em franja. Se continuar assim, peço baixa. Prefiro estar em casa sossegada do que ter de lidar com esta gente.
Por outro lado, ontem tive uma mega discussão com a minha mãe. Andamos em rota de colisão há algum tempo e ontem, não foi excepção. Tudo por causa da minha sogra. Ora, eu a minha sogra não morremos de amores uma pela outra, mas temos uma coexistência ‘pacífica’, apesar de a senhora gostar de ‘cuspir’ pérolas de veneno sempre que está comigo, ou com a minha mãe, fazendo conversas despropositadas, mandando ‘recados’ e bocas de forma indirecta e subtil. Ora, os meus pais este fds foram até casa deles para a matança de um porco. A nós também nos convidaram, mas eu recusei, até porque, se há coisa que odeio são matanças de animais – e eles estão fartos de o saber – mas mesmo assim, continua a massacrar-me com o assunto. Pois bem, a minha sogra quando apanha a minha mãe, faz-lhe todo o tipo de conversas despropositadas e um dos seus temas favoritos é falar das ex-namoradas do filho (que ela nunca conheceu, pois eu fui a única namorada que ele levou lá a casa) ou então, de falar que gostava muito que o filho se tivesse casado com fulana, filha de sicrana, que é amiga dela e que por sua vez, é ‘muito boa menina, muito boazinha’. Ora, pergunto eu, onde é que vocês acham que ela pretende chegar com este tipo de conversas feitas à minha mãe? A quem é que acham que ela está a mandar bocas ou a ser indelicada? E agora, pergunto eu novamente, vocês como mães, permitiriam tais comentários? Não ficariam ofendidas? Não achariam que se trata de uma falta de educação, uma sogra dizer este tipo de coisas e falar de ex-namoradas do filho, quando a vossa filha está junta com ele há mais de 5 anos e está, neste momento, grávida do mesmo? Não diriam nada? Ficariam mudas e caladas, enquanto a outra leva o assunto até à exaustão, já não sendo a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que o menciona?
Pois a minha mãe fica muda, impávida e serena. Não abre a boca uma única vez para me defender, mas depois gosta de vir fazer queixas da senhora ao telefone quando falo com ela! Eu confesso que ontem explodi! Não me basta ser constantemente atacada por uma sogra que é uma bruxa vinda dos infernos, ainda tenho de lidar com uma mãe completamente passiva e desinteressada, que nem quando atacam a única filha dela, é capaz de dizer o que quer que seja em sua defesa. Mais, se for preciso é capaz de defender o C. como não me defende a mim, culpando-me de coisas que eu não tenho nada a ver e dizendo-me frases como: ‘tu é que és a mulher dele, tens essa obrigação.’
Senti-me profundamente magoada e a conversa facilmente descambou para uma enorme discussão. Odeio esta atitude completamente submissa, vinda de uma mulher que apenas tem uma única filha, mas que ainda acha que é a mulher que tem de prestar vassalagem ao marido, não o chatear em demasia e fazer-lhe as vontades todas, fazendo uma clara alusão a uma educação quase salazarista de que o lugar da mulher é ‘não espernear’ muito, ouvir e calar e ter a casa arrumada e agradar o marido, que por sua vez, tem todos os direitos deste mundo e do outro.
Quando a conversa terminou, sentia-me de tal forma alterada que a minha respiração estava super acelerada e comecei a sentir fortes pontadas na barriga. Estou mesmo a ver que vou ter uma criança toda stressada, que não me irá deixar dormir de noite, com tantos nervos que apanho só no ínicio desta gravidez.
Duvido, muito sinceramente, que falemos as duas tão cedo.

3 comentários:

Gatinha disse...

Ai sogras! Um ser que não devia existir! Não podes dar importância. Das coisas da minha sogra já podia ter escrito um pequeno livro. Mas tenta não ligares, para o teu bem e do teu bebé. Bjocas

Anónimo disse...

Mafalda,
de facto tens toda a razão para estar indignada, eu também estaria, mas tenta ver o lado da tua mãe que, pelo que contas, acaba também por ficar numa situação extremamente delicada. Olha que eu estou a ver a minha a tomar precisamente a mesma atitude.
Se por um lado és a filha (e esse facto, por si só, faz logo à partida com que não seja nada agradável ouvir o que vai ouvindo) por outro, entende-se a sua relutância em ripostar à altura porque está a falar com a 'comadre', aquela que também vai ser avó do seu próprio neto e com a qual convém não ter chatices, mesmo para a própria estabilidade do casal em questão. Tudo isto é muito complicado e muitas vezes até nem tem nada a ver com parentescos, tem a ver com o conseguir gerir, da melhor forma possível, as relações humanas (uma ciência quase impossível, acredita! LOL) que já de si são um stress e causam um turbilhão de emoções e sentimentos pela complexidade que implicam. Em relação à tua sogra, talvez fosse melhor teres uma conversa calma, sensata e aberta com ela a sós e que a mesma servisse para esclarecer muitas coisas, algumas delas acumuladas e até mal resolvidas no decorrer desta convivência de cinco anos. De certeza que a senhora não irá querer contribuir para o mal estar do filho, nem do neto porque é apenas o que consegue se continuar a destabilizar a nora.
Quanto ao teu trabalho, já te disse noutro comentário, tu manda-os pastar, em primeiro lugar e acima de tudo, está o teu bebé, e o que recebes a menos na baixa compensa-te na poupança das chatices e do stress que sofres todos os dias e que prejudica o bebé, era só o que faltava!

Bem... acabo de ler tudo o que escrevi até aqui...
... desculpa o testamento... cheio de conselhos e opiniões, não sou de todo nenhuma expert, nem sei mais que ninguém, só não resisti a escrever o que penso e sei que provavelmente já me estiquei demais para o teu gosto.
Quero muito que estejas bem!
Um grande beijinho :-)

PS - Ah! E não deixes de falar com a mami (eu por exemplo não tinha hipóteses, ela liga-me todos os dias, mesmo que estejamos chateadas e eu não tenha vontade de falar com ela! LOL), lembra-te que amanhã é o dia dela e daqui a um ano e consecutivamente a muitos é o teu também, vá lá, liga a dar-lhe um beijinho... ;-)

Mafalda disse...

claro que gosto dos teus comentários longos!! lol, é sempre bom saber a opinião de terceiros, mesmo que não seja coincidente com a minha, pois podem fazer-me ver coisas que de outra forma, eu não tenho o discernimento para ver (por estar de tal forma envolvida nas mesmas!) :D
Obrigado pelas tuas sábias palavras! apesar de eu continuar a a achar que a minha mãe, devia, de pôr a sua 'comadre' no lugar dela na maior parte das vezes! se a minha sogra não tem vergonha na cara para evitar falar sobre certos temas, provocando deliberadamente as pessoas e dizendo tudo o que quer da boca para fora e defendendo o seu 'filhinho' com unhas e dentes, porque é que a minha mãe, nessas situações, também não o faz por mim? eu se fosse mãe e estivesse confrontada com uma situação dessas, seria a primeira a mostrar as garras... porque a verdade, é que há pessoas (e a minha sogra é uma delas), que só quando são confrontadas com o seu próprio veneno, é que sabem o quão desagradável o mesmo pode ser. E como eu sou a única que lhe responde e não tem pudor em fazê-lo, passo por malcriada ou 'má nora', dando-lhe ainda mais motivos para me criticar, mas se fosse a minha mãe a fazê-lo, educadamente, de certeza que a senhora não se 'esticava' tanto nas 'curvas' como tem por hábito...
Sinceramente, eu acho que isto qualquer dia rebenta de vez! Seja comigo ou com os meus pais, porque ninguém tem paciência de santo para aturar semelhante criatura...
beijos, muitos**