"Já desisti há muito tempo de lutar pelos meus princípios. Fiz a minha tentativa, as pessoas têm o direito quando são novas, fazem jornais, fazem uma tentativa de editora, tentam mudar a cultura do país, mas a partir dos trinta, trinta e tal, pronto."
Miguel Esteves Cardoso, igual a si próprio, brilhante e sem papas na língua, a traduzir em poucas linhas aquilo que já sinto há algum tempo. É verdade que não gosto do Paulo Portas e estou longe de votar nele, mas até lhe dou o benefício da dúvida quando "oiço" o MEC a dizer que "Ele é patriótico, é inteligente, tem graça. Há de mandar nesta merda toda". O Paulo Portas para mim é a personificação do tio de Cascais, com um "encosto" familiar confortável que sempre lhe permitiu fazer aquilo que quer e meter-se nas coisas porque "lhe apetece". Para além disso, há ali qualquer coisa na sua fisionomia que me faz lembrar o perfil Salazarista e uma ambição desmedida de mandar, efectivamente, "nesta merda", e só essa ideia assusta-me... Mas pronto, por mais liberal que me considere (ou pense que sou), também concordo quando diz que "Essa ideia de que a cultura é uma coisa de esquerda é uma das ideias mais perniciosas que há". Afinal, um pouco de conservadorismo nunca fez mal a ninguém e uma pessoa quando caminha na idade tem tendência a acomodar-se e a deixar os actos revolucionários para quem tem energia (e tempo) para eles.
Mais, aqui.
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