Esta semana, num impulso de obrigação,
despachei praticamente todas os presentes de Natal. Claro que ainda me faltam
uns dois ou três, mas a maioria já se encontra despachada, o que para mim é um
enorme alívio. Geralmente deixo sempre tudo para a última, não compro os
presentes de Natal com meses de antecedência, não planeio e acabo por me enfiar
num shopping nas piores alturas, com filas para tudo – do estacionamento à
caixa do supermercado – que me deixam à beira de um esgotamento.
Esta altura do ano, como se
calhar alguns de vós sabeis, não me agrada particularmente. É sempre uma altura
difícil de gerir, em que as emoções vêm ao de cima, em que faço balanços e em
que geralmente fico meio “depré”. Por
mim, podia hibernar este mês todo e acordar só em Janeiro que não me importava.
Mas pronto, apesar do desabafo e
do espírito grinch, a verdade é que
não deixo de o celebrar e de fazer por isso, com árvore, decorações de Natal e
tudo a que se tem direito. Há que celebrar o que temos de bom na vida mesmo que
ela nem sempre seja fácil, não é? E o Natal, quer queiramos ou não, quer gostemos
ou não, é das crianças. E eu tenho uma filha que merece ter Natais felizes,
cheios de magia e cor e alegria, como as crianças gostam. O Natal é delas e
para elas e isso, devemos de fazer por perpetuar.
A pensar nela, enfiei-me no
shopping a um dia de semana saída directamente do trabalho para um antro de
consumo. Sem vontade, sem querer, mas obriguei-me a ir. Tinha de ser, antes
agora do que mais tarde. Antes a um dia da semana do que ao fim-de-semana. Assim
foi.
A verdade é que correu bem. O
shopping estava a meio gás e por ser hora de jantar a maioria das pessoas não
estava nas lojas, o que facilitou. Comprei presentes para a afilhada, para o
pai, para o bebé da família que está quase a chegar e que ainda vai ser o nosso
menino Jesus, algumas coisinhas pequeninas para ela na Primark – como brincos,
pois a miúda furou as orelhas a semana passada e agora há que ter para
experimentar, acho que ela vai delirar quando vir os brinquinhos em forma de
flores, corações, borboletas... um pack de mais de 6 brincos diferentes que
custou a módica quantia de 2 euros – umas botas ao estilo Ugg, um pijama polar
quentinho com corujas (já vos disse que tenho uma “tara” com corujas?) e mais
umas tantas merdices pequeninas. Faltava-me, no entanto, o “grande” presente
para ela. Um brinquedo, algo que enchesse o olho para fazer as suas alegias. A
minha filha tem a vantagem de gostar de tudo, não é esquisita e não me fez
nenhum pedido em particular do que gostaria de receber. O que facilita a coisa.
Acabei a noite no Jumbo, a olhar para as promoções de brinquedos e a ver se me
decidia por algo. Foi então que vi uma série de caixas de um carro da Minie,
que calculei estarem em promoção, mas cujo preço não se encontrava visível e
identificado em lado nenhum. Peguei numa caixa e fui até ao sensor. O preço
acusou 39,99€ e eu arregalei os olhos mas não me dei por vencida. Algo me dizia
que aquele brinquedo estava em promoção e que aquele preço era o tabelado. Vi
um inocente empregado a passar e já não o deixei fugir. O pobre, coitado, não
fazia ideia mas lá acabou por me auxiliar. (De repente lembrei-me da senhora
ceguinha do metro de Lisboa que diz sempre “tenha
a bondade de me auxiliar”, mas adiante…) Disse-me: “Só quando passar na caixa é que vai saber”, ao que eu retorqui: “Mas eu não vou levar um brinquedo para pagar
na caixa sem saber se ele está em promoção e só ficar a saber o preço no momento”
– na minha cabeça o valor 39,99€ estava completamente fora de questão. Como
estamos no Natal, o pobre do funcionário lá acabou por sacar da chave de caixa,
dirigir-se a uma que se encontrava fechada, ligá-la, passar o brinquedo pelo
sensor e vir com a boa nova: “O preço do
brinquedo com o desconto fica em 12 euros”.
PARA TUDO! Como é que é?
12,00€?!?!
De 39,99€ passa para 12,00€?!?! É
meu, é meu, já ganhou!
E pronto, terminei a minha noite
feliz por trazer um brinquedo para a cria que custava 40 por 12 euros e ainda
lhe comprei mais uma coisa da Polly – que ela adora aquelas miniaturas – porque
achei que por 12 euros, sempre tinha orçamento para lhe trazer mais qualquer
coisa.
Para mim, Natal é isto, descobrir
verdadeiros achados que fazem as minhas alegrias e as da minha filha. Só por
isso já valeu a pena.
Sem comentários:
Enviar um comentário