quarta-feira, novembro 12, 2014

eu só não adivinho a sorte grande mas ninguém acredita

Coloquei a casa à venda. Fechei contrato com uma imobiliária durante 6 meses que me vai ficar com uma boa percentagem caso o negócio se concretize e deixo nas mãos do destino para que assim seja apesar de tudo e que finalmente encerre este capítulo do passado. Mas o meu lado racional, ou experiência de vida, chamemos-lhe assim, levam-me a torcer o nariz e a ficar de pé atrás com toda a situação. Porque tenho campaínhas de 'aviso' que tocam e me dizem, 'Mafalda, já passaste por isto antes e sabes bem o que aí vem' e porque, impreterivelmente, acaba sempre por sobrar nas minhas costas mais um fardo para carregar. Porque já tive a casa à venda uma vez e sei bem como é o filme de marcar visitas, ajustar horários para abrir as portas de casa a estranhos, andar num stress e correrias por causa dos outros, coordenar os horários com o trabalho e tentar ter as coisas minimamente arrumadas e decentes para mostrar - quem é que quer ir visitar uma casa que não seja harmoniosa e esteja num pé de vento? Hoje ligaram-me a perguntar se podia ir mostrar a casa a meio da tarde para um casal que a queria ver. Disse que a meio da tarde era impossível, que estava no escritório e que não podia simplesmente ausentar-me durante uma hora ou mais, sem dar justificações para ir mostrar a casa. Ficou então definido que mostraria a casa durante a hora do almoço, tendo ficado combinado as 14h00. Isso permitia-me sair do trabalho às 13h00, ir até casa e arrumar tudo o que estava fora do sítio para a mesma ter um ar apresentável e voltar para o escritório a horas decentes. Assim foi, saí a correr, fui para casa a correr, arrumei a quantidade de coisas que estavam fora do sítio; fiz camas, lavei loiça, arrumei brinquedos espalhados na sala, casacos que se acumulavam nas costas de uma cadeira, a máquina de aerossóis em plena mesa de jantar, medicamentos espalhados na bancada dentro do armário da casa de banho, despejei finalmente os sacos de lixo que se acumulavam na cozinha para levar para os ecopontos, varri, limpei o pó, passei esfregona no chão, abri janelas, deixei a luz entrar e até coloquei ambientadores na sala e no quarto para dar 'ambiente'. Às duas da tarde a casa estava num brinco e comecei então a espera e a ver pela janela se havia movimento no bairro que indicasse a chegada dos visitantes. Nada. Vazio total.
Às 14h15 decidi ligar para o meu contacto da imobiliária para saber se o colega que supostamente iria mostrar a casa a um casal estava atrasado. Foi então que levei com um balde de água fria. 'Atrasaram-se numa outra visita e já não vão conseguir ir.' Oi? Como é que é? Nem um simples telefonema a avisar que estavam atrasados ou que não conseguiriam comparecer, nada. Fiquei fula da vida. Ali estava eu, qual fada do lar, sem almoçar, mas com a casa num brinco, já atrasada para o escritório, à espera de umas supostas pessoas que não me tiveram em  mínima consideração perante os meus avisos e condições para mostrar a (minha) casa durante a (minha) hora de almoço.
Começa bem esta segunda volta da 'venda da casa' e, não querendo ser pessimista mas sendo-o, também já sei qual vai ser o desfecho que a mesma irá ter.
E com isto penso: caramba, se eu adivinho mesmo tudo, Deus, ao menos bem me podias deixar acertar a chave do euromilhões... é que isto de ser bruxa mas pobre não tem piada nenhuma e só me dá chatices e eu já me sinto velha e cansada. É isto.
 
 

4 comentários:

Anónimo disse...

Realmente é mesmo falta de educação!!!!
Já assisti a situações dessas!!!
O meu namorado e irmãos colocaram a casa dos Pais para alugar num determinado site. O meu namorando lá vai recebendo telefonemas de pessoas que estão interessadas em ver ao vivo a casa. Marcam dia e hora e, por 3 vezes, os possíveis clientes, no próprio dia não aparecem e nem atendem ao telefone que indicaram.
Nós não moramos ao lado nem na localidade vizinha onde está a casa. Moramos a KMMMM de distância!!!!!
O que vale é que passeamos, vamos ver os Pais dele ao Lar e visitar outros familiares dele.

Jardim de Chuva Prateada disse...

Eu acho uma perfeita falta de respeito! Mas espero que consigas vender a casa o mais breve possível se assim é o vosso desejo.
E admiro-te também, por teres dado uma nova chance ao amor :) Um beijinho.

Anónimo disse...

Todas as experiências que tenho de venda de casa são com a Remax. São muito profissionais, não há dúvida. E estou mesmo em crer que é a única imobiliária que tem bons resultados porque a rede deles é enorme.
Claro que eu não tive os problemas da marcação de visitas porque o agente era meu amigo de infância e dei-lhe a chave, sem qualquer problema. Ele avisava-me o dia / hora que tinha marcado e eu já sabia que naquele dia, antes de sair de casa, tinha de ficar tudo mais ou menos arrumado.

Mafalda disse...

Já tive a casa à venda há muitos anos através na Remax e não correu bem. Aliás, desistimos da venda e acabámos por alugar a casa durante uns tempos. Depois a vida levou-me a voltar a viver ali e, novamente, a colocá-la à venda depois de alguns anos, desta vez com uma imobiliária diferente - mas igualmente grande e que exije exclusividade - à semelhança da Remax. Ficou definido de que ficarem com a chave para terem livre acesso à casa nem pensar, principalmente porque continuo a viver lá e não me agrada a que me entrem porta adentro sem me dar cavaco e vejam ou mexam nas minhas coisas quando não estou por perto. Ficou por isso decidido que as visitas teriam sempre de ser partilhadas connosco e que tentaríamos facilitar ao máximo e mostraríamos flexibilidade e disponibilidade sempre que possível. Ontem era a primeira, correu mal, muito mal e já descrevi por telefone e por escrito o meu mal estar e desagrado dizendo que a partir de agora visitas só mesmo quando eu estiver e de acordo com os meus horários, com preferência para os fins de semana... agora resta esperar que tenha sido um caso isolado e que daqui em diante as coisas corram bem. Eu, assim espero. Não posso deixar que este realismo pessimista leve a sua sempre avante e ganhe todas as batalhas.