Estar grávida é uma montanha russa de emoções e se há algumas afortunadas geneticamente que passam pela gestação com ar fresco e como se tivessem estado sempre grávidas sem maleitas e cheias de energia - ok, eu confesso que fui uma dessas na minha primeira gravidez - sentia-me linda e cheia de vitalidade - , nesta segunda as coisas mudaram drasticamente de figura.
Não sei se da idade, se de já ter tido um filho há mais de seis anos, se da vida stressada e agitada sempre que levo, se do corpo que mudou, do útero que está mais velho, se de me sentir fisicamente cansada e mentalmente esgotada, a verdade é que esta segunda gravidez está-me a sair do corpinho - literalmente!
Para começar, a paragem forçada e o repouso quase total que me levaram a, de um momento para o outro, deixar todo o trabalho que carregava às costas ao abandono, vê-lo a ser passado a terceiros sem dar tempo de avisar os clientes e dizer "desculpem lá, mas vou agora ali ter um filho e volto daqui a um ano, vai passar rapidinho, promise", deixar de levar a miúda à escola, de a poder ajudar a vestir ou a tomar banho e ser uma mãe passiva que dá abraços e beijinhos que agora vive no sofá, deixar de conviver diariamente com pessoas e ter nos livros, na net e na televisão os meus melhores amigos, ficar retida em casa sem autorização para fazer nada, estar bom tempo, sol e calor e andar tudo a postar fotos de como a primavera é maravilhosa com passeios pela cidade, pela praia e pelo campo enquanto eu me encontro em plena prisão domiciliária, sentir as pernas e os pés a inchar que nem um sapo coaxante e ter a circulação ao rubro com episódios dantescos que nem me atrevo aqui a descrevê-los, ter a pele seca que nem lixa, o cabelo com uma crise de ansiedade e dores à frente e atrás, em baixo e de lado e em sítios que eu nem sabia ser possível, não ter posição para estar deitada na cama e sonos nocturnos que não ultrapassam as 3 horas seguidas, ver o TLC e toda a TV Cabo de trás para a frente - inclusive durante a noite - e chegar à conclusão que de não preciso de quase 200 canais porque na realidade não dá nada de jeito, fazer xixi a cada 15 minutos e estar mais desregulada emocionalmente do que um combóio desembargado.
Tem sido assim a minha segunda gravidez. Toda a visão idílica que me acompanhou no início quase se evaporou. Nenhuma gravidez deveria ser um pequeno calvário de dor física - para isso já nos basta o parto - ou nove meses demorarem tanto a passar.
Li, há uns tempos, já não me recordo bem quando que, na primeira gravidez, toda a mulher necessita dos 9 meses para vivenciar cada momento, registar cada pontapé, cada borboleta no estômago, cada roupinha de enxoval, cada peça de puericultura comprada, cada semana - eu até agenda da grávida tinha onde fazia um registo diário - fotografar a barriga de mil e uma maneiras - e ter direito a tudo o que a experiência comporta. Na segunda gravidez, o tempo deveria ser reduzido para 6 meses e numa terceira, se a houvesse, em 3.
E eu confesso que não podia concordar mais!
(Mas sei que vou amá-lo loucamente à mesma, por isso não se assustem com as minhas declarações, ok? Lembrem-se, são as hormonas a falar!)
2 comentários:
Uma 1ª gravidez é o delirio de qualquer mãe que assim o deseja, umas 9 meses lindos e maravilhosos, outras 9 meses de crises de enjoos e afins....
a 2ª é sempre diferente da 1ª para melhor ou pior, eu mesma confesso que fiz as patas de elefante em ambas, comi-a que nem um bisonte desenfreado de dia e noite, mas sofri de refluxo em toda a 2ªgravidez e mais não digo, pior mesmo foi ficar com umas cenas saidas no rabo blaghhhhhh c'a noja, que doiem mais que trabalho de parto, mas já diz o ditado mãe que é mãe aguenta tudo, mas porra não mereçemos ta?!
Sabes que tens aqui esta melga para qualquer coisa que precises, sabes também que não te vou largar e podes até enjoar de mim(normalmente enjoam na gravidez do marido, lol)mas vou estar sempre aqui princesa,
um comboio reluzente de bêjossss
Claudinha, minha lindona, eu sei que tu me compreendes!! ;) beijooo grandeeee*
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