quarta-feira, outubro 24, 2007

vícios

Ando viciada numa série de coisas ultimamente, nas mais diversas áreas e interesses. Algumas delas já falei aqui, outras, revelo-as agora em primeira mão. Achei que estava na hora de as mostrar. Sabendo os meus vícios também sabem mais de mim.
Blogues:
Ana de Amsterdam - O nome engana, mas há semelhança da música de Chico Buarque, também esta Ana se revela em cada palavra. No seu blogue - que é simplesmente excelente - a autora é dona de uma lógica que invejo e de uma escrita que me faz sentir pequenina e tacanha em tudo o que digo, como digo. Ainda eu às vezes, penso que um dia - nesta minha pequena cabeça -poderei ser escritora... É simplesmente ridículo, tonto, vulgar...
Guardem-no nos favoritos. Visitem-no até à exaustão, leiam-no atentamente. Merece a pena.
Post secret - Um blogue que visito regularmente desde os tempos em que tinha o livejournal. Fascina-me o lado frágil e secreto do ser humano. A forma como as nossas vidas não têm os contornos que desejamos, mas aqueles que fazemos deles. Às vezes assusta pela forma como a loucura residente em cada um de nós é revelada, mas ela existe, e é por isso mesmo que gosto de o visitar. Porque é feito por pessoas como eu e tu, porque mostra-me que afinal, apesar de tudo, a minha cabeça ainda está no lugar, mas segredos todos nós temos.
Música:
Samba Meu, Maria Rita - Já falei dele aqui é certo, mas não consigo ouvir outra coisa ultimamente. No carro, em casa, no ipod, no trabalho. As notas animadas e ritmadas dos sambas brasileiros, alegres e melodiosas, de português suave e doce, entram no meu ouvido com um encanto e alegrias quase desproporcionais à minha situação actual. Acho que no fundo, gosto de acreditar que em cada música, uma nova esperança vem ao meu encontro. Mais do que tudo, preciso disso.
Séries:
Brothers & Sisters - Dá na Fox (não sei em que dia da semana, mas geralmente consigo vê-la sempre) e na TV2 às sextas-feiras à noite. Sempre gostei de histórias familiares. Penso muitas vezes que se escrevesse um livro (lá estou eu) seria sobre histórias familiares. Gosto da forma incoerente em que as famílias vivem. Aquela maneira de amar tonta, alternada tantas vezes pela ira, pela culpa, pelos segredos, pela forma como todos se perdoam e vivem. Tenho histórias fantásticas na minha família, histórias que também mereciam ser reveladas, lidas, vistas, ouvidas. Qualquer dia falo sobre elas aqui. Até lá, fica apenas o apontamento de que gosto da série e gosto ainda mais da Sally Field. Grande senhora.
Anatomia de Grey - Descobri o vício tarde, mas ficou entranhadíssimo. Tenho um amigo meu que diz que a Anatomia de Grey não é uma série, é uma novela, daí gostarmos dela. Não deixa de ter razão. Esta 'novela' sobre a vida e o dia-a-dia de um grupo atraente de médicos num grande hospital não preza pela imaginação - a fórmula já existe há muito tempo, mas é sempre sinónimo de sucesso - mas como tantas outras séries sobre grupos de médicos atraentes, esta possui um lado humano que me agrada e cativa, diferente de todas as outras. Gosto da forma como as personagens femininas são um dos principais motores de toda a história. Como se revelam em cada episódio. Gosto da dureza e frieza da Cristina, da doçura da Izzie, ou da forma justa e implacável da Miranda Bailey. Gosto da série porque as mostra vulneráveis. Mesmo sendo médicas, mesmo sendo atraentes, mesmo trabalhando num grande hospital.
É a série que neste momento anima os meus serões e nunca perco um episódio. Bendita Fox Life à borla. Foi a melhor coisinha que a TV Cabo pôde fazer.
Vícios largados
Tabaco - Há seis dias que não toco num cigarro. Acabaram-se os cravanços por parte da minha chefe. Confesso que ontem me deu um gozo descomunal, perante um intransigente: 'Mafalda, dá-me um cigarro', dizer-lhe de forma calma e serena e bem na cara a frase: 'Deixei de fumar'. Foi como se o vício tivesse compensado.

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