Como já aqui
disse mais do que uma vez, gostava de voltar a engravidar e de ter outro filho.
No entanto, com tudo o que aconteceu na minha vida nos últimos anos – um divórcio
aos 32 anos – uma filha pequena para criar, um emprego precário onde durante
muito tempo nem sequer recebia o ordenado todos os meses e muitos outros fatores
que entravam em linha de conta, o sonho de voltar a engravidar e dar um
irmão à pequena cria foi ficando em segundo e até terceiro plano.
Entretanto os
anos foram passando e assim como ela foi ficando mais crescida também eu fui
ficando mais velha. Este ano vou fazer 36 e é inevitável não pensar que se a
vida me proporcionar nova oportunidade de engravidar já não serei uma mãe
propriamente jovem, assim como paira a questão do “tempo”, esse traidor, que
nos leva óvulos férteis a cada menstruação.
Quando tive a
Madalena engravidei de um mês para o outro, mas antes tive um problema de saúde
que tive de solucionar – relacionado com o colo do útero – que me fez andar
vários meses a fio a tentar sem sucesso. Só depois de ter sido corretamente
diagnosticada e de ter feito os tratamentos necessários – que ainda levou cerca de um ano - é que tive
luz verde para engravidar. A partir desse momento foi super rápido. Em
Fevereiro a médica dizia-me “Pode começar a tentar” e no mês seguinte, tungas,
já estava de 5 semanas. Na altura tinha 29 anos e achava que já estava a ser
mãe tarde (puuffff), o meu relógio
biológico pulsava que nem um doido e a maternidade era o grande sonho da minha
vida.
Seis anos depois olho esses tempos como
distantes e vejo como e onde é que a maternidade me mudou e volto a ter os
mesmos anseios e receios: o da passagem do tempo, a idade, o ‘se’ ainda será
possível e o quando. Foi numa das minhas pesquisas sobre o assunto que
encontrei este artigo e fiquei com uma nova perspetiva sobre as gravidezes
depois dos 35, acreditando que muitos dos receios nos são incutidos e que a
quantidade de óvulos com que uma mulher nasce não desaparece assim de forma tão
abrupta quanto nos fazem acreditar depois de termos passado a barreira dos 30.
Uma mulher pode engravidar sem grandes problemas até aos 40 anos ou mais. Só a
partir dos 40 é que sim há uma quebra na quantidade de óvulos que uma mulher possui
e a possibilidade de engravidar diminui de forma mais drástica. A partir dos 40 a passagem do
tempo deverá ser feita em ‘meses’ e não tanto em ‘anos’, mas até aos 42 (+ ou -) o organismo ainda 'funciona'. Segundo o artigo, a
maioria das mulheres com mais de 35 anos consegue engravidar de forma natural e
sem complicações num período de 6 meses, à semelhança das mulheres mais jovens
na casa dos vintes. Claro que podem sempre pesar outros fatores; se temos ou não uma vida saudável, uma alimentação equilibrada e boa saúde de uma maneira em geral que podem interferir e que também devem ser levados em consideração, mas que a idade não deve ser, por si só, limitativa de uma gravidez como muitas vezes acreditamos e/ou nas mensagens que nos passam quando chegamos a esta fase da vida.
Aconselho a
leitura atenta a todas as interessadas que já passaram a barreira dos 35 ou que
possam estar atormentadas com o assunto, principalmente na forma como tudo é
explicado e de como a comunidade científica se baseia em dados já ultrapassados
que na maioria dos casos não se adequam à realidade atual.
Gostei tanto do
que li e fez tanto sentido para mim que ando tentada a encomendar o livro da
autora -
The impatient woman’s guide to getting pregnant ( O guia da mulher impaciente para engravidar) - até o nome do livro tem tudo a ver comigo, eu que sou um ser impaciente por natureza. Só por causa deste artigo fiquei mais tranquila e pensei que o meu 'stock' ainda tem pelo menos mais 4 anos até começar a dar sinais de fraqueza. (Ou a acreditar que sim, é possível!)
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