quarta-feira, agosto 29, 2012

Trash TV, casamentos e divagações ao acaso

 

Adoro casamentos e tudo o que a eles diz respeito, por isso é natural que quando dão programas sobre organização de casamentos, escolha de vestidos e coisas que tais, fique presa à televisão que nem traça atraída pela luz. É o fascínio pelo "Trash TV".  O que gosto nos casamentos é toda a preparação que antecede o dia "D", as ideias que surgem, de escolher as coisas, do processo criativo propriamente dito, porque sejamos francos, há casamentos lindos e maravilhosos, mas há outros que são uma grandesíssima seca e que nada têm a ver com um orçamento grande ou pequeno. É pura falta (ou não) de gosto. Não me importo de não ir a um casamento há séculos, aliás, até agradeço, porque uma coisa é gostar de casamentos, outra é gostar de ir a casamentos, mas gosto de todo o processo que a organização de um evento (chamemos-lhe assim) desta envergadura, acarreta.
Ontem dei por mim a ficar acordada até às tantas da madrugada a ver um programa da TV cabo que se chamava qualquer coisa como, "Noiva rica, noiva pobre", onde filmam o casal que se vai casar a escolher as coisas e a organizar todos os preparativos com a ajuda de uma "wedding organizer". Até aqui, nada de novo, é um programa sobre casamento como tantos outros, mas o que me deixa sempre perplexa é a falta de maturidade - e birras (!!!) - de algumas noivas mimadas e completamente infantis, com exigências de fazer corar as pedras da calçada. A maior parte dos casais discute tanto que eu só penso: "mas esta gente vai mesmo casar?!?! Isto não vai correr nada bem". É que a maior parte das vezes mais parece que estão num campo de batalha, a degladiar-se e a ver quem perde ou tem razão, do que na organização de um dia especial que, supostamente, deve ser uma manifestação, formalização, celebração e prolongamento do amor de ambos para a família e amigos.
E a forma como certas meninas se deixam influenciar pelas mães, irmãs e supostas"amigas" na escolha do vestido? E os comentários? Mais parece que estamos perante a Cruella de Vil e que foi tudo com a noiva vê-la escolher o vestido apenas  com o propósito de a axincalhar e deitar cá para fora todo o recalcamento de ainda não terem casado.
Lembro-me que quando me casei de ter sido muito peremptória nessa decisão. Escolher o vestido de noiva comigo, só a minha mãe. Não há cá provas para as amigas, nem sogra atrás, nem nada de nada. Queria aparecer na igreja sem ninguém fazer ideia de como seria o meu vestido, as opiniões que ficassem para cada um e que cada um pensasse aquilo que quisesse. Mesmo assim, a minha mãe só teve direito a ir comigo à prova depois de eu já saber em concreto aquilo que queria e qual a loja que tinha "O" vestido que eu sabia que só podia ser o meu. Portanto, nem foi bem um "ir escolher o vestido comigo", foi mais um "acompanhar-me". Mesmo assim e porque as mães têm sempre de opinar, ainda tentou demover-me da ideia de ir com um vestido caicai e queria porque queria que eu lhe metesse "umas alças". Bendita a hora em que lhe fiz ouvidos moucos e fui a noiva que eu queria ser. E sentia-me linda. Posso dizê-lo com toda a vaidade e falta de modéstia: fui uma noiva linda! Porque se há coisa que me choca nestes programas que vejo - e que também tive oportunidade de constatar quando me casei -, é que por mais que sejam os pais ou os sogros a pagar, a oferecer o bolo, o vestido, o copo de água, seja o que for, o casamento é dos noivos e os gostos que devem prevalecer são os do casal. Uma noiva não deve vestir um vestido apenas para agradar à mãe, à avó, à sogra ou às tias, apenas porque alguém idealizou que assim seria, ou porque tem o argumento do "eu é que pago". Acho de uma crueldade e de um egoísmo sem limites.
Se hoje fazia coisas diferentes? Claro que sim! Se hoje escolheria outro vestido? Provavelmente. Se hoje necessitava de ter tanta gente no meu casamento? Claro que não. Se hoje dava tanta importância a certas coisas que não têm assim tanta importância? Sem dúvida. Acima de tudo, hoje, se me voltasse a casar, simplificava. Porque afinal, não é a festa, nem as barrigas cheias, nem a escolha dos 2 ou 3 pratos no menu, nem os brindes para os convidados, nem o carro com que se vai para a igreja ou para o copo de água que importa, mas sim o sentimento. Por isso, ao mais puro estilo Carrie Bradshaw, até podia ir já ali ao registo e juntar toda a gente à mesa no café de sempre, desde que estivesse feliz, isso é que era (É) realmente importante.
Mas porque continuo apaixonada pelo meu vestido de noiva como quando o vi, mesmo sabendo que hoje em dia há outros, tão ou ainda mais bonitos que também me enchem igualmente as medidas, aqui fica. Nem sabem a pena que tenho de só o ter vestido apenas por um dia.
 

1 comentário:

Paula disse...

Não há nada mais bonito que uma noiva feliz!
http://vidademulheraos40.blogspot.pt/2012/08/carolina-patrocinio-dar-esta-lhe-no.html