Eu realmente sou uma pessoa a quem fenómenos e coisas
estranhas acontecem. A semana passada foi o carro, com aquela cena de chegar à
garagem e de ver o mesmo a servir de coluna de som enquanto o empregado lavava
os carros alheios (o que, convenhamos e para meu ego, comprova o meu bom gosto
musical!) E hoje foi dia de ir arranjar as unhas e de vir de lá com as mesmas
em brasa, tudo porque há 3 semanas, quando fui colocar gelinho, tive uma “saga”
daquelas bem ao meu jeito. Mas primeiro vamos lá contar a história por partes.
Eu não era rapariga de ficar dependente de gelinhos ou de géis.
Pintava as unhas e pronto, isso bastava-me. Mas, (há sempre um “mas”) a verdade
é que isto de andar a pintar as unhas todos os dias, a retocar verniz, a tirar
e a pôr, já me andava a chatear à brava e como odeio ver unhas lascadas, com
verniz a saltar e afins, decidi-me a colocar gelinho. Dura mais tempo, não
precisa de ser retocado e apenas exige manutenção.
Pois, mas a manutenção chateia-me. Isto porque as unhas
começam a crescer e começa a ficar visível a parte da unha, em baixo, que é uma
coisa que me irrita assim ligeiramente e depois porque não consigo arrancar aquilo
sozinha, tenho de ir propositadamente à manicure para esta, com uma broca,
desbastar o verniz todo. E nem sempre é fácil conseguir marcação, assim como
não é totalmente indolor. Resumindo e concluindo, chateia-me também o estar
dependente de uma coisa que não posso retirar sozinha quando quero e me
apetece.
Ora, há cerca de 3 semanas, fui fazer as unhas e decidi-me a
colocar uma cor nova. Verde! (Não se assustem já) Era um verde-escuro, a puxar
para o verde-garrafa e como agora é verão e tal, eu gostei e decidi-me a
arriscar. Na altura recordo-me que não gostei do serviço, achei que tinha sido
tudo feito à pressa, sem o cuidado a que estava habituada e vim de lá a achar
que as unhas tinham ficado mal pintadas. Mas encolhi os ombros e fui à minha
vida. Ora, no dia seguinte, olho para uma das mãos e tinha uma unha a querer
lascar. “O quê? Já?!?!”, pensei - e nem deixei arrastar mais tempo, fui logo ao
centro comercial reclamar do serviço. Quando viram a unha, a senhora que estava
a atender disse logo: “Ai, isso vai ter de tirar tudo, ainda ontem a minha
colega falou em si, já estava à espera que entretanto viesse cá, porque essa
cor tem defeito e vai-lhe acontecer o mesmo a todas”. Posto o cenário animador,
lá consegui marcação para o dia seguinte, um Sábado, às 16h00 – o que é sempre
boa ideia enfiarmo-nos em centros comerciais em pleno fim-de-semana (not!).
No Sábado lá estava eu à hora marcada como menina bem-mandada
que sou. O corner das nails cheio até
à pinha, as marcações todas atrasadas e o centro comercial a abarrotar pelas
costuras. Quando fui atendida, olharam-me para as mãos e disseram que não valia
a pena fazer tudo, bastava apenas arranjar a unha que estava a lascar e mais uma
ou outra que ameaçavam ir a seguir. Disse que não tinha sido isso que me tinham
dito no dia anterior, que seria necessário fazer a mão toda e ela continuava: “Ah, não, a cor está boa, não é preciso”.
Mais uma vez, encolhi os ombros, resignei-me e lá me arranjaram 3 ou 4 dedos,
desbastaram a cor, voltaram a aplicar a base que segura o verniz e toca de
pintar por cima. Quando já tinha pago o parque de estacionamento do shopping e
me encontrava com o carro cá fora, eis que olho bem para as mãos à luz do dia e
verifico que tenho uma das unhas que tinha acabado de ser arranjada a saltar.
Fula da vida, dou meia volta à rotunda, volto a entrar no parque de
estacionamento e a dirigir-me ao corner para mostrar o estrago. Claro que
quando cheguei todas as marcações que estavam para lá de atrasadas continuavam
em espera, sendo eu mais uma. Mostrei o “estrago” e não tive outro remédio a
não ser sentar-me e a aguardar novamente a minha vez. Entre mais duas ou três clientes,
lá me foram atendendo à pressa, entre serviços. Não tiveram outro remédio a não
ser retirar o verniz todo – voltar a
desbastar-me as unhas pela terceira vez – e a colocar uma nova cor que,
garantiram-me, “esta não tem defeito”
e foi assim que do verde passei para o salmão. Saí do shopping eram quase oito
da noite – foram 4 horas com a “saga” das unhas para colocar o dito “gelinho” -
e, por pouco, não chegava atrasada ao espectáculo que ia ver nessa noite.
Durante as semanas seguintes a nova cor lá se foi
aguentando, até que chegou a hora que reclamava por manutenção. Ontem, quando
fui a um centro de estética que há aqui perto de trabalho, verifiquei que
também faziam as unhas e perguntei quanto era: “10€” responderam-me. Metade do que pago - pensei eu - e acedi logo
a marcar. Hoje, lá fui arranjar as unhas – que estavam vergonhosas – e quando a
rapariga me começa a desbastar as mesmas com a broca para retirar o gelinho que
ainda tinham agarrado… bom, ia morrendo!
Como aplicaram gelinho e base de fixação tantas vezes
seguidas, o que restava da cor salmão que ainda trazia, estava de tal forma
agarrado às mesmas e as unhas tão sensíveis e fininhas, que sempre que ela
tentava desbastar aquilo, eu pulava da cadeira.
Toda eu já suava com os nervos, a rapariga já sem saber o que
fazer acabou por retirar os resquícios de “gelinho” manualmente e lá se(me)
safou. Foi uma hora e meia a contrarrelógio – porque fui durante a minha hora
de almoço e não me queria atrasar – em que vi a situação muito mal parada, mas
ela lá conseguiu.
O trabalho ficou bem feito, as unhas estão como novas e
pintadas a cor-de-rosa, além de ter pago metade do que é habitual. (o que
sempre dá para arranjar as unhas mais vezes!)
A partir de hoje uma coisa é certa, voltar ao shopping para
arranjar as unhas naquele corner demoníaco, jamais! A menina brasileira do
gabinete de estética tornou-se a minha melhor amiga (salvo seja), bom, pelo
menos a melhor amiga das minhas unhas! E até estou tentada, numa das minhas
próximas visitas, a arranjar os pés. (E acreditem que isso sim, é que é uma
grande prova de confiança da minha parte!)
Mas agora, que a saga das unhas já terminou, doem-me a valer
até quando escrevo ao computador.
Help!
2 comentários:
Olá Mafalda,
Eu faço "gelinho" há vários anos e a minha esteticista não desbasta com a broca para retirar o mesmo; coloca algodão com uma solução e envolve em prata enquanto trato de outras coisas. Se tiver mais pressa coloca o forno.
Sempre foi assim...
Bjs,
Márcia
Olá Márcia! Ontem também me fizeram isso, mas foi a primeira vez que vi! Deu-me a sensação de que não é tão agressivo para a unha, nem a mesma fica tão debilitada ou fina, mas como tínhamos pouco tempo, acho que ela tentou acelerar a coisa ao máximo com a broca. ;)
bjs!
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