segunda-feira, julho 21, 2014

Do fim-de-semana

 
Acordar cedo, muito cedo nos dois únicos dias da semana em que posso dormir. Ficar de mau humor e dedicar-me às limpezas da casa. A fundo. No pain no game. Receber gerberas rosa fuschia e rosa pastilha do meu amor e azuis com brilhantes escolhidas pela filha. "Que brilham com a luz, mãe!". Enfeitar a casa com jarras bonitas. Fazer bacalhau com natas para o jantar com amigos. Cheesecake de Nutella, receita da Nigella. Pequena cria fazer uma pseudo-birra por ter que dividir brinquedos com uma criança mais pequena que ela e chorar como uma Madalena arrependida. (Sempre que não é o centro das atenções dá nisto.) Domingo, acordar ainda mais cedo do que no dia anterior e voltar a praguejar por isso. Ver desenhos animados no sofá. Sair para ir ao Pão de Canela com amigos brunchar. Ficar naquele bom dolce fare niente até às 16h00 enquanto a vejo brincar no parque em frente. Lembrar-me da letra "M" que na semana anterior tinha visto na Area do Colombo e que na altura decidi não trazer. Arrepender-me. Passar pela loja do Amoreiras para tentar a sorte (porque sou uma mulher de impulsos e sempre que meto uma coisa na cabeça a resolução é, quase sempre, imediata). Encontrar o último "M", vibrar com isso, pensar "What is meant to be, is meant to be", agarrá-lo forte e, pelo meio, trazer para casa mais umas quantas letras. Escrever "L-O-V-E" na parede.
Adormecer no sofá e ir para a cama com maquilhagem.
Sem culpas.



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