A minha vida tem dado muitas voltas e em todos os momentos mais críticos ou decisivos, o medo - esse bicho papão - esteve sempre presente. Faz parte da natureza humana ter medo. Eu tenho-o e sinto-o muitas vezes e não tenho pudor nenhum em assumi-lo. O medo faz-me parar, reflectir, ponderar e hesitar. Não me faz melhor nem pior, mas também acho que não ter medo não prova apenas coragem, mostra também muita insensibilidade, por isso, ter medo, para mim, nem sempre é um defeito, também mostra alguma humanidade. O truque aqui passa por saber dominar o medo. Enfrentá-lo, olhá-los nos olhos e não nos deixarmos petrificar por ele. Porque há o medo que coage, que intimida, que ameaça e esse tem sempre uma natureza maldosa, é negativo por si só, mas depois há o medo do fracasso, o medo real de falhar, o medo que nos faz dar o salto no desconhecido e muitas vezes seguir em frente. O medo que nos liberta. E quando isso acontece, quando damos o salto, quando nos libertamos, não há melhor sensação. É pura paz de espírito. Mesmo que saibamos que ainda nos espera um longo, tortuoso e incerto caminho pela frente.
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