quarta-feira, dezembro 16, 2009

encontros com o passado

Ontem, enquanto fazia compras de Natal no Toys R´Us, e quando estava na caixa, eis que me deparo com a minha ex-patroa. A directora da agência onde trabalhei, que se encontrava na caixa ao lado, já a pagar e de repente, se virou para trás e dá de caras comigo. Sorriu muito e disse-me 'Olá Mafalda', cmo se tivesse tido um prazer sentido em ver-me, como se até fosse uma pessoa simpática e preocupada. Eu também sorri, embora amareladamente e perguntei: 'está tudo bem?', como mandam as leis e os protocolos da boa educação.
Não esboçei mais nenhum sorriso, não tentei fazer conversa, não perguntei como vão as coisas.
Não me apetece falar da minha filha a quem nunca sequer, teve a decência de me ligar a dizer que não me iam renovar o contrato, quando foi ela que assinou a folha. Não me apetece dar justificações da minha vida, se já estou ou não a trabalhar, a quem só o quer saber para seu próprio conforto pessoal, tendo a satisfação de confirmar que continuo na merda. Não me apetece ser cínica ou mentirosa e fingir que está tudo bem quando não está. Não me apetece saber se a outra já pariu o Sebastião, se têm mais clientes, se houve aumentos ou se as intrigas continuam na ordem do dia.
Não me apetece nada, por isso nem me mexi. Fiquei ali, na caixa, ao lado do meu marido, enquanto ela empatava na caixa ao lado a ver se à saída ainda nos cruzávamos.
Felizmente não aconteceu.
Isto de estar tanto tempo em casa, sozinha, enclausurada e fechada na minha própria concha, faz-me ter cada vez menos paciência para os outros, principalmente para quem não merece.
O que era o caso.

1 comentário:

Clementine Tangerina disse...

Ha pouco tempo também me aconteceu o mesmo na area...mas a mula da minha ex-chefe fingiu que nao me conheceu mas eu nao me fiquei..."olá como está? inadmissível nao se lembrar de mim..." e fui embora...

Gente parva...