domingo, dezembro 13, 2009

turbulência

É raro lembrar-me dos sonhos. Quando isso acontece, geralmente, é porque, ou acordei a meio de um e a imagem viva do sonho permaneceu, ou o sonho em si tinha algum elemento forte que me transtornou ao acordar e me fica na cabeça o dia todo a matutar.
Tive uma altura em que sonhava constantemente com desastres de avião. Sonhava com aviões que chocávam contra montanhas, aviões que caíam quando iam a levantar voo, aviões que explodiam, e por aí fora... acho que foi a minha fase '11 de Setembro' e ainda hoje, sempre que vejo um avião a descolar, tenho aquele fascínio macabro que me remete automaticamente para os sonhos, como se estivesse na eminência de uma desgraça.
Também me é muito comum sonhar com água. Águas tempestivas, águas turbulentas, águas agitadas, tal é a revolução que normalmente vai cá dentro. Já pesquisei várias vezes sobre o assunto e quase todas remetem para o mesmo: 'turbulência', 'stress', 'ansiedade' e demais coisas negativas por aí fora...

Ontem e hoje não foi excepção.

Ontem sonhei com uma onda gigante que veio, sem darmos conta, enquanto estávamos numa esplanada e 'varreu' tudo numa questão de segundos. Apesar do drama, consegui salvar-me, eu e ele, porque só nós dois é que estávamos presentes no sonho. E não escapámos apenas de uma onda, mas sim de duas e tentávamos que nem loucos subir a uma falésia alta. Alta o suficiente para não sermos colhidos pela onda. Lá conseguimos. Falei-lhe no sonho e ele riu-se. Tenho um marido que adora a temática 'catástrofes naturais', por isso, tudo o que são documentários e blockbusters sobre o assunto, ele 'está lá', se possível, sentado na primeira fila... daí ter achado piada e se ter rido. Já eu, não gostei nada daquela sensação de lutar pela vida e andei o dia todo a lembrar-me do momento em que aquela parede de água cresceu na minha direcção e eu me senti impotente e pequenina perante o desenrolar dos acontecimentos.
Hoje, bom... hoje sonhei que tinha de atravessar uma ponte de madeira sobre ondas do mar. Não sei de onde vinha, nem o que estava ali a fazer, mas lá estava eu, como se da praia viesse, de havaianas nos pés e saco à tiracole, a atravessar um mar imenso, bravio e tumultoso, sobre uma ponte de madeira, como aqueles passadiços que existem nas praias e que nos levam sobre o areal.
Desta vez ele não estava comigo. Eu estava com uma amiga (que nunca vi, nem mais gorda nem mais magra e que nem a cara ou feições, consigo recordar), mas ali estávamos as duas, quando vimos, ao longe, o desabamento de uma parte da falésia que estava junto à costa que provocou outra mega onda... e nós ali, na ponte, no meio do mar, a ver todo aquele cenário a vir ao nosso encontro...
Não sei como acabou este sonho. Não me lembro do final, não sei se acordei entretanto, não sei se me salvei. Só sei, que quando sonho com águas turbulentas é porque algo no meu intímo não anda bem.

Ou isso, ou o filme 2012 deixou-me muito impressionada.

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