sexta-feira, outubro 16, 2015

Da casa


Já vivi em muitas casas. Muitas mesmo. Em todas gosto de ter o meu cunho pessoal, de senti-las como minhas, de deixar a minha identidade, mesmo que tenha noção de que a minha presença nas mesmas possa ser passageira. Não gosto de mudar de casa, detesto aliás. O encaixotar a vida e carregá-la para outro espaço começando tudo de novo é coisa para me demover, mesmo quando tem de ser. Não gosto do processo, mas gosto do depois, do decorar, do encontrar novos sítios para as coisas, de comprar outras novas consoante as necessidades que vamos encontrando, de vê-la 'crescer' e ganhar forma. A mudança para esta casa, por ter sido na altura que foi - logo no primeiro mês do meu pós-parto, o estar sozinha em casa a fazer a maior parte das coisas - tanto antes como depois - o de ter um bebé tão pequenino para cuidar, sinto que exigiu demasiado de mim. Ao fim de dois meses de vivência neste novo lar as coisas já encontraram o seu sítio - embora nem todas me deixem particularmente satisfeita. No processo de mudança, seja ele qual for, há sempre coisas que nos tiram da nossa zona de conforto, que nos colocam à prova, que nos testam, mesmo que seja apenas a mudança de uma casa. Neste novo lar ganhámos  numas coisas mas perdemos em outras. Eu confesso que ainda me estou a adaptar ao facto de ter muitos mais vizinhos (alguns bem barulhentos por sinal), ou o viver numa zona muito mais movimentada da cidade onde há barulho dia e noite. Mas em compensação os meus filhos têm um quarto cada um para dormir e brincar e a mais velha tem até um parque infantil em frente onde todos os dias, mal chega da escola, pede para ir.  
E isso, por enquanto, basta-me.

1 comentário:

Opinante disse...

Eu mudei-me há 2 semanas e meia e tem sido um desafio ;)