segunda-feira, outubro 26, 2015

Festas de aniversário do Séc. XXI



Desde quando é que organizar uma festa de aniversário para os miúdos se tornou numa logística tão complicada e complexa, quase semelhante à organização de um casamento? No meu tempo não era nada assim. Havia um bolo, geralmente feito pela nossa mãe e nós já ficávamos felicíssimos com isso e se, pelo meio, os pais pudessem juntar na mesma mesa alguns familiares e amigos da escola, era a loucura! Não me lembro de ter tido festas temáticas, distribuir convites com duas semanas de antecedência na escola, da minha mãe andar louca com o tema da festa ou com a produção de um bolo em cake design, nem tão pouco de ter animação, insufláveis ou qualquer tipo de brincadeiras criadas com o único propósito de nos entreter. Aliás, não me lembro de ter quase festas de aniversário. Lembro-me do dia em que fiz 5 anos e em que recebi uma maleta de médico. Em todas as fotografias tiradas nesse dia lá está a famosa maleta agarradinha à minha mão como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. E eu vestida com um vestidinho bordeaux que tinha um laço de veludo no peito e uns sapatinhos de fivela, qual Doroty do Feiticeiro de Ozz. 
Hoje em dia as festas de aniversário entraram num patamar tal de show-off, que damos por nós a hiperventilar vários meses antes à procura do sítio, a deitar contas à vida por cada cabeça e criança que a cria quer convidar, a ver e a tirar ideias do pinterest para recriar, a procurar na internet contactos de animação e pinturas faciais, ou a encomendar com mais de um mês de antecedência o bolo de acordo com o tema geral. Resumindo: a gastar uma pipa de massa para umas horas, já para não falar na nova tendência de festas com loiças de porcelana e os produtos expostos como se fosse uma apresentação temática, que essas disparam qualquer orçamento. 
Até a Madalena fazer 6 anos as festas foram sempre em casa, apenas com a família mais chegada e com um almoço ou jantar onde, no fim, temos bolo e mesa farta com coisas feitas por mim. Só o ano passado é que dada a situação de ir fazer 6 anos me predispus a fazer uma festa num sítio onde ela pudesse convidar os amigos da escola. Mas isto de se fazer anos em Novembro e de não se ter casa grande é um pau de dois bicos... é que por um lado, para convidar os amigos temos de alugar ou encontrar um sítio/espaço que permita que caibam todos e, em Novembro, não há parque que nos salve devido ao tempo, o que significa que temos de abrir a carteira e pagar por uma festa num espaço fechado. 
Como o ano passado ela teve isso, este ano também quis fazer algo semelhante. Tive sorte e encontrei um sítio onde não pago pelo espaço mas fica a meu cargo toda a decoração e comida necessárias. Tive igualmente de tratar dos convites e de fazer as coisas com algum tempo de antecedência de forma a garantir que fica tudo feito a tempo e horas. É já Domingo que a cria mais velha faz 7 e, claro, está em ânsias. Já eu, estou com o nervoso miudinho para que corra tudo bem e que termine, para finalmente poder descansar!
Ah, e pelo meio, também eu faço anos! Mas isso, acho que já nem conta!

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