Tenho pensado muito em ser mãe novamente. Acho que é o meu relógio biológico a dar sinal de que ainda está vivo passados cinco anos da experiência da maternidade com a pequena cria. Com 35 anos e a caminho dos 36 não sei se repetirei a experiência da maternidade novamente e isso, deixa-me triste e apreensiva. Precisamente porque sei o quanto altera a nossa vida - e com a gravidez e nascimento da M. soube-o da pior maneira, perdendo o emprego que tinha - também sei o quanto exige de nós e, acima de tudo, o quanto é necessário um bom apoio familiar, ajuda, custo - sim, porque nao brinquemos, ter filhos pode ser maravilhoso mas é tudo menos barato e eu, neste momento, não ando propriamente abonada. E depois vem a p*** da idade. Já não sou nenhuma jovenzinha. Tenho 35 anos e plena consciência de que as minhas probabilidade de engravidar com facilidade são cada vez menores. Vejo o tempo a passar e sinto-me um pouco angustiada. Divido-me entre o desejo profundo de repetir a experiência e a consciência de que, neste momento, se o fizesse, seria doida varrida. Se já me vejo aflita para cumprir com todas as minhas obrigações ao longo do mês, com o dinheiro praticamente contado para tudo, um carro a caminho dos 10 anos e com muita quilometragem em cima, uma casa velha, um ordenado fixo, é certo, mas ainda escasso face às minhas necessidades e um emprego onde me encontro vai fazer um ano - que tem sido uma bênção às minhas preces - mas onde, tenho plena noção de que se engravidasse agora seria prejudicada face ao que já consegui alcançar, as probabilidades de me ver, grávida, num futuro relativamente próximo, são escassas. Muito escassas. Diria mesmo, nulas.
Mas esta semana, depois de ter estado com um bebé com pouco mais de um mês e meio no colo, sonhei que estava grávida. Vi-me, em cima de um palco, a representar com um grande barrigão.
Duas situações inusitadas: a representação e a gravidez. Ou melhor, dois sonhos recalcados.
Acho que é mais isso.
2 comentários:
Ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito às condições dadas às mães (ou à falta delas).
Mesmo assim não deixes de sonhar. Olha que a minha mãe teve o Gustavo com 46 anos e correu tudo lindamente. E ela até diz que teve mais paciência para ele.
P.S. Eu lembro-me de te seguir na altura em que a M. nasceu. Num outro blog e eu também com outro blog. Depois perdi-te o rasto e agora voltei a encontrar-te :)
Que engraçado! Seguias o blogue da Madalena e agora voltaste a encontrar-me? Isso sim, são boas notícias ;)
(a blogosfera é um penico!)
;)
Enviar um comentário