domingo, maio 30, 2010

...

Neste momento a minha vida está a modos que caótica: trabalho numa casa de loucos onde tenho dias em que faço 16 horas seguidas sem ganhar um tostão a mais por isso e onde, se chegar 15 minutos depois das 9 da manhã, me descontam ao minuto no ordenado..., a minha filha anda transformada num pequeno demónio - principalmente ao fim-de-semana -, não quer saber da mãe para nada - só chama pelo pai - e o meu casamento atravessa uma pequena (grande) crise. Não há rotina que não dê cabo do amor e é preciso duas pessoas para que isso aconteça...
Ora, se bem me lembro, diziam as previsões astrológicas no final de 2009, que 2010 ia ser o meu ano! O ano do escorpião, onde todos os meus sonhos se iriam realizar.... pois bem, já vamos a meio do ano e não vejo sequer sinais de isso acontecer.

segunda-feira, maio 24, 2010

diz que vão acabar com os portageiros...

...já a partir de Junho! E agora, como é? Se a Brisa vai rescindir contrato com 1200 trabalhadores/portageiros e substituir os mesmos por máquinas, como é que eu vou arregalar os olhinhos a caminho de casa, depois de um dia de trabalho, se não vejo o ' meu Adónis' que todas as semanas recebe o ticket e me deseja 'Boa viagem'? Humm?!?
Está mal!! Está muito mal! Acho que vou escrever uma carta à Brisa a queixar-me que nos habituam a um serviço de 'qualidade' e que depois, não basta já a malta pagar todos os dias a chulice de 4,20€ só para fazer uns míseros 20 kms (de ida e volta), como ainda nos tiram o único 'bombom' associado ao mesmo...
Mais 1200 pessoas para o desemprego, é o que é... Este país vai de mal a pior.
Outra coisa que ultimamente me fez ficar fula da vida é a questão do IRS ir aumentar já a partir do mês de Junho... Ora, se aquando da minha contratação me engaram em relação ao meu ordenado e eu já ganho menos do que aquilo que esperava (bem menos) e se, a partir de Junho, o valor que desconto para o IRS ainda será maior... bom, não tarda nada, mais vale ficar quietinha em casa e não gastar perto de 500 euros por mês em portagens e gasolina para ir e vir trabalhar, porque senão, qualquer dia, ainda tenho é de pagar para trabalhar! E dar graças a Deus por isso...
E depois aumenta tudo: a creche da miúda, a renda da casa, a água, a luz, o gás, o telefone, o pão, os bens mais essenciais, mas os ordenados estão cada vez mais magros, mais reduzidos e exigem à classe mais desprovida de poder de compra os maiores sacrifícios, retiram-nos o 13º mês, comem-nos parte das regalias, não usufruímos de nada: temos um serviço de saúde de merda, um abono de merda, creches de merda, regalias do estado de merda...
Confesso que nunca pensei ver Portugal assim e digo, com a reinvindicalista que há dentro de mim, que tenho medo, mesmo muito medo de onde isto vai parar. Assusta-me a ideia de uma guerra a nível europeu, por exemplo - num cenário mais extremista e fantasioso - e assusta-me ainda mais ter uma filha pequena a crescer num ambiente incerto, onde a mãe possui um trabalho precário sem qualquer tipo de salvaguarda e o pai, apesar de fixo, não pode dizer que de hoje para amanhã não será demitido. Porque já não há empregos seguros e porque sem um nome de família sonante, uma herança que nos garanta cunhas e um lugar confortável resultante do status adquirido, somos uns 'zés ninguéns', povo esquecido e resignado à sua condição mais insignificante.
Sim, tenho uma alma esquerdista muito forte dentro de mim. Cada vez mais.

quinta-feira, maio 20, 2010

curtas

  • O tempo tem sido pouco porque ando absorvida por trabalho e quando não ando, estou tão cansada que nem me apetece vir aqui escrever o que quer que seja. À noite, quando chego a casa e já depois de ter deitado a miúda, só quero a minha cama e dormir, nem ligo o computador. Acabaram-se os serões em redor do portátil e as horas intermináveis no facebook até às tantas da madrugada. Não dá, não consigo, basta-me fechar os olhos que adormeço em segundos.
  • O ambiente na agência tem dias, mas é, de um modo geral: MAU. A semana passada o senhor director regressou do estrangeiro - depois de um mês quase de ausência - e colocou logo a casa toda em rebuliço. A gritaria era tanta, que andava tudo à beira de um ataque de nervos. Em dois dias, duas megas discussões com dois colegas, mas mesmo daquelas baixo nível onde, entre outras pérolas, apelidou as pessoas de 'deficientes' e mandou-as para 'o raio que as parta'. É bonito de se ouvir, não é? (NOT) Eu fico sempre chocada com estes actos e gestos, principalmente por parte de quem chefia uma casa. Acho de uma prepotência sem limites, de uma falta de respeito pelos colaboradores, pela equipa que afinal, mete todo o seu negócio de pé, mas isso de nada parece valer sobre quem tem de ter sempre a última palavra mesmo que seja pelos piores motivos. Só digo isto: se fosse comigo, não teria a passividade que os meus colegas tiveram. Acho que me passava e rodava a baiana da mesma maneira histérica e descontrolada com que ele o faz. Podia ser despedida na hora, (era-o de certeza absoluta), mas vinha de alma lavada, porque mesmo sendo patrão, não tolero faltas de respeito. Que critiquem o meu trabalho, que digam cobras e lagartos sobre a minha competência, mas o insulto puro e duro, só porque 'acha que pode', comigo não resulta.
  • Por causa disso, tive dias em que só me apetecia dizer que me ia embora e que não estava para tolerar isto. Aliás, estou aqui há quase 2 meses e já foram despedidas umas 4 pessoas, além da rodagem de entra e sai - algumas pessoas nem 2 semanas cá estiveram - nos entretantos... Por isso, 2 meses meus aqui, uau, já está a ser a loucura! Mas pronto, há dias melhores e outros piores e nada que uma boa noite de sono não resolva. Há dias em que faço um esforço tremendo para estar aqui e outros em que penso: 'olha, ao menos estás a trabalhar, vai aguentando'. E pronto, assim se vão passando as horas.
  • Apesar de tudo ando a mandar cv´s e a tentar fazer contactos, mas isto está tudo menos fácil e as respostas não têm sido positivas, mas a esperança é a última a morrer.
  • As colegas são estranhas, pouco simpáticas e algumas um pouco falsas... Já começo a perceber quem é que empurra sempre trabalho para quem, quem se descarta e quem só é simpático comigo quando lhe é conveniente, além dos 'lambe-botismos' típicos de qualquer organização que se preze.
  • Tenho saudades de trabalhar em bons ambientes, de ter colegas porreiros, de saber que fora do trabalho posso, por exemplo, ir beber uns copos com eles, como acontecia nos meus primeiros anos de trabalho... queria muito regressar à imprensa e tenho feito contactos nesse sentido. Não tem dado em nada, mas acredito que vou conseguir! O pensamento positivo faz maravilhas... (ou assim espero).
  • E pronto, com estas me fico, que já devia de estar a caminho de casa - ou melhor, entalada no trânsito infernal com que me deparo todo o santo dia - para ir ter com a minha 'ferinha' júnior e tentar encontrar um pouco de paz longe daqui...

quinta-feira, maio 13, 2010

Fizz Limão

Tirando a minha cara de parva - que está uma coisa pura e simplesmente pavorosa - concentrem-se apenas e só no belo do geladinho, ok? É que ontem, depois de tanto ouvir falar no regresso do Fizz Limão na rádio, e de eu própria, quando era miúda, adorar o sacana do gelado e ter apanhado um desgosto quando o mesmo acabou, decidi sair na minha hora de almoço - que não posso passar a vida aqui enfiada sem respirar sequer ar "puro" durante 15 minutos - e descer à pastelaria que há em baixo do prédio para comprar o belo do geladinho.
Para começar achei-o pequenino e levezinho, depois, achei-o com muito gelo, e o tão aguardado creme, que era a cereja em cima do bolo (neste caso, o melhor do gelado)... Bom, achei que já não é o que era, nem tão cremoso, nem com o mesmo sabor.
Resumindo: o Fizz voltou mas não me convenceu. Ou isso, ou 20 anos sem provar uma coisa e com tamanhas expectativas em relação à mesma, deixam-me sempre defraudada.
Acho que tenho de comer outro para ter bem a certeza.

quarta-feira, maio 12, 2010

desabafo curtinho

Acho que envelheci uns dez anos (no mínimo) em mês e meio de trabalho.

Depois aprofundo, porque o tempo é-me cada vez mais escasso.