terça-feira, abril 25, 2006

Charneca em flor



















O Alentejo é inspirador. A paisagem coberta de um longo tapete verde e fofo convida a entrar e, salpicada de brancos, amarelos, púrpuras e vermelhos, parece tirada de uma tela de um pintor impressionista.
Estes quatro dias souberam a mais. Foi como se estivesse realmente de férias. Aqui o tempo é controlado pelo cantar das cigarras, pela ausência de televisão (adorei), pela leitura a que me dediquei, pelos passeios de bicicleta que demos, pelas estrelas cadentes que contámos à noite, pelos desejos (muitos) que pedi e por todos os sítios que visitámos (Montemor-o-novo, Évora, Arraiolos, Alcácer do Sal, Comporta, Sevilha, Setúbal e finalmente... Lisboa)
Foi bom. *

sexta-feira, abril 21, 2006

Está quase....















Depois de muitas indecisões e de possíveis destinos ponderados para uma escapada de 4 dias, lá encontrámos à última da hora (é sempre assim) um sítio com tudo aquilo que gostamos. Sossego e descanso era fundamental e, como somos ambos apaixonados pelo Alentejo, eis que decidimos ir até Montemor-o-novo, para um 'monte' que nos encheu as medidas.
Os próximos dias serão passados aqui.
Mal consigo esperar para partir.

quinta-feira, abril 20, 2006

O tigre e a neve


















. Eu sei que a fórmula é um pouco semelhante à do 'A Vida é Bela', que também mete uma guerra (desta vez mais actual) e que os personagens até são os mesmos (Roberto Benigni e Nicoletta Braschi), mas 'O Tigre e a Neve' tem a doçura das coisas simples que me atraem e tocam bem cá no fundo. E voltei a emocionar-me com o descontrole apaixonado de quem ama, com a poesia das palavras que tanta falta nos fazem à vida e nos milagres que o verdadeiro amor move.

. Antes de ir ver o filme vi um pequeno trailer no canal Hollywood com depoimentos dos actores. Benigni dizia que não confia em pessoas que não riem. Que quem não ri é geralmente malicioso e ambicioso e que quem ri, num riso aberto e franco, é como uma árvore sólida que abana. Eu penso o mesmo. Talvez por isso goste tanto dele. *

terça-feira, abril 18, 2006

Swap de Abril




















. Será a primeira vez em que irei participar nestas 'trocas' ou swaps com outras pessoas da internet. Convidaram-me através do grupo do Flickr e eu aderi, apesar de na altura não estar muito convicta sequer de como todo o processo se desenvolvia. Durante alguns dias não liguei muito à ideia, mas ontem atingiu-me em cheio e pensei; 'bom, se até já tenho o nome e morada da feliz contemplada com quem irei trocar algumas coisas feitas, se calhar o melhor é pôr mãos à obra'. E assim foi. A última semana retirou-me algumas forças e o cansaço constante invadiu-me. Resultado? Não fiz absolutamente nada. Foi a inércia total. Mas ontem lá me sentei, convencida de que tinha de domar o fio de algodão para fazer novas pregadeiras e ter ideias para os colares. E foi assim que nasceu este cujo único propósito é ir na caixinha pelo correio, juntamente com mais algumas coisas mimosas. Confesso que já não sei o que é receber encomendas pelo correio há muito tempo e acho que a alegria de abrir um pacote, envelope, ou simples postal, é sempre muito mais vibrante e emocionante do que receber um envelope no canto inferior direito do nosso computador - se bem que a falta dele também me provoque ansiedade.
Agora só falta adicionar alguns pormenores, um ou outro mimo e está pronto para seguir viagem. Espero que a minha 'amiga secreta' goste.

segunda-feira, abril 17, 2006

depois da ausência... o regresso


















. A Páscoa passou rápido. É a desvantagem de quem não vai de férias nesta altura. A tarde de quinta-feira livre de obrigações 'laborais' deu para matar saudades dos tempos de estudante em que ficávamos no Bar Terraço do CCB a tarde quase toda. A Helena e a Liliana fizeram-me companhia e juntas, com o Sol a bater-nos no rosto, ficámos horas na amena cavaqueira.
Soube bem, mas soube a pouco.

. A sexta-feira santa ficou marcada pela ida para a Ericeira. Às vezes penso que é um desperdício ter lá a casa sempre vazia e não aproveitar mais fins-de-semana para fazer escapadinhas. É certo que não se trata de uma 'escapadinha' a sério, porque fica perto e porque já conhecemos o sítio de 'gingeira', mas sempre se muda de ares, se vê mar e se muda de paragens. A família Felipe (Cátia, Pepe e Mafaldinha) pregaram-nos uma surpresa e decidiram aparecer para jantar! E o que pensávamos que iria ser um pacato serão a dois, converteu-se afinal num divertido serão a cinco! Improvisou-se um bacalhau à brás - porque manda a tradição comer peixe nesta data - e ainda deu tempo para dar um saltinho ao bar de jazz da vila (pequenino é certo, mas simpático). Passaram lá a noite. No dia seguinte quando acordámos já tinham partido. Adorei a surpresa amiga * Tens de fazê-lo mais vezes.

. Domingo foi dia de rumar até às Caldas para o almoço com pais e sogros. O dia passou rápido, eu voltei a receber lírios lilases - que embelezam novamente a minha casa de banho e que vieram propositadamente de Castanheira de Pêra até Lisboa - e passeámos muito, pela Foz do Arelho, pelo Bom Sucesso, pela Praia del Rey , até ao Baleal . Vimos o sítio dos nossos sonhos para instalar o nosso bar e/ou negócio de turismo rural. Certezas quanto aquilo que gostaríamos de fazer das nossas vidas e ideias há muitas, falta apenas o mais importante de tudo: capital. Por instantes tivemos vontade de vender tudo e mudar radicalmente de vida. E sinceramente, acho que já faltou mais...

. Ando a experimentar fazer pregadeiras em fio de algodão - a pedido de várias famílias que querem os mesmos modelos de Inverno, adaptados ao Verão.
Comecei hoje a trabalhar no assunto. O cansaço não me tem dado vontade de fazer absolutamente nada. O fio é difícil de trabalhar e dá luta na agulha - vamos lá ver até onde a minha paciência está disposta a ir - acho que o resultado não fica tão perfeito como com a lã, mas brevemente mostrarei o resultado.

domingo, abril 09, 2006

dia bom



















Há dias assim, que nos enchem o coração de alegrias e a vida de sentido. Dias que nos renovam a alma e nos deixam de sorriso tosco nos lábios, que nos fazem sentir vivos e agradecidos por estarmos rodeados daqueles que mais falta nos fazem; a família e os verdadeiros amigos.
Hoje foi um desses dias. Um Domingo que me fez acreditar que a felicidade é feita de momentos e não um sentimento constante e eterno. (mas isso eu já andava desconfiada)

. Festa de aniversário da Mafaldinha, a 'sobrinha' mais simpática, bem-disposta e divertida que alguma vez pensei que pudesse ter! Há três anos atrás a C. apanhou um valente choque quando descobriu que estava grávida. A vida ainda era outra, acabáva-se o curso, o trabalho era precário e as condições para criar um filho eram poucas. Chorou baba e ranho - se é que posso caracterizar a situação assim - pensou que o mundo ia acabar... hoje, o mundo dela não só cresceu, como se tornou num sítio muito mais bonito.

. Festa de aniversário da Mariana. E vão sete. A minha família é assim. Quando nos juntamos, fazemos sempre arraial. Falamos alto, rimos, cantamos, dançamos, comemos, bebemos e toda a gente fica contente. Hoje não foi excepção. Família ligada à música desde sempre, o aniversário da neta foi apenas mais um pretexto para o meu tio ir buscar o acordeão e dar baile à malta toda. E o que nós gostámos. Há muito tempo que não me divertia tanto. Ficámos a saber que mais um bebé está brevemente a chegar (Parabéns Célia) e que esperam que eu seja a próxima a trazer a boa nova.
Quem sabe... quem sabe...

sexta-feira, abril 07, 2006

Já cheira a fds



















Em contagem decrescente para:

. Uma noite animada em casa de amigos, com o microfone numa mão, a garganta afinada e os olhos fixos no ecrã da... televisão! Pois é isso mesmo, eu falo, falo, mas depois faço programas de 'cota', mas que me divertem à brava. Hoje vamos todos para casa da Rita e pôr estas vozes de 'cana rachada' a fazer brilharetes no karaoke. Só espero é que tanta gente e barulheira junta não tenham repercussões na vizinhança... é que se fosse lá em casa, de certeza que tinha a minha vizinha de estimação - uma senhora já com alguma idade que adora vir bater-me à bota - a queixar-se do barulho.

. Este fim-de-semana promete ser rico em... calorias e... crianças! Duas festas de aniversário, assim de uma mão cheia e todas no Domingo. Apenas com a diferença de que uma é em Alcobaça e outra em Torres Vedras! E lá vamos nós andar numa verdadeira maratona de presentes, qual Pai Natal, a comer croquetes num lado e bolo de chocolate no outro.

. Quero muito, muito, muito ir ver este filme. Adoro a graça infantil e sonhadora do Benigni.

Bom fim-de-semana
*

quarta-feira, abril 05, 2006

o dilúvio e a menina das sandálias



















. Qualquer semelhança com a realidade não é pura coincidência. É mesmo verdade. Necessito do fascínio das flores para encher o meu dia de pormenores de beleza. Neste momento lá em casa existem lírios lilazes que vieram de Castanheira de Pêra até Lisboa, tudo porque até a minha sogra já se deu conta deste meu fascínio.
. Voltei às pregadeiras. Já há imenso tempo que não fazia nenhuma, mas ontem como estava frio voltei a pegar nas agulhas e nasceu outra de laço e pedras floridas. Disponível aqui.
. Hoje chove torrencialmente... e eu vim de sandálias! (Qual pezinho de princesa). Do parque de estacionamento de onde trabalho até ao edifício separam-nos apenas alguns metros, mas foi quanto bastou para me deixar com os pés completamente encharcados. Quando saí do carro o cenário era semelhante a um dilúvio de pequena escala e eu nem a barca de Noé tinha para me salvar - nem um chapéu de chuva havia na bagageira. O mundo pode acabar, mas eu vou de sapatos dourados...
. Tenho descoberto imensa gente na internet. Gente essa que conheci em tempos e com os quais fui perdendo contacto. Já aqui falei durante esta semana de como essas descobertas me têm de certa forma afectado. É como se por instantes visse o passado novamente a ser-me atirado à cara. Hoje tive duas novas surpresas. Dois ex-colegas de faculdade que se tornaram literalmente 'ratos de biblioteca' e que devem ter gostado tanto do cheiro a môfo dos livros que nunca mais deixaram a vida académica e a de um ex-namorado, o primeiro que tive, açoriano do Faial, que até já se encontra casado! (apesar de até eu já me encontrar casada, quando sei destas notícias nunca consigo ficar indiferente! eh eh eh).

terça-feira, abril 04, 2006

Change


















A partir dos 25 anos a vida muda.
Após um quarto de século a descobrir os prazeres da vida, acalmamos a adrenalina da juventude, começamos a gostar do sabor do sofá e dos serões em família, deixamos de achar piada às bebedeiras de Sábado à noite porque nos deixam de cabeça a latejar e a boca a saber a papel, tentamos deitar-nos cedo ao Domingo porque Segunda-feira é dia de trabalho, e ao contrário do que acontecia nos tempos de escola, não podemos faltar à aula da manhã. Compramos casas a deitar contas à vida e aos metros quadrados que achamos sempre que não serão suficientes para juntar toda a gente, se há espaço para o quarto dos brinquedos das crianças, ou espaços verdes onde possam andar de bicicleta… damos por nós a olhar para as roupas de grávidas, a babar-nos quando vemos um bebé e a sentir o nosso relógio biológico a disparar o alarme que nem louco. O divertimento máximo é juntar os amigos, igualmente casados ou juntos, em alegres jantaradas lá em casa. Organizar sessões de karaoke e cantar velhos clássicos dos bons anos 80, reviver o Verão Azul, ou a música da abelha Maia. Achamos que os livros da ‘Anita’ é que eram didácticos e inocentes, que na nossa infância é que haviam desenhos animados educativos e que fazer desporto é fundamental para a saúde – principalmente quando começamos a constatar que a gordura se instala na parte abdominal – nós que sempre fomos magras, mas que agora somos igualmente atingidas por essa praga que é a celulite.
Damos por nós a analisar o rosto ao espelho à procura das primeiras rugas, acordamos cheias de olheiras e por mais corrector que coloquemos não as conseguimos disfarçar, limpamos a pele ao deitar, porque é de noite que ela respira e já não vamos em cantigas de bandido, mesmo quando ainda nos façam bem ao ego. Adquirimos gostos refinados que antes eram inadmissíveis, (chupar caracóis em vez de os comer com a ajuda de um palito é algo que está fora de questão!), trocamos o campismo por um bom quarto de hotel, e preferimos qua-li-da-de em vez de quan-ti-da-de.
Aos 27, a minha vida anda muito perto desta descrição, que apesar de exagerada, não deixa de ter pontos comuns. Apesar de não parecer, gosto dela assim. Não trocava os meus 27 anos pelos meus 20, mas não deixo de dizer que esses sim, é que eram bons tempos!