quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Sou uma Dory de fraca memória

Olha, afinal é verdade e eu não sabia!
Afinal, o Christoph Waltz já tinha ganho o óscar de melhor actor secundário em 2010, com a sua representação em Inglourious Basterds do Tarantino.
Pronto, sendo assim, I rest my case e o universo volta a fazer sentido. Ele já tinha ganho e eu pensava que não. Sou mesmo uma Dory  do mundo cinéfilo com uma fraca memória.
Então e posto isto, não era altura de agora terem nomeado o DiCaprio em vez do Waltz, uma vez que o homem até já tem uma estatueta em casa e o Leo está para lá de genial? Dar oportunidades a outras pessoas para não serem sempre os mesmos? Digo eu...

Prevê-se que neve esta noite...

 
... Mas à hora do almoço fui à Lefties e tive vontade de trazer tudo o que é roupa primaveril.
Decidi-me por uma blusa de tecido acetinado, muito fininha, aos passarinhos e em tons de branco e preto e um mega colar com brilhantes e tonalidades rosa pálido e verde água. Tudo muito, muito baratinho, mesmo como a minha carteira gosta.
E ainda me ficaram debaixo de olho umas calças a 9€ em padrão tigresse que, por falta de tempo não cheguei a experimentar, mas que numa próxima incursão não me escapam.

Django

 
Vi finalmente "Django", o último filme do Quentin Tarantino, premiado com o óscar para melhor argumento original e melhor actor secundário para o actor Christoph Waltz.
Normalmente adoro os filmes do Tarantino e o Django, mais uma vez, não foi excepção.
Mas confesso que apesar de ter ficado satisfeita por o Christoph Waltz ter ganho o óscar pela sua interpretação - pois é um actor genial - e do Tarantino ter sido, finalmente, reconhecido pela Academia, acho que este prémio já peca por tardio.
Django, apesar de ser uma boa história cheia de interpretações e actores fantásticos, não chega a ser tão brilhante quanto Inglourious Basterds (Sacanas sem Lei no título português), onde Christoph Waltz fez "O" papel que o deveria ter levado à vitória do óscar, mas onde nem chegou a estar nomeado. Em Django é bom, mas não chega a ser brilhante, assim como o argumento.
E o que dizer da interpretação do Leonardo DiCaprio que foi simplesmente soberba? Não deveria também ele ter sido nomeado para melhor actor secundário? E o Jamie Foxx, não deveria estar nomeado para melhor actor? Pessoalmente, acho que o Jamie Foxx na sua personagem em Django, foi muito mais além do ponto de vista emocional e de entrega que, por exemplo, Bradley Cooper em "Guia para um Final Feliz".
Mas pronto, isto sou eu e o meu esparco conhecimento e opiniões cinéfilas, para os qual os senhores da Academia não estão nem aí. Mas nada me tira a sensação de que por muito bom que "Django" seja, "Sacanas sem Lei" não teve o mérito e o reconhecimento devido - quer a nível dos seus actores, como do argumento que, na altura, chegou também a estar nomeado - e que este reconhecimento feito agora, foi uma espécie de "compensação".
 
Mesmo assim, sem dúvida que é mais um filme do Tarantino ao seu melhor nível.
Venham mais!
 

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Ainda sobre comida

Ontem fui ao sushi.
Ai senhores, andava "aguada" por sushi faz tempo.
Comi, comi, comi, comi, comi e comi até não poder mais. E vim para casa feliz e de barriguinha cheia. O sushi do Arigatô, além de bom, tem a vantagem de ser em buffet e de podermos comer tudo o que quisermos, as vezes que quisermos e a quantidade que quisermos. (O que, convenhamos, é óptimo para uma lambona como eu.)
Estão a ver bem a quantidade de sushi, sashimi e guiosas que estão no meu prato, não estão? E voltei a repetir.
Soube pela vida.
(Depois queixo-me.)


Porque sou uma mãos largas

Em tempos de crise temos de ser uns para os outros e é por isso que hoje, ao ter conhecimento de que andam a circular cupões de desconto da MacDonalds - assim como o ano passado circularam cupões de desconto da Portugália, em que imprimíamos e tínhamos direito a uma refeição grátis  - decidi partilhar aqui o link para que possam imprimir e lambuzar-se à vontade, já depois de o ter feito na minha página do facebook.
 
Ei-lo:
 
É só clicarem e imprimir, nada mais fácil. Por isso, aproveitem. Levem os miúdos, as amigas, vão vocês, sozinhas ou em família, comam sundaes, happy meals, whatever. Afinal, a vida são 2 dias e um hamburguer, desde que seja com moderação, nunca fez mal a ninguém. (Não é para irem ao Macdonalds todos os dias e empaturrarem os miúdos com batatas fritas e colesterol.)
Posto isto e depois do meu alerta nutricional, vá, já têm a minha benção para cometerem o pecado da gula.
 
Enjoy!
 

Terça-feira é dia de quê?

Ver (ou melhor, ler) "A Vida de Saltos Altos" do Expresso.
Hoje, já bem mais quentinha e agasalhada do que ontem, eis que decidi opinar sobre um tema quente.
 
Podem ler tudo, aqui.

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

alguém me dê um estalo por favor

 
Dizem que está prevista uma vaga de frio polar para esta semana e eu, indiferente aos rumores metereológicos e imbuída pela cor predominante das fatiotas dos óscares e por este sol primaveril, decidi começar a segunda-feira de vestidinho branco esvoaçante e mais fininho que uma folha de papel. Logo eu, que tenho "raça de cão pelado" e estou sempre gelada e com frio.
Há dias senhores, em que alguém me devia de dar um estalo logo pela manhã e dizer cara a cara: "Mas tu estás doida rapariga?"
É verdade que está solinho, mas sinto que não trago nada vestido quando saio à rua, tal é o frio que sinto nas pernas e a chegar-me ao resto do corpo. Também me sinto um pouco ridícula por estar sentada à secretária a trabalhar com um casaco de pelo vestido, mas não quero saber, ao menos estou quentinha. É isso e pensar que quando for 19h00 e eu sair daqui para ir para casa, vou apanhar um valente choque térmico. Ou uma gripe. Tudo por causa de um vestidinho branco.
 

Pequena escapadinha

Foi para Oeste, em terras frias e ventosas, tornadas públicas e na boca do mundo por um surfista americano que se apaixonou pelas ondas demoníacas que proliferam na Praia Norte. Nazaré, terra de mulheres de resposta rápida, que não levam desaforo para casa, enroladas em xailes negros, de olhar de frente para o mar, com as pernas sempre de fora, de sete saias curtas e rodadas, embelezadas por aventais de Domingo, bordados e imaculadamente passados. Terra das meias de lã grossas, dos gorros, de bom peixe, de devoção e de mar bravo.
Terra perto da minha terra, mas da qual tinha saudades de voltar e este fim-de-semana, voltei.
 

Dos óscares

Ganhou o Argo como melhor filme, que é simplesmente excelente e pelo qual eu estava a torcer secretamente, como se os senhores da Academia ouvissem as minhas preces.
Não ganhou a Helen Hunt para melhor actriz secundária como eu queria, mas o Tarantino levou o óscar para casa pelo melhor argumento original e eu sosseguei. Não achei que os vestidos e os looks na sua generalidade estivessem à altura dos óscares e, tirando a Jennifer Lawrence com aquele vestido "noiva" que me encheu as medidas, foram poucos os que me impressionaram. (Claro que ninguém ficou indiferente à Charlize Theron com aquele branco  imaculado da Dior Haute Couture que lhe assentava como uma segunda pele e aquele cabelo curtinho e irreverente que gritava "PO-DE-RO-SA" alto e bom som.)
Para mim, o melhor da noite dos óscares foi o fofinho do Bradley Cooper e a sua companheira na passadeira vermelha: a sua mãe.
É que isto de se ser fofinho não é por acaso, afinal, vem de família. Só isso explica o facto de a senhora ter ido para uma das cerimónias com mais pompa e glamour do mundo, vestida de gala e plumas mas, de ténis calçados! E notam algum constrangimento? Qual quê! Ali está ela, com aquele ar fofinho e o fofinho do seu filho, tão bem criado, seu rico menino, orgulho da mãe.
 

 
Caso para dizer que a idade traz sabedoria, mas também muito à vontade. Fretes? Nem pensar, nem os óscares merecem tanto e uns pezinhos sem bolhas e joanetes valem por anos de vida e os óscares, afinal, é só uma noite e amanhã já ninguém se lembra.
 
Way to go mamma!

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Gratidão


Ainda nem estou em mim, mas acho que finalmente o universo começa a dar-me tréguas.

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Quem são as novas estrelas das redes sociais?


Explico-lhe tudo, aqui.
Porque hoje é terça-feira, dia de "A vida de saltos altos".

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

há dias em que sinto que não tenho mesmo sorte nenhuma...

Há umas semanas atrás recebi uma carta da empresa onde comprei o carro com um pacote aliciante: Aproveite o nosso pacote de "pré-inspecção" por 50 euros que nós tratamos de tudo, levamos o carro à inspecção e não tem de se preocupar com nada. "Que bom", pensei eu, mesmo o que preciso e lá liguei a marcar o dia e a hora para a inspecção. Hoje fui deixar o carro na marca e  voltei para o trabalho já com a certeza de que ia desembolsar não os 50 euros inicialmente previstos, mas 150, pois necessitava de substituir as escovas do limpa vidros que já tinham as borrachas a cair e alinhar a direcção. Pedi ainda que o lavassem e aspirassem, já que o pobre do carro não sabe o que é um aspirador e água faz tempos, mas pronto, estava já resignada com esse preço e pensei que daí não passava. Também aproveitei para ir pagar o seguro do carro antes que me esqueça e que o mês termine e assim, numa manhã, vi desaparecer da conta mais de 350 euros...
Mas o pior ainda estava para vir, quando ainda agora mesmo me ligaram e disseram que o carro necessita de pneus novos, que com os que tem não passa na inspecção e que cada um custa perto 100 euros... Ia tendo um ataque. Senti logo o coração a saltar-me do peito e vi a minha vida toda a andar para trás, seguida de um raiva forte que me deixou com os olhos rasos de água. 
Uma pessoa consegue finalmente ter algum dinheiro que pensa em pôr de parte, amealhar, comprar aquele móvel para o quarto da miúda que ando a namorar faz tempo, ou guardar para umas futuras férias ou escapadinha - que nunca faço nem nunca chega - e, sem esperar, por causa da porcaria de um carro, fico completamente depenada e sem um tostão. E depois não querem que eu ande com arritmias, a fazer exames de 24h e com o coração a ter pequenos ataques...
!! %#%$&"&%$#!!

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Quem espera sempre alcança!

Lembram-se de eu andar a namorar estas calças?

Pois bem, tinha-as debaixo de olho faz tempo, cheguei mesmo a experimentá-las, mas o preço sempre me fez vacilar - principalmente numa altura em que os €€€ não me abundam na carteira.
Esta semana, numa incursão pelo shopping, aproveitando o facto de estar com tempo, decido entrar em algumas lojas e ver as novidades da estação, mas também os restos dos saldos (que eu nem sabia que ainda duravam) e eis que os meus olhos bateram nelas, num expositor e ainda por cima com o meu número. E voilá, dos anteriores 40 euros de custo, trouxe as minhas muito desejadas baggy jeans por 7,70!


Já vos disse que adoro os restos dos restos dos saldos?




Notícia do dia

2013 é mesmo o ano dos bebés. Está toda a gente grávida!
(Deve ser o chamado efeito anti-crise!)

Uma questão de stress... e criatividade!

Há campanhas muito boas, criativas e bem conseguidas... e depois há outras, como esta da Nívea, que elevam as coisas até uma nova realidade e patamar!
Excelente criatividade para promover o novo produto Nivea Deo Spot. 
E você, ficaria stressado?

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

vulnerabilidade

Pequena cria doente com febre. Tem estado sempre em casa, sem sair à rua e medicada, mas a febre, essa sacana, mal dou por ela, já vai disparada.
Ontem 38, hoje 39.1.
Ontem pediu para ir para a cama dormir, sem jantar nem nada, apenas com um biberão de leite. Não a contrariei e fiz-lhe a vontade. De nada adianta insistir para que jantem decentemente quando estão assim. Mais vale deixá-los beber um leite, comer uma papa, um prato de cereais, o que lhes apetecer e deitá-los, dar-lhes muitos mimos, medicá-los (ontem dei-lhe ben-u-ron e mucosolvan para a tosse) e deixar que o quente e o conforto da cama trate do resto. Eram 20h30 - nunca esta alminha se deitou tão cedo!
Durante a noite ainda acordou, senti que estava novamente quente e dei-lhe brufen - eram 4h30 da manhã. Hoje de manhã não a levei à escola e - sorte das sorte dentro do "azar" - como tinha tirado estes 3 dias de folga por causa de exames médicos que tinha de fazer, ficou comigo em casa.
Acordou bem disposta, toda alagada - fartou-se de suar - e fresca. Pensei: "ufff, já nos livrámos", mas atirei os foguetes ao ar demasiado cedo. Andou comigo para todo o lado, foi ao Hospital, foi a minha companheira inseparável nos exames, sempre a portar-se lindamente, mas ao final da tarde, já aqueles olhinhos estavam vidrados, as bochechas muito rosadas e ela pedia cama e dizia que tinha frio.
Chegámos a casa, tirei-lhe a febre: 39.1, sempre a subir. Nova dose de brufen, vesti-lhe o robe, dei-lhe a chucha e a fralda e adormeceu.
Andei eu a "gabar-me" numa das minhas últimas crónicas que a minha filha passava o Inverno sem cair à cama e pimbas, toma lá que é para não andares a cuspir para o ar toda vaidosa. A verdade é que ainda não tinha acontecido e ela é bastante saudável, mas eu sinto-me sempre meio impotente sem saber o que fazer quando vejo a febre a subir desta maneira.
Mas tê-la aqui ao pé de mim, a dormir ao meu lado, com a mãozinha em cima da minha, num gesto de procura e de carinho, faz-me querer parar este momento no tempo e deliciar-me com ele, de tão raro e bom que é.

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

São flores, senhor

A semana passada tive um evento do qual sobraram dois enormes arranjos florais. Geralmente ficamos com as flores que são utilizadas na decoração do espaço caso o cliente não as queira, por isso, acabámos por trazer para o local de trabalho dois centros de mesa gigantes que serviram para embelezar a sala mas que terminado o evento não tinham qualquer finalidade em especial.
Para que não acabassem no lixo, trouxe-os no carro e quando chegámos à agência, um deles foi direitinho para a mesa da sala de reuniões, mas o outro estava "encalhado", ninguém sabia muito bem o que fazer com ele nem onde o colocar devido ao seu tamanho e formato (era oval e não redondo), diziam que parecia um arranjo funerário, pelo que acabou por ser tirado do balcão da recepção e colocado em cima de uma secretária vazia do open space.
Apesar do apelo para que as pessoas tirassem flores do arranjo, fizessem um bouquet e levassem algumas para casa - coisa que eu, por exemplo, fiz  - a verdade é que a coisa não pegou e hoje, quando aqui cheguei de manhã, cá estava o arranjo em cima da secretária, com as rosas brancas, as ervilhas de cheiro, os lírios e as "rosetas-couve" (não sei como se chama aquilo) moribundas e a darem o último suspiro. E se há coisa que eu gosto, é de flores. E se há coisa que me faz sentir que a vida é bem mais bonita e que a natureza é uma obra de arte, são as flores. Por isso, não podia compactuar com aquele crime de as ver morrer, diante dos meus olhos, sem ter um propósito maior do que aquele para o qual nasceram: mostrarem a sua beleza a todos os que as possam ver.
Olhei em redor e vi um aquário redondo de vidro em cima de uma outra secretária. Vazio, sem qualquer utilidade. Estava ali há semanas, meses, completamente esquecido. Serviu para um evento e pronto, ali ficou sem que mais ninguém lhe desse uso. Agarrei nele e comecei a tirar as flores que ainda estavam apresentáveis do centro de mesa e presas à esponja que as agarrava à vida, para logo em seguida as despejar de forma estéticamente apresentável, dentro dele. Numa espécie de obra de arte improvisada, este "arranjo floral aquático" tornou instantaneamente o meu dia mais bonito. Foi o gesto que deu ânimo a uma segunda-feira chuvosa, o apontamento de beleza diário necessário à minha existência e a prova de que mesmo nos ambientes mais agrestes e hostis, conseguimos fazer passar pedaços do nosso mundo interior mesmo que mais ninguém dê conta, mas que nos definem enquanto pessoa.
E agora lá está ele na entrada, para toda a gente ver. E eu estou feliz.
 

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Lisbon by herself

Esta Lisboa que eu amo tem demasiadas casas e prédios devolutos que podiam ser recuperados e pintados de cores alegres, contribuindo para tornar esta cidade ainda mais bonita. Envelhecer não tem de ser triste e cabe à cidade e a cada um de nós, essa consciência.
"Lisbon Story", ou o retrato de uma cidade em decadência, em destaque na crónica de A Vida de Saltos Altos de hoje.

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Coisas de gaja

Ando com uma vontade louca de comprar coisas para a casa. Quando digo coisas nem tem de ser grande móveis, sofás ou roupeiros, mas pequenas peças que lhe dão personalidade e a distinguem das demais. Fico felicíssima da vida quando compro uma nova manta para o sofá ou para a cama, um bibelôt qualquer, um tapete para a casa de banho, ou um quadro para a sala ou cozinha.
Ultimamente apetece-me remodelar o quarto da miúda, torná-lo mais prático e funcional, colocar prateleiras para os livros e adquirir uma estante para arrumar barbies e pinipons que se encontram um pouco por todo o lado. Por ser pequenino e já estar cheio, terei mesmo de puxar pela imaginação e conseguir arquitectar soluções práticas que passam, acima de tudo, pela parede e, para isso, necessito de berbequim e mãozinhas de homem que me façam o serviço, já que eu sou uma gaja muito desenrrascada mas não chego a tanto. Por isso, não está fácil. Também me apetecia comprar uma estante para cd's e dvd's para a sala e um camiseiro para o quarto, já para não falar nas minhas peças de eleição - os louceiros ou móveis com portas vidradas - pelos quais baboooooo, mas neste momento são mesmo só para ver e babar ao longe, já que não me posso dar ao luxo de trazer nenhum para casa.
Há também um relógio de cozinha que ando a namorar faz tempo e um prato dourado, decorativo, que anda fisgado há meses, mas pronto, vai-se dando prioridade a outras coisas mais essenciais, que tudo isto é acessório se racionalizarmos bem as coisas e eu sempre tive tendência para gostar de tralhas.
Ainda há pouco a minha mãe me dizia que o meu pai continua a ter a ideia de que sou gastadora, que não sei poupar. Claro que uma afirmação destas me magoa e muito. Principalmente quando nunca lhe dei motivos para tal, nunca lhe peço dinheiro e suporto todas as minhas contas sozinha, mas pronto, logo havia de ter como pai um forreta do piorio que mal tem ideia da ginástica económica que faço todos os meses para me sustentar e de como por muita vontade que tenha de consumir ou de comprar, me privo de fazer a maior parte das coisas que gosto.  Não sou mais do que ninguém e há quem viva com muito pouco comparado comigo, mas caramba, há alturas em que cansa e eu, ultimamente, sinto-me muito, muito cansada.