quarta-feira, dezembro 30, 2009

o último post de 2009

2009 não foi um ano marcante. Foi um ano calmo, demais até. Não houve nada de relevante em 2009 tirando uma viagem a Londres a dois - depois de mais de um ano e meio sem férias - e muitos momentos a três e entre mãe e filha. Só isso já deveria deixar-me de coração cheio, é verdade, mas eu confesso que preciso de mais. Sou um ser insatisfeito por natureza. Não no sentido da avidez, da cobiça ou do 'abocanhamento' (se é que esta palavra existe), mas para me sentir eu, completa e feliz, preciso de sentir que todo o meu corpo está vivo e não apenas metade dele.
Em 2009 eu andei dormente, meio adormecida. Maravilhada pela plenitude da maternidade em full-time e sufocada ao mesmo tempo. Já disse que ter um filho é avassalador, mas tão desgastante. Senti-me sozinha muitas vezes. Sobrecarregada outras tantas. Ter um filho abalou as minhas estruturas e certezas enquanto mãe, esposa e mulher, fez-me pensar na vida a dois e em mim mesma, mas também demonstrou que não deve ser o fim - mesmo quando eu pensava que isso me bastava - mas um ponto de partida, um início para tudo aquilo que ainda me falta fazer e construir.
Acredito piamente que comigo as coisas, ou melhor, a vida, funciona por ciclos. Geralmente depois de um ciclo bom vem um mais 'down', pronto, ruinzito. Não é que 2009 tenha sido mau, foi apenas sem emoção, sem graça, insípido, sem qualquer excitação que me tenha deixado a cantar e com vontade de gritar ao mundo tamanha felicidade. Eu sem emoções fortes não me sinto eu. Preciso de ter aquele friozinho na barriga, aquela alegria que parece rebentar o peito de contentamento, mas nem o mar infinito que me serve de vista diariamente me serviu de consolo.
Senti-me igualmente isolada e abandonada numa terra que não encaro como minha. Fez-me ver quem é que esteve (ou não) verdadeiramente do meu lado, quem é que realmente foi e é, meu amigo. Fez-me fazer escolhas e constatar que um filho não nos muda só a nós, mas também os que nos rodeiam e que as pessoas evoluem em direcções que não são necessariamente as mesmas que as nossas e que temos de aceitar, mesmo que nos custe e que isso signifique que afinal, aquelas amizades que julgávamos para a vida, não o são. 2009 teve a sensatez de me fazer pensar, mas também me deixou muito perdida em mim mesma. Tenho dias em que sinto um verdadeiro bicho do mato, outros em que ando serena, outros em que duvido de tudo, principalmente de mim própria... mas por outro lado, fui uma privilegiada... pude estar em casa o primeiro ano de vida da minha filha, coisa que poucas se podem dar ao luxo de fazer e algo que tantas querem e não podem. E eu quis e pude e por isso tenho de agradecer. A Madalena teve a sua mãe em exclusivo durante 10 meses, altura em que decidimos colocá-la no infantário para eu poder retomar os carris da minha liberdade e independência. Sacrifiquei muito da minha vida pessoal (e da profissional então nem se fala) para a ter e gozá-la como mereceu, mas valeu a pena, porque a verdade é que não sei se algum dia terei outro filho e mesmo que o tenha, o mais provável, é não poder vir a fazer o mesmo ou gozar sequer de semelhantes circunstâncias. Por isso, este ano foi meio sabático, meio limbo, meio purificador, meio individual, meio intimista, meio introspectivo. Mas também foi cheio de descobertas e de felicidade centrada em pequenas coisas, da distinção entre o supérfluo e o acessório, da valorização do termo 'família'. A minha própria família.
E é por isso que eu tenho a certeza que o novo ano que se adivinha será mais pleno, mais cheio, mais convincente, mais optimista e mais empreendedor. Uma nova fase na minha e nas nossas vidas, porque estas paragens são necessárias, nem que seja para depois renascermos das cinzas que nem uma fénix purificada.



Feliz 2010.

terça-feira, dezembro 29, 2009

running in heels

Sabem aquele programa que dá no canal 'E entertainment' da Zon sobre 3 estagiárias numa revista de moda, mais propriamente, a 'Marie Claire'?

Pois bem, ADORO!!


É que quando vejo aquilo, apesar da realidade editorial portuguesa ser assim um 'tanto-ou-quanto-muuuuiiiiiiitttttto' diferente, lembro-me de quando era jornalista e apesar de passar a vida a queixar-me, hoje, 3 anos depois de ter deixado de parte a profissão para a qual me formei, sei com toda a certeza de que é o jornalismo a minha grande paixão.
Jornalismo e revistas... femininas, de preferência.

E depois, vejo programas destes e bate uma saudade cá dentro, uma nostalgia tão grande, o de fazer parte de uma redacção, o de entrevistar pessoas, de saber as suas histórias, fazer produções, entrar nos estúdios, rever fotos e ozalides, procurar erros nas páginas, sublinhar gralhas...
Tenho saudades de tudo, até das coisas más. (é sempre assim não é? até numa relação passada temos tendência a lembrar-nos apenas das coisas boas e a 'esquecer' as más...)
E mesmo sabendo que actualmente só com um verdadeiro golpe de solpe e intervenção divina eu conseguiria fazer parte de uma revista feminina, ainda continuo a achar que um dia serei parte integrante da redacção da Glamour quando a mesma for editada em Portugal. (o que não deixa de ser um contra-senso, porque nunca me senti tão feia, velha, gasta, gorda, inútil, ultrapassada e sopeira, como agora...)




Coisas minhas, o que é que se há-de fazer?...




segunda-feira, dezembro 28, 2009

o espírito do Natal passado...


É um conto, eu sei, mas achei que serviria perfeitamente para explicar o que me aconteceu na noite de 24 para 25 de Dezembro.

Sonhei com o meu avô paterno, que já morreu há 16 anos.
Nunca me tinha acontecido, sonhar com o meu avô, ainda para mais na noite de Natal.

O meu avô só tinha uma neta, eu. Para ele eu era a 'menina' e apesar de não ser uma pessoa que verbalizasse aquilo que sentia ou o manifestasse fisicamente através de beijos e abraços, sei que tinha um lugar mais do que especial no seu coração. O meu pai, seu filho, é igual. Não é à toa que têm o mesmo nome.
O meu avô era apicultor. Criava abelhas e bicharada, tinha patos, pavões e perus a deambular pelo quintal. Vendia no mercado da fruta nas Caldas e aquilo para mim era motivo de orgulho. Qual era a criança que se podia gabar de comer fios de pinhões todos os dias? Nenhuma que eu conhecesse. Por isso, sempre que ia visitar o meu avô à praça, toda eu rejubilava com aquela parafernália de coisas onde a vista se perdia e a alegria se multiplicava. Ora era a balança de pesos que nunca consegui entender como funcionava, ora eram os canários amarelinhos, presos nas gaiolas, que cantavam à desgarrada como se a felicidade estivesse ali prestes a sair-lhes dos bicos em forma de melodia, ora eram os frutos secos que eu penicava à socapa, as caixinhas de framboesas que ele me mandava para casa porque sabia que delas fazia batidos, a moeda que me passava para a mão, ou o simple nogat de caramelo e pinhão que me adoçava a boca e acalmava a gulodice.

Era assim que o meu avô me mimava. Não era por palavras, nem por gestos carinhosos. Para ele, o carinho traduzia-se assim, na preocupação das pequenas coisas em me fazer feliz. Por me mostrar os animais, por me pôr em contacto com a natureza das coisas, por me mostrar como a vida, para além da nossa, tem multiplicações de formas, cores e feitios e que todos sentem, todos têm uma função, um papel a desempenhar.

Quando o meu avô morreu eu tinha 15 anos. Andava aluada com as hormonas da adolescência e apanhou-me em plenas férias de verão em casa de uma tia durante as festas de S. Pedro. No meio de tamanha excitação que eram aqueles dias, em que os rapazes eram a minha única preocupação, o meu avô decide morrer, assim, sem pré-aviso, sem dar sinais. Deitou-se bem de noite, já não acordou de manhã. O meu pai, seu único filho, ligou à hora do almoço para casa dos meus tios e disse-me que tinha de regressar.

'Porquê?' - perguntei eu contrariada - 'Porque o avô morreu' - disse do outro lado e desatou num pranto.

Foi a primeira e única vez que vi/ouvi o meu pai chorar.

Eu não chorei. Não chorei nada, nem uma lágrima verti. Lembro-me que a sensação que predominou em mim foi o aborrecimento por ter de me ir embora, por deixar aquele ambiente de festa, de carrinhos de choque, de primeiros beijos escondidos na calada da noite, para me enfiar em casa para chorar uma morte, - algo com o qual eu nunca tinha tido contacto na vida - e onde as lágrimas e a tristeza predominavam.

Fui contrariada, mas fui. Os meus tios enfiaram-me no carro deles e juntos fizemos a viagem de regresso, tendo os mesmos permanecido para assistir ao funeral.

Lembro-me também que não me vesti de preto e que choquei umas tias por levar uma camisa aos quadrados azuis e brancos com umas aplicações vermelhas em certas partes. (a moda na altura era terrível!)
'Qual é o problema?' - pensava eu - 'não estou aqui? não chega?' - e contrariando tudo e todos não a despi. Não bastava já cortarem-me as férias de verão na melhor parte, ainda queriam vestir-me? E, fazendo justiça à rebeldia típica destes anos, levei-a em jeito de afirmação.
Quando o funeral acabou implorei aos meus pais que me deixassem regressar com os meus tios. Eu queria era a feira, o voltar para o centro da alegria, para junto do rapaz que me interessava, o prolongamento da promessa de dias felizes. Queria lá saber de desgostos, de lágrimas vertidas, de mortes.
A minha mãe bracejava, revoltada que estava comigo.
' - Onde é que já se viu? O teu avô acabou de morrer e tu queres é festa? Nem pensar, nem pensar! Não vais nada, não vais nada! Ficas em casa' - e foi o meu pai, solidário com a minha juventude, com a inconsciência dos meus actos, com o facto de nem ter ficado abalada com a morte do meu próprio avô, que deu a palavra de ordem - 'Podes ir. É melhor ires mesmo.'
E foi assim, que eu, no dia em que o meu próprio avô foi a enterrar, regressei à feira de S. Pedro, às férias do Verão, aos rapazes e aos carrinhos de choque, ao ponto onde tinha deixado a minha diversão, para agir como se a morte do meu avô tivesse sido apenas um percalço no meio de tudo, algo sem importância.
Até hoje não me perdoo.
Hoje, com 31 anos, penso muitas vezes nisto.
Como fui capaz de fazer o que fiz? Como fui capaz de agir tão tolamente?
Devaneios da idade? Sim, é verdade, mas mesmo assim, a imaturidade foi tanta que não me consigo perdoar.
É por isso que, nesta noite de Natal, quando o meu avô me apareceu em sonhos pela primeira vez na vida, eu senti que ele, esteja onde estiver, me mandou uma mensagem, como se me dissesse: 'eu continuo aqui, eu gosto de ti'.
E se na altura não verti uma única lágrima, hoje, sempre que penso nisso, esvaio-me em água.









Desculpa.

domingo, dezembro 27, 2009

estou aqui...

...feita parva, sem saber muito bem o que fazer...

Não sei se continue nesta pasmaceira de pijama - que tem sido o meu dia - e me enfie na cama, a vegetar qualquer coisa que esteja a dar na televisão e a retraçar metade da caixa dos ferrero rocher que tenho aqui ao lado, ou se, me meta na banheira, num bom banho de imersão, seguido de uma sessão de tratamento caseiro (com direito a máscara facial), com os fantásticos produtos da Clinique que o meu gajo me ofereceu neste Natal!...


é que não sei mesmo o que faça. :-<


sábado, dezembro 26, 2009

Do Natal...

Ela: 'Ohhh, não diz papá?'

Eu: 'Não, só diz mamã. Mas diz 'pé', 'olá', 'bebé', 'tá aqui', 'ó-ó', já diz muita coisa.

Ela: 'Tens de dizer 'papá'! Coitadinho do papá! Madalena, olha, olha, 'papá', 'papá', 'papááááááá.'

Madalena: "MAMÃ".

Ela: "Não querida, é 'papá', diz 'papá'."

Eu: "Mas ela sabe perfeitamente quem é o papá, quando digo 'papá', ela olha para ele, mas não diz a palavra."

Ela: "Madalena, uh-uh, olha a avó, olha a avó: 'PPPPPAAAAA-PPPPPÁÁÁÁÁÁÁ'."

Madalena: 'MAMÃ'.




Ahahahahahahahahahaha
(desculpem-me, mas não resisti, porque foi assim o Natal todo...!!)

quarta-feira, dezembro 23, 2009

crise matrimonial

Pergunta: 'Sabem o que é que provoca uma pequena 'pseudo discussão' matrimonial antes de ir para a cama?'

Resposta: Provoca uma ida ao cabeleiro com pack completo:

- lavar
- cortar
- pintar
- fazer nuances
- fazer unhas
- fazer sobrancelhas
- fazer buço.

Tempo despendido: 4 horas e meia.
Resultado: cabeça às riscas tipo zebra.

já vos disse que odeio o Natal - parte II

Pois bem, a juntar a tudo o que foi dito no post anterior, a minha crise natalícia agrava-se indecentemente, quando, conformada e pronta para pôr mãos à obra e passar as próximas horas dedicada à confecção de doces, me deparo de que não disponho da forma necessária e extremamente importante para a execução das respectivas iguarias! Ficou esquecida na casa da sogra há uns bons meses atrás.





Começamos bem, portanto...

terça-feira, dezembro 22, 2009

já vos disse que odeio o Natal?

É que para além dos stresses que me proporciona, da correria desenfreada de compras e afins em shoppings que ficam impossíveis e impróprios à circulação, de apanhar filas intermináveis em todo o lado (nas caixas para pagar, para estacionar o carro, para sair dos parques, na auto-estrada, etc., etc.), de andar aos encontrões e cotoveladas a toda a gente aonde quer que vá, de embrulhar presentes como se fosse um duende da Polónia, de me pôr a trabalhar que nem uma moura (e ainda nem metade fiz do que tenho para fazer amanhã!!), do ter de fazer doces e afins como se fosse uma 'maria sopeira', para além de tudo isto e como se não bastasse, hoje ainda gastei 231 euros no supermercado em compras para a consoada e respectivo dia natalício.
Porra mais o Natal! Tomara já que passe!

domingo, dezembro 20, 2009

Pronto, depois de um dia de chuva, vento e frio, vem uma notícia destas! Brittany Murphy morre, aos 32 anos de idade, vítima de ataque cardíaco.
E eu, que nada sabia, que não vi telejornais o dia inteiro - porque cá em casa passa a vida a 'rolar' o dvd do 'Panda vai à escola 2' à hora das refeições - aqui na santa ignorância.
Juro que pensei, assim que li o título da notícia no jornal 'i online', que tinha tido um acidente, ou que se tinha desgraçado toda com uma droga qualquer. Confesso que tenho as minhas dúvidas em relação ao dito 'ataque cardíaco', à verdadeira razão da sua morte, como se a pobre coitada, por ser famosa, rica e mundialmente conhecida, não tivesse direito a morrer como o comum dos mortais.

E sim, fiquei chocada, mesmo não a tendo como referência como actriz.
Choca-me sempre as mortes jovens. É um desperdício de vida.

prendas, fitas e muita mão de obra!

Eu confesso, desconhecia completamente a 'tradição' de ofertar educadoras de infância e auxiliares em alturas festivas. Tanto desconhecia que nem fazia intenções disso, mas quando comecei a ler pela blogosfera fora de que era prática corrente, fiquei assim a modos que, APARVALHADA!!
Ora eu, que não dou prendinhas a grande parte da minha família, vou dar à educadora e auxiliares? 'Naaaa' - dizia eu - 'é que nem pensar', 'onde é que já se viu', e mais coisas que tais, sempre muito segura e convicta das minhas afirmações (como sempre), para depois escarrar para o ar e cair-me em cima (como sempre). Um dia destes, quando andei nas compras de Natal com a minha amiga Cátia, eis que lhe coloco a fatídica questão que tanto me andava a atormentar: '-Olha lá, tu costumas dar presentes de Natal à educadora das tuas filhas?', e ela, logo muito despachada e enérgica como só ela sabe ser, afirmou muito convicta: ' - Claro, ofereço sempre. Este ano vai uma coisa mais modesta, mas dou sempre.'
E pronto, com esta resposta eu fiquei logo arrumada e tive de me dar por vencida. Ainda tinha esperaça que ela me dissesse, ' - Achas? Estás louca? A vida está cara e isto aqui não é o da Joana', mas não. A minha Cátia, tão poupadinha, sempre aflita da vida a contar os tostões, dá prendinhas à educadora e se ela dá, que tem duas filhas, muito mais obrigação tenho eu de dar também que só tenho uma. Não é que eu não goste da educadora e das auxiliares, antes pelo contrário, são um amor de miúdas, mas pronto, só não sabia que isto era 'normal', até porque, é a primeira vez que sou mãe e uma pessoa nunca pensa nestas coisas antes de passar por elas.
Pois bem, uma vez que estávamos juntas, decidimos então procurar algo para oferecer, assim baratinho como a malta gosta mas com nível, sem parecer que foi comprado nos chineses, a cheirar a mofo, bafiento e/ou sem qualquer utilidade.

E nas minhas pesquisas e indagações para 'the perfect gift', descobri isto:
Umas mantinhas com um desenho todo 'fashion', em tons de castanho, com um laçarote de cetim do mesmo tom a envolvê-las e que custaram - naquela minha loja de eleição e que eu passo a vida a fazer publicidade (sim, a Primark!!) -, a módica quantia de 3€ cada! Escusado será dizer que dei cabo do stock! Trouxe mantas para a educadora, para as auxiliares, para a minha avó, para as avós dele e feita estúpida, esqueci-me de trazer uma para mim! Logo eu, que gosto tanto de mantinhas e estas ficavam TÃO bem com o meu sofá laranja e a minha parede castanha chocolate. Mas pronto, vim para casa satisfeita com a compra e já conformada de que vou fazer um brilharete com uma manta de 3€ que parece que custa 30€!

O pior foi que com tanta compra e zero embrulhos - que a loja não faz - hoje foi dia de me dedicar aos trabalhos manuais e, aproveitando o facto de o gajo ter ido trabalhar, de a miúda estar a dormir a sesta e de estar um frio do caraças lá fora, despachei tudo em pouco tempo, embrulhando prendas atrás de prendas: pais, sogros, afilhada, primas, amigas e tudo e tudo e tudo, completamente possuída pelo 'espírito natalício' que geralmente não tenho...


E pronto, agora tenho metade da sala ocupada de embrulhos que não são para nós!!

Um pequeno 'fait diver' que pode ser útil

Eu confesso que desconhecia os poderes da lixívia na lavagem das nódoas difíceis! E quando falo em difíceis, refiro-me àquelas proporcionadas por miss Madalena, que me enche bodies atrás de bodies e babygrows com manchas horrorosas e gigantescas de 'cócó'!!
Pois bem, as manchas de 'cócó', além de horrorosas e gigantescas, são daquelas nódoas que uma pessoa se vê grega para as tirar! São das que ficam e não saem por nada deste mundo, nem com lavagens consecutivas de máquina a 90ºC! E estragam a roupa toda! Quem é que tem coragem de mandar a miúda para a creche com um bodie com uma mancha amarelada de um '´cócó' do século passado apesar do mesmo já ter sido lavado mais de 3 vezes? Eu confesso, não tenho! E a colecção de bodies 'amarelados' foi aumentado cá em casa à velocidade da luz.
Pois bem, recentemente, descobri o produto infalível para reanimar todos os bodies e babygrows que sofreram a potência do ataque digestivo da minha garota: colocá-los na lixívia! Todos! Mesmo os coloridos!
Mal ela os despe e se os mesmos têm manchas ou estão, literalmente, impróprios para consumo e mais perto do caixote do lixo do que da máquina de lavar, a solução passa por: passá-los imediatamente por água bem quente debaixo da torneira, eliminando na hora, eventuais 'resíduos'. Depois, colocá-los dentro de um pequeno alguidar com lixívia e água morna e deixá-los 'marinar' durante uma hora (serve perfeitamente) e voilá! Saem branquinhos, branquinhos! Sem restos de cócós e demais nódoas que pensava estarem ali para durar!
Até em babetes completamente intragáveis com restos de comida solidificada eu faço isso e ficam como novos!
Convém é não abusar no tempo que a roupa fica de molho, senão, é bem provável que se a mesma for colorida, fique tutti-frutti!
E pronto, achei que devia de partilhar. É que eu fico felicíssima quando faço estas conquistas bem sucedidas e pode haver sempre alguém com as mesmas dúvidas e dificuldades que eu por aqui. :)

ando cá intrigada...

Se isto é um blogue privado, se eu sei quem são as pessoas que me lêem e se, à partida, eu sei em que países as mesmas estão, como é que eu ando a ter visitas de Inglaterra? Humm?
É que o contador de visitas não mente e já é a terceira vez que esse alguém cá vem.
Esclareçam-me!! (ou seja quem for, que se acuse).

sábado, dezembro 19, 2009

Gosto muito de você barbudinho...

Só nós, masoquistas assumidos, para nos enfiarmos num shopping no último fim-de-semana antes do Natal - com o mesmo a rebentar pelas costuras - apenas e só, para que a miúda, tivesse o privilégio de ver o senhor de barbas brancas ao vivo e a cores. A Madalena gosta tanto de Pais Natais que não estranhou nadinha. Teve a sorte de chegar quando faltavam 5 minutos para o 'barbudo' ir casa descansar - que isto de estar o dia todo com criancinhas ao colo também cansa - e nem teve de esperar, foi logo fotografada, tipo V.I.P. na passadeira vermelha. Sentou-se ao colo dele como se fosse o do avô, sorriu, bateu palminhas e ainda lhe deram presentes, entre eles um balão (outra coisa que ela ADORA!), por isso, estava nas suas sete quintas!
E ainda lhe fez olhinhos meio libidinosos, como que a dizer: 'anda, queres vir conhecer a minha casa?'

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Julie & Julia

Finalmente consegui ver. Finalmente, o filme pirateado que tínhamos cá em casa e que não tinha som nem legendas, foi substituído por outro que um amigo nos presenteou e ontem, só ontem, consegui estar perto de duas horas absorvida pela história.
Confesso que não sabia nada, absolutamente nada sobre o filme. Apenas que tinha a maravilhosa e inigualável Meryl Streep e para mim, isso já era motivo de sobra. Adoro-a, acho-a fantástica, queria ser amiga dela. É, sem dúvida, a minha actriz de eleição. É monstruosa a Meryl, tão boa que até dá arrepios.
Mas o filme, o filme tocou-me muito, muito mesmo. Às vezes há filmes assim, que sem motivo aparente me fazem chorar e eu ando ali, a lutar com as lágrimas, para que ele não perceba que me deixei levar pelas emoções e me goze como se fosse uma Madalena arrependida. Ontem consegui disfarçar bem. Ele não percebeu que aquilo que via projectado no ecrã, é, em parte, aquilo que gostaria que sucedesse comigo, num outro contexto, sem necessariamente envolver comida.
Com 31 anos sinto-me perdida. Sem rumo. Se os 30 são os novos 20, os meus estão a ser de fugir. Se esperei tanto pelos 30 para ser mãe, então, a dádiva da maternidade, estou a pagá-la bem caro. Se aos 30 era suposto já sabermos o que queremos, então eu sou a excepção que comprova a regra, porque sinto-me como uma criança acabada de nascer. Eu já não sou eu. Não me sinto segura como me senti com 20, nem certa do meu valor como me senti com 20, nem sei se realmente sei fazer alguma coisa. Duvido de tudo, até das minhas capacidades.
Tento continuamente motivar-me. Tenho dias em que acordo esperançosa, em que sinto que algo de bom vai acontecer nesse dia, em que esta fase está a chegar ao fim. Abro o email 500 mil vezes ao dia à espera de notícias boas, de surpresas, de algo que me faça dar pulos de alegria.

Nunca chega.

Tento ter iniciativa para as mais variadas coisas: entregar cv´s pessoalmente, tentar marcar reuniões, enviar sinopses dos meus livros, disparo em todas as direcções. Não acerto em lado nenhum. Ando sempre aos tiros no escuro.
Ver o filme de ontem foi confrontar os meus próprios fantasmas. Foi sentir-me frustrada comigo mesma. Foi uma dualidade interior.
Resta-me a esperança, como diz a minha Marlene, de saber que Saramago só publicou o seu primeiro livro com 40 anos.

Tenho 9 anos para não me considerar uma verdadeira falhada.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

...

Hoje fui até à estação dos CTT, em Mafra, perguntar se faziam parte da campanha 'Natal Solitário' para poder ajudar meninos carenciados enviando-lhes algo que eles tenham pedido ao Pai Natal. Fiquei a saber da iniciativa através do blogue da Helena e achei o gesto tão bonito que quis participar, mas logo por azar, aqui na minha zona, nenhuma estação dos CTT aderiu. :(
Fiquei mesmo triste, queria fazer algo por quem não tem Natal, principalmente pelas crianças, porque agora que tenho uma filha, percebo mais do que nunca, como deve ser triste o Natal de todos os meninos que não têm pais, que estão em orfanatos, em instituições de caridade, que não têm brinquedos, que nada recebem. E se soubesse que tinha feito uma criança feliz, acreditem, para mim, só isso já tinha valido a pena. Fiquei a saber que a estação dos CTT mais próxima que aderiu à campanha é a de Sintra. Ainda sou gaja para dar lá um salto e participar.
Hoje também tive outro sonho 'daqueles'. Desta vez não meteu água por assim dizer. Meteu... Anjos!
Fiquei de tal maneira impressionada com o sonho que quando acordei, tinha a imagem muito nítida na minha mente. Foi a primeira vez que sonhei com seres 'celestiais' por assim dizer, o que é algo inédito para mim... e não era apenas um anjo, eram muitos e tinham umas asas enormes, gigantescas e eram muito altos, muito grandes e imponentes.
Então decidi vir à net ver o que significava sonhar com anjos e encontrei isto:

'ANJO
Em qualquer situação- realizações em todos aspectos; todo o mal está sendo afastado de sua vida; na sua vida conjugal tudo ficará "azul". Boas notícias em breve. Sonhar com anjos ou outros seres celestiais é um dos melhores sonhos que se pode ter. Significam o fim de todos os problemas que nos atormentam. Em sentido espiritual, o sonho reflete nossa entrega ao Supremo. Se os anjos estão tristes, ameaçadores ou furiosos, a mudança será negativa e no sentido espiritual refletem os nossos temores e incertezas.'


Ora bem, acontece que os meus anjos eram negros (!!) e tinham um aspecto tipo Dementors, aqueles seres maléficos dos livros do Harry Potter... mas acho que também havia um anjo dourado (que devia de ser o 'anjo gay', aquele que gosta de dar nas vistas, o fashion victim, ou então, a ovelha 'negra' do rebanho). Ai que ainda sou excomungada por tanta parvoeira que me sai da boca para fora.
Ando toda torradinha desta cabeça, é o que é!

quarta-feira, dezembro 16, 2009

A minha mãe

A minha mãe tem o dom de me desatinar. De me azucrinar a paciência. De me pôr descontrolada como mais ninguém consegue. De me tirar do sério.
Não me interpretem mal, eu adoro-a, mas pá... ela desatina-me! Porque a minha mãe, apesar dos seus 53 anos de idade, anda a passar uma fase em que se comporta como... uma MIÚDA!!! E eu não tenho paciência para a aturar, porque já me bastam os meus problemas, a minha vida, o meu desemprego, a minha filha e marido para tratar e cuidar e ainda tenho de 'levar' com as nóias dela, as 'merdas' dela, os desatinos dela, as exigências em querer que eu seja a 'dona de casa perfeita', aquela ideologia e educação de vassalagem ao marido sobre todas as formas e que ela quer, à força, incutir-me. Hoje, a conversa descambou por causa da 'merda' do Natal. (perdoem-me as asneiras, mas quando estou assim, como estou hoje, com o estado de espírito de hoje, só me apetece dizer asneiras, porque só assim parece que alivío o peso que trago cá dentro).
Tal como esperava, o Natal será na minha casa. Não o queria, confesso. Não me apetece ter trabalho com sogras e sogros, com pais e afins, ter chatices e confusões para que tudo e todos, 'aparentemente' estejam bem. Isto porque se fosse na casa dos meus sogros, os meus pais não queriam ir, logo, tem de ser aqui a 'je', a que apanha dos dois lados, a que leva por tabela, a aparar os golpes. E claro, já suspeitava, que por causa da porcaria do Natal, eu terei de me desdobrar em mil, de andar aqui a fuçar como uma escrava do século passado, armada em sopeira e em gata borralheira, a tentar agradar a gregos e a troianos. Já sabia que por causa do Natal viriam as conversas da treta de 'limpar a casa', do 'cozinhar', do ter 'isto e aquilo feito para que a tua sogra não critique', como se eu fosse uma desorganizada, como se a casa não estivesse limpa ou arrumada SEMPRE, como se eu fosse uma adolescente que deixa roupa espalhada pelo quarto ou por onde passa, como se não soubesse gerir as coisas ou a minha vida fosse caótica. Não imaginam o que ela me abrasou a cabeça com o baptizado, as chatices que me deu, os nervos que me fez, e agora vem o Natal, pois claro, porque já se passou mês e meio sem andar a chatear-me a sério e isso já é muito tempo!
Fod***, passei-me! Tive mesmo de lhe desligar o telefone! Ela nunca mais aprende que eu já não tenho 15 anos, que não manda em mim, que eu tenho a minha própria casa para cuidar, que ela tem a dela e na minha não manda, que temos vidas separadas, que é minha mãe e não minha amiga intíma a quem eu conto os meus problemas sentimentais.
Se não é o baptizado, a casa, ou o Natal, é outra merda qualquer, é o estar desempregada, é o 'isto está muito mau', é 'não podes gastar dinheiro', é 'tens de ser meiga para o teu marido', é o 'tens de fazer assim como a mãe te diz'....
ÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ
Há dias, como hoje, que só me apetece dar um berro bem alto e mandar todos dar uma curva ao bilhar grande!
É o que dá ser filha única. Se não é ela a abrasar-me a cabeça é o meu pai. Se não são os meus pais, são os meus sogros. Porra, às vezes acho que por mais que me esforce, por mais que até seja uma 'mulher convencional', que faz tudo 'by the rules', que tenho de andar continuamente a provar aos outros que eu 'sou a melhor escolha que o vosso filho podia ter feito', ou 'que sou a filha que vocês queriam ter'.
Às vezes, para não dizer, quase sempre, sinto-me sufocada. Deve ser por isso que tenho cada vez menos paciência. É por isso que o Natal me deixa sempre frustrada, que acabo por achar tudo uma grande fantochada. É a altura da família e da paz e do amor e a mim só me provoca é stress e ansiedade.
Não vejo a hora que esta altura passe. Chiça!

encontros com o passado

Ontem, enquanto fazia compras de Natal no Toys R´Us, e quando estava na caixa, eis que me deparo com a minha ex-patroa. A directora da agência onde trabalhei, que se encontrava na caixa ao lado, já a pagar e de repente, se virou para trás e dá de caras comigo. Sorriu muito e disse-me 'Olá Mafalda', cmo se tivesse tido um prazer sentido em ver-me, como se até fosse uma pessoa simpática e preocupada. Eu também sorri, embora amareladamente e perguntei: 'está tudo bem?', como mandam as leis e os protocolos da boa educação.
Não esboçei mais nenhum sorriso, não tentei fazer conversa, não perguntei como vão as coisas.
Não me apetece falar da minha filha a quem nunca sequer, teve a decência de me ligar a dizer que não me iam renovar o contrato, quando foi ela que assinou a folha. Não me apetece dar justificações da minha vida, se já estou ou não a trabalhar, a quem só o quer saber para seu próprio conforto pessoal, tendo a satisfação de confirmar que continuo na merda. Não me apetece ser cínica ou mentirosa e fingir que está tudo bem quando não está. Não me apetece saber se a outra já pariu o Sebastião, se têm mais clientes, se houve aumentos ou se as intrigas continuam na ordem do dia.
Não me apetece nada, por isso nem me mexi. Fiquei ali, na caixa, ao lado do meu marido, enquanto ela empatava na caixa ao lado a ver se à saída ainda nos cruzávamos.
Felizmente não aconteceu.
Isto de estar tanto tempo em casa, sozinha, enclausurada e fechada na minha própria concha, faz-me ter cada vez menos paciência para os outros, principalmente para quem não merece.
O que era o caso.

domingo, dezembro 13, 2009

sei que ela está a crescer...

...quando a vejo assim, rodeada pelos amigos e já a andar pelo seu próprio pé, de um para o outro, a fazer gracinhas e a ser o centro das atenções de toda a gente.
Sei que ela está a crescer, porque hoje, deixámos definitivamente o leite em pó de lata e passámos a beber o de transicção do 1 aos 3 anos e ela não só gostou, como bateu o seu recorde de sempre de leite em biberão (340!).
Sei que ela está a crescer quando refila comigo, cheia de personalidade, quando lhe faço alguma coisa que não gosta.
Sei que ela está a crescer quando me vê preparar a água do seu banho ao meu lado e a dispo, de pé, para entrar para a banheira.
Sei que está a crescer quando come sozinha o segundo prato e se chafurda toda, feliz da vida pela conquista.
Sei que está a crescer quando diz 'Olá' quinhentas mil vezes ao dia, como se fosse uma papagaia, ou quando chama 'Ma' (mamã) por mim.
Sei que está a crescer quando lhe peço uma festinha e ela me dá várias, quando me penteia (ou tenta) os cabelos, quando vê uma foto sua na parede e bate no peito em jeito de afirmação.
Sei que está a crescer todos os dias, mas hoje, olhei para ela e pensei nestas conquistas todas que esta garota, com 13 meses e 13 dias já faz e senti que este tempo não volta mais e passa tão rápido, tão depressa, que tive vontade de trancar o cheiro dela a cadeado para não mais me esquecer.

turbulência

É raro lembrar-me dos sonhos. Quando isso acontece, geralmente, é porque, ou acordei a meio de um e a imagem viva do sonho permaneceu, ou o sonho em si tinha algum elemento forte que me transtornou ao acordar e me fica na cabeça o dia todo a matutar.
Tive uma altura em que sonhava constantemente com desastres de avião. Sonhava com aviões que chocávam contra montanhas, aviões que caíam quando iam a levantar voo, aviões que explodiam, e por aí fora... acho que foi a minha fase '11 de Setembro' e ainda hoje, sempre que vejo um avião a descolar, tenho aquele fascínio macabro que me remete automaticamente para os sonhos, como se estivesse na eminência de uma desgraça.
Também me é muito comum sonhar com água. Águas tempestivas, águas turbulentas, águas agitadas, tal é a revolução que normalmente vai cá dentro. Já pesquisei várias vezes sobre o assunto e quase todas remetem para o mesmo: 'turbulência', 'stress', 'ansiedade' e demais coisas negativas por aí fora...

Ontem e hoje não foi excepção.

Ontem sonhei com uma onda gigante que veio, sem darmos conta, enquanto estávamos numa esplanada e 'varreu' tudo numa questão de segundos. Apesar do drama, consegui salvar-me, eu e ele, porque só nós dois é que estávamos presentes no sonho. E não escapámos apenas de uma onda, mas sim de duas e tentávamos que nem loucos subir a uma falésia alta. Alta o suficiente para não sermos colhidos pela onda. Lá conseguimos. Falei-lhe no sonho e ele riu-se. Tenho um marido que adora a temática 'catástrofes naturais', por isso, tudo o que são documentários e blockbusters sobre o assunto, ele 'está lá', se possível, sentado na primeira fila... daí ter achado piada e se ter rido. Já eu, não gostei nada daquela sensação de lutar pela vida e andei o dia todo a lembrar-me do momento em que aquela parede de água cresceu na minha direcção e eu me senti impotente e pequenina perante o desenrolar dos acontecimentos.
Hoje, bom... hoje sonhei que tinha de atravessar uma ponte de madeira sobre ondas do mar. Não sei de onde vinha, nem o que estava ali a fazer, mas lá estava eu, como se da praia viesse, de havaianas nos pés e saco à tiracole, a atravessar um mar imenso, bravio e tumultoso, sobre uma ponte de madeira, como aqueles passadiços que existem nas praias e que nos levam sobre o areal.
Desta vez ele não estava comigo. Eu estava com uma amiga (que nunca vi, nem mais gorda nem mais magra e que nem a cara ou feições, consigo recordar), mas ali estávamos as duas, quando vimos, ao longe, o desabamento de uma parte da falésia que estava junto à costa que provocou outra mega onda... e nós ali, na ponte, no meio do mar, a ver todo aquele cenário a vir ao nosso encontro...
Não sei como acabou este sonho. Não me lembro do final, não sei se acordei entretanto, não sei se me salvei. Só sei, que quando sonho com águas turbulentas é porque algo no meu intímo não anda bem.

Ou isso, ou o filme 2012 deixou-me muito impressionada.

sábado, dezembro 12, 2009

sei que estou a ficar velha...

... quando estas descidas bruscas de temperaturas se avizinham e me provocam dores nos ossos e no corpo como se fosse uma entrevada com 75 anos! Ontem, quando andáva às compras de Natal e me baixei para apanhar um artigo, tive perto de dar um gritinho lancinante em pleno shopping, mas lá me consegui controlar, cerrando os dentes bem forte e inspirando fundo. Mas hoje, em que o joelho latejava e a anca me provocava ferroadelas, já só me apetecia dizer asneiras e blasfemar a minha triste sina... Arreeee!

quinta-feira, dezembro 10, 2009

nem sei que título dar a isto...

Digam-me que sou doida, que não tenho mais nada em que pensar, que isto de estar desocupada me dá cabo do cérebro, que ando toda tostadinha, torradinha das ideias, ou que bati com a moleirinha quando era pequenina e nunca mais recuperei a tempo de ser uma pessoa normal... mas pá, esta semana, estava eu a tratar da miúda quando, de repente, lhe olho para a palma das mãos e reparei - assim com olhos de ver - o quanto ela tem uma linha da vida curta!
Aquilo até me deixou a bater mal, com o coração a bater acelerado, acho mesmo que tive um pico de stress emocional/adrenalina assim em 3 segundos com princípios de taquicardia. Não é que eu acredite muito nestas merdas, mas pronto, fiquei assim, a modos que, APAVORADA! Acagaçada de medo, MESMO!
E depois, queria olhar outra vez para a palma da mão dela e não tinha coragem e pensei cá para mim mesma: 'ah e tal, deves ter visto mal', mas aquilo não me saiu da cabeça e mesmo quando podia ter olhado novamente não o fiz, não olhei. Mas ontem, ontem estava eu e o pai a dar-lhe jantar e eu comentei isto com ele, mostrando-lhe as minhas suspeitas e lá estava ela, a linha da vida, curta e grossa, naquela mão pequenina. Ele claro, como homem que é, pragmático e racional (pelo menos bem mais do que eu), disse logo para eu parar com a porcaria da conversa.
Porque é isso mesmo, uma porcaria de conversa, mas não consigo deixar de pensar naquilo.
Mas, mas... e se algo acontece à minha garota?
(acho que, pelo sim pelo não, lhe vou tracejar a linha a marcador e fingir que afinal tive uma ilusão de óptica só para me mentalizar de que não devia de ler/acreditar/ficar impressionada com coisas estúpidas e sem qualquer critério científico!!)

quinta-feira, dezembro 03, 2009

do fim de semana

Não há famílias perfeitas, eu sei, e a minha não é exemplo para ninguém. Falamos alto, ralhamos mais alto ainda, somos pândegos, pouco distintos e barraqueiros, mas conseguimos ainda manter uma certa união familiar constante, que se traduz em convívios mais ou menos regulares, sempre em redor da mesa, onde comemos, bebemos, rimos e somos nós próprios.
Na pequena 'quintinha' dos meus tios fazemos muitas almoçaradas. As miúdas andam de baloiço, brincam com os gatos, vêem os animais. De verão sentamo-nos à sombra do alpendre, de Inverno refugiamo-nos dentro da casa, bebemos copinhos de aguardente e ginga caseira, assamos castanhas, cantamos fados. As árvores de fruto estão sempre carregadas das mais variadas iguarias. Este fim-de-semana andámos às romãs, às amêndoas e aos kiwis.
A Madalena só queria o colo do avô e fazia verdadeiras sessões de gritaria sempre que o meu pai pedia para 'descansar'. A minha filha tem uma verdadeira obsessão por homens... vai ao colo de todos, mesmo dos estranhos, já com as mulheres a conversa muda de figura.
À mesa reina sempre a confusão de pratos, de comida, de 'dá-me as batatas', 'pássa-me o arroz', 'não queres carne?', 'olha aqui o feijão'... e todos ficamos de barriga cheia, satisfeitos e bem dispostos. Nem a chuva nos demoveu, nem a lama que se agarrava aos sapatos. Seguiram-se os doces e os estômagos dilatantes, que de tão fartos, já não esticavam mais. 'Haja fartura', ouve-se dizer, entre outros ditados populares que sempre abundaram lá por casa.
Sentada à cabeceira da mesa, a minha filha repetia o segundo prato de carne com arroz e pão. Tão pequena e já tão nossa. A rir-se que nem uma perdida, feliz que estava com tanta gente em seu redor e a dar-lhe atenção.
Sempre quis ter filhos por isto, para que eles cresçam rodeados por esta harmonia familiar, que ainda existe. Para terem os avós, os tios, as primas em seu redor. Para que saibam e dêem valor de que isto que nós temos, apesar de pouco, é muito, é mais do que muitos têm, é algo de muito valioso, é algo que muitos querem.
A minha família também me chateia, tem coisas que me tira do sério, outras que me deprime, que me irrita, que me fazem ter alturas de querer mandar todos dar uma curva ao bilhar grande...
Mas sei que um dia, todas estas pessoas deixarão de aqui estar e sentirei uma falta imensa, uma parte de mim partirá com elas. Cresci a ter estes momentos como adquiridos, como uma constante na minha vida. Sempre me proporcionaram alegrias, sempre contribuiram para que hoje, que tenho a minha casa, ter tanto prazer em receber quanto em convidar para entrarem na minha intimidade.
É neles, que muitas vezes, vou buscar alegria, força e equilíbrio.
É neles e com eles, que quero que a minha filha cresça.

estado de espírito

Hoje sinto-me terrivelmente deprimida.
Porque ontem tive uma entrevista de emprego, onde tiveram a lata de me chamar e perguntar se estava disposta a vender equipamento da Zon de porta a porta!!
EU?!? A vender equipamento da ZON?!? De tão deprimente só me dá vontade de rir (para não chorar!)
E ainda me disseram que o meu CV era adequado e aquilo que eles ambicionavam na pessoa que desempenhasse semelhante função...