quarta-feira, outubro 31, 2012

 
Ai senhores que ainda me esperam uma série de horas na cozinha em plena maratona de doces e bolos para o aniversário da pequena cria.
Só de pensar nisso até me dá afrontamentos, porque hoje era daqueles dias em que ia para casa, aninháva-me no sofá - enroscada na manta e com um chocolate quente na mão - e não fazia peva! Rien de rien! Népias! Capute!
Caramba, nunca mais sou rica para poder contratar um serviço de catering e estas cegadas gastronómicas caem-me sempre no colo.
Ai filha, filha, espero que um dia me saibas dar o devido valor, porque esta tua mãe podia estar - qual lontra alapada no sofá -, ou então, na loucura, com a cabeça cheia de pratas e extensões num cabeleireiro perto de mim, mas não, por aqui contam-se os minutos que faltam para sair e ir para casa besuntar-me em margarina e farinha em pó!

Pequenos Desabafos#19

Hoje era daqueles dias em que saía do trabalho e ia direitinha para o cabeleireiro, fazer coloração e tratar do cabelo, hidratar as pontas, dar-lhe um banho de keratina, mimá-lo. Tudo menos cortar.
Sempre disse que nunca hei-de ser loura, mas de há uns tempos para cá, tenho cada vez mais vontade de pintar  o cabelo uns tons mais claros, para suavizar a expressão e não ter um ar tão carregado, porque loura, loura, Deus me livre e guarde! Mas um castanho mel, umas nuances copacabana, um âmbar, um degradé bonito de mais escuro em cima e ligeiramente mais claro em baixo, nas pontas, como que "tocado pelo sol" (É bonita esta expressão, ah? "Tocado pelo sol" é poesia pura!), já estive mais longe de não me deixar convencer. E a seguir a isso, vinha também as sobrancelhas, para ser all in one.
Pronto, era isto. Apetecia-me.

terça-feira, outubro 30, 2012

countdown


Eu é que faço anos, mas os preparativos da festa, são para ela.
Daqui a dois dias a minha pequena cria apaga 4 velas e aqui em casa já se recortam ideias e antecipam os preparativos. Ainda está tudo numa fase muito embrionária, mas acho que o resultado final vai ficar bonito. Umas ideias aqui, outras ali, coisas que gosto num blogue, imagens que me ficam debaixo de olho noutro e voilá, nasce uma miscelânea home made.
E faz-se uma festa, cheia de gente, num espaço apertado, porque em tempos de crise, tristezas não pagam dívidas e a dádiva da vida, isso sim, é que é motivo para se celebrar!
 

34


Chegaram. Não assustam mas dão que pensar. Não doem, mas de certa forma, moem. É bom saber que aos 34 já conquistámos muitas coisas e abdicámos de tantas outras, mas que ainda vamos a tempo de realizar sonhos, mesmo que eles nos pareçam cada vez mais distantes. Que a vida é feita de recomeços, basta querermos. E ter fé e gratidão, para saber apreciar todas as coisas boas que ela nos traz. Basta vermos.
E nunca perder o sorriso, porque enquanto ainda tivermos a capacidade de nos emocionarmos, é porque ainda não perdemos aquilo que nos define. 
Por tudo isso e muito mais, sou muito afortunada. Mesmo quando me queixo, mesmo quando acho que só tenho problemas, mesmo quando estou em dia "não".
Bem-vindos 34. (e obrigada)

quarta-feira, outubro 24, 2012

Pequenos desabafos #18

E hoje, depois de mais de ano e meio à espera, chega finalmente o dia em que assinarei os papéis do meu divórcio. E se há muito tempo, demasiado tempo até, esperei que este dia chegasse, com avanços e recuos por parte do processo, com reavaliação de custódia, com férias judiciais pelo meio e, por fim, com mudanças de procurador e a lentidão típica e característica da justiça, eis que finalmente é marcado. No mês de Outubro. No mesmo mês em que me casei, no mesmo mês em que a minha filha praticamente nasceu, no mês que eu tanto gosto e que este ano horribilis, de todas as crises, matou por completo.
 
E ainda há quem não acredite no destino?
 
...

terça-feira, outubro 23, 2012

Está preparado para ter filhos?

Publiquei este texto, aqui há uns dias, no meu facebook. Tirei-o da net, também do facebook de outra amiga e achei-lhe tanta graça que não resisti. Mas eu esqueço-me frequentemente de que nem toda a gente tem o meu sentido de humor e que há sempre umas mães muito "mães" com visões idílicas e cor-de-rosinha da maternidade que ficam muito chocadas com este tipo de coisas e que gostam muito de bater no peito pregando o "exagero" e de que em casa delas não é nada assim. E foi precisamente isso que aconteceu - felizmente uma minoria - mas por favor, não sabem distinguir um texto exagerado e a gozar com a maternidade sem se sentirem ofendidas por isso? Ou o barrete cabe-lhes tão bem que precisam de apregoar exactamente o contrário? Claro que é um exagero! Claro que é absurdo e louco e é precisamente isso que lhe dá graça. Porque a vida também tem episódios surrealistas e há alturas em que lemos isto e pensamos, "Caramba, eu estive lá perto". E eu, eu adoro rir da minha desgraça! Dá sempre óptimas histórias para mais tarde recordar e partilhar.

Enjoy.

Está preparado para ter filhos?

Teste 1: Preparação

Mulheres: preparação para a gravidez
1. Vista um roupão e coloque um saco de feijões à frente.
2. Deixe ficar.
3. Passados 9 meses retire 15% dos feijões.

Homens: preparação para os filhos
1. Vá à farmácia, esvazie o conteúdo da sua carteira no balcão e diga ao farmacêutico para fazer o que quiser com o dinheiro.
2. Vá ao supermercado e combine um modo de o seu salário ser pago directamente para a conta bancária deles.
3. Vá para casa. Pegue no jornal e leia-o pela última vez.

Teste 2: Conhecimento
Escolha um casal que já tenha filhos e critique-os sobre os seus métodos de disciplina, falta de paciência, níveis baixíssimos de tolerância e sobre como permitem que os filhos corram como selvagens.
Sugira formas para melhorarem os hábitos de sono dos filhos, treino do bacio, maneiras à mesa e comportamento em geral.
Aproveite. Será a última vez na sua vida em que terá todas as respostas.

Teste 3: Noites
Para descobrir como serão as suas noites:
1. Passeie pela sala de estar entre as 17h e as 22h carregando um volume com cerca de 4 a 6 kg, com o rádio mal sintonizado (ou outro som insuportável) bem alto.
2. Às 22h pouse o saco, ponha o alarme para a meia noite e volte a dormir.
3. Levante-se às 23h e ande com o saco na sala de estar até à 1h da manhã.
4. Ponha o alarme para as 3 da manhã.
5. Como não consegue voltar a adormecer, levante-se às 2h da manhã e faça uma chávena de chá.
6. Deite-se às 2h45.
7. Levante-se novamente às 3h, quando o alarme tocar.
8. Cante no escuro até às 4h.
9. Ponha o alarme para as 5h da manhã. Levante-se quando tocar.
10. Faça o pequeno almoço.
Mantenha esta rotina durante 5 anos. Aparente estar cheia de energia!

Teste 4: Vestir crianças pequenas
1. Compre um polvo vivo e um saco de atilhos.
2. Tente colocar o polvo dentro do saco de forma a que não saiam braços
3. Complete esta tarefa em 5 minutos.

Teste 5: Carros
1. Esqueça o BMW. Compre uma carrinha de 5 portas.
2. Compre um cone de gelado de chocolate e coloque-o no porta-luvas. Deixe-o lá ficar.
3. Pegue numa moeda e coloque-a no Leitor de CDs.
4. Pegue numa embalagem de bolachas de chocolate e esmague-as no banco de trás.
5. Passe um ancinho ao longo dos dois lados do carro.

Teste 6: Passeio a pé
1. Espere.
2. Vá para a porta da frente.
3. Volte atrás.
4. Saia.
5. Volte para dentro novamente.
6. Saia novamente.
7. Desça as escadas.
8. Volte a subir as escadas.
9. Volte a descer.
10. Ande 5 minutos muito devagar.
11. Pare, inspeccione bem à volta e faça pelo menos 6 perguntas sobre cada pastilha elástica usada, papel sujo ou insecto morto que encontrar no caminho.
12. Retrace os seus passos.
13. Grite que já aguentou tudo o que podia até que os vizinhos venham cá fora ver.
14. Desista e volte para casa.
Agora está preparada para levar uma criança pequena a passear.

Teste 7: Conversas com crianças
Repita tudo o que diz pelo menos 5 vezes.

Teste 8: Compras
1. Vá ao supermercado. Leve consigo o mais parecido com uma criança em idade pré-escolar que encontrar – uma cabra adulta, por exemplo. Se tenciona ter vários filhos, leve mais do que uma cabra.
2. Faça as compras da semana sem perder a(s) cabra(s) de vista.
3. Pague tudo o que a(s) cabra(s) comerem ou destruírem.
Só deverá considerar ter filhos depois de conseguir fazer isto facilmente.

Teste 9: alimentar um bebé de 1 ano
1. Esvazie um melão.
2. Faça um buraco pequeno de lado.
3. Pendure o melão no tecto e balance-o.
4. Pegue numa taça de cornflakes ensopados em leite e tente enfiá-los à colherada no melão irrequieto, enquanto finge que é um avião.
5. Continue até que metade dos cornflakes desapareça.
6. Cole o que restar no seu colo, certificando-se de que uma grande parte cai no chão.

Teste 10: TV
1. Aprenda os nomes de todos os personagens dos Wiggles, Barney, Teletubbies e Disney (no nosso caso é mais dos Gormitis, Scan2Go, Super Heróis, etc).
2. Veja apenas isso na Televisão durante pelo menos 5 anos.

Teste 11: Desarrumação
Consegue aguentar a desarrumação das crianças? Descubra se sim ou não.
1. Espalhe manteiga no sofá e compota nas cortinas.
2. Esconda um peixe por trás da aparelhagem e deixe-o lá o verão inteiro.
3. Enfie os dedos na terra dos vasos e a seguir esfregre-os nas paredes.
4. Esvazie todas as gavetas, prateleiras e caixas da casa para o chão e siga para o passo 5.
5. Aleatoriamente, leve objectos de uma sala para a outra e deixe-os lá.

Teste 12: Viagens longas com crianças
1. Faça uma gravação de alguém a repetir bem alto “Mãe”. Importante: não deve deixar mais de 4 segundos de intervalo entre cada “Mãe”. Inclua ocasionalmente um crescendo na voz até um nível supersónico.
2. Ponha esta gravação a tocar no carro, sempre que for a algum lado, nos próximos 4 anos.
Está preparado para fazer uma viagem longa com uma criança.

Teste 13: Conversas
1. Comece a falar com um adulto à escolha.
2. Peça a alguém para continuamente puxar a sua saia ou manga da camisa, enquanto toca a gravação “Mãe” referida acima.
Está preparada para ter uma conversa com um adulto com uma criança na sala.

Teste 14: Preparar-se para o trabalho
1. Escolha um dia em que tenha uma reunião importante.
2. Vista o seu melhor fato de trabalho
3. Pegue numa chávena de natas e junte um copo de sumo de limão.
4. Mexa bem.
5. Entorne metade na sua saia.
6. Ensope uma toalha com o resto da mistura
7. Tente limpar a saia com essa toalha.
8. Não mude de roupa (não tem tempo).
9. Vá para o trabalho.

Já está pronto para ter filhos. Aproveite!!!!

sábado, outubro 20, 2012

ando possuída, eu sei...



... mas o cheirinho a chocolate quente inunca a casa e não há nada mais confortante e delicioso nesta manhã fria de Sábado.

sexta-feira, outubro 19, 2012

família disfuncional

Os meus pais são uma das (senão mesmo "a") minha maior fonte de stress e tensão do momento. Não me basta já todos os problemas que tenho no trabalho e na vida em geral, não há dia nenhum em que a minha mãe não me sature com as suas conversas e angústias intermináveis, sobre ela, sobre a crise, sobre o meu pai, sobre a família, agarrando-se a mim como uma lapa, como se tivesse de lhe contar tudo o que faço e lhe dar todas as satisfações para ficar satisfeita e viver um pouco mais a minha vida em detrimento da sua. Chego a um ponto em que já não aguento, a sério. Por mais que compreenda, por mais que saiba e queira ser tolerante, por mais que tenha perfeita noção de tudo, chega a uma altura em que só me apetece gritar e afastar-me, não lhes pôr a vista em cima, não conviver, não falar. Porque tudo para aquela gente é um drama, uma angústia, o fim do mundo aqui tão perto, porque não sabem relaxar e levam-me com eles nas suas enxorradas de desespero, provocando-me a mim mais stress, mais angústias e mais preocupações e tendo o "dom " de, na maior parte das vezes, quererem fazer-me sentir culpada por algo que eu acho que não tenho culpa nenhuma. E se eu me afasto de pessoas com as quais não gosto de estar, que me provocam angústia e que não me fazem sentir bem, porque motivo tenho de continuar a fazê-lo com eles só porque são meus pais?
Se eles não sabem aceitar a vida tal como ela é, ou as coisas como são, sem ter de arranjar culpados e terceiros a quem descarregar as suas neuroses, angústias e provações, façam-no indoors e entendam-se entre eles os dois, que é para isso que são casados e deixem-me a mim em paz que já tenho sarna suficiente para me coçar. Mas não, a filha adulta que gostam de continuar a tratar como se ainda fosse uma criança e que acham que têm de controlar e ralhar como se fosse uma menina mal comportada pode muito bem aguentar com tudo, que é para isso que os filhos servem, para lhes darmos reprimendas e descarregarmos as nossas frustrações.
Caramba, Deus me livre de algum dia fazer o mesmo com a minha. E Deus me dê a oportunidade de ter mais filhos, porque isto de ser filha única é um karma muito grande para se aguentar uma vida inteira.

quinta-feira, outubro 18, 2012

isto sim, é felicidade!

e pronto, o resultado foi este...
 
2 quilos de tomate, 800 gramas de açúcar, 2 paus de canela.
Uma delícia de comer e chorar por mais.
Para primeira vez a fazer doce de tomate, nem me saí nada mal.
(E fartei-me de sorrir)

quarta-feira, outubro 17, 2012

Esta crise, esta insatisfação, esta revolta que me assola, o facto de trabalhar mas estar mais miserável do que nunca, o estarmos a 17 de Outubro e de eu ainda nem ter recebido o ordenado de Setembro, de não fazer puto ideia de como vou pagar a renda da casa daqui a dois dias, ou como vão ser os próximos meses, o de ter uma filha prestes a fazer anos e de nem ter como lhe proporcionar uma festa, ou constatar que, neste momento, com esta conjuntura, toda a gente quer profissionais qualificados, do mais qualificado possível, mas a fazer tudo e a ganhar um par de botas, só me dá vontade de comer. Parece (é) um contrasenso, mas é verdade. Só me apetece comer porcarias, fazer bolos, procurar receitas na net de doces, fazer experiências, saciar esta vontade louca de colmatar a falta de sonhos e de esperança no futuro. Empaturrar-me de açucar, em grandes doses de felicidade e gordura e, por instantes, sentir-me nas nuvens.
Há quem se drogue. Há quem beba para esquecer (também já faltou mais), eu como. Pelo menos enquanto ainda tiver dinheiro para tal. É por isso que hoje vou fazer doce de tomate.

terça-feira, outubro 16, 2012

pequenos desabafos#17

Adoro constatar que quando coloco uma foto minha ou da minha pequena cria no Facebook, há sempre uma chuva de comentários e likes, menos daqueles amigos que, supostamente, a conhecem desde que nasceu, acompanharam a minha gravidez, a foram visitar à maternidade, ou que consideramos "pessoais" e aos quais ela chama de "tios" (mesmo já não vendo há meses e meses).
Principalmente quando essas mesmas pessoas passam o dia na net a pôr "gosto" em tudo quanto é posts.
É curioso... muito curioso.

segunda-feira, outubro 15, 2012

Segunda-feira negra

Para uma pessoa que trabalha numa área ligada à comunicação custa muito ouvir/ler notícias como as que se tornaram públicas hoje:
Casa Cláudia, Casa Cláudia Ideias, Arquitectura & Construção, Autosport, Volante, e os sites Relvado e Mygames serão descontinuados.
Este "downsizing" significa o despedimento de 50 pessoas só no grupo Impresa.
E mais 36 no Jornal Público.
Pergunto-me: onde vamos parar? Sem ecónomia e poder de compra que nos valha, cortam-se nos bens mais supérfluos, revistas e jornais passam a ser produtos secundários. Quando não há dinheiro nem para comer, como é que ainda se compram revistas? Não compram e entramos num ciclo de pescadinha de rabo na boca. Sem dinheiro não se compram revistas, as vendas descem, a publicidade diminui, corta-se nas pessoas, despede-se sem dó nem piedade, encerram-se títulos que se ajudou a criar e a crescer.
Com esta crise e esta conjunctura deixou de haver jornalismo. Explora-se o estagiário a receber apenas o subsídio de refeição e ao qual se exige o mesmo número de horas que um profissional que já exerce a profissão há anos, a quem se matam aos poucos sonhos e ilusões. Lembro-me tão bem dos meus primeiros empregos em que não me importava de ganhar pouco porque o que eu queria era uma oportunidade, o estar ali perto da notícia, o sentir que fazia parte de uma equipa, o aprender, uma sede inesgotável por aprender. Mas isso não dura sempre e rapidamente a ilusão e a vontade dão lugar à amargura. Se estamos presos por arames, num jornalismo feito por aprendizes a quem se acena com meia dúzia de tostões e uma mão cheia de promessas vãs, mais tarde ou mais cedo a fenda abre, a qualidade do serviço diminui e isso  é visível na escrita, na investigação (qual investigação?), nos artigos, na linha editorial, no produto final, em suma, em tudo. Deixou de haver contratos e trabalha-se à peça, para demorar mais de 90 dias a pagar, ou andar a adiar a pagar, porque freelancers é sempre sinónimo de gente que faz uns biscates e que mesmo assim sobrevive.
Esta segunda-feira deixou-me deprimida, ainda mais deprimida do que já ando. Tem sido uma rentrée dura e um Outono do caralho (apetece-me dizer asneiras, por serem tão catárticas e libertadoras).
E se há dias em que uma pessoa fecha os olhos e repete para si mesma: "um dia de cada vez, um dia de cada vez" para não começar a hiperventilar com sinais de ansiedade, outros há em que nos tiram de uma só vez toda a ponta e réstia de esperança que ainda batia dentro do peito.
Foda-se para isto.
 

sexta-feira, outubro 12, 2012

Crise à parte, que não quero pensar que em 2013 terei o meu salário reduzido, pagarei mais do dobro de IMI e de IRS, ou que será uma sorte se tiver emprego, eis que começa aqui e agora o meu modo fim-de-semana. Com peónias e em tons de rosa. Porque há sempre imagens, momentos e sonhos onde nos podemos refugiar e ser verdadeiramente felizes. Por agora, só quero pensar em ir buscar a minha cria, aninhar-me no sofá, ver um filme, acordar tarde amanhã, fazer ovos mexidos com farinheira para o brunch, deliciar-me com o bolo de chocolate e natas, gozar a minha casa e simplesmente "estar".
 

Deixai vir a mim as criancinhas

 
 
Confesso que não suporto, não entendo e acho que devia de ser proibido, vestirem crianças como se fossem adultas. Quando vejo imagens no Pinterest onde isso acontece, com criancinhas a recriarem uma qualquer cena de vida moderna, traje ou estilo mais "adulto", alterno entre o enjoado e a repulsa imediata, mas fazerem editoriais de moda com meninas de cinco anos completamente maquilhadas e de sapato de salto alto, para mim, está ao mesmo nível do programa do TLC "Toddlers & Tiara's" e aquelas mãezinhas frustradas.
Devia de ser tudo corrido à chapada.

isto é que vai cá uma crise

Ontem, andava eu a calcorrear a Avenida da Liberdade, de trás para a frente e de frente para trás, quando decidi ir à Mango massacrar-me. Sim, porque só mesmo uma masoquista como eu para se ir enfiar numa loja onde existem mil e uma coisas que ela adora e as quais não pode comprar...
E para a dor ser ainda maior - entre muitas coisas que vi e pelas quais babei - estava isto:


Estas saias compridas e plissadas, com fechos laterais MA-RA-VI-LHO-SAS. Caras como tudo, mas giras, giras, giras. Também me babei com os botins, os acessórios, umas sweatshirts com tachas, alguns vestidos e esta camisola de lã com aspecto super quentinho e confortável:
E pronto, vim de lá deprimida, como se quer, porque gosto de sofrer. Estive o dia todo com uma grande neura e à noite fui para casa fazer um bolo de chocolate, porque já o mês vai a meio e ordenado que é bom, nem vê-lo.
Fome emocional sucks.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Fome emocional


Sim, sim, hoje é mais ou menos isto.

quarta-feira, outubro 10, 2012

Pequenos desabafos#16

Morar perto do trabalho tem as suas vantagens. Quando não se traz almoço na marmita, (como aconteceu hoje) e se estivermos em contenção extrema (como eu geralmente estou, agora mais do que nunca, o tempo todo), podemos sempre dar um saltinho a casa e poupar uns trocos. O único senão é que geralmente acabo a fazer mil e uma outras coisas que tenho pendentes, numa tentativa desenfreada de poupar tempo e trabalho para mais tarde. E hoje assim foi, em hora e meia adiantei o jantar da noite, arranjei peixe e salguei-o, fiz a base da sopa para mais logo, deixei a base do refogado para o arroz adiantada com a cebola e os alhos picados, fiz uma gelatina, apanhei a roupa do estendal, dobrei e arrumei, lavei loiça e fiz a cama do quarto da M.
Claro que com isto tudo mal tive tempo para comer e petisquei algumas coisas rápidas como fruta e um iogurte, lavei os dentes a correr e quando me preparava para sair, com a mala numa mão e o saco do lixo na outra, é que me lembrei de que só uma mulher tem esta extraordinária capacidade de trabalho.  Homem nenhum, por muito proactivo que seja, empreendedor ou organizado, na sua hora de almoço decide que o melhor é ir a casa adiantar as coisas para o jantar, ou apanhar a roupa que tem na corda, enquanto faz mil e uma tarefas, todas coordenadas em uníssono, numa sinfonia quase perfeita, esquecendo-se quase de si mesmo. E se há característica de louvar em mim, é esta capacidade e esta energia que por vezes me aflige e me faz ser uma espécie de furacão que leva tudo à frente. Nem sempre é bom - porque depois as pessoas habituam-se a ver-nos como a super mulher auto-suficiente que de nada precisa -, mas hoje foi. E ainda poupei 6 euros.
 
 
 

memories

Esta semana coincidiu com a data em que eu, many, many time ago, me casei. Por outras palavras, se continuasse casada, esta semana tinha celebrado mais um aniversário de casamento. Outubro, Outono, muitas datas importantes a bater na memória, ou não fizessem elas parte de quem eu sou. Lembro-me sempre, independentemente do desfecho ou da situação actual. Foi (e é) uma vivência importante, que me trouxe até aqui, quem sou e onde me encontro. E, acima de tudo, porque foi um dia grandioso, cheio de sol, pincelado com tonalidades de amarelo torrado e bordeaux que invadiam a paisagem de vinhedos que eu tanto amo.
Não cresci a pensar no dia do meu casamento, nem nunca imaginei como seria o meu vestido, se me casaria pela igreja ou se faria uma pequena cerimónia mais intíma. Só quando a situação efectivamente aconteceu e se proporcionou, é que comecei a pensar no assunto e tudo foi como devia de ser, como na altura achava que fazia sentido.
A semana passada dei de caras -  enquanto remexia numa gaveta - com o vídeo do casamento e lembrei-me que ele estava ali, escondido no fundo, com um propósito: que a M. não o visse e me pedisse para o pôr no leitor de dvd.
Ela, que nunca viu uma fotografia do casamento do pai e da mãe, pelo menos que se lembre, iria delirar só com a capa, com a mãe vestida de "princesa". E eu posso estar (e estou) preparada para lidar com todas as memórias que esse dia me proporcionou, assim como com tudo o que se passou depois, mas não para as visualizar. Prefiro tê-las guardadas do que ser confrontadas com elas. Porque dar de caras com memórias, principalmente de pessoas que fazem parte do nosso passado mas que foram importantes numa dada altura da nossa vida, tem sempre o seu "quê" de agridoce que eu não consigo ultrapassar. Por isso prefiro guardá-las longe da vista, longe do coração, para não ser esmagada por elas.
Porque é-me impossível não olhar as fotos daquele dia e pensar: "caramba, estão lindas", sem vergonhas nem falsas modéstias. Porque é verdade.
 
 

terça-feira, outubro 09, 2012

Pequenos desabafos #15


Ir a uma festa, jantar ou qualquer ocasião social onde não conhecemos praticamente ninguém tem sempre o seu quê de incómodo.
Ir a uma festa, jantar ou qualquer ocasião social onde só conhecemos uma pessoa é ainda pior, ficamos dependentes para tudo e aquela sensação de desconforto está  sempre lá, quer queiramos, quer não. Não fazemos parte do mesmo grupo de amizades, não temos histórias em comum, nem episódios passados para partilhar ou reviver, a conversa centra-se em factos banais e dependemos do nosso interlocutor e da simpatia e boa vontade dos outros para nos integrarem socialmente.Se isso não acontecer, convém ter estômago forte para aguentar o barco e ver as horas a parecerem uma eternidade.
Ir a uma festa, jantar ou qualquer ocasião social onde a maior parte se conhece e existem ex-namoradas e/ou amigas de adolescência que desconheciam a nossa existência e não se coíbem de, quando em vez, espetar algumas faquinhas ao mais puro estilo bitchy, sempre disfarçadas com muita (suposta) simpatia, é ouro sobre azul. É um verdadeiro exercício de auto controle!
Valeu-me a grávida que se sentou ao pé de mim. A temática "filhos" é sempre um inesgotável tema de assunto ao contrário da meteorologia. Isso e a sangria.
 

Fim-de-semana prolongado? Foi bom, mas acabou-se!

Um dia inteiro sem servidor, rede e internet no trabalho e ficamos todos à toa, sem saber o que fazer, completamente dependentes de uma máquina. Sem servidor não há acesso à rede, sem acesso à rede não se trabalha nem se consegue chegar a documentos necessários, sem email não se fala com os clientes nem sabemos se nos cai algum pedido urgente. Enfim, completamente encalacrados, de mãos atadas, a olhar para um monitor que não nos serve para (quase) nada. Ainda não era meio dia e eu já tinha despachado tudo o que podia despachar, numa segunda-feira de manhã, sem ser necessário recorrer a nenhuma destas 3 coisas (net; rede e servidor). Ainda tive esperança que à tarde as coisas estivessem resolvidas mas ao longo do dia foi sendo cada vez pior. Li todas as revistas que havia no estaminé e fiz todas as propostas em powerpoint e documentos de word que me eram possíveis e pronto, esgotei as minhas possibilidades. Em vez de mandarem as pessoas para casa - já que aqui não estávamos a fazer nada - lá nos aguentámos estoicamente até às 19h00.
Valeu-me a minha querida filha que regressou ontem para os meus braços e que, ao contrário da semana passada, repetiu exaustivamente um "tinha saudades tuas", ou "estou feliz por estar aqui contigo", como que a redimir-se.
Hoje, a saga continua, mas pelo menos já temos internet - factor que me permite estar aqui a escrever, caso contrário, continuava no degredo - ou espreitar o facebook. Menos mal. Ainda assim, pouco se pode fazer ou adiantar de trabalho "concreto". Estou acordada desde as 4h48 da manhã, altura em que a M. pediu água e me levantei. Nunca mais preguei olho desde então e odeio quando isto me acontece, o que é quase sempre. A partir do momento em que o meu cérebro é acordado, pronto, começa a trabalhar a mil à hora e deixa automaticamente o modo "off" em que se encontrava. Sejam duas ou sete da manhã, esteja eu acordada apenas 3 ou 20 minutos, não há sono que me valha... E hoje, como tinha de sair de casa mais cedo, já não consegui adormecer.
Ainda não eram 9h00 e já tinha deixado a baby girl na creche e rumado a Carnaxide. Chuva, trânsito, e ainda mais umas quantas voltas necessárias antes de regressar ao escritório e parece que já calcorrei meia Lisboa e o dia vai a meio, quando ainda nem é hora do almoço.
Suspeito que à noite estarei bastannnnteeeeee cansada, mas ainda assim, queria ver se fazia um bolinho. :-P
(ando "possuída" com esta história do aniversário da M. e a minha vontade em lançar-me na experimentação de "fondant" e pasta de açúcar...)
 
E assim começa a semana.

quinta-feira, outubro 04, 2012

e agora para algo completamente diferente...

 
Um avião "Kittizado" para todas as fãs da gata. Eu, sinceramente, não morro de amores, mas compreendo o fascínio que uma criança possa ter pelo boneco e o inúmero merchandising que existe em torno da bicha. Tanto cor-de-rosa e bonequinhos com lacinhos hipnotiza qualquer um cuja idade física  e mental seja inferior a 10, no máximo 12 anos. Sim, porque matulonas que já bebem e fumam e mães de família com malinhas, bandoletes, porta-moedas e camisolas da Kitty, é coisa para me deixar com os figados virados e isto... bom, isto ia ser "A" loucura para a minha filha que nunca andou de avião, mas por outro lado, não sei se gostaria que a primeira vez dela fosse uma espécie de animação nipónica surrealista. Ficam as imagens da Eva Air - que eu própria desconhecia e qúe decidi partilhar - porque só vendo para crer que algo assim existe. É de nos deixar a todos de olhos em bico! 

quarta-feira, outubro 03, 2012

A espuma dos dias


Ontem passei o dia todo numa inquietação. Não fui capaz de me concentrar o dia inteiro, andei ansiosa e nervosa com algo que acabou por não acontecer. O facto de não ter acontecido, não significa que não se concretize. Vai acontecer. A questão aqui é constatar se os cenários que invadem o meu pensamento serão os reais, ou se tenho apenas uma imaginação  muito fértil e o hábito de sofrer por antecipação. O facto de não ter acontecido para mim até funcionou como um alívio, o assunto ficará em banho maria perto de uma semana e eu finjo que ele nem existe por mais uns tempos. Agora adoptei esta estratégia. É como se fechasse os olhos e adoptasse a atitude da adolescente tonta: "Ah e tal, não sei, não quero saber, nem quero pensar nisso, depois logo se vê". É ridículo, eu sei, mas é uma defesa e um conforto e eu dou-me bem com ele. 
Tenho pensado muito na minha vida e no rumo que a mesma tem tomado, assim como na minha atitude perante os outros e na forma como me dou. Sinto-me mudada, mas para pior e não gosto. Tenho perfeita noção de que as circunstâncias dos últimos dois anos me tornaram uma pessoa mais dura e amargurada. Isolei-me dos outros, estou muito mais fechada, zangada com a vida. Eu sei que de nada adianta ter este tipo de atitude e que só me cabe a mim sair dela, pois ninguém o fará por mim, mas nem consigo explicar, é como se não conseguisse. É como se achasse que já nada vale muito a pena, pois tudo aquilo em que acreditei e lutei, falhou. Inevitávelmente acabo por me sentir uma falhada em várias áreas, como se fosse uma sucessão de desilusões para tudo o que me rodeia. Sinto que perdi a força que me caracterizava e que me fazia acreditar em tudo aquilo que tinha para dar. Com o avançar da idade vai-se dando espaço ao conformismo, à resignação e à desilusão e eu sinto que ganhei tudo isso de uma acentada só. Não me sinto boa profissional, nem boa mãe, nem boa filha, nem boa amiga. É como se acreditasse que já nem tenho muito direito a ser feliz porque já excedi a quota de felicidade que me era permitida, ou que todas as agruras e contrariedade que me acontecem, de alguma forma, as mereço.
Talvez eu devesse encarar tudo com mais leveza, sem me preocupar muito com as coisas e simplesmente aceitar aquilo que a vida me dá, mas não consigo. A minha natureza não é simples, embora saiba apreciar os prazeres simples da vida mas, como já dizia Miguel Torga, "nasci subversivo, a começar por mim, meu principal motivo de insatisfação".
Nesta altura do ano, em que o Outono traz consigo a melancolia própria da estação e em que eu celebro mais um aniversário, entro também no período de análise de vida. Ontem dei por mim a pensar que os últimos dois anos foram os mais difíceis de toda a minha vida e que, inevitavelmente, me mudaram muito, deixando marcas profundas para o futuro. Tiveram sequelas na minha filha, na minha família, em mim e nos que me rodeiam. Prestes a fazer 34 anos tenho um pai que mal me fala e que continua a não aceitar que me separei, como se eu fosse uma desilusão ou uma espécie de criminosa que já nem é digna de qualquer confiança e que tem de ser castigada por isso, uma mãe que continua a tratar-me como se tivesse 15 anos e que em vez de me apoiar faz questão de me atormentar continuamente sobre aquilo que acha que eu devo fazer com a minha vida, uma filha que diz que prefere estar com o pai à mãe e que se recusa a falar comigo ao telefone dois dias seguidos, amigos que se transformaram em ausências e em perfeitos desconhecidos e uma instabilidade financeira e profissional como nunca tive na vida.  
Se tenho vontade de celebrar mais um ano? Não, nem por isso. Neste momento, só tenho vontade que o tempo passe, a correr, sem saber muito bem para onde vou nem o que me espera, mas que passe, como se fosse uma dormência.
E quando houver boas notícias, então aí sim, que me acordem, porque continuo a gostar de rir e de dar sonoras gargalhadas.
 

segunda-feira, outubro 01, 2012

countdown

De hoje a um mês a minha pequena cria faz 4 anos e eu confesso que já ando em modo "party", a imaginar o que poderei fazer para celebrar o aniversário dela.
Afinal, não é todos os dias que a nossa criança faz 4 aninhos e ela já anda a falar nisso há algum tempo, mais não seja por ser das poucas meninas da sala dela ainda com 3 anos quando a maior parte (ou quase todos) já têm 4.
Não quero gastar muito dinheiro, acho que vou optar por algo muito simples, a maior parte das coisas feitas por mim, mas gostava de lhe proporcionar um momento especial, com uma decoração temática que eu mesma poderei fazer e alguns enfeites e coisas engraçadas. É uma questão de preparar tudo com alguma antecedência, mesmo ainda não tendo ideia de por onde começar ou o que fazer.
A única coisa que me chateia é o dia do aniversário dela ter de ser dividido - já o ano passado o fizemos - e de não ter muito tempo para pôr as ideias em prática. Seja como for, não vou esmorecer e nos entretanto,s vou pesquisando e vendo no pinterest e na net ideias engraçadas  que possa pôr em prática.
Aqui ficam já algumas imagens que entretanto andei a pesquisar e que me deixaram com o "bichinho" cá dentro.

 

O bolo... estava inclinada a ser eu a fazê-lo, com chocolate e smarties, algo assim bastante simples e prático, mas depois de ver algumas ideias de coisas que ela adora, como a Minie, a Dora, as Princesas ou a Docinho de Morango, confesso que fiquei a pensar duas vezes... É que até posso ser muito prendada, mas fazer bolos em forma de Minie, Doras e afins ainda não cheguei lá! E se há altura para se ser pirosa e abusar da temática é agora, com 4 anos... E estes, bom, estes são uma perdição!

A decoração... bom, eu adoro decoração, é um facto e adorava fazer algo assim especial, bonitinho e cor de rosinha. Nem é preciso muito, basta-me tempo e eu até consigo dar conta do recado, a única questão que persiste é: Só para 2 ou 3 horas, valerá a pena? Não esquecer que no baptizado dela fui eu que tratei de tudo e, modéstia à parte, safei-me bem. Se tivesse uma decoração de Minie, por exemplo, podia sempre comprar umas orelhas e laçarotes vermelhos para todos os convidados, colocar balões brancos, pretos e vermelhos pela sala e pensar em mais uns quantos adereços temáticos engraçados. O mesmo se aplica com uma decoração "pink" - a cor dela -  e muito "girly", onde posso abusar das tiaras de princesas e afins. Mas mais uma vez pergunto-me como hei-de fazer, onde colocaria as coisas, se daria jantar às pessoas ou não, se seria do tipo "self-service" e como poderia convidar para a minha pequena sala de estar algumas pessoas sem parecer que estava a deitar abaixo o prédio. Uma das ideias também seria fazer a festa num parque da cidade, mas em Novembro o tempo já arrefece e bem, os dias são muito curtos e pode estar de chuva, pelo que convém ter sempre um plano alternativo e mais fiável.
Bom, a partir de hoje tenho cerca de 31 dias para pensar no assunto. Até lá, quem quiser dar sugestões ou ideias, é bem-vindo. Neste momento, aceito toda a ajuda do mundo!