quinta-feira, agosto 30, 2012

olho gordo

 
Semana de regresso ao trabalho e fico doente. Que bom que é estarmos em pleno Agosto e eu aqui cheia de arrepios de frio e a sentir-me febril, dores de garganta e de corpo, desejosa de ir para casa e enfiar-me na cama.
Lá se foi o mote: "Estás com boa cara, as férias fizeram-te bem!"
Pelos vistos o regresso ao trabalho é que nem por isso.


quarta-feira, agosto 29, 2012

Trash TV, casamentos e divagações ao acaso

 

Adoro casamentos e tudo o que a eles diz respeito, por isso é natural que quando dão programas sobre organização de casamentos, escolha de vestidos e coisas que tais, fique presa à televisão que nem traça atraída pela luz. É o fascínio pelo "Trash TV".  O que gosto nos casamentos é toda a preparação que antecede o dia "D", as ideias que surgem, de escolher as coisas, do processo criativo propriamente dito, porque sejamos francos, há casamentos lindos e maravilhosos, mas há outros que são uma grandesíssima seca e que nada têm a ver com um orçamento grande ou pequeno. É pura falta (ou não) de gosto. Não me importo de não ir a um casamento há séculos, aliás, até agradeço, porque uma coisa é gostar de casamentos, outra é gostar de ir a casamentos, mas gosto de todo o processo que a organização de um evento (chamemos-lhe assim) desta envergadura, acarreta.
Ontem dei por mim a ficar acordada até às tantas da madrugada a ver um programa da TV cabo que se chamava qualquer coisa como, "Noiva rica, noiva pobre", onde filmam o casal que se vai casar a escolher as coisas e a organizar todos os preparativos com a ajuda de uma "wedding organizer". Até aqui, nada de novo, é um programa sobre casamento como tantos outros, mas o que me deixa sempre perplexa é a falta de maturidade - e birras (!!!) - de algumas noivas mimadas e completamente infantis, com exigências de fazer corar as pedras da calçada. A maior parte dos casais discute tanto que eu só penso: "mas esta gente vai mesmo casar?!?! Isto não vai correr nada bem". É que a maior parte das vezes mais parece que estão num campo de batalha, a degladiar-se e a ver quem perde ou tem razão, do que na organização de um dia especial que, supostamente, deve ser uma manifestação, formalização, celebração e prolongamento do amor de ambos para a família e amigos.
E a forma como certas meninas se deixam influenciar pelas mães, irmãs e supostas"amigas" na escolha do vestido? E os comentários? Mais parece que estamos perante a Cruella de Vil e que foi tudo com a noiva vê-la escolher o vestido apenas  com o propósito de a axincalhar e deitar cá para fora todo o recalcamento de ainda não terem casado.
Lembro-me que quando me casei de ter sido muito peremptória nessa decisão. Escolher o vestido de noiva comigo, só a minha mãe. Não há cá provas para as amigas, nem sogra atrás, nem nada de nada. Queria aparecer na igreja sem ninguém fazer ideia de como seria o meu vestido, as opiniões que ficassem para cada um e que cada um pensasse aquilo que quisesse. Mesmo assim, a minha mãe só teve direito a ir comigo à prova depois de eu já saber em concreto aquilo que queria e qual a loja que tinha "O" vestido que eu sabia que só podia ser o meu. Portanto, nem foi bem um "ir escolher o vestido comigo", foi mais um "acompanhar-me". Mesmo assim e porque as mães têm sempre de opinar, ainda tentou demover-me da ideia de ir com um vestido caicai e queria porque queria que eu lhe metesse "umas alças". Bendita a hora em que lhe fiz ouvidos moucos e fui a noiva que eu queria ser. E sentia-me linda. Posso dizê-lo com toda a vaidade e falta de modéstia: fui uma noiva linda! Porque se há coisa que me choca nestes programas que vejo - e que também tive oportunidade de constatar quando me casei -, é que por mais que sejam os pais ou os sogros a pagar, a oferecer o bolo, o vestido, o copo de água, seja o que for, o casamento é dos noivos e os gostos que devem prevalecer são os do casal. Uma noiva não deve vestir um vestido apenas para agradar à mãe, à avó, à sogra ou às tias, apenas porque alguém idealizou que assim seria, ou porque tem o argumento do "eu é que pago". Acho de uma crueldade e de um egoísmo sem limites.
Se hoje fazia coisas diferentes? Claro que sim! Se hoje escolheria outro vestido? Provavelmente. Se hoje necessitava de ter tanta gente no meu casamento? Claro que não. Se hoje dava tanta importância a certas coisas que não têm assim tanta importância? Sem dúvida. Acima de tudo, hoje, se me voltasse a casar, simplificava. Porque afinal, não é a festa, nem as barrigas cheias, nem a escolha dos 2 ou 3 pratos no menu, nem os brindes para os convidados, nem o carro com que se vai para a igreja ou para o copo de água que importa, mas sim o sentimento. Por isso, ao mais puro estilo Carrie Bradshaw, até podia ir já ali ao registo e juntar toda a gente à mesa no café de sempre, desde que estivesse feliz, isso é que era (É) realmente importante.
Mas porque continuo apaixonada pelo meu vestido de noiva como quando o vi, mesmo sabendo que hoje em dia há outros, tão ou ainda mais bonitos que também me enchem igualmente as medidas, aqui fica. Nem sabem a pena que tenho de só o ter vestido apenas por um dia.
 

operação cabelos brancos

Estas férias encontrei não um, nem dois, nem três, mas quatro cabelos brancos! Quatro, sim leram bem, QUATRO! E não, não estavam "lourinhos" do sol, nem descolorados. Eram mesmo branco, branco, ao mais puro estilo OMO! Fiquei em choque, principalmente porque sempre me gabei à boca cheia que "eu não tenho cabelos brancos", quando algumas das minhas amigas já ostentavam um ou outro. Afinal, a verdade é que como pintava o cabelo de tempos a tempos, lá os ia disfarçando, mas como deixei de o fazer e há vários meses que o meu cabelo regressou à sua tonalidade natural, sem pinga de amoníaco ou tinta de qualquer espécie, eis que os sacanas começaram a despontar em sítios estratégicos. Ontem quando saí do trabalho fui direitinha ao supermercado comprar uma tinta daquelas em espuma, que são super práticas e fáceis de aplicar (sim, eu sempre pintei o cabelo em casa, é muito raro fazê-lo no cabeleireiro, até porque não faço nuances, nem madeixas copacabana e, principalmente, porque me custa largar uma brutalidade de euros para me pintarem o cabelo quando o posso fazer por menos de metade do preço, tranquila e sem exibir a minha triste figura de testa pintada até metade para toda a gente ver), mas depois faltou-me a vontade para levar a cabo toda a operação.
Mas me aguardem! Que eu não me dou por vencida tão facilmente e nos próximos dias a operação "cabelos brancos" vai acontecer.

terça-feira, agosto 28, 2012

ainda em relação ao post anterior...

A reunião interna durou até às 5 da tarde! Das 12h30 até às 17h00, non stop, a olhar para a tela de projecção e a discutir um plano de comunicação... E foi por pouco que não ficámos com o estômago colado às costas. Estou com o cérebro frito e a vista desfocada.
Lá se foi a leitura.

As coisas impossíveis do amor

Comprei um livro por causa deste post.
Comecei a lê-lo ontem à noite, depois de ter saído do trabalho e passado pela Bertrand com o único propósito de o encontrar. Fiquei até às duas da manhã a lê-lo, até que me dei por vencida e acabei por adormecer. Hoje trouxe-o para o trabalho, para avançar na leitura durante a hora do almoço e já estou a modos que, ligeiramente lixada, por me terem marcado uma reunião interna precisamente para o meio dia e meia e saber que vou lá ficar até às duas e tal da tarde. Humpf.
Andei as férias todas a ler um livro de crónicas antigas do MEC que, àparte de uma ou outra, não me encheu bem as medidas, mas este, este promete.

o monstro acordou

 
 
Uma pessoa regressa à cidade e desgraça-se, num só dia corre várias superfícies comerciais dando azo a um consumismo que se encontrava profundamente adormecido e termina no Ikea, a comprar cortinados do novo catálogo e cadeiras para a casa, numa autêntica demanda solitária. No final, depois de carregar tudo para o carro, subir com a tralha escada acima até ao segundo andar, montar varão e cortinados na janela, a sensação de orgulho invade-me o peito e enche-me de vaidade. Caramba e tudo sozinha! Não imaginam há quanto tempo andava a namorar estas cadeiras de acrílico (que apesar de serem do Ikea são um pouco para o carotas) e hoje encontrei duas na secção das oportunidades, completamente impecáveis, a metade do preço! Agora, para a minha felicidade estar mesmo completa, só me falta o móvel/aparador vermelho que ando a namorar para o canto da sala.
Mas por agora, vou deitar-me no meu sofázinho encarnado, estendida na chaise long, a ler o livro que também comprei hoje e simplesmente, gozar a minha casa. Ao fim de uma semana de ausência, também já tinha saudades dela.

segunda-feira, agosto 27, 2012

back in town

 
Depois de duas semanas que passaram a voar, eis-me de regresso a Lisboa e ao trabalho. Não está a custar tanto quanto pensava e hoje até acordei antes do despertador tocar, mas a cabeça ainda anda lá longe, pelas terras do sul, embrulhada em areia e sal, sestas tarde adentro e céus estrelados. Hoje várias foram as pessoas que me disseram "estás com boa cara", ou "as férias fizeram-te bem" e a verdade é que é bom de ouvir. Sinto-me leve e não consigo evitar exibir um sorriso meio parvo e sem motivo. Ficam as imagens e as memórias, que só o tempo poderá apagar, mas que duvido que consiga.

domingo, agosto 12, 2012

Pequenos desabafos #7

Tenho a mania que sou meio espanhola, é verdade, mesmo não tendo quaisquer raízes familiares (pelo menos que eu conheça). Hoje pude verificar isso mesmo, porque a tortilha que me meti a fazer ficou a maior porcaria de todo o sempre! DE TODO O SEMPRE! (além de desfeita....)

Enjoy the simple things

Domingo à noite sem a pressão e o desconforto de saber que amanhã é dia de trabalho, máscara facial para as borbulhas na cara, a casa vazia, a cerimónia do encerramento dos jogos olímpicos a dar na televisão, eu em estado vegetativo, para amanhã espera-me a última sessão de drenagem linfática e talvez uma ida à Primark. Ah, life is good.

quinta-feira, agosto 09, 2012

afinal tenho de morder a língua

Lembram-se do post em que dizia que a minha fé nos homens estava muito abalada e que achava que a maior parte queria era uma mulher que lhes desse mimo, atenção, fizesse o jantar e que nunca se apaixonavam verdadeiramente, entusiasmavam-se?

Pois bem, hoje abri a minha página do facebook e vi isto:

"Obrigado xxxxxx
Finalmente encontrei alguém que soube ocupar, de forma tão tranquila e descontraída, um espaço que jamais fora ocupado.
Foram muitas... mas todas juntas não me deram nem 10% da felicidade que me tens dado. Serás a últ
ima... ou melhor serás a única (para o bem e para o mal) ;-)
Claro que tudo isso se paga e por isso continuarei o resto dos meus dias a cozinhar para ti, a aturar as tuas birras (agora triplicadas), a tua racional imaturidade...
Um dia destes renovamos os votos. Voltamos a convocar os amigos para a praia, servimos as caipirinhas, os mojitos e dançamos até que o dia nasça e assim partilharemos o nosso amor com todos, por essa é que é a essência da nossa relação: partilha.
Por tudo isso Obrigado e considera a tua prenda esta declaração pública lamechas, que não é muito o meu estilo.
Vai cedo para a casa que temos os frutos do nosso amor à espera para nos atormentarem ;-))"


Caramba, tive de morder a língua. Fortemente. E ficar a roer-me de inveja, é certo, porque ler uma declaração destas vinda de um homem, algo tão sentido e verdadeiro, expondo aquilo que sente perante tudo e todos... é o sonho de qualquer mulher. E quem negar é mentirosa.

se calhar já mudava o nome a este blogue, não?




É que hoje dei por mim a pensar que o nome "Casinha de Botões" não lembra nem ao menino Jesus. Quer dizer, fazia todo o sentido quando criei este blogue, pois destináva-se a mostrar os meus trabalhos de mãos de fada nas artes manuais e serviu muito bem o seu propósito durante bastante tempo, mas que agora já não se adequa.
De blogue sobre trabalhos com as linhas e as agulhas, à realização de pregadeiras, colares, móbiles e aquilo que lá me ajeitasse a fazer, passando pela fotografia, desabafos, nóias, maternidade e à minha vida pessoal e profissional (e seus consequentes percalços), bom... aqui há de tudo!
O "Casinha" - e não, não estou a falar do (ex)marido da Cristina Ferreira -, tornou-se um registo mais ou menos frequente de tudo o que me aconteceu nos últimos 8 anos! 8 anos!!! (Tem mais anos que a minha própria filha.) E se é certo que o nome teve o seu mérito, agora acho que o seu ciclo chegou ao fim. Ninguém diz "ah e tal, o meu blogue chama-se Casinha de Botões" (!?!?!) Por favor, ninguém tem um blogue que se chama "Casinha de Botões"!!
Por isso, peço ajuda e lanço o repto quase em jeito de petição: aceitam-se novos nomes para o "Casinha"!

Pequeno desabafo#6

Nestes dias em que o escritório está a meio gás e metade das pessoas estão de férias, adoro tirar os sapatos debaixo da secretária e ficar o dia todo assim, livre e de pézinhos ao léu!


Numa altura em que se vêem tantos fatos de banho giros e que o uso dos mesmos voltou a estar na moda, eu pensei ter descoberto a salvação para tapar esta inestética barriga com estrias que se apoderou do meu corpo após o nascimento da M. Vi vários e nenhum me encheu as medidas. Os que via em revistas e que gostava eram demasiado caros e nas lojas aqueles que até achava engraçados, nunca eram suficientemente giros para me tentar. Mas a verdade é que também já não me sinto confortável de barriga à mostra na praia, mesmo ainda usando biquini, ando sempre com um pareo à volta da cintura.
A semana passada, numa ida ao Continente vi um fato de banho preto, banalíssimo, dos restos, dos restos dos saldos e acabei por ir experimentá-lo. Ainda me faltam gozar 15 dias de férias e sempre achei que seria melhor ter uma alternativa à qual pudesse recorrer do que não ter nada. Quando me vi com ele, bom, confesso que não morri de amores. Tem as costas ligeiramente subidas e falta-me maminhas para encher aquela copa como deve ser, mas o preço baixinho, baixinho acabou por me convencer a trazê-lo. É verdade que me sinto uma matrona e não sei se terei coragem de o vestir ou se continuarei a optar pelos biquinis com pareos à volta da cintura, mas pronto, pode ser que ainda dê uso a esta compra compulsiva e desesperada num dia em que me sinta particularmente inchada e não me apeteça pensar em mais nada a não ser sentir-me confortável. (dentro dos possíveis, vá).




(às vezes acho que mais valia ir de burca. Ou não ir, de todo.)

quarta-feira, agosto 08, 2012

dos tratamentos


Lembram-se deste post, em que estava feliz da vida por ter comprado um pack de tratamentos no portal Odisseias?
Pois bem, já comecei. Na semana passada lá fui eu toda lampeira e felicíssima da vida com a ideia de que ia sair dali fina que nem um alho. A minha mente alternava entre o idealismo de perda de volume + centímetros + peso e uns abdominais fabulosos + pernas de sonho e livres de celulite. Dar com o sítio foi fácil, cheguei antes do tempo, estacionei com calma e ainda nem era a hora marcada e já eu estava deitada na marquesa com a barriga cheia de eléctrodos ligados a uma maquineta onde me torturavam com frequências que, segundo a técnica, serviam ora para "queimar gordura, ora para tonificar". E eu contente e só a pensar: "Isso, isso, queimem gordura, trabalhem que nem cães seus danados, tonifiquem, dêem cabo dessa mula que se apoderou do meu corpo, que é para eu ficar magrinha, seca e maravilhosa".
Mas depois veio a desilusão e a constatação da realidade. Os eléctrodos até podem trabalhar que nem cães e proporcionarem resultados maravilhosos, mas só com uma sessão não vão a lado nenhum e o voucher que comprei só permite uma sessão por zona. Por isso, cocó (que é para não dizer/escrever um grande palavrão).
Ainda me faltam mais duas sessões - que farei hoje e amanhã - mas que terão de ser em outras partes/zonas do corpo, por isso a questão persiste, só com uma sessão por zona, não vou a lado nenhum. Teria de comprar uns 4 ou 5 vouchers e fazer no mínimo umas três sessões em cada parte (barriga, rabo, pernas), para ter algum tipo de resultados.
Ainda não é desta que faço dos trintas "a melhor fase da vida de uma mulher".
Humpf.

Divórcio pós bebé



Encontrei por acaso, no site da revista Máxima, uma excelente entrevista ao Bernard Geberowicz, terapeuta familiar e co-autor do livro Le Baby-clash com Colette Barroux, sobre o tema "Divórcio Pós Bebé". Está muito bem escrito, as perguntas são pertinentes e as causas estão ali todas descritas, preto no branco e apontadas a dedo pelo terapeuta.
Quem quiser ler ou tiver curiosidade sobre o assunto, pode vê-lo, aqui.

pequeno desabafo #5

Tomei uma decisão:
vou voltar a deixar crescer o cabelo!

E quando tiver ganas de o cortar - porque já sei que as irei ter, profundas e inadiáveis, como todas as minhas ganas - e alturas em que não sei o que fazer com ele e em que só me apetece mudar, respirarei fundo e voltarei a ler este post.

Tomei uma decisão.

terça-feira, agosto 07, 2012

Bipolaridades

Hoje encontrei na internet - este post/blogue - que me deixou a pensar nos homens e nas relações e dei por mim a pensar que concordo com grande parte do que ali está escrito. Que também eu me pergunto se a maioria gosta mesmo das mulheres com quem está, ou se elas não são mais do que um "alívio" da solidão e do quotidiano que lhes permite ter uma vida sexual mais activa do que se estivessem, efectivamente, sozinhos. Porque têm quem lhes dê mimo e atenção e porque é confortável e bom ter alguém que sabemos que gosta de nós. Não se apaixonam, entusiasmam-se.
Tenho uma tia que sempre me disse: "É melhor serem eles a gostarem mais de nós do que o contrário, lembra-te disso, poupa-te desgostos". E eu lembrei. E casei-me. Com ele a gostar mais de mim do que o contrário. E fui feliz, ou pensava que o era até ao dia em que já não consegui aguentar mais. Porque mesmo quando gostam mais de nós do que o contrário, geralmente esquecem-se, acomodam-se e instalam-se no sofá do dia-a-dia. E eu não tenho nada contra o sofá do dia-a-dia, entenda-se, mas preciso que me alimentem a alma e saibam com o que sonho.

E depois encontrei este vídeo e a minha fé ficou ligeiramente reposta.


pequeno desabafo #4

Hoje é o sétimo dia do mês e eu ainda não recebi o meu ordenado.
Tenho a conta bancária a bater no zero - se é que não estará já negativa - e esforço-me, diariamente, por não gastar dinheiro. Trago pequeno-almoço de casa, almoço, lanche. Não gasto um tostão e por enquanto o carro ainda tem gasolina, o que me permite vir trabalhar. A minha filha encontra-se a passar férias com o pai e eu penso que, apesar das saudades, ainda bem que ele este ano escolheu a primeira quinzena de Agosto. Seria terrível tê-la comigo e nem dinheiro ter para ir ao supermercado.
Todos os dias venho para aqui e sento-me ao computador, marco presença. O trabalho escasseia e a desmotivação instala-se.
A empresa atravessa dificuldades e a verdade é que as coisas não estão fáceis para ninguém, mas não vou negar que tenho um sentimento de tristeza cada vez mais profundo por, aos 33 anos, divorciada e com uma filha, viver uma instabilidade tão grande. Por, lentamente, sentir perder a esperança e a alegria. Por estar tão céptica, tão negra por dentro. Por ter tão pouca fé no futuro e, consequentemente, nas pessoas.
Ontem vi uma foto minha tirada no fim-de-semana, em que sorria e assustei-me.
Estou velha. E cansada.
Toda eu sou baça. É incrível como em um ano envelheci uns dez. Eu própria não me reconheço. Ando fechada, amargurada, deprimida. Eu própria não me suporto.
Nestes últimos dias não consigo deixar de pensar no que me disseram quando fiz a leitura da aura o ano passado. Disseram-me que eu não estava aqui por acaso, que tinha um propósito, uma finalidade, que era algo que eu carregava das minhas vidas passadas. 
Neste momento apenas me pergunto: quando é que isto acaba?


segunda-feira, agosto 06, 2012

enjoying life


As Berlengas sempre foram o meu pedaço de paraíso em Portugal. Falar nas Berlengas é recordar verões em que juntamente com os meus pais e por vezes com primas ou tias, passávamos lá grandes temporadas durante o mês de Setembro. Era o mês de férias por excelência, quando as confusões de Agosto já tinham acalmado e ficávamos com a fortaleza quase toda por nossa conta, que nem reis.
As Berlengas não são, à primeira vista e para quem não conhece, o epíteto de ilha paradisíaca. Quase não têm vegetação, são áridas e rochosas e as condições escasseiam, mas eu acho-as magníficas e cheias de beleza por descobrir. Daquela beleza que não é logo imediata, mas que à medida que a vamos conhecendo, cresce e torna-se intrínseca. As águas muito azuis e transparentes, a maré baixa nas rochas e a pulular de vida, o vento forte a bater nos cabelos, a aspereza da paisagem, o cheiro a maresia e o sabor a sal entranhado na pele, a imensidão do oceano ali a dois passos. E é isso que as Berlengas representam para mim, fazem parte da minha pessoa, por mais tempo que eu fique afastada, por mais que a vida e as circunstâncias ditem a minha ausência e regresso àquele calhau no meio do Atlântico. Ali eu sinto-me menina outra vez. É o regresso às origens e ao que de mais bonito guardo da minha infância. São recordações de felicidade às golfadas.  Ontem, ao entrar naquela sala de refeições comum, senti que até o cheiro que lhe era característico se mantinha o mesmo e, por instantes, vi-me novamente sentada à mesa à espera do jantar que a minha mãe servia sempre em grandes tachadas ou de quando, chegadas as 23h00, o gerador piscava três vezes e passado meia hora apagava por completo, deixando-nos no mais profundo breu.
Ontem tive um domingo com sabor a férias, cheio de vida e boas memórias. Ontem fui (mesmo muito) feliz.

sexta-feira, agosto 03, 2012

enjoying the small things


A atravessar uma fase muito complicada no trabalho e com a minha filha ausente durante 15 dias, há muito poucas coisas neste momento que me façam sorrir.
Mas hoje descobri este blogue e fui incapaz de não esboçar um sorriso.
Porque é mesmo disso que se trata: enjoying the small things. 
E nunca perder a capacidade de sorrir, mesmo que por dentro o coração nos contrarie a vontade.
Bom fim-de-semana!

quinta-feira, agosto 02, 2012

Devo ter comido uma lata de espinafres e não me apercebi!


Porque só isso explicaria o facto de  hoje - e com apenas umas 3 horas de diferença (se tanto) - tenha partido duas colheres ao meio.

Sim, leram bem, colheres.

como fazer uma refeição gourmet em menos de um nada

Ontem, quando cheguei a casa depois do trabalho não tinha vontade de fazer nadinha, muito menos jantar. Saí tarde - já passava das oito da noite - não tinha deixado nada descongelado e sentia-me desmotivada. Mesmo assim decidi remexer no congelador à procura de alguma coisa que me despertasse o interesse. Se por um lado não me apetecia fazer nada, por outro apetecia-me fazer qualquer coisa de diferente - em parte inspirada pelo programa do Jamie Oliver "30 Minute Meals" que vejo todos os dias na Sic Mulher - e deixar que a má energia do dia fosse queimada toda ali, numa espécie de catarse libertadora.
Encontrei duas postas de bacalhau e comecei a pensar no que podia fazer com elas. Estavam congeladas, por isso teria de ser algo relativamente rápido que permitisse fazer o jantar em menos de uma hora. Pratos como bacalhau com natas, espiritual e coisas que tais estavam fora de questão, demoram, dão imenso trabalho e levam tempo. Tinha de ser algo prático, saboroso e com um certo "requinte" - bacalhau cozido também estava automaticamente excluído e bacalhau à brás comi há pouco tempo.
Foi aí que me lembrei do bacalhau à lagareiro com batatinhas a murro e cebolinhas assadas. Tinha isso tudo, portanto, mãos à obra. Escolhi as batatinhas, lavei-as bem, coloquei-as num tabuleiro com sal e ala para o forno. O mesmo aconteceu com as cebolinhas, que descasquei e coloquei dentro de folha de alumínio fechando-a como se fosse um saco. Para as temperar coloquei sal e um bocadinho de vinho do Porto (fica delicioso, garanto-vos) e foram para o forno juntamente com as batatas enquanto as duas postas de bacalhau descongelavam no microondas. As cebolinhas feitas desta maneira ficam fofas, com uma ligeira cor rosada e de sabor adoçicado por causa do vinho. E o cheirinho por toda a cozinha? Uma perdição! Portanto, primeira parte do jantar, on wheels!
Para evitar colocar o bacalhau a assar no forno, que demora uma eternidade, decidi dar-lhe uma "entaladela" na frigideira. Coloquei azeite, descasquei vários alhos e laminei-os. Quando as postas do bacalhau ficaram descongeladas, dei-lhes uma fritada em lume brando para ganharem cor. Temperei com sal, pimenta e alho em pó. Quando ficaram prontas, coloquei-as num pequeno tabuleiro e foi tudo para o forno, juntamente com as batatas e as cebolas. Entretanto, num tachinho pequeno, cozi umas cenourinhas daquelas pequeninas e congeladas da marca Continente, abri uma garrafa de vinho Monte Velho - para meu deleite - que despejei praticamente toda e pûs a tocar um cd da Sade.
No final, o meu jantar de bacalhau à lagareiro realizado à la minute e de forma completamente inesperada estava MA-RA-VI-LHO-SO, digno de um verdadeiro chef e ao fim de 4 copos de vinho(ou terão sido 5?), eu estava com uma valente tosga.
Mas feliz.

É o chamado dar de beber (e comer) à dor que a Amália tão bem cantava.

pequeno desabafo #3


Hoje vesti uma blusa que já tenho há bastante tempo mas que acabou por ficar esquecida na gaveta da cómoda lá de casa. Acontece que a dita blusa é toda ela fechada à frente, com uma gola redonda bastante larga e um pequeno cinto de tecido a demarcar a linha da cintura. Tem as mangas cavadas e é colorida. Não é daquelas blusas que estejam nos meus "favoritos", pois só isso explica o facto de ter estado tanto tempo sem a vestir, mas também não é feia e conjugada com uns sapatos e casaquinho de malha da mesma cor, faz um conjunto... engraçado, vá!
Apenas um senão: a dita gola redonda e larga deixa ver grande parte do peito e eu não estou habituada a andar com as minhas "margaridas" à vista. Com as pressas para sair de casa de manhã não vesti um top de alças por baixo - que era o que isto pedia para eu me sentir mais compostinha e tranquila, que abomino andar com grandes decotes, principalmente quando não há nada para ver - e eu nunca me lembro de antes ter vestido um top de alças por baixo desta blusa.

Por isso, pergunto-me, o que é que se passou aqui nos entretantos?

quarta-feira, agosto 01, 2012

pequeno desabafo #2

Isto de não ter quase trabalho nenhum para fazer, enquanto a grande maioria está de férias e a banhos por esse país fora, traduz-se numa ronda completa pela blogosfera e num escrevinhar de posts parvinhos, curtos e caóticos à medida que as ideias se me atropelam na mente, assim como este, onde apenas escrevo para dizer que me irrita, mas irrita MESMO, pessoas que me enviam mensagens pelo Facebook com o único intuíto de tirar nabos da púcara e que ainda as terminam com distintíssima lata:

"Já sabes como é as regras comigo: falas se queres, se não queres, tudo bem na mesma"

WTF?!?

"Regras"?!? Mas quais "regras"? E desde quando é que eu quero contar o que quer que seja - ou se tenham apercebido - no Facebook? Se calhar, se quisesse,  escrevia sobre isso, não? Ou pegava no telefone e ligava, contava pessoalmente? Agora assim? A encostarem-me à parede? A quererem juntar peças de puzzles cujos pormenores não sabem resolver, a atirarem o barro à parede a ver se cola? Só me apetece mandá-los passear, de férias, que estamos em pleno Agosto e está bom tempo. Ide minha gente, ide para a praia, fazer castelos de areias com os filhos, dar mergulhos ou descansar no campo, dormir a sesta à sombra do pinheiro manso, ler um livro, sei lá, inventem qualquer coisa e deixem a minha aborrecida vida em paz. Ou então, dar uma de cabra letrada e apenas dizer que a conjugação gramatical está errada e que não se escreve "Já sabes como é as regras comigo", mas sim "são", "Já sabes como são as regras comigo".

A sério, há dias em que odeio pessoas.





pequeno desabafo #1

Digam-me como se perdem 4 a 5 quilos - POR FAVOR - porque o meu corpo parece não querer. Empacou aqui, nesta gordura confortável que já lhe faz parte da família e pronto, a modos que é isto. Barriga enorme e a parecer uma grávida de 3 meses, ancas descomunais e pernas cheias de celulite. Eu que me lixe. Bem posso andar a beber 1,5 a 2L de água por dia, tomar drenantes e ser regrada na alimentação que ele está-se pura e simplesmente a borrifar para tudo isso.
Verão? Praia? Biquini? Vestir um 38? De-ves-es-tar-mas-é-doi-da!

E é assim que se fica com a neura depois de se ter comprado um biquíni sem experimentar, confiantes no número e constatar que o nosso "big fat ass" afinal, é mesmo o mapa mundi.

eu também hei-de ir para o céu na mesma figura

Já quase a meio da minha terceira década de vida, continuo a travar grandes e épicas batalhas! Porque elas insistem em não me largar. O que vale é que encontro quem as trava comigo -  descrevendo na perfeição e de forma hilariante - o drama da coisa.


Querem saber do que falo?
 Leiam isto.

Às vezes eu penso as mesmas coisas mas não as digo logo


"Where is this love? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words."
Closer

Uma frase num filme e de repente ficamos a pensar que podia ter sido dita por nós.