sexta-feira, fevereiro 28, 2014

querrroooooo

Este casaco verde e esta saia plissada (mas em camel) da Zara.
São TÃÃÃÃOOOOO lindos (e caros).
Humpf.

quinta-feira, fevereiro 27, 2014

coisas que me irritam durante uma hora e meia de almoço

  1. Pessoas que ficam paradas, no meio de um corredor apertado de uma loja, sem se desviarem e sem se mexerem, como se nos fizessem um favor para nos deixar passar.
  2. Ir à Capri para comer uma salada e dizerem-me "pode passar à caixa", quando existe uma fila de gente que está à minha frente para pagar e que, à medida que as massas quentes vão sendo preparadas e estando prontas, tem o direito de pagar primeiro que eu. Isso deixa-me sempre com a sensação de que estou a passar à frente de uma data de pessoas que já lá estavam primeiro que eu e que, à medida que vão recebendo os seus pratos, me deixa a mim na posição de não saber afinal onde me hei-de encaixar.
  3. Pessoas que na hora do almoço escolhem os corredores e a zona da restauração para pararem e ficarem a conversar, vagarosamente e com todo o tempo do mundo, na zona mais cheia de pessoas e mais movimentada de um centro comercial.
  4. Pessoas que se fazem de 'ceguinhas' quando me vêem, de tabuleiro na mão, à espera que um casal saia de uma mesa para eu me sentar e decidem, com a maior lata deste mundo, passar-me à frente como se eu fosse transparente.
  5. Não conseguir estacionar correctamente para o lado direito quando estou com o período ou com tpm.
Prometo ir fazendo o update...
 

E vocês, acreditavam?

Esta semana, estava eu descansadinha em casa, a vegetar no sofá e a ver televisão, já tarde e começam a cair mensagens no messenger do facebook. Era de um amigo meu que, não sendo propriamente próximo ou íntimo, faz parte de um grupo de amigos comuns. Ora, este amigo, convidava-me para ir ao jantar inaugural da sua nova casa, seguido de saída para o Lux, porque era Sábado e a noite de Carnaval pedia folia.
Havia várias coisas nesta mensagem que me deixaram surpresa. Primeiro o convite em si já que, não sendo eu uma amiga próxima, tinha sido contemplada, depois tratava-se de uma mensagem para várias pessoas ao mesmo tempo e eu não conhecia mais ninguém, tirando, lá está, uma das tais amigas em comum, coisa que me deixava ainda mais perplexa; então e o resto da malta em comum? Sei que convive muito mais com eles do que comigo, não faria sentido convidá-los a eles e não a mim? Bom, adiante… Terceiro, o facto de o anfitrião dizer na mensagem que não podia convidar toda a gente e que, como tal, fazíamos parte de um grupo restrito de amigos “seleccionados” (claro que não utilizou esta expressão, mas era o sentido que se podia deduzir). Portanto, quando vi a mensagem fiquei surpresa mas desconfiei e fiquei convencida de que aquela mensagem tinha vindo para mim por engano. Não respondi logo e as mensagens de resposta – de todas as outras pessoas que faziam parte da mesma – começaram a cair ao segundo no meu telemóvel que, por ter o messenger do FB instalado, faz um barulho tipo campainha a atirar para o irritante.
Controlei-me o mais que pude e fui lendo e vendo as respostas de cada um, reparei passado pouco tempo, que o anfitrião tinha adicionado outra Mafalda à conversa, o que me ajudou a ficar ainda mais convencida de que aquela mensagem tinha vindo para mim por engano. Não resisti e mandei-lhe uma mensagem privada onde lhe perguntei se aquela mensagem tinha vindo para mim por engano porque achava que sim. Agradeci de qualquer forma o convite – fosse ele ou não intencional – e disse que já tinha planos para sábado, com a pequena cria, fora de Lisboa e que, como tal, não me permitiam ir. A resposta só chegou no outro dia de manhã, quando o mesmo me disse que não, que a mensagem não tinha sido por engano mas sim intencional e que ficava então para uma próxima oportunidade.
E eu pensei: mesmo tendo ele enviado as mensagens por engano, será que alguma vez o admitiria? É que isto fez-me lembrar a história de um outro amigo meu que, quando fez 30 anos decidiu dar uma mega festa na sua casa no Alentejo e convidar toda a gente a ir até lá. O tema da festa era os anos 80 e toda a gente deveria ir vestida a rigor. Ia haver pista de dança, grande jantarada, bola de espelhos e muitos hits que marcaram a nossa adolescência. Decidiu convidar toda a gente pelo Facebook e na mensagem que enviou, enganou-se e convidou uma pessoa que não era suposto estar na lista de convidados. Claro que a conhecia mas, lá está, não era amiga próxima nem ninguém que se convide para a ‘nossa super festa dos 30 anos’, onde queremos estar rodeados dos amigos próximos e colegas fixes, não da nossa ex-colega que por acaso até era recepcionista no nosso ‘ex-ex trabalho’ e que até temos no FB porque nos pediu amizade mas com a qual nunca falamos nem temos qualquer tipo de relação! Acontece que essa pessoa foi a primeira a responder e a primeira a confirmar presença e no dia da festa dos 30 anos lá estava ela, super divertida, feliz da vida, vestida a rigor, de laço na cabeça e meias de renda, a dançar como se não houvesse amanhã.
Sem dúvida que a festa dos 30 anos do meu amigo ficou na memória, aposto que ele nunca mais se vai esquecer que, da próxima vez que convidar alguém pelo FB e mandar mensagens de grupo, confirmar todos os nomes dos destinatários…
E eu, esta semana, fiquei com a sensação de que podia ser a próxima rapariga da festa que foi convidada por engano, do qual toda a gente sabia, mas nunca ninguém teve coragem para lhe dizer.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

a inocência da infância

 
Ontem foi dia de pequena cria regressar a casa (à minha casa) e de com ela, voltar a enternecer-me com comentários e forma distinta de ver o mundo. Depois de a ter ido buscar à escola e enquanto fazíamos um compasso de espera, estacionadas e dentro do carro, a pequena cria, sentada na sua cadeira no banco traseiro, observava um senhor que se encontrava parado, no passeio, claramente à espera de alguém com quem tinha marcado encontro. O homem não saía do sítio, mas andava ali num pequeno círculo, ora para a frente ora para trás, encostáva-se à parede do edifício, ora deixava de se ver, tapado pela mesma, ora aparecia segundos depois.
Intrigada pelo comportamento do homem, vira-se para mim e pergunta:
"Ó mãe, aquele senhor que está ali é tímido, não é?"
Eu, que já tinha visto o homem e apesar de não saber o que estava ali a fazer, percebi que devia estar à espera de alguém, não consegui deixar de me rir antes de lhe responder.
Adoro estas saídas da miúda. São tão boas que chegam a ser desconcertantes.

terça-feira é dia de...?

Sim, o textinho da praxe no sítio do costume, já sabem! E hoje, dando continuidade a um post que comecei por escrever aqui, transladei o tema para o outro lado e chamo a atenção das gentes para as meninas de anca larga incompatíveis com 36 de calça e com todos os inadaptados e fora dos cânones socialmente "perfeitos".
Viva a diferença.

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

segunda-feira do demo

 
É como esta está a ser. Caramba, daquelas puxadinhas e sem tempo para respirar, com picos de mau feitio à mistura. Começou logo cedo, mal cheguei ao escritório, que ainda nem tinha pousado o portátil e já tinha o telefone a tocar com coisas para resolver.
Para a tornar ainda mais "bonita" (not), acabei de olhar para o meu pulso e constatar que, das 3 pulseiras que trazia hoje, perdi uma, por sinal, uma das que mais gostava e usava.
 
Inspira, respira, inspira, respira...outra vez!
 

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Paris #2

Sábado foi dia de acordar cedo e comer um croissant quentinho e acabado de fazer no café do bairro onde ficava o nosso hotel. Ainda hesitámos se deveríamos de comer ali ou escolher outro sítio, mas depois vimos o preço do "petit dejeuner", que custava 6,5€ e tinha direito a sumo de laranja, croissant ou "tartine" - algo que eles também comem muito - e uma meia de leite e decidimos ficar. Pode parecer um preço relativamente elevado perante o que contemplava, mas face aos valores praticados, até é bom. Claro que tenho noção que em Portugal comia melhor e por menos, mas de uma maneira em geral, achei a comida cara em Paris. Os croissants foram feitos na hora, pelo que tivemos de esperar cerca de 10 a 15 minutos, mas quando chegaram tivemos um "olala moment". A massa era tão fina, cremosa, suculenta e perfeita, que mesmo sem virem acompanhados de manteiga, doce, queijo ou fiambre - eram simplesmente simples - e perfeitos.

Seguimos para o Louvre, o dia estava frio mas não chovia. Eu, que tenho uns olhos super sensíveis e cujas lágrimas me caem com apenas um pouco de vento de frente, parecia um rio. O frio era tanto que sentia a pele do rosto e junto aos olhos, por causa das lágrimas, a arder. Em praticamente todas as fotos onde estou pareço uma Madalena arrependida e, como tal, inibo-me de as mostrar.
A nossa ideia era ir até ao Louvre, ver se as filas eram muitas ou estava demorado e só aí decidíamos se tentávamos entrar. Toda a gente me disse, antes da viagem, que o melhor seria comprar os bilhetes online, com antecedência, porque em Paris havia filas para tudo e não me ia conseguir safar e ver nada desta vida. A nossa intuição (ou preguiça, nem sei bem), disse-nos para não nos deixarmos impressionar com as conversas e, sendo assim, como bons portugueses, não comprámos nada. Chegámos ao Louvre, a fila na entrada principal andava a bom ritmo e não era assustadora, decidimos tentar e em menos de 15 minutos estávamos na bilheteira. O Louvre já era nosso. 
O Louvre impressiona. Foi dos museus que já tive oportunidade de visitar que mais gostei de ver - e não vi nem um terço. É realmente magnífico e imponente. Tanta história, tantos objectos que nos habituámos a ver nas imagens dos livros de história, tanta pintura de vários períodos, tanta cultura. Tive imensa pena de não ver o Louvre ao pormenor, passar lá o dia inteiro, ver todas as alas, ter tempo para visitar os aposentos de Napoleão, ou a parte dos Etruscos, mas era isso ou não ver a cidade. Dois dias não dá para mais e há que fazer escolhas. O Louvre ou Paris. Escolhemos Paris, mas já saímos do museu passava das 15h00 da tarde. Ainda vimos a Mona Lisa, o escriba - imagem que me marcou a memória quando estudei a cultura egípcia - ou a Vénus de Milo, vimos as catacumbas do museu, a muralha antiga medieval ou uma exposição temporária com retratos da Lady Gaga, comprámos posters e postais na gift shop que agora quero enquadrar e espalhar pela casa e terminámos a jornada no Starbucks que existe no átrio, a abastecer energias com capuccinos e muffins à mistura. 
(Muito gay esta pintura, não?)
(eu, armada em entendida de hieróglifos)
(Babei com este anel em forma de serpente! Super actual!)
Seguimos a pé até à Roda Gigante, atravessámos um parque enorme - que agora não me recordo do nome - fomos até à praça Concorde, sempre a pé, seguimos até aos Campos Elísios, novamente a pé, entrámos na loja Disney e comprámos o fato da Princesa Elsa do Frozen para a pequena cria - que tinha visto no FB das minhas "blogamigas", estava esgotado em todo o lado em Portugal - mais uma Doutora Brinquedos em forma de boneca de pano que já se tornou na sua melhor amiga. Fomos até ao Arco do Triumph e tirámos mais uma batelada de fotografias para, em seguida, descer uma avenida enorme e cheia de embaixadas até à Torre Eiffel. Chegados à Torre Eiffel tirámos milhentas fotografias da praxe, demos conta que Paris estava cheia de casais portugueses, atravessámos a ponte e seguimos caminho até aos bateaux mouche. Era fim de tarde e decidimos que a subida à torre não era necessário. Preferímos ver a cidade de barco e o Sena de perto. Em boa hora o fizemos, pois quando estávamos à espera de entrar no barco e de começar a viagem, caiu uma enorme tromba de água - a única altura em que choveu durante todo o fim-de-semana - e em que nos sentimos aliviados pela escolha pois não tínhamos chapéu de chuva.
 
O passeio de bateaux mouche foi dos pontos altos da viagem. Adorei. Ver Paris de barco, percorrer a cidade quase toda, de noite, iluminada e com uma perspectiva de dentro para fora, foi das coisas que mais gostei. O passeio durou cerca de uma hora e o bilhete custou 12 euros, mas na minha opinião vale muito a pena.

 
A viagem acaba no ponto onde começa, ou seja, junto à Torre Eiffel. Estávamos longe do nosso hotel, mas mesmo assim e apesar do cansaço, decidimos ir a pé a maior parte do caminho, mas do outro lado do rio. Era de noite, tinha fome e os pés gelados. Acabámos por fazer apenas metade do percurso a pé e depois metemo-nos no metro. Fomos jantar à tal pizzaria que tínhamos visto na noite anterior. Italiana, pequenina e com um ar super cozy. Havia apenas dois lugares, muito apertadinhos junto à janela, estavam mesmo à nossa espera. Comi uma pizza calzone e restitui parte das forças, mas estava tão cansada e queria tanto dormir que decidimos não ir até à zona de Montmartre e ir antes para o hotel descansar. Pelo caminho passámos novamente pelo Pompidou e subimos a Avenida Turbigo. Chegámos ao hotel cansadíssimos, tínhamos andado quilómetros. O quarto quentinho e a cama macia fez-nos dormir o sono dos anjos, até porque, o dia seguinte, apesar de ser dia de regresso, ia ser longo. Ainda faltava muita coisa para ver e sítios onde ir, por isso o despertador foi colocado para as 8h00, porque é de manhã que se começa o dia.
 

WTF

 
Andava eu aqui num pequeno momento "laissez faire, laissez passer" de sexta-feira, a "lamber" a imprensa cor-de-rosa, quando dou de caras com esta notícia.
O que me espanta aqui nem é a troca de acusações dos dois, a picardia, ou o bate boca. O que me espanta aqui é insinuarem que quem veste um 36 "não é magra"?!?!
WTF?
Eu que visto um 40 de calças (eu bem disse que sou rapariga de grande estrutura óssea), devo ser obesa. É que só pode! Ou isso, ou posso ter uma bela carreira como "plus model".
Caramba, a vida é mesmo injusta. Lembro-me de ser adolescente e ser magra que nem um canivete. Magra de dar dó. O meu pai chamáva-me "Olivia", numa clara alusão à Olívia Palito e eu odiava. Odiava com todas as minhas forças, entristecia-me, era uma espécie de "bullying" verbal que me fazia odiar o meu corpo ainda mais. Para acentuar ainda mais a minha falta de formas, sempre que me apresentava a alguém das suas amizades que ainda não me conhecia, o meu pai - no seu típico humor caústico - gostava de fazer referência ao meu peito chato, dizendo sempre "Esta é a minha filha Mafalda e sai ao pai". Aquilo era horrível de se ouvir, ainda hoje o é, mas mais quando se é adolescente, insegura, complexada, alta como um escadote e sem formas visíveis. Cresci com o sentimento de sempre me achar diferente de todas as minhas amigas, sentia-me uma extraterrestre quando comparada com as minhas colegas, todas mais baixas que eu, com ancas, rabos e mamas que saltavam à vista e que despertavam a atenção dos rapazes. Passei o secundário todo sem ter um namorado, enclausurada na minha concha, a desejar ser outra pessoa, a ter nascido com outro corpo. Aquilo perturbáva-me tanto que houve um momento em que vestia calças de pijama por baixo das calças de ganga apenas para parecer mais "cheia", com mais formas, ter mais volume, mas nem mesmo assim a coisa se dava. Para a minha mãe era como facadas no peito sempre que se dava conta que eu, mesmo em pleno verão, andava com calças de pijama por baixo dos jeans e por mais que ralhasse comigo não havia nada, nem argumento algum, que me demovesse do contrário. Só assim me sentia segura, só assim me sentia mais "normal" e parecida com o resto. Era isso que eu ansiava, ser "parecida com o resto", com a "regra", com o que os outros consideravam "dentro da regularidade".
Acontece que nem sempre somos como o resto e ainda bem! Se na altura me faltava a maturidade para me aceitar tal como era, hoje reconheço que ainda bem que era e nasci diferente, alta e magra - bom, agora já não tanto magra e a julgar pelos tamanhos com que agora definem magreza estou muito longe disso - mas aprecio (e muito) as minhas características físicas. Ainda bem que não sou baixa e passo despercebida na multidão, ainda bem que salto à vista. Hoje gosto tanto das minhas ancas tamanho 40 quanto do meu peito pequenino de copa 34. Se gostava de ter mais um pouco em cima e menos na bacia, sim, gostava, mas é o que há, o que existe e o que tenho.
É que isto de se andar sempre como as manadas, em carneirada, apenas para agradar a todos, decididamente não é para mim.
Porque eu também já não sou magra porque não consigo, é porque não quero e adoro demais comer para andar a privar-me do que realmente me dá prazer em detrimento de um número. Não é, de todo, isso que me define.

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Câmara de tortura

 
É como me sinto, hoje, que decidi vestir este vestido já antigo da Mango e que, estupidamente, achei por bem voltar a usar depois de ter estado mais de um ano sem o meter no corpinho.
O vestido em questão já data de 2010 e foi um presente do meu ex-marido. Na altura, quando mo ofereceu, já me ficava ligeiramente apertado nas ancas, que sempre fui rapariga de grande estrutura óssea (cof, cof), mas nada que me incomodasse fisicamente, motivo pelo qual não o decidi trocar. Era giro, tem um decote vertiginoso nas costas e um pormenor de fecho em couro e velcro muito giro e original, além da cor ser marcante sem ser demasiado ofensiva. Ou seja, reunia pormenores que me faziam apreciá-lo. Não era vestido para usar e abusar, mas tinha pinta e com o acessórios certos fazia um vistaço. Até que começou a ficar-me um pouco apertado, mais do que gostaria e decidi renegá-lo para o armário sem o mesmo ver a luz do dia durante mais de um ano.
Até hoje, dia em que estupidamente achei que este vestidinho laranja ia lindamente com um cardigan de malha de padrão leopardo que tenho. Um toque de cor num modelo básico com um padrão em tons de castanho numa versão mais arrojada. Duas peças que já não usava há muito tempo e que quis dar-lhes um twist, armar-me em "stylist editor", com misturas fora da minha zona de conforto. Colar florido da Bimba a completar o modelito, casaco de pêlo (sintético e da Primark) para proteger do frio e uns botins castanhos (também antigos, muito antigos) completavam o look.
Durante a manhã confesso que ainda me senti assim a atirar para o modernaço, mas à medida que o tempo passava, já só me sentia ridícula. É que o vestido está-me tão, mas tão apertado nas ancas que o desconforto já passou a tortura e só me apetece rasgá-lo, qual Jane Selvagem, de tão incómodo que é. O seu tecido não é flexível nem elástico, aliás, não tem qualquer tipo de elasticidade. É duro e rígido e o forro é travado, o que me dificulta a andar e quando me sento. Ora, numa profissão onde passo a maior parte do meu dia sentada, isso não é lá muito simpático, é simplesmente estúpido.
Há pouco fui à casa de banho e senti um alívio profundo quando o puxei acima de cintura, para, logo em seguida, sentir momentos de pânico e horror por ter de o voltar a pôr para baixo, com a dureza do tecido a vincar-me a pele.
Se há câmaras de tortura esta é seguramente uma delas, assim como um claro e visível sinal de que o vestidinho laranja deve ficar renegado ao seu cantinho no armário, assunto arrumado e passado, assim como aconteceu com quem mo ofertou.
Para a frente é o caminho, de preferência com ancas mais estreitas, mas com vestidos novos.
 

sonhos

 
Tenho pensado muito em ser mãe novamente. Acho que é o meu relógio biológico a dar sinal de que ainda está vivo passados cinco anos da experiência da maternidade com a pequena cria. Com 35 anos e a caminho dos 36 não sei se repetirei a experiência da maternidade novamente e isso, deixa-me triste e apreensiva. Precisamente porque sei o quanto altera a nossa vida - e com a gravidez e nascimento da M. soube-o da pior maneira, perdendo o emprego que tinha - também sei o quanto exige de nós e, acima de tudo, o quanto é necessário um bom apoio familiar, ajuda, custo - sim, porque nao brinquemos, ter filhos pode ser maravilhoso mas é tudo menos barato e eu, neste momento, não ando propriamente abonada. E depois vem a p*** da idade. Já não sou nenhuma jovenzinha. Tenho 35 anos e plena consciência de que as minhas probabilidade de engravidar com facilidade são cada vez menores. Vejo o tempo a passar e sinto-me um pouco angustiada. Divido-me entre o desejo profundo de repetir a experiência e a consciência de que, neste momento, se o fizesse, seria doida varrida. Se já me vejo aflita para cumprir com todas as minhas obrigações ao longo do mês, com o dinheiro praticamente contado para tudo, um carro a caminho dos 10 anos e com muita quilometragem em cima, uma casa velha, um ordenado fixo, é certo, mas ainda escasso face às minhas necessidades e um emprego onde me encontro vai fazer um ano - que tem sido uma bênção às minhas preces - mas onde, tenho plena noção de que se engravidasse agora seria prejudicada face ao que já consegui alcançar, as probabilidades de me ver, grávida, num futuro relativamente próximo, são escassas. Muito escassas. Diria mesmo, nulas.
Mas esta semana, depois de ter estado com um bebé com pouco mais de um mês e meio no colo, sonhei que estava grávida. Vi-me, em cima de um palco, a representar com um grande barrigão.
Duas situações inusitadas: a representação e a gravidez. Ou melhor, dois sonhos recalcados.
 
Acho que é mais isso.
 

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

acepipes

 
 
Acepipe rápido e delicioso, feito ontem à pressão, para acompanhar a canja que me serviu de jantar. Junte-se uma baguete que mamãe trouxe no Domingo à noite, quando veio pôr a pequena cria a Lisboa, imbuída, também ela, de uma clara inspiração francesa.
Corte-se em quatro bocados, regue-se abundantemente com azeite, coloque-se tomates cherry, azeitonas às rodelas, queijo mozzarella e óregãos. Polvilhe-se com alho em pó e termine, novamente, com um fio de azeite.
Ir ao forno durante uns 10 a 15 minutos, em temperatura a rondar os 160º e comer enquanto ainda está quente.
 
Confort food é isto.

Momento "oh my God" do dia

 
Ainda não tinha visto nada dos vestidos da passadeira vermelha dos prémios Bafta - que foram no Domingo à noite e que, por ter chegado de viagem e segunda-feira ter estado a "ressacar" do fim-de-semana e de folga - me passaram completamente ao lado. Até que hoje, quase uma semana depois (bom, alguns dias depois, não exageremos...) dei de caras com este, usado pela actriz Lupita Nyong'o - que tem feito as escolhas mais acertadas e elegantes da red carpet dando 10 a 0 a muitas que já lá andam há mais tempo - e tive o meu "Oh my God moment"!
É, simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO!
 

Paris #1

Partimos na sexta-feira, dia dos Namorados, para Paris. O dia estava cinzento, frio, chuvoso e ventoso, resumindo, sem graça nenhuma, mas nada me demovia. O voo era apenas às 17h45, pelo que tínhamos tempo para fazer tudo com calma - ir pôr a M. à escola, fazer as malas com tempo e ir para o aeroporto com muita tranquilidade. Antes ainda demos um salto ao Choupana Caffe na Avenida da República - onde bebi o melhor chocolate quente dos últimos tempos! E se eu sou esquisitinha com a qualidade dos chocolates quentes... ui! É melhor fugirem se o mesmo não me agradar - o que não foi o caso. Acompanhado de um scone, foi o início do dia perfeito para um fim-de-semana que se adivinhava ainda melhor. Demos um salto na loja Viva, praticamente ao lado, compramos um serviço de pratos cor-de-rosa por tuta e meia e viemos para casa felizes e contentes. Faltavam poucas horas para nos pôrmos a caminho e o dia já tinha rendido.
A ida para o aeroporto foi pacífica, assim como o embarque. Confesso que o vento que se fazia sentir me deixava um pouco apreensiva, mas assim que levantámos voo, por cima das nuvens, o cenário era de paz e tranquilidade. Há tanto tempo que não voava que quase já me tinha esquecido da beleza que é estarmos lá bem no alto, com todo aquele cenário idílico de nuvens a parecer algodão e um sol que brilha independentemente da intempéride que se faz sentir metros abaixo.
Chegámos a Paris passava das 21h30. Estava uma noite relativamente estrelada mas com vento frio. Depois de apanharmos o combóio do aeroporto até à Gare du Nord, ainda nos metemos no metro - tínhamos uma saída mesmo em frente ao hotel, bastava atravessar a rua. O percurso de combóio do aeroporto até à Gare du Nord demorou cerca de 45 minutos (+ ou -) e de metro foram apenas duas estações. Mal saímos do aeroporto, para comprar os bilhetes de combóio nas máquinas automáticas, deparámo-nos com a situaçao de que nenhuma delas permitia colocar notas ou moedas - o pagamento era feito só com  cartão - o que nos deixou um pouco irritados, pois era desnecessário estarmos a utilizar o cartão de crédito uma vez que tínhamos dinheiro connosco.
Chegámos ao hotel eram 23h00 locais. Esfomeados. Depois de uma rápida vistoria ao quarto e casa de banho - ficámos num pequeno hotel de 3 estrelas, mas muito prático, bem localizado e de boa qualidade, que recomendo vivamente para curtas estadias - decidimos sair e aproveitar a noite de Paris. Num passeio rápido constatámos que estávamos a apenas 10 minutos a pé do Centro George Pompidou e a uns 20 minutos, também a pé, da Catedral de Notre Dome. Logo na primeira noite, saíu-nos o bónus - duas coisas que queríamos ver, logo assim de "chofre" e sem estarmos à espera. O nosso bairro era o Arts & Metiers, o terceiro "arrondissement" (ou zona/bairro) da cidade e, sinceramente, não podíamos ter ficado melhor.
Uma das coisas que mais me surpreendeu em Paris, é que apesar de ser uma cidade grande, as coisas até nem ficam assim tão longe umas das outras. Andámos muito, muito mesmo nestes dois dias e meio (se contar com a sexta-feira à noite), tanto que, no Domingo, depois de ter estado as duas horas sentadas no voo de regresso, em que o corpo finalmente arrefeceu da "sova" que levou deste fim-de-semana pedonal, vi-me bastante aflita para andar quando aterrei.
Nunca fomos comer a nenhum restaurante típico parisiense. No primeiro dia comemos um hamburguer num restaurante/café tipicamente franchising e nos dias seguintes fomos petiscando coisas aqui e ali, com paragens pelo Starbucks, Macdonalds e cafés. Apenas no Sábado à noite é que decidimos ir a uma simpática pizzaria (mas, mais uma vez, era uma pizzaria e não um restaurante francês a servir les escargots) que tínhamos visto logo na sexta-feira à noite, na nossa primeira visita de reconhecimento. Não desiludiu. Além de ter um ambiente simpático e acolhedor a comida era maravilhosa e o espaço mínimo.
Neste passeio nocturno ainda descobrimos, sem estar à espera, recantos parisienses maravilhosos, lojas e restaurantes que, por ser a noite de S. Valentim, estavam ricamente decorados, ou, por exemplo, numa das ruas por onde passámos, uma placa a indicar o "Jardin de Anne Frank", num recanto escondido ao qual voltamos, de dia, para umas fotos.
 
Quando tiver tempo prometo contar tudo o resto, por agora fica apenas o relato da chegada, mas ainda faltam mais dois dias de sítios que visitamos e percepções. Uma coisa é certa, Paris não desiludiu, em nada. É uma cidade maravilhosa e deve ser ainda mais bonita na Primavera, com dias soalheiros e noites amenas.
Oui, oui, Paris c'est trés jolie!

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Paris em imagens


 
Por falta de tempo e com muita coisa para contar sobre esta cidade fabulosa, prometo escrever um post com mais calma - e detalhado - tal como a mesma merece.
No entanto e porque as imagens continuam vívidas na minha mente e a melhor forma de recordar é viver, nem que seja através de retratos clichés (sim, sim e eu fotografei-os todos para serem os "meus" clichés!), deixo-vos com uma pequena selecção de fotos de Paris de França, onde era capaz de voltar infinitamente.