quarta-feira, maio 30, 2007

dois em um




















Ontem tive direito a duas surpresas preparadas pelo C., mas não me apanhou desprevenida, porque eu também tinha para a troca. É que durante a hora do almoço andei entretida no centro comercial e vi uma t-shirt de homem que tinha mesmo a cara dele. Vai daí, nem hesitei e comprei-a, porque se não for eu a insistir para ele comprar roupa, ele nunca o faz, ou então, anda com as calças até as mesmas rasgarem, ou com as t-shirts a alternarem entre a cor gasta e o algodão esmorecido. E eu odeio isso, porque não há mesmo necessidade. Ele é que para comprar o que quer que seja para vestir, é uma carga de trabalhos. Por isso, de vez em quando, vou-lhe oferecendo uma coisita daqui, outra dali, mas sempre a medo… porque ele é um esquisito! Mas pronto, comprei e ao que parece ele gostou, porque hoje já foi com a bela da t-shirt vestida para o trabalho e antes de sair de casa veio mostrar-me, todo vaidoso. Mas o mais engraçado, foi que eu cheguei com esta pequena surpresa a casa e ele também me tinha comprado duas coisas para me oferecer. (e não, não era nenhuma data especial)
A primeira foi o cd do George Michael, ‘Twentyfive’, com todos os êxitos e as melhores músicas! E eu claro, delirei. É que depois do fantástico concerto, só me apetecia ouvir GM o dia todo, mas um antigo 'best of' que tínhamos cá em casa, desapareceu misteriosamente e não havia nada que eu pudesse ouvir que me matasse o desejo. Por isso, foi mesmo uma surpresa boa. Coloquei logo o cd a tocar em altos berros enquanto fazia o jantar. Hoje estou farta de o ouvir (acho que o irei fazer até enjoar) e já o passei para o iTunes, iPod e emprestei às minhas colegas para gravar. A segunda, foi a minha ‘amada’ Oprah. A revista. É difícil de encontrar e não se consegue comprar em todo o lado, mas ele lá conseguiu! É que eu sou uma fã empedernida da Oprah, (eu e mais não sei quantos milhões espalhados pelo mundo fora) e geralmente não perco um programa e ele, quase todos os dias, ‘leva’ também com a Oprah! Quando não é às dez, é à meia-noite e às vezes chego ao cúmulo de rever os programas que já vi. (porque aquilo está sempre a repetir).
Ele revira os olhos, faz ar de seca, às vezes vai para o computador e deixa-me na sala a ver a televisão, mas outras vê comigo, faz-me companhia e eu sei que até acha piada. Só quando os temas roçam o ‘sentimentalóide’, é que aí sei, que estou a abusar da boa vontade do rapaz. E pronto, para quem não conhece a revista, espreitem o site, onde podem ver os temas abordados na edição de Junho.
Entretanto, hoje, em outra incursão pelo centro comercial à hora do almoço, comprei a prenda da Bia. (a afilhada do C., que fez anos na segunda e cuja festinha de aniversário será Domingo) A mãe dela tinha-me falado num jogo, ‘O cão mauzão’ de seu nome, mas que estava esgotado e que não havia em lado nenhum. Pois bem, apesar de não fazer a mínima ideia do que se tratava e de achar o nome um pouco assustador para um jogo infantil, lá o consegui encontrar, nas prateleiras do Continente! Era o último, comprei-o logo. Pensei em aproveitar a sorte antes de ela desaparecer. Afinal, segundo percebi e algumas colegas me explicaram, trata-se de uma versão mais comercial do nosso antigo Mikado (lembram-se?), mas com um cão com ar feroz à mistura e ossos de plástico em vez de pauzinhos...
Vamos ver se o ‘mauzão’ faz a Bia feliz.

segunda-feira, maio 28, 2007

arrival






















A Diane chega 5ª-feira. Não sei a que horas, mas prometi-lhe, da última vez que falámos no messenger, que tentaria estar o máximo de tempo com ela enquanto estivesse em Portugal. Hoje ela ligou-se por breves momentos, mas não falou comigo. Não estranhei. O computador dela está sempre com problemas e a ligação cai frequentemente, temos o número de telefone uma da outra, é quanto basta. Por causa desta estadia da Diane em Portugal, lembrei-me ontem, de que os planos que venho a fazer sobre onde a levar, que restaurantes ir, o que mostrar, podiam ir todos por água abaixo... é que a afilhada do C. fez anos hoje e a festinha de aniversário é no próximo fds, na Mealhada! E eu comecei a ver a minha vida a andar para trás e a dar uma valente tampa à Diane, quando não era essa a minha intenção! Cheguei mesmo a dizer ao C. que este ano não iria à festa de aniversário da Bia, que diria que tinha de ir trabalhar, inventava algo assim, porque neste momento, este encontro, assume muita importância para mim. Preciso dele. Afinal não foi necessário, porque ao contrário do que pensava, a festinha não será no Sábado (dia que tinha planeado para fazer de cicerone), mas sim no Domingo, dia em que a Diane regressa a casa, por isso acho que não vai haver problemas.
Para além da Diane, irei conhecer o marido dela, o Tom. Vai ser estranho, porque no fundo não os conheço, nem a ela, nem a ele. Apesar de já termos trocado fotos, de ela me mandar postais de aniversário e de Natal, de saber um pouco da sua vida, não deixa de ser um encontro quase às cegas, com uma perfeita estranha. Espero que corra bem. Tenho de pensar que se não fosse a Diane, eu até hoje estaria na ignorância em relação a tratamentos e opções de escolha, teria batido sempre com o nariz na porta e nunca saberia que afinal, há esperança, por isso, acho que não tenho de estar com tantos receios.
A Diane parece ser tão afectuosa, que me perguntou o que é que eu queria que ela me trouxesse da Bélgica! (como se tivesse obrigação de o fazer!) Depois de dizer que não era necessário e de muita insistência da parte dela, lá lhe disse que temos esta ideia louca de coleccionar ímans de frigorífico de todo o mundo (até a porta do frigorífico ter espaço!) e que ainda não tinha nenhum da Bélgica. À dias mandou-me um mail a dizer que já tem o íman pronto para me trazer! :)
Como não falo alemão, a comunicação entre nós é sempre em inglês, até porque a Diane é inglesa de nascimento. Vai ser bom para treinar, pois hoje em dia raramente falo inglês.
O C. está um pouco 'céptico' em relação a tudo isto. É normal, é gajo. Não se 'excita' com a mesma facilidade que eu em relação a estas coisas. Percebe que é importante, mas acha que eu sou meio louca, alinha mais para me fazer a vontade, do que ele ter efectivamente, vontade de conhecer estas pessoas. Mas acho que vai ser bom para ele! Afinal, quem fala com ela sou eu. Se até eu acho que vai ser um pouco estranho, para ele deve ser no mínimo, bizarro.
Estava a pensar em levá-los a Sintra (imprescindível) e também a verem as praias da zona da linha, passando por Cascais e Guincho. Quanto a Lisboa, a zona do Castelo, Alfama, Mouraria e Baixa são obrigatórias... mas muito sinceramente, durante a 5ª e 6ª-feiras, dias em que eles andarão sozinhos por aí, terão tempo de ver tudo isto. Estava a pensar em levá-los a tomar o pequeno-almoço aos pastéis de Belém no Sábado e depois então, partir de passeio. E restaurantes? Alguém tem sugestões de restaurantes giros onde os possa levar? (manifestem-se)
Thank you*


Ainda não tinha falado aqui do concerto da Beyonce. Não por falta de tempo, mas porque de certa forma o concerto foi um pouco desanimador, pelo menos para mim. Acho que depois do concerto do George Michael, era difícil bater uma série de circunstâncias que jogaram a nosso favor e, nesse aspecto, o da Beyonce, não conseguiu superar. Começou com os lugares, se no concerto do GM, ficámos a dois palmos de distância do homem, neste, ficámos a dois quarteirões, e a imagem da 'diva' ao vivo e a cores, só mesmo através dos ecrãs gigantes. Caso contrário, era uma formiguinha de cabeleira longa, que abanava os cabelos e as ancas como se não houvesse amanhã. Depois o som. A acústica do pavilhão atlântico não é má, é péssima!! E quem fica nas bancadas superiores, como eu fiquei, então é o pior pesadelo auditivo que se pode viver. Eu que me posso gabar de conhecer o repertório todo desde os tempos em que ela e as Destiny Child apareceram, não conseguia perceber sequer, que música é que ela estava a cantar e quando a reconhecia, já estava quase no fim. Depois foram as sete vezes em que ela saiu de palco para mudar de fatiota. Ok, diva é diva, eu sei... mas sete vezes?!?! E lá tínhamos nós de gramar com demonstrações acústicas e solos de alguns elementos da banda, ou na melhor das hipóteses, ver os bailarinos dançar. Isto fez com que o ambiente nas bancadas nem chegasse a aquecer e quebrou o ritmo do concerto. (na minha singela opinião). Para quem tinha os bilhetes desde Outubro, foi uma valente desilusão (claro que falo de mim) e o C., bom, lá teve de gramar com a 'pastilha', nem sequer se mexeu e só olhava para as pernas dela... (vá-se lá saber porquê!!!)
O mais engraçado foi aperceber-me da diversidade heterogénea de público que foi ver o espectáculo. Desde adolescentes super produzidas (juro que cheguei a ver uma de stiletos!!!), passando por famílias inteiras, pais com crianças, estrangeiros e muitas meninas que não deviam de ter mais de onze, doze anos, havia de tudo. O som do R&B chega a todos mais do que nunca.
Na sexta-feira estava podre. Literalmente. Não que o concerto tenha acabado muito tarde, mas esta semana de regresso ao trabalho, deixou-me de rastos. O fds que passou, serviu acima de tudo para descansar. Ficámos muito tempo em casa. No Sábado dormimos até tarde e só saímos já quase ao final do dia para um jantar no Assuka - tive desejos de japonês - seguido de cinema: Os piratas das Caraíbas 3. Não gostei muito do filme, confesso, mas adoro a personagem do Jonny Deep e a sua interpretação do pirata Jack Sparrow, por isso não resisti. Foi longo. A sessão começou às dez e só terminou já bem perto da uma da manhã e nós, que tínhamos combinado com uns amigos ir tomar um copo perto da meia noite, chegámos atrasadíssimos. O que vale é que estavam por perto e mais uma vez, a nossa noite passou pela Bica e terminou com bolos e croissants de chocolate, desta vez não na padaria do Bairro Alto, mas no Cacau da Ribeira. (E que bem que soube, porque às três e meia da manhã a fome já era muita!) Hoje nem saí de casa. O C. saiu para ir trabalhar por volta das quatro e meia e eu entretive-me sozinha. Dormi, vi televisão, li, cozinhei, ouvi música em altos berros e só agora, à uma da manhã é que decidi ligar o computador e fazer uma 'actualização' dos últimos dias. Ah, também tive uma pequena discussão com a minha mãe via telefone. Mas fica para um próximo post.
Aqui fica um vídeo do concerto da Beyonce, 'tirado' do You tube. Também fiz vídeos, mas acho que nem vou descarregá-los para a minha conta. Porque além da imagem estar bera, nem se vê nada. Mas a avaliar pelos que estão disponíveis, só quem ficou na plateia é que se safou.

sexta-feira, maio 25, 2007

Meninas casadas

‘Sempre que passo no Jardim das Amoreiras espreito a menina e não a acho, Deve ter-se casado: as raparigas deixam de brincar depois de se casarem, cai-lhes o mundo inteiro em cima com um marido a ler o jornal lá dentro. Na época em que fui criança o casamento eram maridos a lerem jornais, distantíssimos. Julgo que ainda é. Não há direito de tirar meninas de varandas e fechá-las em três assoalhadas a limparem, a limparem. Chegam do trabalho e limpam. Aos fins-de-semana limpam. Não tornam a saltar à corda nem a inventar futuros onde o trapezista do circo, a largar talco das palmas, voa com elas de trapézio em trapézio, sob um foco prateado, E depois tanta roupa para passar a ferro, um filho a bater com um carrinho na parede, a angústia do dinheiro que falta para a prestação do automóvel. Os trapezistas, esses, não pagam prestações, flutuam. Ao descerem do trapézio por uma corda, levantam os braços a sorrir e dirigem-se para a cortina aos saltinhos. Existirá uma única senhora casada que levante os braços a sorrir e se dirija para uma cortina aos saltinhos?’
António Lobo Antunes, ‘Crónica escrita sem querer’, in Visão

quinta-feira, maio 24, 2007

Diva night

É hoje! É hoje!

(ultimamente ando muito 'concerteira')

domingo, maio 20, 2007

Os cavalos a correr, as meninas a aprender...




















Ainda as férias. O regresso ao trabalho tem sido calminho, mas tem custado muito!!! Ao que parece a semana em que estive de férias foi bastante ‘movimentada’. Desde produções, reuniões, discussões, houve de tudo aqui nesta agência… até cenas de choro cheias de melodrama à mistura. (do que eu me livrei!) Agora, há uma série de pessoas que não se falam e reina uma ‘paz podre’, rodeada de cochichos e burburinhos. E eu, que nem sequer estive cá, nem sou dita nem achada, não presenciei, não sei realmente o que aconteceu, quase que acabo por ‘apanhar por tabela’, pois como trabalho com uma das pessoas que estiveram directamente envolvidas na discussão, sou automaticamente considerada ‘uma delas’ pela restante parte! (haja paciência!!!) Mas como eu, e mais uma vez o digo, não sou dita nem achada nesta história, ajo como se não soubesse de nada, porque efectivamente não sei, não vi, não presenciei, logo, não tenho opinião formada e falo com toda a gente, sem tomar partido de ninguém. Cresçam por favor e então depois, falamos! Depois do desabafo e voltando à temática férias, a semana passada, fomos andar pela primeira vez a cavalo. Perto do sítio onde estávamos hospedados e seguindo uma sugestão do Sr. Amílcar, decidimos dar um saltinho até ao Centro Equestre do Mezio, para uma voltinha a cavalo pela Serra do Gerês. Confesso que de início estava nervosa e arrependida de ter alinhado na ideia do C.. Os cavalos assustam-me um pouco e estava receosa que o meu sentimento de medo fosse perceptível ao bicho. Porque os animais pressentem estas coisas. O João, o nosso guia, foi super simpático e acessível. Como era a primeira vez que montávamos, escolheu duas éguas calminhas e dóceis, para garantir que não havia problemas. Eu fiquei com a ‘Faísca’, uma égua da raça ‘garrana’, típica daquela zona, que de vez em quando me ‘testava’, parando para mordiscar arbustos, ervas e beber água, ou desviar-se dos trilhos, enquanto eu segurava as rédeas com força e mostrava determinação em não me deixar domar por ela. ‘Tem de mostrar quem manda’, dizia-me o João. E eu entendi a mensagem e a coisa correu bem, apesar de haver alturas em que ela era teimosa e fintava o pé. Subimos até ao alto da serra, sempre em marcha lenta, num dia de sol abrasador (as temperaturas rondavam os 30º) e pudemos desfrutar de um silêncio magnífico, de um verde transbordante e de ver em pleno habitat natural, cavalos e gado selvagem, de ver inclusive potrozinhos de poucas semanas e até, de apreciar uma pedra com pinturas rupestres. Foram duas horas de ‘cavalinho’, que me deixaram toda dorida nas pernas e coxas. A minha sela pregou-me algumas partidas - ora estava torta, ora larga - o que me causou algum desconforto durante a viagem, mas acabou por correr tudo bem. A descida da serra deixou-me mais melindrada. É que estar em cima de um cavalo é realmente imponente e a queda, se a houver, deve ser grande! E esse pensamento nunca me saiu da mente o tempo todo. Na descida é necessário colocar os ombros direitos e inclinar o corpo ligeiramente para trás, proporcionando tracção ao animal e nessa altura, tive medo de ir eu e o cavalo, a rebolar pela serra abaixo.
Já o C., por outro lado, adorou! Parecia um verdadeiro latifundiário a passear pelas suas terras! Tirava fotos, ria-se da minha figura e foi na ‘maior’ o tempo todo! Tivemos ainda a sorte de irmos num dia em que havia 50% de desconto no preço dos cavalos, e assim, em vez dos 40€ que pensávamos que íamos ter de desembolsar, pagámos apenas 20€! Uma verdadeira pechincha para duas pessoas andarem em plena serra durante duas horas! (compensa mesmo). O Centro Equestre do Mezio merece uma visita. Possuem além dos passeios a cavalo, caminhadas pela serra, percursos de exploração de um, dois e três dias, e até, passeios a pé ou a cavalo pela serra em noites de lua cheia! (mas para mim, este tipo de aventura já é demasiado excessivo, confesso)Depois de na minha infância já ter andado de burro e até de ponéi, só faltava mesmo o cavalo para a evolução estar completa. Foi giro, gostei, mas fiquei a sentar-me torto durante mais de 3 dias…

Sabor agridoce



















Não necessito de dizer que este post é para ti, porque acho que sabes que, mais tarde ou mais cedo, teria de falar neste nosso encontro depois de tanto tempo. É que tenho este terrível defeito de não conseguir ficar com as coisas cá dentro. Há quem me diga que é bom, embora eu ache, que acaba mais por prejudicar-me, do que abonar a meu favor. Mas eu continuo a fazê-lo, porque de certa forma, ainda não encontrei o caminho de contornar esta minha natureza impulsiva. No entanto, neste momento, não quero sequer pensar se é bom ou mau, mas apenas falar daquilo que senti por voltar a ver-te. É que apesar de o tempo ter corrido como louco, a sensação que tenho, é a de que ficou tanto por dizer, que é como se não o tivesse aproveitado com a importância que a ocasião merecia.
Estás diferente... mais bonita. Acho que a idade, ou talvez a maternidade, te deixou com uma serenidade que já não me lembrava que possuías. Já não me lembrava bem do verde fresco dos teus olhos, ou do tom da tua voz e foi bom e estranho ao mesmo tempo.
Houve alturas em que senti que ambas estávamos constrangidas e com aquela incerteza, que dez anos de afastamento, calcaram em nós. Afinal, é como se nos estivessemos a conhecer outra vez, não pondo de parte tudo aquilo que se passou e que nos levou a um afastamento tão prolongado. Confesso que nunca pensei que este nosso encontro acontecesse assim, numa manhã chuvosa de Domingo, entre bagels e um capuccino. Aliás, acho que nunca pensei que este encontro realmente acontecesse. Daí ter dito que estava nervosa. Daquele nervoso misturado com ansiedade, que nos faz desejar e ter medo de uma coisa ao mesmo tempo. Parece ridículo não é? Ontem, nem consegui pegar no sono rapidamente, porque sabia que dali a umas tantas horas, te iria rever. Passámos por tanta coisa juntas que acabámos por perder a parte mais importante das nossas vidas e isso, apesar de tudo, deixa-me de certa forma triste. Depois da mágoa, da raiva ou da dor, da ausência do contacto e do afastamento, perdemos ambas, uma parte de cada uma que nunca iremos recuperar, mas que neste momento voltamos a descobrir, ou pelo menos, a querer iniciar. Acho que ao fim de tanto tempo, volto a fazer as pazes com o passado. Eu gosto de acreditar que tudo acontece com uma razão muito forte, um propósito que mais tarde me serve sempre de ensinamento, me faz ver que tudo teve um sentido para acontecer, como se não pudesse fugir a uma sucessão de acontecimentos a que muitos chamam de 'destino'. Talvez seja inocência minha misturada com algum romantismo, mas se foi o 'destino' que nos afastou, pelo menos soube ter o discernimento de nos voltar a 'juntar', por isso, se calhar, esta amizade ainda tem muito mais para dar. Mesmo que tenhamos feito um intervalo de dez anos, agora, temos todo o tempo outra vez à nossa frente.
Foi bom voltar a ter-te presente na minha vida.

Viagens na minha terra


















Já voltámos. As férias passaram depressa, demasiado depressa. Acho que é como diz a canção da Nelly Furtado: 'all good things come to an end' e nada podia aplicar-se melhor do que o refrão desta música sempre que me lembro da semana que passou. Foram dias muito prazenteiros, de muito passeio e muita comida, acompanhada por muito bom vinho, ou não estivéssemos nós na rota do vinho verde. (e eu nem sou apreciadora de vinhos, mas um verde fresquinho, confesso que gosto!) Conhecia pouco e mal o norte minhoto. Não que tenha visto muita coisa, pois o tempo que estivemos efectivamente lá em cima, foram de apenas três dias, mas deu para ter a noção de que as coisas são bem diferentes daquilo a que estamos habituados. O verde era a cor predominante (além de ser a minha favorita) e por onde quer que olhássemos, a extensão de campos prolongava-se muito além da nossa vista, abraçados pelas serras em redor. O tempo esteve sempre bom, com um sol demasiado quente, que ainda nos permitiu estender as toalhas e ganhar alguma cor em apenas um final de tarde e uma manhã. A viagem foi longa, mas fez-se bem, sempre com as janelas do carro abertas e as mãos de fora, a navegarem contra o vento que nem crianças. Os pés descalços a chamarem pela liberdade, a roupa leve e o ânimo alegre, foram ingredientes predominantes durante estes dias de descoberta.
Arcos de Valdevez é uma cidade agradável, toda aprumadinha, com as ruas limpas e o seu rio de águas calmas e transparentes, que convida a viver ali. (por momentos ainda me passou pela cabeça largar tudo e fazer uma loucura e o mais engraçado, é que acho que se o dissesse ao C., ele até pensava duas vezes). A ideia com que se fica é a de que ali, naquela cidade já tão perto da fronteira espanhola, há uma qualidade de vida e uma tranquilidade, que nós, 'lisboetas', passamos o tempo todo a querer encontrar e não conseguimos. Confesso que por momentos cheguei a ter uma certa inveja daquela paz de espírito, da tranquilidade que ali se vivia. Parámos na vila antes de chegar ao destino final, para beber algo fresco e esticar as pernas. Faltavam apenas 3,5 Kms de distância e acabámos mesmo por chegar antes da hora prevista. Eram quatro da tarde e estávamos na esplanada, junto ao rio, em pleno centro, a rever o itinerário e a acalmar a ansiedade do que nos esperava. Não ficámos nem um pouco desiludidos.
A Casa do Rio Vez é um pequeno paraíso transformado em refúgio de turismo rural. Quase que passa despercebida com o seu portão mesmo à saída da ponte, mas uma vez aberto, deparamo-nos com a beleza digna das pequenas pérolas. Ali, a água ouve-se por todos os cantos, ou não fosse esta casa, uma antiga azenha, daí a sua proximidade junto ao rio e a sua localização tão estrategicamente adequada. Valérie, a dona da casa, francesa de nascimento e habituada desde sempre a viver na grande cidade de Paris, cuida do jardim como se obedecesse a uma filosofia de vida, com tempo e prazer. Talvez por isso, este seja tão belo e harmonioso, tão simples e perfeito. Há vasos de flores por todo o lado, dezenas de borboletas esvoaçantes (não me lembro de ver tanta borboleta desde a viagem ao México, já lá vão dois anos) e canteiros que recolhem a água que desce das encostas e a ajudam a levar novamente ao seu destino: o rio.
É o rio que comanda a vida nesta casa, as acções dos por aqui passam. Ficamos imediatamente fascinados pela clareza das suas águas, pelo barulhinho que corre lentamente e que quase nos embala. O rio está presente em todos os quartos, através das suas janelas que nos permitem acordar e adormecer com ele mesmo nos braços. É o rio que nos chama mal chegamos, que nos convida a molhar os pés, ou a desejar colocar o biquini e correr para as suas águas limpídas, é o rio que nos prende o olhar e nos fascina, que nos envolve e nos atraí, como se todo o tempo parasse só para o podermos observar. É o rio, sempre o rio que nos move naquele lugar, quase mágico, quase intimista, que queremos reclamar como nosso.


















Se a chegada e o exterior da casa é uma agradável surpresa, o interior e a sua decoração moderna de linhas simples e despojadas, também não lhe fica atrás. Aliás, esta 'conjugação de estilos', tão ao nosso gosto, foi o que nos fascinou acima de tudo, quando encontrámos o link. Os proprietários souberam aproveitar e respeitar as mais valias da antiga azenha, transformando-a num espaço agradável e depurado, de gostos simples, mas refinados. Prova disso eram as sonoridades 'bossa nova' que se ouviam durante o pequeno-almoço, na grande sala de estar, ou a presença de, por exemplo, uma cadeira que tinha sida utilizada no filme 'Tudo sobre a minha mãe', de Pedro Almodovar. (nem de propósito...) Além disso, Aníbal e Valerie, eram e são, uns excelentes comunicadores e óptimos anfitriões - sempre prontos a dar sugestões das iguarias da região, ou locais de interesse a visitar - além de amantes incondicionais de todos os animais, mas com um carinho muito especial por felinos domésticos. Prova disso, são os três gatos que possuem - Manel, Maria e Fifi - que andavam pela propriedade com o vagar e o tempo de quem sabe, que toda aquela beleza, não desvanece de um dia para o outro e que as caras desconhecidas que lhes entram pela porta adentro todos os dias, vão e vêm, mas que eles, permanecem. No fundo são os verdadeiros donos daquele sítio. Tudo lhes pertence, todos os recantos daquela magnífica casa são seus, nós limitamo-nos a invejá-los e a desejar um dia, também termos a sorte, ou o privilégio, de viver num sítio assim. Nem que seja numa outra vida, sob a forma de gato.
Mais fotos, aqui.

segunda-feira, maio 14, 2007

holidays




















Antes do concerto do George Michael e como chegámos muito cedinho, ainda tivemos tempo de sobra para visitar algumas coisas de Coimbra, por isso, decidimos matar saudades da infância e dar um saltinho ao Portugal dos Pequeninos. A entrada é cara (6€ por pessoa) e confesso que depois de tantos anos de ausência, não teve a mesma magia de outrora, mas deu para brincar às casinhas, mesmo que me sinta uma gigante em Liliput. Se quiserem ler mais coisas do concerto podem sempre espreitar o blogue desta 'cachopa', pois fomos todos juntos e ela também delirou tanto quanto eu!
E agora, enquanto espero que o C. chegue com o carro da revisão, aproveito para me despedir. Estamos de partida para cima (e já não vamos nada cedo!!) as malas estão feitas e está tudo pronto para 'zarpar'. Primeira paragem: Gestosa Cimeira - dois dias em casa dos pais do C., sendo que quarta-feira seguimos até Arcos de Valdevez, para três dias de relaxe em pleno norte minhoto.
See you in a week.

domingo, maio 13, 2007

Mais GM

Depois das fotos vem o quê? Os vídeos, pois claro...!!!

Primeiro a espera...


Depois, a festa!!

25 Live Tour - Coimbra - 12 de Maio 07




















Foi um dia muito longo, mas valeu a pena cada hora de espera, cada minuto sentada no chão duro (quer na rua antes do estádio abrir, quer já lá dentro ao frio), o terem-me tirado à entrada do estádio dois pacotes de bolachas novos em folha - nem sequer estavam abertos - e uma garrafa de água de litro e meio que foram todos, sem excepção, direitinhos para o lixo, ou ele ter começado a cantar com meia hora de atraso e de ainda ter feito a meio do concerto, um intervalo de vinte minutos, quando nessa mesma altura começou a pingalhar uma chuva miudinha. A verdade é que A-DO-REI!!! O espectáculo foi maravilhoso, o som estava impecável e fizemos parte de um 'restrito' grupo de 800 pessoas que puderem ficar a escassos metros do 'senhor', num recinto fechado mesmo em frente ao palco e completamente à vontade para dançar, sem sermos esmagados pela multidão! (nunca estive num concerto onde tivesse um lugar tão privilegiado, admito!) Pude matar saudades dos velhos clássicos como 'Faith', 'Freedom', ou 'Careless Whisper' e dançar músicas que adoro como 'Shoot the dog', 'Freak', ou 'Too Funky'. O palco possuia uma passagem que contornava o pequeno recinto onde estávamos, por isso, sempre que George Michael saía do palco principal e vinha para a nossa frente, quase que o podíamos tocar. (bom, pelo menos pudemos ver bem de perto o senhor dar à anca e abanar o rabo!) Os efeitos visuais foram ma-ra-vi-lho-sos!! O ecrã gigante que servia de base de palco projectava os efeitos visuais mais bonitos e luminosos que pude ver em concerto nos últimos tempos (acho que nem o da Madonna conseguiu ser melhor) e o estádio da Académica de Coimbra, apesar de ao início da tarde estar muito a meio gás e de nos fazer pensar que ia ser um fiasco, lá se compôs e o ambiente durante a tarde foi sempre bom. Valeu a pena o passeio, mesmo que no regresso tenha custado um bocadinho, fazer uma viagem tão grande e chegar a casa a rondar as três e meia da manhã. Gritei, cantei e dancei tanto, que hoje estou, além de rouca, toda dorida e muito, muito cansada! (estou a ficar velha para estes 'festivais' é o que é!!)
Mas a verdade é que repetia tudo outra vez!

quinta-feira, maio 10, 2007

'Freedom'


Pronto, já comprei os bilhetes. Sábado vamos ver o 'Jorge Miguel'!!!!!

quarta-feira, maio 09, 2007

In my shoes - parte II




















Hoje tive um dia lixado. Daqueles dias em que apetece tudo menos estar ali, com aquelas pessoas, ter de ouvi-las, aturá-las, quando a maior parte das vezes a vontade pede uma resposta afiada na ponta da língua, mas a razão insiste em fazer-nos comportar como adultos. Tenho passado os dias desta semana em reuniões. Umas atrás das outras... com o cliente e internas e parecendo que não, isso cansa-me psicológicamente. Ter ideias, debitar ideias, escrever ideias, defender ideias. Tudo gira sempre à volta do mesmo. Nesta semana antes de ir de férias tenho ainda de deixar pronta uma proposta de comunicação para uma das minhas contas. Acontece que o produto não é fácil de comunicar e confesso, ando sem ideias. Já desenvolvi a parte conceptual da proposta, mas plano de acções que é bom, ainda está imberbe. Como me estava a sentir bastante atrofiada em relação a isto, pedi ajuda às minhas duas colegas de equipa. Mandei um mail a expor o assunto e pedi um pequeno brainstorming entre nós para me ajudar a ter alguma coisa de palpável. Ninguém me respondeu. Perante a inexistente resposta, voltei a insistir e desta vez perguntei em voz alta: 'Viram o meu email?' Após a minha confrontação lá disseram que sim e que falaríamos sobre isso hoje. Durante a manhã foi impossível. Uma delas não estava, logo, reunião a 3, nem pensar. Ficou assim adiada para 'depois de almoço'. À hora marcada perguntei: 'Bora lá meninas, podem agora?' Resposta: 'Agora não dá. Estou atolada em trabalho', respondeu a minha chefe e continuou, 'vai pensando tu'. Eu respondi: 'Eu gostava de ter a vossa ajuda, apenas algumas ideias, quando vocês precisam de ideias, eu também participo.' Acontece que com este meu pequeno 'contra-ataque' irritei a chefe, que não perdeu tempo em pôr veneno e 'cuspiu' a seguinte pérola: 'Ninguém disse que não vai haver reunião. Fazes aquilo que conseguires. Além disso, vai sobrar para mim de qualquer maneira, porque segunda-feira sou eu que tenho de ir ao cliente defender a proposta.' - numa clara alusão ao facto de eu estar de férias nessa altura -Não me fiquei (porque quando vejo que estão a ser injustos não sou de me ficar) e apenas respondi: 'Precisamente, para que não sobre para ti e de forma a adiantar-te o máximo de trabalho correcto possível, é que eu gostaria de ter uma reunião convosco, para saber se o caminho por mim escolhido é o melhor.' Depois disto não me respondeu, mas conheço-a suficientemente bem para saber quando fica 'picada'. Afinal, a enorme quantidade de trabalho que alegou ter para não realizarmos a reunião, permitiu-lhe fazer palavras cruzadas numa banal revista do social, além de ter passado a tarde toda 'enxofrada' e a falar torto comigo. Passado uns minutos mandou-me um mail a marcar reunião para sexta-feira de manhã... que engraçado, sexta-feira é somente, o meu último dia de trabalho antes de ir de férias, além de ser também o dia em que tenho de deixar a proposta pronta... por isso, como imaginam, uma reunião para 'ter ideias' no dia da conclusão da proposta, dá tudo, menos jeito.
No final do dia ainda passei pela Cuf para fazer um exame, uma ecografia mamária. Faço todos os anos como exame rotina e, na minha última consulta de ginecologia, pedi à minha médica para me passar o papel. E pronto, ficou marcado para hoje. Sete da tarde e estava eu na Cuf Descobertas à espera de ser chamada. Sete e meia e continuava à espera... entretanto, perto das oito da noite lá fui atendida. Entrei para um gabinete, e como já sei os procedimentos (despida da cintura para cima), não estranhei quando o enfermeiro me disse para me despir, estranhei sim quando percebi que ele não saía da sala e perguntava: 'Está pronta?' insistentemente. Ainda estive no minúsculo gabinete a fazer 'compasso de espera' e a ver se o homem se ia embora, mas nada! Nem uma bata tinha para me tapar e estava a sentir-me realmente incomodada com a situação. Se a médica estava na sala, porque é que ele insistia em permanecer ali? Todas as minhas ecografias anteriores (feitas no IMI, é certo) nunca tiveram presentes mais ninguém, além de eu e a médica! Lá me decidi a vir para a sala da ecografia e lá estava ele, um rapaz novo que se virou para mim e me disse: 'Deite-se de costas e ponha os braços por trás da cabeça'. E eu que vi que ele não ia mesmo sair dali, e a sentir-me completamente desprotegida e exposta, lá acedi. Mas qual não foi o meu espanto quando ele veio com uma espécie de 'papel' e mo coloca sobre os seios. Fiquei mesmo incomodada com aquilo. Não bastava ele já estar ali ainda tinha de me mexer nas mamas!!?! grrrr.... A médica era super simpática, mas o raio do enfermeiro insistia em entrar na sala a todo o momento e falavam, como se o facto de eu estar ali de mamas à mostra, com os braços atrás das costas, fosse a coisa mais normal deste mundo. Para eles até pode ser, mas para mim não é e acho que lá por estarmos a fazer um exame médico e eles serem efectivamente, 'pessoal médico', têm de respeitar a privacidade dos doentes, por muito que estejam habituados a ver mamas por dia, eu não estou habituada a mostrá-las a estranhos. E não, não acho estes comportamentos 'normais'.
Entrou na sala umas quatro vezes durante todo o exame. Para atender o telefone e para fazer uma série de outras coisas rotineiras e eu a sentir-me terrivelmente envergonhada e a tentar não o demonstrar, olhando repetidas vezes para o tecto ou rindo, daquele riso nervoso miudinho que denota tensão, quando a médica dizia alguma graçola, a desejar que todo este episódio infeliz acabasse. No final, terminado o exame, a médica ficou um bocadinho a falar comigo (sim, eu de maminhas ao leú, com um braço a tapar o peito que ela tinha acabado de ver, mas a tentar agir naturalmente quando todo o meu comportamento gritava: 'tirem-me daquiiiiii') e eis que entra quem? Pois claro, o sr. enfermeiro, que decidiu juntar-se animadamente à conversa e meter-se no assunto, como se o facto de eu estar ali semi nua a falar com duas pessoas fosse, e volto a repetir, a coisa mais normal do mundo...
Decididamente, sempre que vou à Cuf Descobertas, tenho situações surreais para contar! Ou então, sou eu que sou muito 'púdica' ou antiquada e não consigo ver isto com a ligeireza alheia... ou então, estou apenas em dia 'não'.
Quero as minhas férias!!!

Casa do Rio Vez














As nossas férias já estão reservadas. Andámos às voltas com tantas supostas hipóteses, mas depois, decidimos que o melhor é ir para fora cá dentro - além de ser economicamente muito mais barato - e descobrimos a Casa do Rio Vez, que nos encantou logo ao primeiro olhar. Desta vez decidimos abandonar o sempre tradiconal destino da Costa Vicentina alentejana e apostar no norte. Já não vou ao norte do país, principalmente para estes lados, há muito, muito tempo. Por isso, achei que estava na altura de descobrirmos a beleza do Minho, continuar a apostar no turismo rural, mas desta vez, inundarmo-nos de verde e água, muita água. O pior é que depois deste calor sufocante, a chuva parece ser o cenário mais provavél, mas nem isso irá esmorecer o meu contentamento em estar de férias. Ainda devemos de dar um saltinho à terra dos meus sogros e passar lá uns dois dias, seguindo depois viagem para cima, sempre com muita descontracção. Ainda ponderámos ir de carro até às Astúrias, percorrendo toda a zona dos Picos da Europa e indo até Bilbao (que não conheço), mas quem sabe, ficará para as férias de Junho. No entanto, esta semana, o trabalho tem sido mais que muito. É sempre assim, quando uma pessoa decide tirar férias, ou elas existem num panorama próximo, algo mexe os cordelinhos para nos atolhar em trabalho! Ainda hoje acordei a pensar que já é quarta-feira e a proposta que tenho de terminar ainda nem vai a meio! Acho que até sonhei com trabalho durante a noite. Fora tudo isto, ainda há a forte hipótese de ir com esta menina, até Coimbra, para vermos o 'Sr.' George Michael. Ela já tem bilhete, eu é que não! Tudo dependerá do C. ir ou não trabalhar no Sábado. Mas eu confesso que gostava de ir dar um passeio até à cidade dos estudantes.

domingo, maio 06, 2007

pictures




















Eu adoro arte. Adoro quadros. Adoro fotografias. Por isso, não é de estranhar, que na minha casa, existam todos estes elementos conjugados e espalhados por todos os cantos. Tanto, que o C., de cada vez que eu sugiro 'ali ficava bem um quadro' torce o nariz e diz que a nossa casa mais parece uma exposição ao surrealismo e imagens vintage. Não nego. Adoro-os as ambos. É por isso que tenho um quadro gigante escostado a uma parede junto às escadas com um poster da Feria de Abril, que trouxemos de Sevilha, ou serigrafias e posters de Miró e Picasso um pouco pela casa toda. Na última viagem a Barcelona trouxemos mais uns quantos postais, incluindo estas versões Picasso das 'Meninas' de Velasquez, que agora aproveitei para pendurar na parede. Sempre que vou a algum lado tenho de trazer postais. Servem-me para inúmeras coisas: marcar livros, pendurar no frigorífico, ou tão somente, emoldurar. Também emoldurámos um postal vintage de uma antiga marca de café, que comprámos em Madrid, e que eu decidi colocar na cozinha. Foi produtiva a nossa ida ao Ikea no Sábado! :) Os meus pais quiseram vir a Lisboa para dar um saltinho à grande loja e nós ajudámo-los a orientarem-se pelos corredores que já não nos assustam. A ideia era nós - eu e o C. - escolhermos a nossa mobília de quarto para a casa nova dos meus pais, mas a verdade é que não vimos nada que nos fizesse ficar pelo 'beicinho'. Apenas um sommier que achei confortável e que se pode revelar uma boa opção à cama tradicional. Vimos sim um sofá, para a nossa sala de estar, que nos ficou cá atravessado e azar dos azares, encontra-se esgotado! Dentro de uma semana poderá chegar nova remessa e nós estaremos de férias, mesmo a tempo de ir lá buscá-lo! O laranja é perfeito para a nossa sala, que está toda decorada nestes tons e além disso, o meu velhinho sofá branco, comprado há muitos anos na Moviflor, já está a precisar de uma reforma. É que a Magali e o Gaspar não o 'poupam' e utilizam-no para afiar as unhas. Não trouxemos um sofá, nem uma mobília de quarto, mas trouxemos molduras para quadros, entre outras coisas menores. Ontem, Domingo, estivemos os dois pela manhã a fazer furos nas paredes ao som de Marisa Monte (eu sei, não combina, mas naquela altura, apeteceu-me). Acontece-me sempre o mesmo quando tenho uma peça nova cá em casa, olho para ela até à exaustão. Como que entre o mentalizada e o embevecida. Não que tenha ainda muito espaço livre para mobilar a casa, que está cada vez mais cheia, mas não consigo deixar de ter esta satisfação ao vê-la embelezada.

walking


















Arrábida e Azeitão. Foi um dia da mãe muito proveitoso, cheio de sol primaveril e passado a dois.

quinta-feira, maio 03, 2007

sorrow




















Se as memórias falassem, a voz que se pudesse ouvir, independentemente da vontade, hoje cantavam. Reunião a meio da tarde e lá fui eu até à Quinta da Fonte com a minha colega. Cada uma teve de levar o seu carro, porque tudo apontava que aquilo acabasse a rondar as seis da tarde e a essa hora, já não valia a pena regressar à agência, sendo que ela seguiria logo para casa. Se bem o pensámos, melhor aconteceu. A reunião acabou às 17h30, uma horinha exacta para ser mais precisa. O cliente gostou do nosso briefing e eu apresentei mais de metade da apresentação, além de ter desenvolvido praticamente toda a proposta sozinha (acho que estou a progredir). Como estava ali mesmo ao lado daquele grande edifício espelhado onde já trabalhei, não hesitei e resolvi visitar as 'miúdas', porque confesso, as saudades já apertavam. Liguei a uma, a outra, a outra e mais outra e a todas dizia o mesmo: 'Estou aqui ao pé, espero por ti no bar, é hoje que vos visito'. E pronto, assim foi. Resolvi, quase um ano depois, regressar à empresa que em Maio do ano passado, decidiu não me renovar o contrato. As amizades que lá deixei a nível de colegas de redacção foram boas. Todas acederam ao meu pedido e aos poucos começaram a aparecer no local marcado. A festa foi grande. Muitos abraços, muitos sorrisos, muitos comentários agradáveis que iam desde o 'estás tão gira', ou 'esse corte de cabelo fica-te muito bem', que serviram para alimentar este meu ego debilitado. Tive tantas saudades delas que só tinha vontade de as abraçar forte a todas e não as deixar ir. As perguntas foram muitas, promessas de almoços na próxima semana e copos de fim de tarde idem. Em meia horinha - porque elas ainda estavam no horário de trabalho - matei saudades de fugida de meia dúzia. Não chegou, mas fiquei feliz, de uma felicidade transbordante, daquela felicidade sentida e vivida que nos faz mesmo bem à alma.
Não posso deixar de sentir uma profunda mágoa pela forma como me comunicaram a decisão de não me renovar contrato, pela forma como deixei aquela revista, aquelas pessoas. Por abandonar um sonho que lutei por conseguir e que numa questão de segundos me fugiu. Não posso deixar de pensar que foi ali, naquela revista, naquela casa, que exerci pela última vez a minha função de jornalista. Hoje tive um forte desejo de estar ali, no meio delas, de ser uma delas outra vez, de tratá-las por 'camaradas' ou das conversas em jeitos de desabafo durante o lanche, enquanto se bebia um chá e comia uma chapata, porque por mais que eu me tente encaixar neste meio de agências/comunicação/briefings/publicidade, a minha verdadeira vocação é escrever, contar histórias, partilhar. É isso que eu sou. Quero acreditar que é isso que me define. Mas nunca o sonho do regresso andou tão foragido de mim.

quarta-feira, maio 02, 2007

summer addicted



















Mais um colar. Desta vez com as cores do Verão e do tempo quente em mente. Decidi voltar a criar algumas peças, mais não seja para dar despacho à quantidade de material que fui acumulando ao longo do tempo: fitas de cetim, galões, missangas, pedras, contas em madeira, fios de cabedal, you name it...
Há muito tempo que não viam a luz do dia sempre fechadas em caixas e guardados no escritório. Quando perco tempo a fazer estas coisas, nunca tenho nada na ideia. Vou fazendo ao sabor da vontade, colocando contas, tirando daqui, pondo ali, experimentando cores, texturas. E faço-o sempre ao sabor do meu gosto pessoal. Acho que acima de tudo, faço peças que eu própria compraria se as visse numa loja, mas o mais curioso, é que quase nunca ando com elas. É raro. No Inverno usei muito um modelito em tons de cinza, preto e prata que recebia os maiores dos elogios e esta Primavera já usei vezes sem conta este, porque tenho no azul forte, a minha nova cor 'paixão' (a começar pelos sapatos que comprei).
No entanto, a criação de novas peças, por muito que me deixe feliz, traz-me um problema: agora que o blogue se tornou privado e por sua vez, muito mais pessoal, a vendas das mesmas por estas bandas, torna-se quase impossível! E por aqui também não vejo a coisa a ir por bom caminho... o que me faz pensar em criar outro blogue (mais um!) só para isto... mas será que vale a pena? É que isto de criar blogues e actualizá-los é muito giro, mas requer tempo, paciência e gosto. E eu não sei se dou conta de dois. Além disso, depois do nome do 'Casinha', confesso que não me ocorre mais nada ao qual possa atribuir um nome e que não esteja já mais do que banalizado no meio dos clichés que se vêem por aí. Mais, não sou boa vendedora e odeio impingir o que quer que seja a alguém. Sempre fui da opinião que quem gosta do material, compra. Por isso abomino andar constantemente a 'chatear' as pessoas com os meus penduricalhos, como vejo outras pessoas fazerem! Nem às colegas eu levo. Só o fiz uma vez e ainda aqui há tempos, uma delas me veio perguntar, se eu tinha novo 'stock'. Verdade seja dita que noto que as coisas têm bastante aceitação e aderência junto do público feminino. Uma colega minha no último Natal, comprou-me quase todos os colares e pregadeiras que ainda tinha disponíveis, mas tirando isso é só. Gostava mesmo era de canalizar as peças para uma loja, mas a maior parte delas exige recibos e desses já eu me livrei há muito tempo (graças a Deus!). Já fui à Fermento uma série de vezes, dizem que gostam das peças mas nunca ficam com nenhuma. Pedem-me para voltar daqui a meia dúzia de meses, mas a verdade é que vejo através de outros blogues, que há imensa gente a colocar lá material. E eu confesso que ir vender para as muitas feiras que proliferam pela cidade ao fds também não é o meu forte, porque material em grandes quantidades, não tenho. O que significa que estou oficialmente tramada!
Bom, se alguém conhecer uma amiga que tenha alguma lojinha, que gostasse de vender os meus colares, ou uma forma de dinamizar o negócio, que me diga! Estou receptiva a todo o tipo de ideias e parcerias! É que o orçamento nunca foi tão reduzido face à quantidade louca de despesas que parece crescer de mês para mês, e novas formas de dinamizar a minha escassa economia é fazendo alguns negócios ou trabalhos paralelos, onde este pode muito bem, se incluir.

terça-feira, maio 01, 2007

home





















Estes quatro dias de 'fds' estão, neste momento, a chegar ao fim. Não foram muito aproveitados, quer dizer... aproveitados no sentido de ter passeado muito e desfrutado cada minuto. Foram sim, uns dias, produtivos. Desde limpar a casa de alto a baixo, ir fazer análises, ir ao centro de saúde perguntar pelo meu cartão de utente que ainda não está pronto, ir à sede da seguradora por causa do seguro do carro, ou até, ir à minha faculdade buscar o meu diploma de fim de curso - que eu já acabei há oito anos e cujo diploma já estava pago desde 2004 - estes dias de fds prolongado, foram geridos em termos de tempo e nesse aspecto, fiz tudo a que me propûs. Ainda tive oportunidade de ir ao cinema, ver a fantástica Diane Keaton (que eu adoro!!!), na sua última comédia romântica 'Because I Said So' e ainda, acabar de ler os meus livros, ou até, voltar a fazer colares! (coisa que já não acontecia há muito, muito tempo!).
Isto faz-me constantar, que o nosso tempo, quer o pessoal e o profissional, devia de ser muito mais flexível e democrático. As empresas deviam de dar a possibilidade aos seus trabalhadores, de terem horários 'elásticos', que lhes permitissem gerir o trabalho em função das suas necessidades, mas sempre obedecendo a um número de horas 'fixas' por dia. Isto, garantiria ter tempo e saber geri-lo (volto a utilizar a palavra porque é a que melhor se aplica), sempre com o objectivo de intercalar a vida pessoal com a profissional. Seria, na minha opinião, muito mais justo do que passarmos, muitas vezes, cerca de 8 a 9 horas enfiados num escritório em que há dias, que nada de produtivo se faz.
Todas as coisas que fiz durante o dia de ontem, só foram possíveis, porque me levantei cedíssimo, num dia em que supostamente estaria de férias e seria para descansar. Todas aquelas coisas pendentes que andavam para ser feitas há séculos, foram feitas, ontem. Verdade seja dita, que cheguei ao final do dia cansadíssima e aterrei - literalmente - no sofá. Hoje a coisa também não foi melhor. Apesar de estar de chuva e de nem ter saído de casa, aproveitei o dia livre, para aspirar, limpar, lavar, e todas as tarefas domésticas que possam imaginar! Estou feita um caco confesso, mas tenho noção de que tem de ser feito, apesar de o C. me ter dado uma ajuda, o 'grosso' da coisa, cai-me sempre em cima. E nem mesmo agora, depois de ter feito uma panela de sopa e enquanto espero que o frango no forno fique suficientemente corado para irmos jantar, consigo relaxar! Ainda me falta preparar tudo para amanhã - inclusive a marmita com o almoço - deixar a roupa a jeito, ou tão somente, lembrar-me que tenho de ir pagar mais um mês de parque de estacionamento se quiser deixar o carro sossegado, sem ser rebocado ou levar multas. O que vale é que a semana será curta e de apenas 3 dias.
E que daqui a menos de outros quinze dias, estarei de férias.
(ainda não sei onde, mas estarei de férias...)