quarta-feira, julho 26, 2006

Ericeira by summer




















. Foram cinco dias de muito Sol, convívio e banhos - no mar e na piscina. Foram cinco dias leves, descontraídos e divertidos, como uns supostos dias de férias devem ser. Sem horários, com muitos petiscos a saber a mar à mistura, incursões ao mercado para comprar peixe fresco, ou até, ao viveiro à procura de lamejinhas ou mexilhões. Foram dias de praia de areão, ou não tivéssemos ido sempre para a nossa praia favorita, a de S. Lourenço, entre as cinco da tarde e as oito da noite, já que de manhã o tempo era dedicado a dar mergulhos na piscina e o pôr do sol, esse, reservado para a varanda com vista para o mar. Dali, como se fossemos uns privilegiados, podíamos apreciar o céu a mudar de tonalidades, envolvidos em magentas, laranjas e amarelos.
O fim-de-semana foi aproveitado até ao último minuto, com a C. e o P. a irem para casa, já o relógio passava da meia noite. Segunda-feira, ainda com o corpo movido pelo cansaço, esperava-me nova 'fornada'. O Casal RH+ chegava à vila para também eles, desfrutarem de uns dias de praia. Ficaram pouco tempo, mas deu para pôr a conversa em dia, ouvir Lila Downs o tempo todo, comer peixinho assado (o lume é que teimava em não pegar) e hoje vir para Lisboa com o carro carregado de tralha como se lá tivesse passado um mês.
. Próximo fds vai ser de mais folia, já que iremos novamente com o casal C&P, assim como a minha respectiva 'sobrinha', acampar. Seguem-se portanto, dentro de dias, os próximos capítulos desta história. *

quinta-feira, julho 20, 2006

ó mar salgado






















O dia hoje foi diferente, soube a diferente, foi bom. A concentração de veleiros de todo o mundo na doca de Alcântara, atraiu os meus pais a deslocarem-se à capital, só para ter acesso a um pouco do cheiro a maresia. O meu pai, apaixonado pelo mar desde que me lembro enquanto gente, vibrou com os enormes veleiros, a majestuosidade de cada um, com os cabos de diferentes tamanhos e grossuras (não cordas, segundo fui emendada por diversas vezes) com os seus inúmeros nós de marinheiro que ele sabe de cor, com os mastros e as suas sumptuosas velas, com o barulho que emanava da casa das máquinas e a vida que fervilhava a bordo de todos eles. O seu mundo era aquele, ali ele estava no seu elemento. Quase que o conseguia imaginar, marinheiro de barba rija e pele cortida pelo sal, mas quis o destino que o seu meio fosse outro que não aquele. Por instantes senti-o viver e sentir tudo aquilo que ele não viveu mas que sempre desejou.
Eu..., bom, eu limitei-me a visitar todos os veleiros atracados com verdadeiro interesse de turista, subindo a bordo de barcos oriundos da Rússia, Inglaterra, França e terminando no português Escola Sagres que faz as honras da casa.
Conversámos muito, rimos outro tanto e soube tão bem passar esta tarde sozinha com eles, os três outra vez, que me dei por feliz só por tê-los por perto.

Música para mis oídos















Se há pessoas que nos inspiram pelo trabalho que fazem, pela obra que deixam, pela partilha de si próprios aos outros, ao mundo, então uma dessas pessoas é Lila Downs. O concerto de hoje foi uma surpresa tão gratificante, que sinto o coração a transbordar de ritmos oriundos da mistura de povos, da tradição que define cada cultura. 'Entre copa y copa' - o seu último álbum - é uma agradável mistura de sons tão variados como as cantigas mexicanas tradicionais, o jazz de Nova Iorque, ou o Hip Hop, misturando-os numa musicalidade que se quer universal e a uma só voz.
Esta mulher, pequena de tamanho, mas grande de alma (quase que aposto), teve o dom, ou a virtude, de me fazer transportar a uma imagem quase personificada de Frida Kahlo - as parecenças físicas não são por acaso - mas a sua voz, a sua voz... era majestosa demais, grande demais, para um corpo tão franzino.
De tranças a roçar os joelhos, com botas de vaqueira, saia brilhante e colorida e cores reluzentes, tudo nela era acessório perante a verdadeira beleza que esta noite se fez ouvir naquela sala.
E se há motivos para chorar quando algo nos toca bem fundo cá dentro da alma, então eu não tive pudores.
Oiçam um pouco da sua Agua de Rosas, aqui.

terça-feira, julho 18, 2006

A pintura de Frida Kahlo e a música de Lila Downs














Eu sou suspeita. Eu devo ter, numa vida passada, nascido do outro lado do Atlântico, onde as terras são verdes a perder de vista, inundadas pelo calor sufocante e a humidade. Eu devo ter, ainda entranhado na pele, as cores quentes que me correm no sangue, ou o sabor picante na língua que provém das magaletas de fogo. Eu tenho, os cabelos quase negros e a pele morena e gosto. Eu tenho, os pés frenéticos que me puxam para a dança e me fazem rodopiar o corpo ao menor som familiar. Eu gosto da comida condimentada, das mantas riscadas, das redes de baloiço, das noites estreladas, dos trajes floridos, das cantigas alegres. Eu amo a pintura de Frida Kahlo, conhecendo quase de cor o seu percurso de vida. Todo esse México natural, puro e bruto, sem artificialismos nem turistas, é personificado na música de Lila Downs que estará amanhã em concerto na Aula Magna de Lisboa.
E eu estarei lá para voltar a casa.

domingo, julho 16, 2006

The break up













Eu pensei que ia ver mais uma comédia romântica bem ao gosto do 'american style'. Eu pensei que era o filme ideal para comer pipoca e descontrair numa noite de sexta-feira. Eu pensava que ia ter um final feliz, daqueles já previsíveis que os trailers deixam antever, mas o último filme do Vince Vaugh (o que eu gosto dele) e da Jennifer Aniston, 'Separados de fresco' - que tinha tudo para ser descontraído, divertido e leve - e é-o de facto, fez-me pensar mais na vida e nas relações (na minha neste caso), do que qualquer outra coisa ultimamente.
Claro que é exagerado, floreado, dramatizado, mas houve tantas situações com as quais me identifiquei, que no fim fui assolada pelo medo - e se algo do género acontece comigo, ou melhor, connosco?
Eu também peço para ele trazer 12 limões para o centro da mesa e ele traz-me 3, eu também me mato na cozinha a fazer o jantar enquanto ele joga playstation no sofá e vibra com o Soccer Team como se fosse uma criança de quatro, ele também tem o sonho de querer uma mesa de bilhar cá em casa (graças a Deus que não há espaço), ou então uma jukebox, e eu também sinto que muitas das vezes, as minhas palavras ou sucessivos pedidos de ajuda se tornam mais num discurso esbatido e esfumado que lhe entra por um ouvido e sai pelo outro imediatamente a seguir, do que propriamente um apelo a 'sério'. Por isso pensei, serão todos os homens rapazinhos que pedem que tomem conta deles? Estará a minha relação destinada ao fracasso? Ou serão todas as relações ao fim de dois, três anos de vivência, assim? E a resposta é que penso que sim. Que não há relações perfeitas - mesmo para aqueles que ainda vivem iludidos com o assunto. Há o desgaste, a rotina, as coisas irritantes e picuínhas do dia-a-dia; a roupa deixada no chão que nos deixa loucas, os sapatos no meio da sala, a tampa da sanita para cima, o futebol como programa de televisão favorito... and so on. Há o assumir diferentes papéis - mãe (dele e dos nossos filhos, se os houver), de esposa, de mulher, sem perder uma identidade que se quer própria - como a que tínhamos quando eramos solteiras, ou antes de o termos na nossa vida, e gostávamos de ouvir música em altos berros sem nos importamos com o que os vizinhos de baixo pensavam... Acho que uma relação só resulta se houver um esforço de ambos em aceitar as queixas do outro, em não dar por garantido, em trabalhar o assunto, em continuarmos a sermos nós próprias, em ser honestas, connosco e com o outro, porque se não o fizermos, então o mais provável é que todas estas pequenas coisas nos minem e nos levem a querer mais do que aquilo que faz o nosso mundo no presente. Ao longo destes anos de namoro e casamento com o C. aprendi a ser mais tolerante e talvez não tão intransigente. Sei que ainda tenho de mudar muitos dos meus comportamentos, mas a verdade é que sei o que é estar tipo balão prestes a rebentar, e ter cá dentro uma 'Mafaldinha' prestes a querer soltar o grito do Ipiranga, mas a saber calá-la e aprender a relativizar, a respirar fundo e a contar até dez.
Ninguém é de ferro, é certo, mas sem ele, perdia parte de mim. É isso que a minha realidade tem de diferente da do filme.*

sexta-feira, julho 14, 2006

Pequenos nadas



















. Estes dias de demasiado calor têm me tirado a vontade para actualizar o blogue. Só estou bem no escuro, como os morcegos, com os estores para baixo, na mais pura penumbra, descalça pela casa e a comer fruta e saladas. Mas hoje vou ter de enfrentar estas temperaturas loucas de 35ºC e meter-me no carro (vale-me o ar condicionado). De qualquer forma não me espera uma tarde muito prazenteira. O meu destino será a segurança social - esta semana já é a segunda vez que lá vou - e digo-vos, se querem ficar deprimidos, irritados, serem tratados sem ponta de educação e ficarem angustiados por ver o tempo passar sem fazer nada de produtivo a não ser ficar à espera com uma senha na mão - então é ali que têm de se dirigir. O serviço é cinco estrelas...
. Por aqui as notícias que vão fazendo a alegria dos meus dias são muito simples. Aprendi a viver os pequenos nadas do dia-a-dia, um de cada vez, sem pensar muito no dia de amanhã. Como o café de ontem à beira rio, mesmo que tenha sido num bar cheio de tios e tias que só se cumprimentavam com um beijo. Apesar dos bancos serem um pouco desconfortáveis, a paisagem e a hora do dia - ao final da tarde - teve um ligeiro tom de descontracção. Ou o facto de dois dos meus colares estarem de partida para um pescoço desconhecido (espero que gostes Maria), ou tão somente, cá em casa já haver uma ventoinha que me areja as ideias e liberta do calor.


E hoje quero ir ao cinema.

segunda-feira, julho 10, 2006

Good thing´s are forever



















Fim-de-semana com gosto a Verão, como já há muito tempo não tinha direito. Saída nocturna com animação até às seis e meia da manhã. (Chegámos a casa já era de dia, senti-me uma adolescente outra vez), com direito a bolhas nos pés e tudo, ou não tivesse a belíssima ideia de ir dançar com umas sandálias de salto impróprio para estas aventuras. Resultado? Vir descalça para casa em estado dormente, onde mal sentia os pés e muita, mesmo muita risota à minha custa. Mas dancei como se não houvesse amanhã, por isso o espírito saiu revigorado e os pés estão prontos para outra!
Domingo foi dia de gozar a calma do tempo, de ver as horas passar lentamente enquanto comíamos os primeiros caracóis do ano, sentados na esplanada de S. Martinho do Porto, com vista para a baía. A minha 'sobrinha' Mafalda provou pela primeira vez os 'bichinhos', enquanto cantava a música da Floribella, das Doce, ou me pedia para fazer coro com ela. Ainda tivemos tempo para passar pela pastelaria 'a Concha' e comer os melhores pastéis de nata das redondezas, tão bons quanto os de Belém e igualmente estaladiços e quentinhos. Combinado ficou já um fds na Ericeira para daqui a duas semanas e um acampamento na costa alentejana - para a mãe C. - saber o que é ter filas para tomar banho, passar o fds de chinelo no pé, dormir em tenda e fazer praia até fartar.
Por mim podia ir já amanhã...

quarta-feira, julho 05, 2006

Sunshine


















Hoje tive um início de dia diferente. Farta das paredes de casa e de passar horas em frente ao computador, eis que decidi despertar de maneira diferente. E se bem o pensei, melhor o fiz. Coloquei o despertador para as nove da manhã, mas acordei sozinha ainda nem eram oito e meia. Vesti-me e equipei-me. O objectivo estava perto. Peguei no carro e dirigi-me para a beira rio, com a ponte 25 de Abril como pano de fundo e a calidez da manhã como companhia. Sozinha, de garrafa de água numa mão e as chaves do carro na outra percorri e corri, a distância que separa as docas até à Torre de Belém. Soube bem. Tenho as pernas cansadas, até porque não sou de fazer muito exercício físico, mas percorrer sozinha aquela distância, assim logo pela manhã, teve sabor a paz de espírito. E não era a única. Um pouco por todo o lado havia pessoas a fazer exactamente o mesmo que eu. 'Houve quem tivesse a mesmíssima ideia' - pensei, se calhar à procura do mesmo, com objectivos diferentes, mas lá andavam todos.
Vi crianças a preparar os pequenos barcos de vela junto ao Clube Naval de Lisboa, turistas a tirar fotos ao padrão dos descobrimentos e à rosa dos ventos, enquanto pisavam Portugal como sinal de localização, pescadores com as canas em riste à espera do peixe que tarda em chegar, casais que corriam juntos com objectivos em comum e o Tejo sempre calmo e sereno. Sentei-me por alguns momentos numa escadaria que existe perto do farol que fica mais ao menos paralelo ao CCB. Adoro aquele farol. Reparei que ao lado abriu uma nova esplanada, de linhas muito minimalistas e 'clean'. Ali estive uma meia hora a recuperar o fôlego. De vez em quando o Sol aparecia e quando o fazia a sensação era idêntica ao de estar na praia. Não me senti sozinha, nem tive aquela sensação de desconforto, como muitas vezes me sucede quando não me sinto confiante. Estive bem, senti-me bem. 'Tenho de fazer isto mais vezes', é o que é. O 'passeio' ocupou-me durante cerca de hora e meia. Como já sabia que depois disso ia querer relaxar antes de me decidir a ir para casa, levei um livro e sentei-me numa esplanada onde adiantei a leitura. Por momentos esqueci-me de todos os problemas dos últimos dias, de todo o stress, angústias ou desamparo. Foi o meu momento 'Nirvana'.
Talvez ainda esta semana repita a dose.

. Ramo de girassóis com que fui presenteada ontem pelo C. O que vale é que estes pequenos 'mimos', têm neste momento, todo o significado da minha vida.
. Novo colar 'sunshine', porque até eu preciso mais do que nunca de brilhar.

terça-feira, julho 04, 2006

composições



















. A semana passada voltei a reabastecer o meu stock de contas de vidro e missangas. Gastei uma pequena fortuna em materiais, mas agora quando me entretenho a fazer coisas novas, acho que valeu a pena. De qualquer forma, a loja onde costumava ir comprar as pedras sofreu uma tremenda inflacção e quase todos os materiais estão ao dobro do preço a que estavam anteriormente. Mesmo assim não resisti a comprar algumas coisas - apesar de no final ter ficado a recriminar-me com o dinheiro que lá deixei- e ontem, sentei-me aqui na sala, com a gata aninhada ao meu lado e voltei a estar rodeada de todo o tipo de caixinhas onde vou guardando missangas, fitas de cetim, botões, fios e linhas, feltro... O resultado? Mais um que voltou a nascer com a ambição de fazer bela figura neste (triste e pouco quente) Verão. Alguém se atreve?

. Tenho o frigorífico de casa com algum problema na refrigeração. Escusado será dizer que já é por duas vezes que ligamos para a assistência técnica, que fico em casa o dia todo à espera e que não aparecem! Para cúmulo, ainda têm a lata de dizer que vieram cá, que tocaram à campaínha e que ninguém lhes abriu a porta, quando eu estive por aqui a tarde toda! Resultado, ficaram de vir cá amanhã, durante a tarde. Será má fé da minha parte, ou muita perspicácia, mas se estas 'almas' da assistência não se dignaram a aperecer ontem, será amanhã, em dia de jogo de Portugal nas meias finais, que o farão? Duvido. Caso a tarde seja novamente em vão, segue uma cartinha para a Ariston Internacional...

segunda-feira, julho 03, 2006

something romantic


















. Porque ando a precisar de ter ânimo e vontade para mudar muitas coisas na minha vida e iniciar novas. Aos poucos acho que vou conseguindo.
Something romantic, um colar que nasceu da conjugação de cores de incensos, que queimo sem parar cá por casa, e das ortências que voltaram a embelezar-me as jarras. Quem o quiser ter ao pescoço já sabe, basta enviarem-me um mail, os portes de envio estão incluídos no preço.

. Fui à FIA e fiquei muito desiludida. Ainda comprei uns brincos e um colar - por estranho que pareça é verdade - comi sandes de presunto e um bolinho de amêndoa do Algarve (pelos quais eu sou simplesmente louca! Nunca resisto quando os vejo), mas no geral achei o pavilhão dos artesãos portugueses muito pobrezinho e a feira já teve anos mais interessantes. Vi o stand da Maraluna e de muitas outras meninas conhecidas que lá estavam com as suas criações expostas, mas nada me encheu os olhos. Ao contrário de anos anteriores não comprei nada para a casa, não regateei preços com os africanos, não encontrei ninguém que já não vejo há muito tempo e só tinha vontade de me vir embora.

. Ando com dificuldades em adormecer e não, não tenho os sonos trocados porque acordo todos os dias bastante cedinho. Dou por mim a ver episódios repetidos em DVD do 'Sexo e a Cidade' até às três da manhã à espera que o sono chegue, ou pura e simplesmente a ler até sentir a vista cansada, mas nada.
Adormeço quase de manhã com a aurora boreal.

. Continuo à espera e desespero. Vale-me os jogos da nossa selecção que me deixam de coração na boca, mas feliz!