quarta-feira, agosto 31, 2016

Peixinhos de água doce

Tenho dois filhos que são verdadeiros peixinhos, só lhes falta as guelras, porque fazê-los sair da água  é tarefa difícil.
A Madalena, com as aulas de natação do último ano, ganhou imensa confiança, além de demonstrar dotes de nadadora exímia. Dá grandes mergulhos, aguenta-se imenso tempo debaixo de água, faz o pino na perfeição, cambalhotas e imita as meninas da natação sincronizada que viu nos jogos olímpicos durante as férias. 
Ele, é um destemido. Os meus sogros ofereceram-nos esta bóia, que podem ver na imagem - e que é da Imaginarium - muitos meses antes de começar a época balnear e o verão. Por um lado é óptima, porque ele fica sentado e pode desfrutar da água e da piscina, enquanto nós estamos ali ao lado e vamos dando uns mergulhos e braçadas sem ter de o segurar no colo. O problema é que ele não gosta. Sente-se preso e quer é ir para a água e andar à 'larga'. Não tem medo nenhum de se atirar, de mergulhar mesmo indo ao fundo e está naquela fase do 'perigo' em que temos de estar sempre atentos, - a mais pequena distracção pode sair-nos cara. Várias foram as vezes em que o soltávamos e lá ia ele, a gatinhar em direcção à piscina a grande velocidade, a descer os degraus e a atirar-se lá para dentro. Foram vários sprints para o agarrar, já que não para um minuto quieto.
Vai ser fresco este.


terça-feira, agosto 30, 2016

descubra as diferenças

Já regressámos de férias (que passaram a voar) e sobre as quais escreverei brevemente e quando tiver tempo - que neste momento escasseia. Ainda nem tive tempo de recuperar do embate de estar quinze dias com os miúdos a tempo inteiro e aterro no caos laboral, entupida em obrigações e coisas para ontem até à ponta dos cabelos. Mas neste momento vou relativizar tudo e apenas mostrar-vos, partindo de uma foto que tirei com os miúdos o ano passado e da qual gostamos particularmente - a recriação que o pai decidiu fazer - e que até se pode tornar numa tradição a registar todos os anos - as diferenças que nos separam. 

verão 2016

verão 2015

No espaço de um ano não conseguimos focar a cara do Afonso... é que não parava quieto! De resto, continua a divertir a irmã, a sua maior fã. E vice-versa*

quarta-feira, agosto 10, 2016

Daqui a nada vamos a uma ante-estreia


Ver "Mas que família é esta?", uma comédia francesa feita de histórias de famílias refeitas, partilhadas, fragmentadas, entre casas, de malas às costas, mas cheias de diversão, divertimento e humor.

Tenho a certeza que vou adorar.

Dias insanos


De muito trabalho e pouco tempo. De textos e mais textos, de fechos, prazos, planos, de levar computador para casa e trabalhar até altas horas da madrugada. Dias com o horizonte das férias em mente, qual presidiária que faz traços na parede da cela, mesmo sabendo que não serão férias em pleno, porque do trabalho não me livro. Mas só a ideia de saber-me livre do escritório, sem o estar confinada a um espaço o dia inteiro, ou o poder andar descalça pela casa, em biquíni se assim me apetecer e sem a obrigação de saltos ou roupa apertada, faz-me voar. 
Dias insanos longe dos meus filhos, de quem morro de saudades e onde conto os dias para os ter de regresso a casa. 
Dias insanos de calor, de fogos, de bombeiros cansados - quais super heróis - e de um país arrasado pelas mãos criminosas de quem não tem alma nem coração. 
Dias de sentir as dores dos outros no peito e encolher perante a devastação de uma cidade que recebeu o inferno na terra. 

Dias insanos estes os de agosto. 

(foto retirada da net)

segunda-feira, agosto 08, 2016

começar o dia assim



... Com mensagens dela!

Já ganhei o dia*

sexta-feira, agosto 05, 2016

quando uma foto se torna constrangedora


O pai fez uma selecção de várias imagens que tirámos recentemente com o Afonso e pediu-me para imprimir de forma a darmos algumas aos avós.
Assim o fiz. Coloquei tudo numa pen e ao fim do dia passei por um centro de cópias para ter os registos em papel. Eis que reparo, em uma das fotografias que estou com o Afonso, que a "mota" de madeira onde o miúdo se encontra sentado tem escrito "69" mesmo à frente! 

E agora, dou a foto à mesma aos avós? 

morro de saudades tuas


Neste momento o meu peito rebenta de saudades tuas. Já vai para três semanas que não te vejo e sinto que mirro (e morro) um bocadinho em cada dia que passa. Sinto que quando te vir, estas semanas vão parecer anos e que vou notar tantas diferenças como se a minha memória já não conseguisse reter os traços do teu rosto e se esforçasse por reconhecer-te neles, como se te tivesse perdido. Que te darei o abraço mais apertado e sentido que já te dei e que nunca mais iremos ficar tanto tempo separadas. 
É dura esta realidade em que ambas nos movemos e encontramos. Tu, tão pequena e já com carapaça protectora da realidade. Eu, tão adulta e ainda sem saber muito bem utilizar a minha.
Pelo meio, diariamente, revejo fotos tuas e filtro as tuas birras, as tuas respostas tortas ou os teus amuos - tantos sem sentido - para reter apenas o essencial: o amor imenso que te tenho.

quinta-feira, agosto 04, 2016

coisas que só acontecem a mim (ou não)

Sabem aquele momento em que vamos à máquina da empresa comprar um chocolate, (sucumbindo à gula) metemos a moeda na ranhura e o sistema começa a girar e nós, imediatamente, sustemos a respiração, quase em pânico, como se respirar fosse interferir com todo o processo, com medo que o dito cujo do chocolate fique preso e não caia na gaveta? Sabem? Pois bem, acabou de acontecer. 


Senti-me o George Costanza.

Quando pedir um corte à Cláudia Vieira dá bronca

Decidi cortar o cabelo. Já andava com essa vontade há algum tempo – prefiro ver-me com os cabelos mais curtos do que compridos – e, após um dia de trabalho, num repente, saí do escritório e fui a um cabeleireiro aqui perto indagar se, mesmo já passando das 19h00, ainda ia a tempo de cortar. Disseram-me que sim, sentei-me e aguardei a minha vez. Pelo meio decidi ainda pintar, o qual também acederam. Tudo corria bem até ao momento do corte propriamente dito. O cabeleireiro, um jovem com penteado moderno digno de jogador da bola pergunta-me como quero fazer e eu, que ia munida de uma imagem, mostro-lhe. A imagem era a da Cláudia Vieira e do seu famoso corte curto que eu gostaria de replicar. Não sei se foi o facto de ter levado uma imagem à qual ele se deveria de basear ou por dizer que o cabelo da Cláudia não é naturalmente ondulado e que aquelas ondas são feitas com o ferro ou com escova – e que eu também consigo replicar – a atitude do rapaz mudou e começou a responder-me torto. Primeiro dizia que não ia conseguir aquele efeito, segundo não queria cortar-me o cabelo pelo queixo – como eu gostaria – e terceiro, que teria de me escadear o cabelo todo. Quando chegou a esta parte perguntei: escadear o cabelo todo, como assim? Devo ter feito a pergunta da morte, porque olhou para mim com um total ar de desprezo perante a minha pergunta e, não se dando sequer ao trabalho de me responder, virou-se para a coordenadora e pediu para ela o fazer. Nesta fase respirei fundo e, quando a rapariga se aproximou, voltei a repetir o que gostaria de fazer e que me explicasse em concreto o “escadear o cabelo todo” até porque não era esse o objectivo que tinha. Ela lá me disse que sim, teria de “picotar” as pontas para elas ganharem leveza de forma a conseguir replicar aquele efeito de ondas que desejava. Percebi imediatamente e disse “claro que sim”, sei perfeitamente o que significa “picotar” em gíria de cabelos – que  apesar de ser a mesma coisa que escadear, tem ligeiras diferenças – algo que o rapazinho de corte da moda não soube fazer ou para o qual nem sequer teve paciência.
Começa o dito cujo a “picotar-me” o cabelo, mas deixa-o exactamente do mesmo tamanho em que se encontrava, ou seja, a bater-me nos ombros. Quando me vejo ao espelho decido que não é aquilo que quero e peço que me corte o mesmo pelo queixo. Haviam de ter visto a cara dele. Deitava fogo pelos olhos e, munido da tesoura, começa a cortar-me o cabelo violentamente. Ainda tive medo, confesso, que me deixasse careca – um homem enfurecido com uma tesoura na mão tem tudo para correr mal – mas no final o resultado foi tal e qual o que eu pretendia.
Disse-lhe, esbocei um sorriso, agradeci e ainda me meti com ele, amigavelmente, na tentativa de quebrar o gelo e a postura de forma a desanuviar o ambiente. Fiz mal. Ele respondeu-me de forma torta e antipática. A partir daqui fiquei passada. Ali estava um badameco de um miúdo arrogante a tratar uma cliente que nunca havia sido antipática com ele, a responder-me com duas pedras na mão. Estive o resto do tempo todo a pensar que quando me levantasse daquela cadeira lhe ia responder à letra e metê-lo no lugar, mas nem me deu oportunidade para isso. Assim que acabou de secar e de finalizar, virou-se novamente para a coordenadora e disse: “recebe”, virando costas e afastando-se.
Ou seja, a postura de desprezo e de arrogância, como se tivesse perdido o seu precioso tempo e talento com a minha pessoa, mantinha-se.
Quando fui pagar, a coordenadora do salão ainda tentou elogiar-me o novo look dizendo “que diferença, nem parece a mesma!”, mas nem o elogio lhe valeu. Acabei por me queixar da atitude durante todo o processo e da arrogância no trato por parte do funcionário, até porque não tinha sido mal educada em nenhum momento e apenas pedi para fazer aquilo que queria e para o qual ia pagar.
Ela não abriu a boca. Nem teve coragem. Deu-me o troco, virei costas e saí.
Gosto muito do meu novo corte de cabelo, o rapazinho arrogante fez exatamente aquilo que eu queria e que exigi que fizesse, mas uma coisa é certa: nunca mais lá volto. Fui para casa a pensar que as pessoas ainda não perceberam que para ter um negócio a atitude é tudo, a disponibilidade e atenção para com o cliente, idem. Ele até pode ter talento e cortar muito bem, mas é intragável. Não aceita sugestões ou críticas do cliente, além de utilizar como material do seu trabalho algo que me pertence: o MEU cabelo. Com atitudes e gestos destes a reputação aliada a um negócio – por muito bom que seja – pode fazê-lo ir pelo cano. Os preços até podem ser muito simpáticos e convidativos, o cabeleireiro ser muito bom e o resultado final ser como queríamos, mas tratarem-nos mal? Vale mesmo a pena passar por tudo isso mas sair de um sítio a sentir que fomos maltratadas? Não, meus amigos, não vale.
E como a reputação de uma marca vale muito e o impacto que a mesma provoca no cliente vale outro tanto, já contei esta história a todas as colegas de trabalho que me elogiam o look e me perguntam onde fiz. E agora conto aqui, porque o poder da palavra ainda conta muito, mesmo que muita gente se esqueça disso.
O salão em questão é o SublimeTentação na Expo, os preços podem ser low cost e muito apetecíveis – para terem noção paguei por pintura e corte 18,5€ - uma verdadeira pechincha, certo? Dá vontade de repetir, até porque não pagamos por este serviço um valor igual em mais lado nenhum, mas a atitude do funcionário supera tudo.

Por isso, se forem ao sítio em questão, levarem uma imagem e decidirem pedir um corte à "Cláudia Vieira" à pessoa em questão, tenham a certeza de que querem mesmo muito fazê-lo. Caso contrário, podem sair do salão não como gostariam, mas como alguém acha que vocês deveriam de ficar. Não o permitam.

quarta-feira, agosto 03, 2016

retemperar a alma


Das cores e leveza do verão. Não este verão de cidade e de escritório, mas o verão dos dias de praia, do cheiro a sal na pele, de chapéu na cabeça e pé descalço, das cores quentes das roupas e tecidos, das frutas e odores, das noites estreladas e do som das cigarras nas tardes de sesta.
Esse (meu) verão que tarda em chegar e pelo qual anseio, como que um bálsamo que me acalma a alma e a faz relaxar está quase a pronunciar-se, até lá, mato as saudades e recupero as energias revivendo o passado.
Porque sou apologista que devemos sim regressar aos locais onde já fomos felizes. Sempre.

terça-feira, agosto 02, 2016

Bling, bling!

O meu anel de noivado andava a acusar alguns sinais de desgaste que não deveriam de ser habituais, dado ainda não ter dois anos.
Hoje decidi a ir à loja e tentar ver se conseguia arranjá-lo, uma vez que ainda se encontra na garantia. 

E eis que saí da mesma de anel no dedo, reluzente e novinho em folha! Deram-me outro!
Já avisei o mais que tudo, logo volta a ajoelhar-se e faz novamente o pedido.
(Acho que o deixei em estado de choque!)

Ela



Quis cortar o cabelo "igual à mãe" - disse-me por telefone - e cortou mesmo, ela que sempre gostou de cabelos grandes, qual Rapunzel.
Estava de férias com os avós e recebi esta imagem. Tão grande e 'mulherzinha'. 
O meu coração encheu-se de uma alegria imensa e uma saudade tamanha. 


segunda-feira, agosto 01, 2016

15 dias children free


É verdade, começa agosto, faltam 15 dias para ir de férias, mas estas primeiras duas semanas de (ainda) muito trabalho vão ter um sabor agridoce. A verdade é que a casa está vazia e silenciosa. A mais velha está de férias com os avós paternos, o mais novo está de "férias" (forçadas) com os avós maternos. O fecho da escola e o facto de ainda estarmos a trabalhar e não termos onde o deixar, assim o ditou. Ontem, chegados a casa depois de deixarmos o mais novo com os avós, o pai virou-se para mim e pergunta em jeito de desabafo mentalizador: "Então e agora?". Perante o seu olhar triste tentei confortá-lo. Agora aguentamos o melhor que conseguimos, colocamos o coração ao alto e tentamos não pensar muito no assunto. Vai passar a correr, digo-lhe. Vai passar a correr, repito para mim mesma.
A casa está vazia e silenciosa, mas há brinquedos espalhados na sala que nos lembram constantemente da presença deles. Há o cheiro do mais novo entranhado no quarto, a tralha da mais velha em cima da sua secretária, mas também há um vazio que dói e que mói. Dia 12 é já aí ao virar da esquina, tento mentalizar-me. Até lá, comprimo o coração e aguento as saudades dos meus filhos.