terça-feira, abril 04, 2006

Change


















A partir dos 25 anos a vida muda.
Após um quarto de século a descobrir os prazeres da vida, acalmamos a adrenalina da juventude, começamos a gostar do sabor do sofá e dos serões em família, deixamos de achar piada às bebedeiras de Sábado à noite porque nos deixam de cabeça a latejar e a boca a saber a papel, tentamos deitar-nos cedo ao Domingo porque Segunda-feira é dia de trabalho, e ao contrário do que acontecia nos tempos de escola, não podemos faltar à aula da manhã. Compramos casas a deitar contas à vida e aos metros quadrados que achamos sempre que não serão suficientes para juntar toda a gente, se há espaço para o quarto dos brinquedos das crianças, ou espaços verdes onde possam andar de bicicleta… damos por nós a olhar para as roupas de grávidas, a babar-nos quando vemos um bebé e a sentir o nosso relógio biológico a disparar o alarme que nem louco. O divertimento máximo é juntar os amigos, igualmente casados ou juntos, em alegres jantaradas lá em casa. Organizar sessões de karaoke e cantar velhos clássicos dos bons anos 80, reviver o Verão Azul, ou a música da abelha Maia. Achamos que os livros da ‘Anita’ é que eram didácticos e inocentes, que na nossa infância é que haviam desenhos animados educativos e que fazer desporto é fundamental para a saúde – principalmente quando começamos a constatar que a gordura se instala na parte abdominal – nós que sempre fomos magras, mas que agora somos igualmente atingidas por essa praga que é a celulite.
Damos por nós a analisar o rosto ao espelho à procura das primeiras rugas, acordamos cheias de olheiras e por mais corrector que coloquemos não as conseguimos disfarçar, limpamos a pele ao deitar, porque é de noite que ela respira e já não vamos em cantigas de bandido, mesmo quando ainda nos façam bem ao ego. Adquirimos gostos refinados que antes eram inadmissíveis, (chupar caracóis em vez de os comer com a ajuda de um palito é algo que está fora de questão!), trocamos o campismo por um bom quarto de hotel, e preferimos qua-li-da-de em vez de quan-ti-da-de.
Aos 27, a minha vida anda muito perto desta descrição, que apesar de exagerada, não deixa de ter pontos comuns. Apesar de não parecer, gosto dela assim. Não trocava os meus 27 anos pelos meus 20, mas não deixo de dizer que esses sim, é que eram bons tempos!

2 comentários:

Anónimo disse...

Que cara linda! :) *********

Clementine Tangerina disse...

Aos 26 sinto-me mais próxima dos 30 do que nunca...já é aquela idade que já não pertence aos 20 mas também que ainda não é 30...é estranho!