terça-feira, setembro 28, 2010

afinal nem tudo são coisas más


E pronto, para quebrar as bad vibes que assolam este blogue, eis que a semana passada tive uma boa notícia - afinal sempre vou a Paris! Weeeeeeeeeee - e mais do que isso, vou 3 diazinhos para um Eco Resort, na Bretanha Francesa, com tudo pago, a trabalho, mas que será apenas e só para estar de papo para o ar, comer bem, dormir ainda melhor e recuperar energias. E é já em Outubro, numa espécie de prenda de aniversário antecipada.
Afinal, o universo foi solidário comigo :)

quarta-feira, setembro 22, 2010

São 3h00 da manhã e eu não durmo. Esta semana tem sido assim.
Acordo a meio da noite e fico às voltas na cama a pensar em trabalho e mais trabalho e mais trabalho e dormir que é bom, nada.
Como se a privasão de sono não fosse por si só algo grave e que me deixa perturbada, hoje - ou melhor, ontem, uma vez que é de madrugada - tive um diazinho bera mas bera no respectivo trabalho, com reuniões atrás de reuniões e um volume imenso de coisas para despachar e sem ninguém a quem recorrer para além de mim mesma. Saí tarde, cheguei a casa mais tarde ainda, vejo a minha filha, em média, uns 45 minutos por dia - ou 1h30 - se tiver sorte.
Não lhe dou banho, não brinco com ela, não a vejo de manhã, não a vejo jantar, não a acompanho à escola. Sou, neste momento, uma mãe quase ausente, por isso, não é de estranhar que na hora de a deitar ela chame é pelo pai e não por mim.
Para culminar todo este dia 'horribilis', quando preparo um leite e uma sandes para me servir de "jantar" às 22h30 da noite, eis que na primeira trinca parto o dente da frente, assim, sem pré-aviso, sem estar minimamente à espera, logo hoje, num dia tão bera em que já me sinto um caco velho e decrépito.
Desato a chorar compulsivamente como uma criança assustada, ele tenta ajudar-me e dar-me apoio por me ver tão desesperada, mas a verdade é que não há nada que possa fazer por mim. Pela cabeça passam-me todo o tipo de coisas, mas, acima de tudo, de que a continuar assim, não sei para onde vou.
Entretanto, continuo sem sono, acordada, desdentada, estou na sala agarrada ao computador enquanto toda a casa dorme e são 3h22 da manhã.
Daqui a 3 horas tenho de 'estar de pé' e procurar um dentista.

segunda-feira, setembro 20, 2010

everthing is in your head

O que fazer quando acordamos às 4h30 da manhã e não conseguimos dormir mais porque, na nossa triste e miserável cabeça, só nos assolam à mente pensamentos de coisas pendentes para fazer no escritório, tais como: listas de prioridades, relatórios semanais, eventos para organizar, mails a clientes para responder, orçamentos para fazer, relatórios de clipping, números de notícias publicadas e afins.
Contam-se carneiros? Não.
Vira-se para um lado e para o outro e fecham-se os olhos com força a ver se o sono vem mais depressa? Também.
Salta-se da cama muiiittooooo mais cedo do que o previsto? Pois... talvez, mas nem mesmo assim esta angústia e agonia passam.
E eis que começa mais uma semana.

domingo, setembro 19, 2010

crises

Estivemos mais de uma semana chateados. Mas chateados a sério, como nunca tínhamos estado antes. Pouco falávamos para além do 'bom dia', 'boa noite', 'olá' e pouco mais. Tirando isso, o silêncio, a indiferença, a Madalena como o nosso único ponto em comum.
Prestes a fazer 5 anos de casados, atravessamos o ano de todas as crises.
Ontem fizemos as pazes, estamos 'bem', mas eu, que sou um ser complicadinho por natureza, questiono-me e pergunto-me 'quanto tempo durará o estado de graça'.
Viver um dia de cada vez. Um dia de cada vez.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Nunca o tema "morte" mexeu tanto comigo como ultimamente. Nunca tomei tanta consciência da "morte" e daquilo que ela significa: a ausência, para sempre, de uma pessoa que amamos, como agora. Nunca tive tanto medo de morrer ou de perder aqueles que amo, como agora. Nunca me senti tão vulnerável e na corda bamba da vida, como agora.
Principalmente quando, num dia igual a tantos outros, na rotina das nossas pequenas vidas de casa-trabalho-trabalho-casa, de repente, no mais pequeno segundo, o telefone toca e tudo muda. Toda a nossa vida muda, tudo perde sentido e todas aquelas coisas de que sempre nos queixámos e dávamos por adquiridas, nos fazem falta e fazem todo o sentido.
Hoje, num desses dias igual a todos os outros, o telefone tocou e uma má notícia do outro lado surgiu. A vida mudou. A vida de pessoas que conhecia terminou. A vida dos que cá ficaram mudou para sempre. A vida, tão pequena e vulnerável, parece-me sempre demasiado curta para nos ser tirada. Principalmente assim.

terça-feira, setembro 07, 2010

Paris por um canudo

Afinal... Paris a quatro, com passagem por Amesterdão, já era! A minha amiga e o marido não podem. Tese de mestrado para terminar, incompatibilidade de horários, casamento em Itália pelo meio, muito trabalho da minha parte, da parte do Carlos, and so on e as datas disponivéis apontavam só lá para a segunda metade de Dezembro, o que dada a proximidade do Natal, é para esquecer.
Como tal, resta-me esperar que um qualquer raio de sol seja solidário com o meu desejo e me leve a Paris, ainda este ano, como por magia.
(algo que me parece difícil...)

sexta-feira, setembro 03, 2010

...

A Madalena regressou a casa depois de duas semanas e meia com os avós. A primeira semana correu bem, a segunda já mostrou de que garra é feita - dando 'ares de sua graça' com mega birras no super, na rua e por aí fora - e na terceira semana virou um 'pequeno monstro'.
Quando chegou a casa vibrou de alegria. Não tenho dúvidas de que parte do seu comportamento 'desviante' era provocado pela nossa ausência e saudades, quer dos pais, quer da sua própria casa, mas a verdade é que a minha filha atravessa uma fase complicada que me deixa sem saber muito bem como reagir.
O regresso à escola foi pacifíco. Nunca pensei que pudesse ter sido tão bom e calmo e isso, em parte, fez com que ficasse mais descansada. Não houve choros nem birras, o que acabou por me deixar relaxada e até feliz, o resto da semana. No fundo, acho que ela também já tinha saudades da escola, da educadora e dos outros meninos e coleguinhas, pois apesar de ter mudado de sala e ter uma pessoa nova na equipa que a irá acompanhar, quando viu a educadora, agarrou-se ao pescoço dela, trepou-lhe para o colo e deu-lhe beijos - coisa que comigo - muitas vezes, não faz.
Ciumeiras à parte, o que me anda mesmo a deixar com os nervos em franja é o mau feitio da rapariga. A minha mãe, que sempre disse que eu tinha 'uma filha santa', depois de quase 3 semanas com ela já lhe reconhece os defeitos e dá razão às minhas queixas. Ela não verga! É mais teimosa que uma mula velha e agora tem uma mania terrível quando é contrariada: guinchar.
Confesso que quando ela guincha a plenos pulmões e se atira para o chão numa das suas muitas birras, só tenho vontade de a encher de palmadas. É que não suporto crianças birrentas e mal comportadas, mas claro, como sempre, cuspi para o ar e tinha de me calhar uma que vale por 500 miúdos assim...
Isto faz com que sempre que saímos com ela para ir a algum lado o drama e os nervos se instalem. Sempre que a menina é contrariada, seja o que for, abre a boca e guincha. Guincha, guincha e guincha. E não adianta dar-lhe palmadas, ralhar ou mostrar desagrado, porque o efeito é aumentado. Como se aquele pequeno ser com menos de um metro, tivesse ligada a um megafone. A juntar à festa, tem ainda ataques de puro mau feitio, ou seja, não adianta ela já me estar a fazer uma fita de todo o tamanho, a envergonhar-nos a cara até ao sétimo céu, não satisfeita com isso, ainda manda e resoira com tudo o que apanha à frente, para o chão... do prato da comida, ao biberão da água ou à chucha, tudo o que apanha vai pelos ares.
O resultado? Uma valente chapada na mão, sempre, mas nem mesmo assim ela aprende ou deixa de o fazer/repetir numa próxima oportunidade.
Este comportamento, estes ataques de mau feitio, de faltas de respeito, de total ignorância dos meus apelos como mãe e educadora, faz com que esteja a passar por um período em relação à minha filha, que me faz duvidar quer de mim mesma, quer do amor que sinto por ela.
Não é fácil lidar com uma criança assim, impaciente, intransigente, birrenta, chorona e que nunca está bem, nem deixa estar. É um verdadeiro teste à paciência. São poucos os momentos em que me sinto em paz, em que conseguimos fazer os três coisas giras e brincadeiras ou passeios que depressa não terminem em gritos ou discussões, em que ela não nos teste a paciência até à exaustão.
Claro que amo mais do que tudo na vida, claro que ela foi a melhor coisa que me aconteceu, claro que as birras fazem parte da idade, de uma fase, sei lá, mas às vezes, às vezes penso que comigo tudo tem de ser mais difícil que as outras pessoas e claro, até um filho teria de me dar trabalho a triplicar do comum dos mortais.
Nunca esperei dizer isto mas, mais filhos? Sinceramente, acho que não! Só se tivesse a garantia que não me saía outra igual a esta, senão enlouqueço. That's for shure.