quarta-feira, setembro 24, 2014

Dilemas

Chega-se a esta altura do ano e eu começo a stressar com o aniversário dela. O que é que eu vou fazer este ano para a festa dela? Onde? Como? São coisas que começam a ocupar-me o pensamento mal o mês de Outubro se aproxima. Isso e a fazer contas à vida. Para além de já ser um stress por causa de eu e o pai estarmos separados e de termos de chegar a um consenso sobre como é que é este dia, se almoça comigo ou com ele, se fazemos uma festa única e convidamos os meninos do colégio ou se cada um celebra à sua maneira, tudo me apoquenta. O ano passado não fiz uma festa de aniversário para as crianças da escola, acabei por fazer uma festa de aniversário sim, mas apenas para a família e amigos próximos, em casa dos meus pais com bolos encomendados, outros feitos por mim, a decoração também fomos nós que comprámos e escolhemos e pronto, a coisa deu-se, ela ficou feliz, soprou as velas, teve a família junta e foi uma festa mais pessoal. Para a escola levámos um bolo e cantámos os parabéns com os meninos. O assunto ficou arrumado e sem um grande gasto envolvido. Mas já o ano passado tinha andado a ver preços de espaços e festas porque gostaria de convidar os amigos dela da escola, mas os valores que pediam levaram-me a desistir da ideia. Não ter uma casa grande e suficientemente espaçosa para convidar cerca de 20 crianças (média) e os seus pais, ou um orçamento que me permita não olhar a números e dizer "quero fazer isto aqui, para tantas crianças" e pronto, está feito, sem ter mais preocupações, infelizmente, não é coisa que me assiste. E, por esse motivo, todos os anos o dilema é o mesmo.
Ora, este ano, dia 1 de Novembro, a pequena cria faz 6 anos e este ano, esse dia calha a um Sábado. Logo, não vai haver celebrações com os meninos da escola porque não calha a um dia da semana e mesmo que calhasse, este ano ela está na primeira classe, logo, até às 17h30 não havia brincadeira. Por isso, pela primeira vez  queria proporcionar-lhe uma festa de aniversário daquelas com direito a muita brincadeira e com os amigos de todos os dias num dia verdadeiramente memorável... os preços e os espaços disponíveis é que não ajudam. É tudo caríssimo. Mas mesmo assim, quando liguei para um espaço onde ela até já foi por duas vezes a festas de aniversário de amiguinhos, para o dia de anos dela, já tem duas festas marcadas! O único horário disponível é das 17h00 às 19h00 e eu fico a achar que se calhar para algumas famílias pode ser um pouco tarde.
Como é que fazem as pessoas que não têm recursos financeiros para contratar festas cheias de insufláveis e animação e pinturas faciais e mil e uma coisas? Nem casas suficientemente grandes para receber muitas pessoas e moram num simples andar com dois quartos e uma sala? É que se fala da crise por todo o lado, do não haver dinheiro quase para comer mas depois, um pouco por toda a blogosfera e redes sociais, só vemos fotos de festas que mais parecem casamentos, com direito a "party plannings" e photocall para fotografias, arranjos florais e máquinas de gelados e tudo o que a imaginação e a vontade permitir.
É tudo muito bonito sim, mas nao vou deixar de viver para me endividar durante um ano, mas por outro lado queria que ela, pela primeira vez em 4 anos, sentisse que não tem de se dividir em duas festas, duas famílias e duas casas. Que tivesse pai e mãe e amigos tudo debaixo do mesmo tecto e que por duas horas fosse verdadeiramente feliz.
O que é que eu faço? Há por aí alguém que passe pelo mesmo dilema durante o aniversário dos filhos? E que aquele que deveria ser um dos dias mais bonitos do ano, uma data para sempre a recordar, seja igualmente, uma fonte de stress?
(fotos da festinha do ano passado)
 
Na escola...
 
E em casa
 
 
 
 

10 comentários:

cassiopeia disse...

não sei como é agora mas sempre tive festas de anos em casa. num apartamento pequeno (3 quartos, uma mini sala), com a minha mãe e avó a fazerem tudo. só me lembro de levar bolo para o infantário, na primário nunca fiz isso. como faço anos em véspera de feriado, se tivesse só aulas de manhã, havia lanche lá em casa; se as aulas fossem todo o dia, o lanche seria no feriado. convidava grande parte da turma (com convites personalizados e tudo) e foi assim até aos 14 anos (quando começámos a ocupar demasiado espaço ;)). por outro lado, o que facilitava era o facto de os pais dos colegas não ficarem lá por casa. no máximo entravam quando íam buscar a criança e ficavam na conversa, ou se houvesse mais proximidade chegavam mais cedo e prolongava-se a noite, mas de resto era deixar lá e voltar para recolher. mas isto passou-se no fim dos anos 80/ início dos anos 90 e talvez seja uma coisa de gerações. não sei. sei que li o teu post e lembrei-me deste:

http://mom.me/little-kid/14264-remember-when-birthday-parties-were-kids/

vai tudo correr pelo melhor e ela vai adorar o que quer que decidas :)

Mafalda disse...

Cris, o problema também é esse mesmo. Eu não me lembro sequer de ir a festas de aniversário deste género quando era criança, mas agora, parece que se não for assim, nem é uma festa de aniversário. Parece que já ninguém faz festas "só em casa", para a família e amigos próximos, parece que se tem a obrigação de convidar todos os meninos da escola, da turma, convidar os pais, socializar com os mesmos e cada festa é maior e com mais coisas que a anterior. Eu acho uma pressão imensa e daí stressar com o assunto. Deve ser uma coisa geracional sim, porque as minhas festas de aniversário eram muito simples, um bolo (ou bolos), família reunida em torno de uma mesa e já está, mas agora todo o paradigma e conceito mudou e é isso que me assusta e também me irrita. Que sou complicadinha por natureza já eu sei, mas queria muito evitar que ela, neste dia, pelo menos este ano, não tivesse de se "desdobrar" entre duas festas, duas casas, duas famílias só porque os pais são separados e tivesse os amigos de todos os dias por perto, mas os valores que se pedem no mercado são quase impraticáveis e quase que temos de assaltar um banco para o fazer. E se não fosse uma criança nascida em Novembro, resolvia a coisa da maneira mais simples e que era, levar tudo para um jardim com parque infantil ao pé e convidar todos a darem lá um salto, cantar os parabéns e lanchar e divertirem-se, mas em Novembro é sempre um risco e já faz frio, os dias são mais curtos e pode sempre estar a chover... Mas conheço algumas pessoas que mesmo assim o fazem, eu é que não sei se tenho a coragem! aiii (suspiro!)

Maria disse...

Não fiques assim. O ano passado, por esta mesma altura, também estavas em stress e correu tudo bem. Ela teve uma festa linda e estava feliz.
Realmente, as coisas mudaram e nem as festas são como eram antigamente. Eu lembro-me que até ser adolescente, as festas eram passadas em família e só mais tarde é que tive autorização para levar duas ou três amigas lá a casa.
Até hoje, sempre fiz as festas da pequenina cá em casa. A casa é bastante grande, mas, na verdade, pouca diferença faz, porque as pessoas concentram-se na sala. Infelizmente, não posso contar com o espaço exterior, precisamente porque ela nasceu em dezembro.
Todos os anos convidamos os melhores amigos dela (nunca a turma toda) da escola, os primos e outros amigos. O grande problema é que os pais também vêm, porque são na maioria nossos amigos também. A casa fica cheiinha como um ovo (mais de 50 pessoas), mas a festa dura o tempo que queremos, normalmente desde as 16h até perto da meia-noite. É uma estafa brutal, nós fazemos toda a comida da festa, à exceção do bolo de aniversário e de algumas sobremesas trazidas pela minha mãe. Quando toda a gente vai embora, parece que passou aqui um tornado, pois o chão fica coberto com uma espécie de goma que é o resultado da água da chuva, terra e de restos de bebidas e comida que caem ao chão. Nessa altura juramos que nunca mais repetimos a dose.Todos os anos, voltamos a fazer a festa em casa.
As festas nos espaços de insufláveis não me conquistam: estão lá duas horas e depois acaba-se tudo. E os pais e, no meu caso, os primos mais velhos que ela adora, que já são adolescentes, não participam na festa. Por isso, faço o sacrifício. Preparo tudo com meses de antecedência, escolho o tema de um ano para o outro, e depois vou em busca de ideias giras no Pinterest. Adapto-as, a festa, modéstia à parte, fica super mimosa e ela adora, porque toda a gente que é importante está lá. As minhas amigas mais queridas ficam encarregues das fotografias, preparo uma photobooth com um fundo de papel de seda e uns acessórios (emprestados por amigas) e é só dar largas à imaginação.
Quanto à comida, tudo o que posso faço na semana anterior e congelo e na noite anterior à festa, descongelo tudo. As quiches, os rissóis, os brigadeiros fica tudo despachado com antecedência.
Se te afeta o facto de os pais se "colarem" à festa, podes sempre referir no convite que podem ir buscar as crianças às tantas horas. Outra sugestão: se quiseres convidar adultos, também podes ter primeiro as crianças da escola (supõe tu, das 15 às 18h) e depois a essa hora chegam os mais velhos. Assim não juntas tanta gente de uma vez só. Também podes pedir a uma amiga tua que lhes faça umas maquilhagens giras ou que lhes pinte as unhas, que as meninas adoram essas coisas. Depois podem fazer uma mini passagem de modelos, com fotografias à mistura.
Qualquer coisa que fizeres vai fazer a M. feliz, tenho a certeza. Não te sintas obrigada a fazer assim ou assado, só porque está na moda ou porque toda a gente faz.
Desculpa o testamento.
Beijinhos

Maria disse...

Outra coisa: se convidares os meninos da escola, deverás ter em conta que alguns pais são tão mal educados que acham que não devem responder. E há quem não diga se vai ou não e que apareça com a maior cara de pau na festa. Para evitares que isso te aconteça, não dês logo a tua morada no convite. Se te telefonarem e se forem, logo dás ou envias a morada na altura. Assim saberás exatamente com quem contas, evitando surpresas inesperadas.
Beijinhos!

Mafalda disse...

Maria, convidar os meninos da escola para a minha casa está completamente fora de questão. Não tenho casa para receber 20 crianças. Se fizer uma festa em casa será um jantar para a família directa, quanto muito os meus pais e padrinhos. Só convidarei meninos caso consiga um espaço onde fazer a festa e aí a festa é assumidamente para eles, crianças e não para adultos. Mas sim, terei de estar preparada para pessoas que não dizem nada e não dão "cavaco" :-P

Maffa disse...

Bem MAfalda percebo o drama!
Aqui na Dinamarca é tudo muito simples. Insufläveis!?! nunca vi tal coisa numa festa de aniversário de criancas. Uma vez comprei baloes de hëlio e fiz uma festa à pinterest e sinceramente toda a gente achou que eu era maluca. Mas o Martin e os amigos adoraram e isso é que interessa.
boasorte!

Maffa disse...

Bem MAfalda percebo o drama!
Aqui na Dinamarca é tudo muito simples. Insufläveis!?! nunca vi tal coisa numa festa de aniversário de criancas. Uma vez comprei baloes de hëlio e fiz uma festa à pinterest e sinceramente toda a gente achou que eu era maluca. Mas o Martin e os amigos adoraram e isso é que interessa.
boasorte!

Tita disse...

Como eu te entendo... quando a minha M. andava no privado era mesmo um drama porque os pais formam grupos e comentam e criticam tudo e todos e como não queremos q a nossa filha fique excluída acabamos por convidar todas as crianças. desde que optei pelo ensino public, tanto no ano passado na pré como no 1º ciclo, apenas tem permissão para convidar cerca de 6 amigos e o resto são amigos nossos e família. Eu opto por não fazer em casa mas como não convido muitas crianças o orçamento não fica assim tão pesado. Olha, eu sei q é fácil falar mas se tu e o pai da M. dividirem despesas não pesa tanto e podias tentar arranjar um espaço. bjs grandes

Mafalda disse...

Tita, era essa a ideia! O ideal será sempre alugar um espaço e convidar os meninos, fazer uma festa para as crianças e convidar os coleguinhas. Se o pai alinhar, dividir-se as despesas... mas ainda me encontro a aguardar respostas quanto a essa parte :-P
vamos lá ver o que sai daqui!
beijinhos*

Tita disse...

Goog luck darling. bjs ;)