terça-feira, janeiro 17, 2012

Não há amor como o primeiro...

Finalmente consegui colocar estes olhos e pézinhos - que a terra há-de comer - na exposição fotográfica da Frida Kahlo - no Museu da Cidade. Sou grande fã da artista, pintora, fotógrafa... sei a sua vida de trás para a frente e de frente para trás, identifico-me fisicamente com aquelas sobrancelhas fartas e imensa penugem, confesso, com o avanço de pensamento e liberalismo para a época vindo de uma mulher de aspecto meio franzino, mas fiquei um bocadinho desiludida, esperava mais, ou melhor, queria mais.
O registo fotográfico de Frida, esquecido durante mais de 5 décadas era algo para colocar a fasquia das expectativas bastante alta, por isso, já andava a desesperar por a exposição estar em exibição há tanto tempo e eu ainda não me ter dignado a ir vê-la. Geralmente é sempre assim, "ah e tal, ainda tenho muito tempo" e vou adiando, adiando, adiando e, em menos de um nada desaparece e, geralmente, fico a ver navios e a praguejar a minha estupidez.
Bom, desta vez não foi assim, lá consegui fazer por ir - afinal, tratáva-se da minha Frida - de quem nunca me canso, é um facto, mas em menos de meia hora estava visto. Pouco mais de três salas, muitas fotografias do seu pai Guilherme e da sua mãe Matilde, (o que eu adoro estes nomes) meia dúzia de fotografias da Frida, outras tantas do Diego e mais umas sequências de verdadeiros desconhecidos e pronto, está feito. Não é que não tenha gostado, soube foi a pouco.
Destaco a sala das "Cumplicidades de Frida e Diego", os amores que os ligavam e que marcaram aquela relação durante a maior parte das suas vidas - afinal, casaram-se duas vezes - não é para todos. As fotos em grandes dimensões têm outro impacto e, acompanhadas por pequenos blocos de texto, transportam-nos até à época, envolvem-nos com a história, ligam-nos aos personagens. Eles estão ali, bem à nossa frente, quase reais, palpáveis. Pessoas de carne e osso, com fraquezas, desejos, frustrações e talento, um imenso talento.
Nesse aspecto, eu e a Frida estamos em pólos opostos... por mais que me identifique com ela.

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