domingo, junho 03, 2007

just like me...

Finalmente conhecemo-nos... e a empatia foi imediata. A Diane é afectuosa, querida, simpática, curiosa, brincalhona, bem-disposta e possui uma pele igual à minha. Pode parecer uma coisa normal para todas as pessoas, mas para mim não é. Nunca na minha vida conheci alguém com uma pele igual à minha para além da minha mãe e agora, conhecer alguém assim, da minha idade, com histórias de vida iguais à minha, com sentimentos e receios iguais aos meus, com medos e complexos como os meus, com alegrias e tristezas como as minhas, foi bom e estranho ao mesmo tempo. Foi libertador e emocional. Foi alegre e triste. Foi um turbilhão de coisas e de sentimentos que ainda agora me ecoam na mente e me fazem pensar no propósito de tudo.
Sinto que este encontro foi tão importante para mim quanto para ela, que nos fez bem a ambas, que precisávamos dele. Talvez para nos sentirmos mais nós mesmas, para deixarmos de ter aquela ideia de que somos uns bichos raros que mais ninguém entende, ou para nos fazer perceber, que afinal as histórias feias também podem ter finais felizes.
Sinto do fundo do meu coração, que a Diane entrou na minha vida com um grande propósito, que lentamente se vai definindo e me mostrando novos caminhos. Sei que ela sente o mesmo a meu respeito. Acho que ambas ansiávamos por isto. Necessitávamos, é mais o termo.
Tal como eu, a Diane é filha única. Tal como eu, a Diane vai com os seus cremes para todo o lado, barrando as mãos ásperas, sempre que a pele lhe pede. Tal como eu, a Diane usa collants, mesmo no Verão, para que os outros (as pessoas), não notem tanto que afinal, a pele que a cobre não é a mesma que a deles. Tal como eu, a Diane tem um marido que a adora e que a trata como ela realmente merece. Tal como eu, a Diane quer um filho saudável, porque sabe o que custa lidar diariamente com um problema que não pedimos e para o qual não há solução. Tal como eu, a Diane já não consegue ficar verdadeiramente feliz quando sabe que alguém está grávida. Não é por maldade, é por tristeza. Tal como eu, a Diane não perde a esperança. Não culpa ninguém. Não deixa de ter vontade de viver.
São tantas as semelhanças que nos unem, que as diferenças que nos separam nem sequer se fazem notar.

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