quarta-feira, fevereiro 20, 2008

eu tenho dois amores...


















Ter dois gatos não é tarefa fácil! Eles exigem atenções a dobrar, cuidados a dobrar, e paciência a dobrar, porque quando se lembram de desatar às corridas pela casa, empoleirando-se em tudo o que é sítio e fazendo-me perder a paciência, não há amor de 'dona' que resista! Nunca consigo ter nada devidamente estimado e muito menos no sítio, ou até mesmo 'limpo', porque os pêlos multiplicam-se a uma velocidade impressionante e por mais que tente ter tudo em ordem, não consigo! E para mim, que sou um pouco 'control freak', é um autêntico desafio, ficando a maior parte das vezes em estado de 'sítio', depois de me passarem as fúrias do primeiro impacto visual. Tudo isto para contar que agora, existem imensas pessoas que optam por ter dois gatos. Conheço várias. Com uma vida atarefada e ocupada com o trabalho a maior parte do tempo, o gato aparece como o animal mais 'óbvio' para quem vive sozinho, passa pouco tempo em casa e gosta de animais ao ponto de querer ter um. Eu, no entanto, sou suspeita, pois sempre gostei mais de gatos que de cães. São igualmente meigos, carinhosos, brincalhões, mas também são muito mais autónomos e independentes, faceta da sua personalidade que me agrada imenso. É que nunca gostei de pessoas e/ou animais extremamente carentes, não que eu seja uma pessoa fria - não é isso - mas gosto que até um simples animal não esteja completamente dependente de mim ao ponto de passar uma noite inteira a chorar - como acontece com um cão - se não o deixo dormir na minha cama, entrar para o quarto, ou ter de ficar sozinho em casa! Claro que deixar um animal sozinho é sempre difícil, seja ele um gato ou um cão, mas o gato, por saber lidar melhor com essa 'solidão' e por passar 90% do seu tempo a dormir, talvez não sofra tanto.

Quando decidimos ter um segundo gato, queríamos acima de tudo, dar um 'irmão' à Magali, alguém com quem ela pudesse brincar de forma a não se sentir tão sozinha. Eu notava no olhar dela, que por passar a maior parte do dia em casa, sem a minha companhia, andava deprimida (é verdade, os animais também sofrem). Foi mais ou menos nessa altura e depois dos meus sucessivos pedidos, que o C. trouxe para casa o Gaspar. Um presente de aniversário, que veio dentro de um caixote. O Gaspar era uma ternura em forma de bola de pêlo e com o tempo, transformou-se num enorme gatão, gordo e com uns irressístíveis olhos verdes. Mas sempre foi muito diferente da Magali, que apesar de brincalhona, sempre foi calma e sossegada, mas lá com o seu feitio 'especial'. Durante 4 anos foi a raínha e senhora da casa e de repente, eu coloquei cá dentro um 'intruso' para quem iam todas as atenções... durante uns tempos, a situação foi difícil de lidar e ainda hoje, continua a ser uma relação cheia de 'altos e baixos', consoante o humor da fêmea... (enfim, 'gajas'!!)

Hoje em dia as coisas acalmaram entre eles, se bem que ela de vez em quando tem ataques de fúria e ataca-o, mas ele nunca se dá por vencido durante muito tempo. É daqueles que não desistem e que chegam mesmo a tornar-se 'irritantes' por serem tão persistentes. Sempre de volta dela, prestando-lhe uma idolação cega, o Gaspar dá-lhe beijos, lambe-a, desafia-a para a brincadeira e acima de tudo, irrita-a! E ela gosta. Eu sei que gosta. Mas nunca se manifesta nesse sentido. Faz-se de difícil (como uma verdadeira senhora) e impõe o respeito, mas quando menos esperamos, é ela que o provoca, completamente excitada com as corridas loucas dele pela casa e com a sua personalidade 'spidada' e energia inesgotável.

Continua apesar de tudo, a reclamar imensa atenção. Adora festas, enroscar-se no meu colo, dar miados pieguinhas a pedir atenção, dormir aninhada num cobertor, ou sentar-se na mesa onde tenho o computador simplesmente ao meu lado (como está neste preciso momento). Eu sei que sou a sua 'mãe' e que ela me adora. A minha 'preta', como carinhosamente a chamo, foi o meu primeiro animal de estimação mesmo 'meu', quando tive a minha primeira casa 'mesmo minha'. O Gaspar é o oposto. Meigo, carinhoso, mas igualmente dependente e muito, muito enérgico (às vezes demais) é de uma vivacidade enlouquecedora e nunca pára muito tempo quieto no mesmo sítio. Adora andar debaixo dos nossos pés, entrar à socapa no nosso quarto, roer todas as minhas plantas, espalhar a água da tijela pelo chão fora e enrolar todos os tapetes, mas quando se enrosca e se sente confortável, agarra na cauda e chucha nela, como um verdadeiro bebé, até a mesma ficar completamente empapada em baba...

A vida nunca mais foi a mesma a partir do momento em que tivemos dois gatos. Claro que há coisas que se complicaram, como por exemplo, as férias, mas tudo se tem resolvido. A Magali adaptou-se à presença de outro elemento felino no apartamento, apesar de nem sempre continuar a lidar com isso da melhor forma, mas acho que até ela, mesmo não querendo dar a mão à palmatória, se sente feliz por tê-lo por cá.

2 comentários:

Gatinha disse...

Adorei o teu post sobre os teus gatos, eu só tenho um mas sinto o mesmo. Obrigada pelo comentário que deixaste no meu blog. Acredita que não tem sido nada fácil lidar com esta situação. Quando tu dizes que para eles o comportamento da mãe é 'normal', não é mesmo, e é isso que gostava que o H. entendesse. Espero conseguir com o tempo, e vamos lá ver com o vai ser com a chegada da Leonor. Bom fim-de-semana. Bjs

Mafalda disse...

verás que se adoptares algumas das 'dicas' que te dei, ao fim de algum tempo verás progressos! o que não significa que vá ser fácil! não o é, mas com um pouco de calma, bom senso e muitaaaa paciência, conseguimos! :-)
Eu noto diferenças substanciais no C.
Muitas vezes temos de ser nós a abrir-lhes os olhos e uma vez abertos, já não os fecham com tanta facilidade*
beijosss**