terça-feira, maio 20, 2014

coisas de me irritam

Há coisas que continuam a surpreender-me mesmo após anos de profissão e de lidar com assuntos desta natureza todos os dias. Eu seria incapaz de me pagarem para fazer um texto - seja que valor for - e enviar o mesmo sem qualquer tipo de revisão, sem me dar ao trabalho de alinhar o texto, rever gralhas ou, simplesmente, de ter o cuidado de fazer algum trabalho de casa sobre o que estou a escrever. E continuo a ficar parva de como é que eu faço parte de um sistema que continua a permitir que isso aconteça. Pagar a uma pessoa - seja ela uma bloguer ou um colaborador externo - para escrever um texto, não é a mesma coisa que esperar que essa pessoa debite uns quantos caracteres sobre um assunto e pronto. Eu, pelo menos, espero que essa pessoa honre o compromisso que tem para com quem a contrata e se dê ao trabalho de ter algum brio profissional para fazer as coisas minimamente bem feitas. E nem estamos a exigir dissertações sobre a conjuntura macro-económica ou artigos de opinião sobre a saída da Troika e os seus efeitos na sociedade portuguesa...
Mas não, o que constato é que há cada vez mais pessoas, que se auto-intitulam de bloguers, que despacham assuntos sem se dar a qualquer tipo de trabalho simplesmente porque, actualmente, acham que vivem um estado de necessidade divina para as marcas. Estado esse que, na sua visão pessoal, consideram essencial e sem fim à vista.
Ou muito me engano ou um dia a bolha rebenta e vai correr mal. Por mim, rebentava já hoje. É que há tanta gente de valor desempregada a precisar de uma oportunidade, que se há coisa que me irrita solenemente, é ainda andar a dar tempo de antena a quem não merece e a incompetentes.
 

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