quarta-feira, junho 30, 2010

últimas

Sei que não tenho actualizado este canto faz tempo, mas de dia ando a mil e à noite, fico tão mas tão cansada, que nem abro o computador quando chego a casa. Já me basta estar o dia todo em frente a um.
De qualquer forma, as últimas novidades são que ontem tive a tal conversa com o senhor meu director geral e não é que o homem engraça comigo? Tanto engraça que, pelos vistos, gostou da minha frontalidade ao dizer que não estava satisfeita e que, sendo assim, me ia embora para me dedicar a projectos pessoais que tenho em mente. Vai daí, depois de uma hora a falar da crise generalizada, do panorama europeu e mundial, decidiu então dar-me o valor que, à partida e quando me contrataram, não me tinha sido atribuído e especificado no contrato (a tal 'confusão' entre brutos e líquidos...).
Por isso, nem tudo são más notícias e até Setembro - e se tudo correr bem e me renovarem o contrato e ficar cá por mais 6 meses - cá continuo.
O que, convenhamos, numa altura de crise generalizada, até nem é mau e posso considerar-me uma sortuda. Nos entretantos, continuo a desenvolver as ideias todas que andam nestas cabecinhas (minha e do meu gajo).

domingo, junho 20, 2010

então é assim:

Na última semana disse novamente que me queria ir embora e, basicamente, do outro lado, pediram-me para ficar. 'Que é difícil recrutar no Verão', 'se podia aguentar até Setembro', blá, blá, blá... e eu, que apesar de ter dito que me queria ir embora, não estava muito segura de mim mesma - mais por não ter absolutamente nada do que propriamente por gostar de lá estar - decidi aguentar mais um tempo... pelo menos até conseguir, pelo menos até Setembro.
Mas a verdade, é que sempre que chega o Domingo à noite fico deprimida, acho que o fim-se-semana passa demasiado rápido e só de pensar que amanhã terei de voltar para aquele antro dá-me naúseas.
Ando confusa, indecisa e baralhada. Sem um rumo muito claro do que fazer com a minha vida, a sentir-me cada vez mais sufocada - pessoal e profissionalmente - mas a saber que assim, como estou, não posso continuar, com risco de explodir sobre mim mesma.
E seria demasiada porcaria para limpar.

terça-feira, junho 15, 2010

ei-lo:


Pronto, criei um novo blogue (mais um, que eu deixo recantos cibernéticos ao abandono um pouco por toda a blogosfera!)
Este tem o propósito de ser um blogue onde só colocarei coisas que me fascinem a nível de moda, design, beleza, produtos, compras, criadores, enfim, tudo o que inspire e que, de uma forma ou de outra, esteja ligado ao universo feminino. Basicamente, que seja trendy & cool. (Ahahaha, ando tão armada em pacóvia com ares de cosmopolita que só me dá vontade de rir de mim mesma.)
Mas bom, retomando o propósito, o projecto ainda está muito crú e pouco atractivo. Quero embelezá-lo e dar-lhe um pouco mais de conteúdo, ter um cabeçalho bonito, por exemplo - mesmo sem perceber nada de HTML ou de web design e de não ter ninguém que mo faça - antes de o divulgar e, até, criar uma página com o mesmo nome no facebook.
Mas se quiserem fazer-se seguidoras - as poucas "privilegiadas"que me lêem e têm acesso - e irem mandando bitaites, sugestões, entre muitas outras coisas que se lembrem, força aí. Divulguem, passem palavra - se o acharem, de futuro, suficientemente interessante - aqui a 'je' agradece. :)

Ah, e já agora, até acho que arranjei um nome fixe, custou mas estou satisfeita. Agora é ter tempo para me dedicar a isto, porque dá trabalho. E mais outra coisinha, que eu sou chata como a potassa, alguém me ensina ou diz como se faz para eu criar um endereço de email no gmail só para o blogue? É que me chateia à brava ter o meu endereço pessoal associado a todos os blogues que crio e, mais ainda, não conseguir omitir a minha identidade.

Alguém me ensina?
HELPPPPPP.

reacção vs efeito

Como é que se faz para acalmar um coração que já decidiu que não quer mais continuar num lugar, mas o corpo ainda resistir, apesar de já só ter vontade de começar a correr e nunca mais parar?
Pois, não sei. Só sei que nos entretantos, tanta dúvida e indecisão, se traduziram em cólicas atrás de cólicas que me fazem dar corridinhas apressadas até à casa de banho...

segunda-feira, junho 14, 2010

fodeu

Apeteceu-me dar um título forte e incorrecto a este meu post porque, na realidade, não há palavra que descreva melhor aquilo que sinto no momento.
Na empresa, o "senhor bicha-doida-meu-patrão-que-odeia-gordos", não aceitou o meu 'ultimato'. Diz que os tempos são de crise, que agora não dá, que até Setembro muita coisa pode mudar naquela casa, que estão satisfeitos com o meu trabalho e que seria uma pena a minha saída, mas pagar mais que é bom, está quieto. A filosofia de «fazemos omoletes sem ovos» continua em grande em Portugal e ali encontra expoente máximo.
Agora resta-me duas opções, ou tentar regatear para que me aumentem nem que seja 50 euros, ou vir-me embora tal como prometido e ameaçado. Entre as duas venha o diabo e escolha. Na verdade, sei bem que ali não quero ficar, todos os dias é um sacríficio tremendo que faço para me ir enfiar, quase 12 horas, naquele antro. Sinceramente, apetece-me mandar tudo para as urtigas e para o espaço e nem pensar duas vezes, arrumar as minhas tralhas e dia 30 vir embora, mas a verdade é que não tenho mais nada. Absolutamente mais nada. E desistir assim, sem nada onde me agarrar, sem uma mísera hipótese de algo novo no horizonte, faz-me sentir derrotista.
Por isso digo, fodeu. Fodeu mesmo. Porque não sei o que hei-de fazer e esta semana tenho de tomar uma decisão.
O quanto antes, de preferência.

domingo, junho 13, 2010

a felicidade


"Era muito feliz e não sabia". Foi com estas palavras, com esta simples frase, que ela me desarmou.

A minha amiga, que passa por um momento na sua vida pessoal e familiar tão delicado, tão tramado, tão injusto, tão doloroso e tão sofrido, enfrenta tudo com uma rectidão de personalidade que deixa os demais envergonhados. Incluindo eu, que me queixo de barriga cheia, que me lamento por coisa nenhuma, que passo a vida a reclamar injustiças e a dramatizar pequenos nadas.

Não sei, sinceramente, qual a ordem que rege as nossas vidas, se aquilo que passamos ou temos que passar é karma, desígnios do destino, ou lei divina, mas ninguém - e repito -, ninguém, merece passar por tamanha privação e dor.


Por isso, e porque sei que sou feliz a maior parte do tempo mesmo que não o sinta como tal, este fim-de-semana dei valor a tudo o que tenho; ao tempo que passei com a minha filha, às gargalhadas que ela dá sempre que lhe faço cócegas, por ter um marido que me ama, me respeita e me adora, por ter os meus pais vivos e saudáveis, por ter família, por ter trabalho, por ter plena capacidade sobre o meu corpo e decisões, por todos os dias poder ver o mar da minha janela, por ter comer na mesa, por ter saúde, por poder andar, correr, dançar... por, de uma maneira ou outra, ser muito, muito afortunada e abençoada.

E, a maior parte das vezes, não sei dar valor a tudo isso, sou injusta, egoísta e intransigente.

Mas este fim-de-semana dei valor, muito valor, porque sei que de um dia para o outro tudo isso pode acabar, toda a nossa felicidade pode ser abalada, tudo pode mudar.

E aí, já poderá ser demasiado tarde.

sexta-feira, junho 11, 2010

Vontades

Ando viciada em blogues de moda. É um facto, estou viciadíssima. Passo os meus dias a ver looks de streetwear, de pessoas banais, geniais, que misturam peças com um estilo único, pessoal e cheio de personalidade, que faria as delícias de muitos editoriais de moda em muita revistinha.
Qual Pipoca Mais Doce ou Alfaiate Lisboeta - que este último, apesar de ser um bom blogue e de ter um registo muito semelhante ao Sartorialist, - tem concorrentes de peso lá fora.
Tenho tido vontade de voltar a ter um blogue (público), mas num novo registo, onde possa, igualmente - porque sou uma 'Maria vai com as outras' - expor a minha paixão louca e avassaladora por trapos.
Falta-me é o nome. Tenho de pensar bem nisto.

segunda-feira, junho 07, 2010

Há dias assim...

... em que acordamos decididas a fazer algo que, até há bem pouco tempo, nos parecia impossível. Em que nos enchemos de coragem e dizemos basta, em que queremos mudar algo na nossa vida e na nossa insatisfação crónica.
Foi o que fiz, hoje, em que me enchi de coragem e falei com quem de direito de que não estou satisfeita com o valor que me pagam tendo em conta o volume de trabalho que me anda a pender sobre os ombros. Querem um account sénior com responsabilidades de account sénior a trabalhar por tuta e meia? Não dá. Eu não quero, nem estou para isso.
Agora é ver se me revêem o ordenado para o valor pedido, caso contrário, venho-me embora. Está decidido.

domingo, junho 06, 2010

Fallie, simplesmente Fallie

Ultimamente tenho navegado muito por blogues de moda internacional e tenho descoberto verdadeiras 'pérolas', das quais já me tornei fanzérrima, que se encontram guardadas a sete chaves nos meus favoritos.
Entre elas está esta menina: http://fallie.blogspot.com/ que, com apenas 13 anos - sim, leram bem, 13 anos - tem uma visão peculiar e absolutamente transcendente, actual e visionária, do que são as tendências, moda e a arte tudo pendurado no mesmo cabide.
Confesso que fico parva com tanta coisa (boa) que encontro online. Há blogues que me deixam, literalmente, de boca aberta e roída de inveja, em que penso mil e uma vezes: 'fogo, eu já tinha lembrado disto, porque é que não me meti a fazê-lo?'.
Sinceramente, acho que de visionária tenho pouco. Quando abro os olhos já é sempre tarde e, cada vez mais me convenço, que já começo a ser um pouco 'velha' demais para tudo.
Principalmente quando existem miúdas de 13 anos, assim... Eu aos 13 anos ainda brincava com as Barbies... lá está, a minha teoria comprova-se, acordo para tudo demasiado tarde.

sexta-feira, junho 04, 2010

devaneios, porque não acreditar neles?

O Carlos está farto de me dizer que acha que está na altura de pensar em ter algo meu em termos de trabalho. Sempre achei a ideia surreal porque tenho pavor, mas mesmo pavor, de me endividar até ao tutano em algum projecto que depois dê para o torto e ficar a pagar dívidas, ou ter credores à perna, durante o resto da minha vida - e eu abomino essas coisas.
Mas ontem, ontem a ideia não me saía da cabeça e começou a ganhar uma forma mais concreta em termos de saber exactamente aquilo que quero, sei e gosto de fazer.
Não me interessa trabalhar nesta área de agência e relações públicas que abomino.
Não me interessa abrir uma loja ou um restaurante, ou seja lá que outra coisa for, e à qual fique confinada o resto da minha vida.
Não me interessa andar a mandar cv´s e a atirar o barro contra a parede para todo o lado e tudo o que me aparece é merda, merda e mais merda.
Não me interessa continuar a trabalhar muito e receber pouco, para que isso aconteça, então prefiro trabalhar para mim, que ao menos sempre faço aquilo que gosto.
Logo, como tal, o que me parece mais óbvio e aquilo que realmente sei e gosto de fazer são: Revistas!
Então, porque não criar uma? Se, ainda por cima, aquela que eu mais gosto nem existe em Portugal?
Gajola, tu que me lês, queres fazer o projecto gráfico para o número zero? (já sabes que o meu homem para estas coisas não tem muito tempo).
Estou mesmo a falar a sério! Se estivesses em Portugal já te estava a bater à porta com mil e uma ideias!
....
por agora só quero revelar isto, porque ainda está tudo em bruto.

terça-feira, junho 01, 2010

quando a arte imita a vida

O meu recente patrão, director geral daquela empresa, é um bicha do piorio. Mas daqueles bichas irados, mesquinhos e cheios de fel para cuspir. E eu podia logo ser acusada de homofóbica só por usar o termo 'bicha' para o designar, mas não sou. Sei sim, reconhecer um bicha do piorio quando tenho um à frente, logo, não me posso referir ao senhor sem utilizar semelhante termo. Porque é mesmo isso que ele é, bicha.
Como todo o bicha que se preze adora a vida do social, os vips e as fofocas, as intrigas e o diz-que-disse. Dá-lhe uma satisfação acrescida dizer mal de tudo aquilo que mexa e que respire, de tratar os outros com desdém e arrogância só porque sim, de mudar de disposição como o vento de direcção e, mais do que tudo o resto, odeia gordos.
Ora, importa também dizer que, o senhor "bicha-meu-patrão-que-odeia-gordos", já foi em tempos, ele próprio, um gordo. Um gordo a roçar o obeso, que um dia acordou e decidiu agrafar o estômago para reduzi-lo de tamanho e assim ser aquilo que ele sempre sonhara: magro.
E foi assim que o "senhor-meu-patrão-bicha-que-já-foi-gordo-e-agora-é-magro-mas-que-odeia-gordos" foi operado, reduziu o estômago para o tamanho de uma ervilha, andou meses a líquidos e a vomitar tudo o que engolia - que até os alimentos se recusavam a entrar naquele esófago - e perdeu peso. Muito peso. E hoje é, um bicha magro, muito magro e seco, muito, muito seco e com muito mau aspecto.
A semana passada, num jantar de beneficiência em que comparecemos, estive sentada bem de frente para o senhor e, quanto mais o olhava, mais eu sentia que aquela cara me era familiar. Mas não digo familiar como quem olha para outro alguém e diz: "Ah, você faz-me lembrar a minha 'tia-avó' adorável que me fazia umas panquecas quentinhas que eram uma delícia." Não. Eu olhava para ele e só me vinham à ideia desenhos animados, extraterrestres, seres híbridos e coisas estranhíssimas, mas sem qualquer ponto de referência. Até que se fez luz e eu consegui, finalmente, identificar o personagem que o "senhor-meu-patrão-bicha-que-já-foi-gordo-e-agora-é-magro-mas-que-odeia-gordos" me faz lembrar.

Ei-lo:


É ele. Sem tirar nem pôr. O meu patrão é o Mr. Burns! Em tudo! A magreza extrema e raquítica, o ar maquiavélico, o sorriso matreiro, aquela expressão de que nada de bom pode vir dali e até a careca (por Deus!), os olhos mesquinhos... Tudo, TUDO é igual.

Por isso, sendo a personalidade do senhor igualmente idêntica à deste personagem, bom... não é de estranhar que odeie, não é? Aposto que quando era gordo era uma pessoa bem mais agradável, que se ria com vontade, com sentido de humor e mais tolerante com o próximo. Agora, sempre que vê um gordo despreza-o, pois claro, porque vê-lo é ter noção de que ele próprio, num passado distante, já foi assim e, tal coisa, dá-lhe asco.

Prefere ser esta amostra de gente, encarquilhada e a destilar veneno por todos os pôros, que dá beijos de língua nos seus cães a pilhas chiwuaua porque, provavelmente, eles são os únicos seres que ainda lhe dão algum tipo de amor e/ou afeição.

Chega a ser cómico, não fosse a tristeza da realidade, ser a mais pura das verdades.