domingo, julho 22, 2007

cultural saturday



















Decidimos não ir para a praia. Em vez disso, ficámos pela cidade, desfrutando da calmia quase típica de Agosto e da ausência de trânsito. Rumámos para uma esplanada junto ao rio, onde a vista se perde na imensidão da paisagem e o barulho das águas nos relaxa por dentro. Parámos no quiosque da avenida ao pé de casa para comprar o jornal. Adoramos este ritual de Sábado. Instalámo-nos numa cadeiras de lona com o Cristo Rei sob pano de fundo e um sol abrasador que nos queimou os braços. Ali ficámos, horas perdidas na calmia de uma tarde que teve o poder de quase nos transportar para um dia de férias. Por volta das cinco e meia, já o sol ia alto mas ainda deixava marca, decidimos que estava na hora de ir até ao CCB ver a Exposição Berardo. Com a oportunidade de ver peças de arte de alguns dos artistas mais famosos do Mundo e entrada grátis, só não vai mesmo quem não quer. Parámos junto aos Jardins de Belém e comprámos um gelado na rua, o CCB transbordava de pessoas, principalmente famílias com crianças, que deliravam perante os 'jardins de água' que, numa questão de minutos, pulverizava todos quantos se atreviam a passar por eles. Entrámos na colecção Berardo de olhos muito atentos e abertos. O avançado das horas não nos permitiu ver tudo quanto queríamos, o concerto da Lila Downs no Delta Tejo começava às 19h10 e eu não queria atrasar-me. Decidimos regressar noutro dia e ver tudo, mas mesmo tudo! (ficou por ver as fotos da Cindy Sherman, que eu simplesmente adoro!)

À saída reparei que alguém dobrava um pedaço de tecido que me parecia familiar. Olhei duas vezes para ter a certeza. Era ela. Voltou a cabeça e olhou muito séria para mim. Provavelmente fui demasiado óbvia, mas fiquei ofuscada por aqueles olhos que alternam entre o cinza e o esverdeado, aquela pele de rosto muito alva, quase perfeita. Excitada pela coincidência, contei logo ao C., que apesar de não seguir o blogue dela, apenas disse: 'ah, a das bonecas de pano!'

Seguimos para o Delta Tejo no pólo universitário da Ajuda. Encontrei-me com a A. e a L. e andámos uns valentes metros entre pó e pinhal para chegar à zona dos palcos. Chegámos mesmo a horas, ia começar. O som esteve mau, havia vento e por vezes a potente voz dela quase que deixava de se ouvir. Mesmo assim cantou temas como 'La Cucaracha', ou 'La Iguana', ou ainda 'La cumbia del mole'. Durou menos de uma hora, às oito em ponto estava a deixar o palco, seguia-se João Pedro Pais, e nós achámos que já tínhamos visto do festival Delta Tejo o suficiente. À saída ainda comprámos uma fartura e seguimos viagem até ao antigo cinema Monumental, agora transformado em Dolce Vitta, para ver o último filme do Tarantino, Death Proof, que é simplesmente, GE-NI-AL! (ok, eu sou suspeita porque sou fãnzérrima dele, mas quem gosta do género sabe do que falo).

Recomendo vivamente, mais não seja por outra colectânea de muito boa música, a que mister Quentin já nos habituou...



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