terça-feira, fevereiro 17, 2015

Uma questão de sangue

Se há coisa que me tem custado (e muito) durante esta gestação são os problemas de circulação. Já é mais que sabido que eu possuo má circulação, que já tinha as pernas cheias de varizes e que num futuro próximo o mais certo é ir à faca, mas nesta gravidez o inchaço, a retenção de líquidos, as bolhas e os edemas nos tornozelos têm sido uma constante desde o início dificultando-me o dia-a-dia ao ponto de chegar à noite sem me conseguir mexer. Nem as meias de descanso me aliviam, ou o facto de ter os pés mais elevados quando passo o dia sentada no escritório. Se estiver muitas horas com um determinado tipo de calçado, por exemplo, com uns botins, é certo e sabido que chegarei à noite a arrastar-me, qual senhora velhinha, com os pés cheios de bolhas, as pernas inchadíssimas e as veias pulsantes.
Saltos então é para esquecer. Não posso. Nem mesmo aqueles tacões mais largos, com base e que dão um apoio seguro. Se me quiserem matar atualmente é colocarem-me em cima de uns saltos. Fico com os dedinhos dos pés a parecerem umas batatinhas e os tornozelos semelhantes a uma pata de elefante.
Ontem, depois de um dia de trabalho à secretária, saí do escritório para ir jantar com uma amiga. Sem mudar de calçado lá fui, airosa e entusiasmada com a liberdade que estes dias sem filha ainda me proporcionam. Cheguei a casa perto das 23h00 e em grande sofrimento. Tomei um comprimido para a circulação - ando a tomar dois venex forte por dia, um de manhã e outro à noite - e descalcei-me para meu grande alívio. A verdade é que nem a noite de sono foi suficiente para eliminar esta sensação de dor e de tornozelos com o dobro do tamanho. Hoje de manhã quando acordei a sensação permanecia e nem o banho ou o gel refrescante a seguir aliviou. Quando me vesti calcei umas botas rasinhas e que me deixam o pé confortável, mas a sensação de pouca agilidade, de peso e de veias latejantes persegue-me.
O meu maior medo, de momento, é que tenha algum rompimento de veia - aconteceu com uma colega minha que também está grávida - ou que me dê alguma tromboflebite ou algo ainda mais grave. Uso meias de compressão - que acho uma coisa horrorosa - coloco gel refrescante todas as manhãs e à noite, durante o dia tenho os pés elevados num banquinho do ikea quando estou sentada à secretária e bebo bastantes líquidos, além de tomar medicação...mas tem sido uma luta inglória. Nada resulta ou alivia e a verdade é que me sinto pior do que nunca. Nesta gravidez se há diferença significativa que sinto é esta: a de que fisicamente tudo me custa muito mais. Literalmente tudo. Além de ter muito mais dores e a de me sentir muito mais cansada. Até as insónias já começaram, muito mais cedo do que o normal. Aos 36 anos e apesar de não me sentir velha, parece que todo o meu corpo me diz o contrário e que não aguentaria passar por tudo novamente.
E ainda só estamos de 21 semanas.
 

1 comentário:

Maffa disse...

Que chatice Mafalda...
também me senti muito pior fisicamente com a segunda gravidez. Andava sempre cheia de tonturas e a ter que descansar...