quarta-feira, abril 06, 2016

a vida, a trocar-nos as voltas e a mostrar de que fibra é feita

As noites em nossa casa são um tormento. Ao fim de 9 meses e meio o Afonso não normalizou o sono - nem está perto disso - levando-nos a um esforço extra de paciência e de sonambulismo entre-cortado de hora a hora. Não é fácil. Há noites melhores, em que acordamos uma média de 3 a 4 vezes e achamos "epá, isto já não está assim tão mal" e outras demoníacas, em que nos levantamos de hora a hora, ou nem isso, e em que blasfemamos a nossa sorte e só pensamos "quando é que isto vai terminar"
Ontem e hoje foram duas noites terríveis, em que de manhã quando o despertador toca sentimos que afinal não houve descanso para ninguém, em que estamos irritados com a vida em geral e com a falta de sono em particular e com ele, que não dorme nem deixa dormir, por mais técnicas que tentemos e por mais voltas que se dê. É tramado. Leva ao desespero, leva à falta de paciência, leva a que nos chateemos por coisas pequeninas e insignificantes, leva a que haja desarmonia e é preciso um esforço gigantesco para contornar tudo isso e seguir em frente, sem conflitos, ou relativizar tudo, respirar duas, três, quatro, dez vezes e não deixar que a força das circunstâncias nos torve o discernimento ou o espírito. Não é fácil. Nada, nada fácil. A privação do sono é do piorzinho que se pode fazer a um ser humano e nós já levamos 9 meses disto de "nao-saber-o-que-é-dormir-mais-de-duas-horas-seguidas" e estamos à beira da exaustão.
Como dizia, depois de uma noite muito mal dormida, em que a manhã foi igualmente pouco tranquila, o pai desta casa envia-me isto a meio da manhã de trabalho: um texto que, nem de propósito - há coincidências incríveis - o Paulo Farinha, editor da Notícias Magazine - escreveu sobre "isto de ter filhos e de que forma os mesmos dão cabo de uma relação". 
Li com olhos de ler e fiquei a pensar: "Tu queres ver que o homem soltou o grito do ipiranga e quer pedir o divórcio"? E, meio a medo, confesso, apenas lhe escrevi de volta: "Estás a querer dizer-me alguma coisa?"
A resposta não se fez esperar: "Que somos resistentes e vamos ao 3º!"

Se isto não é amor não sei o que é!

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde:

Já reparei que o vosso bebé não vos deixa ter uma noite bem dormida.

Sabe quem é a Filipa Sommerfeldt Fernandes? Ela é Especialista em Ritmos de Sono em bebés e crianças. Já foi ao programa "Agora Nós" (RTP 1) falar com a Tânia Ribas de Oliveira a pedido da própria. Essa senhora talvez vos pudesse ajudar.

http://observador.pt/2014/07/24/filipa-fernandes-o-sono-dos-bebes-mete-medo/

http://barrigasdeamor.pt/

http://barrigasdeamor.pt/wp-content/uploads/2013/05/Filipa-Sommerfeldt-Fernandes.pdf

Atentamente,
Cristina Costa

Jardim de Chuva Prateada disse...

Acredita que vai melhorar! Mas sim, um bebé é uma prova de fogo a um casamento, mas tal como ele te disse - vocês são uns resistentes. Muita calma e força! Beijinho.