terça-feira, maio 09, 2006
Apanhada no sistema
. 'Fui apanhada pelo sistema.' Era apenas esta a frase que me ocorria, quando no Sábado de manhã, me decidi a ir à Loja do Cidadão dos Restauradores pedir justificações àcerca do Documento Único Automóvel que tardava em chegar pelo correio. Quando há dois meses atrás decidi tratar da papelada do carro e mudar o nome que constava no registo de propriedade e no livrete - por causa de ter adoptado o apelido dele na altura do casamento - atribuiram-me uma guia provisória, cuja data acabava a 8 de Maio. Esperei que o DUA me chegasse pelo correio durante dois meses, mas nada. Sábado, último dia da guia, decidi tirar a história a limpo e qual não foi o meu espanto quando a senhora do Registo Automóvel me comunicou que o sistema informático dáva que o mesmo tinha sido entregue na minha morada a 26 de Março. (já lá vão quase dois meses.)
Expliquei-lhe que isso era impossível, pois não tinha o documento, e não podia ficar sem o carro porque necessitava dele para ir trabalhar. A explicação que me deram foi; 'da nossa parte não há nada a fazer.' Depois de uma troca de argumentos mais acesa, decidimos apresentar queixa por escrito. Levaram-nos para uma pequena sala privada, onde uma superior da funcionária tentava perceber o motivo de tanto alarido. Aparentemente, as senhoras da Loja do Cidadão diziam que da parte delas não havia nada a fazer e que a culpa, se a havia, era dos CTT. Que tinha de me dirigir à central de Correios de Cabo Ruivo - a que abrange o meu código postal - e perguntar pelo documento.
Eu achei a história surreal e disse-lhe que dado os meses que já tinham passado, era praticamente impossível o documento continuar nos correios, quando os próprios informavam que o mesmo tinha sido devidamente entregue. Pedi para me passarem uma nova guia provisória enquanto não tirava a história a limpo. A resposta que me deram foi que não o podiam fazer. Isso só poderia ocorrer caso a culpa fosse dos serviços do Registo Automóvel. Depois de outra troca acesa de palavras, decidiram-se a ligar para a 'Dra. Paula', outra superior, a perguntar qual o procedimento a fazer perante casos destes. Do outro lado a resposta que deram foi a de que deveriam de emitir nova guia sem cobrar nada pela mesma - esta provisória e de apenas 2 semanas - e que eu deveria de ir aos correios e apresentar queixa por escrito. Depois de resolvido - em parte - o problema da guia, resta-me a esperança de ter o documento nos correios - o que muito sinceramente duvido (nenhuma estação dos correios guarda correspondência e encomendas por mais de vinte dias úteis) ou numa opção mais dramática, arrombar a caixa do 2º Dto, o apartamento ao lado do meu que se encontra vazio e cuja caixa está a abarrotar até acima. Aparentemente pode haver a hipótese de o carteiro se ter enganado e colocado o documento noutra caixa. Uma coisa é certa, o meu documento não foi devolvido à base, nem destruído. Se isso tivesse acontecido, teria ido parar a Santarém e os serviços competentes teriam essa notificação. O que não é o caso.
O que mais me choca no meio disto tudo é mandarem documentos desta importância por correio normal, sem haver uma carta registada e estando apenas à mercê da competência de um carteiro. Quando confrontei as senhoras com esta questão a resposta que me deram foi: 'Optou-se por deixar de enviar correspondência registada porque as pessoas nunca estão em casa durante o dia.' Hello?! Que raio de resposta é esta? Não estão em casa, mas ao menos ficam notificadas de que têm um documento importante nos correios para levantar! mas isso parece estar fora de questão...
O C. hoje vai tentar arrombar a caixa do correio do apartamento vazio para ver se o DUA em meu nome, está lá dentro. Caso não esteja nem na caixa do correio, nem na estação dos CTT de Cabo Ruivo, estarei no 'limbo' do registo informático... sem livrete automóvel, título de propriedade, sem guia e sem provas. O mais caricato no meio disto tudo, é que se ficar provado que a incompetência foi efectivamente dos correios, poderei ser reembolsada... mas, acredite quem quiser, não será na totalidade do valor que paguei pelo processo (36 euros)! Caso o 'dito' não apareça de qualquer maneira, não me resta outra alternativa a não ser pedir emissão de novo documento e dar início a novo processo de pedido de documento único... e gastar mais 36 euros do meu bolso!
Entretanto, o DUA anda em paradeiro incerto, podendo estar nas mãos erradas e o meu nome a constar de carros roubados, falsificação de documentos e outras coisas em que nem é bom pensar.
Infelizmente é este o sistema temos e os serviços (competentes) em que nos fiamos!
O caso segue para o 'Nós por Cá' na SIC.
. Para desanuviar de um post pesado, espreitem os maravilhosos artistas/ilustradores deste site, do qual vos mostro apenas um cheirinho na imagem de cima.
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2 comentários:
E então??!! Chegaram a arrombar a caixa do vizinho?? (Isto não soa nada bem!!! LOL LOL )
poisssss..... ;-)
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