Começou hoje oficialmente a época de saldos. E eu, consumista confessa por natureza, não pude ficar indiferen
te. Ora, neste Domingo de um fds tão prazenteiro (mas que eu deixarei para falar num outro post), decidimos, eu e o C., quando vínhamos a caminho de Lisboa, aproveitar para passar na Gulbenkian e ver a exposição do Amadeo de Souza Cardoso - um dos pintores portugueses que mais me suscita paixão - e passar o resto de uma bela tarde inspirados pelas artes e imbuídos de cultura. Ora, mas perguntam muitos de vocês: 'O que é que o Amadeo de Souza Cardoso tem a ver com os saldos?' Pois... nada! Estão mesmo em pólos opostos... porque se eu pensava que ia passar a tarde a falar de surrealismo, das influências políticas e históricas num cenário de início de século XX, enganei-me e a minha realidade inverteu-se num ângulo de 180º que me levou a passar a tarde no maior centro de consumo da capital e do país, o Centro Comercial Colombo! As filas de pessoas para comprar o bilhete na Gulbenkian chegavam à porta, mas não eram tão dramáticas quanto as filas para entrar, efectivamente na exposição, essas sim dignas de respeito e tão imponentes quanto as que assisti na exposição da Frida Kahlo no CCB - no entanto, estas ganhavam aos pontos - o que se pode dizer que a prata da casa ainda consegue levar muita gente às bancadas, mas adiante...
te. Ora, neste Domingo de um fds tão prazenteiro (mas que eu deixarei para falar num outro post), decidimos, eu e o C., quando vínhamos a caminho de Lisboa, aproveitar para passar na Gulbenkian e ver a exposição do Amadeo de Souza Cardoso - um dos pintores portugueses que mais me suscita paixão - e passar o resto de uma bela tarde inspirados pelas artes e imbuídos de cultura. Ora, mas perguntam muitos de vocês: 'O que é que o Amadeo de Souza Cardoso tem a ver com os saldos?' Pois... nada! Estão mesmo em pólos opostos... porque se eu pensava que ia passar a tarde a falar de surrealismo, das influências políticas e históricas num cenário de início de século XX, enganei-me e a minha realidade inverteu-se num ângulo de 180º que me levou a passar a tarde no maior centro de consumo da capital e do país, o Centro Comercial Colombo! As filas de pessoas para comprar o bilhete na Gulbenkian chegavam à porta, mas não eram tão dramáticas quanto as filas para entrar, efectivamente na exposição, essas sim dignas de respeito e tão imponentes quanto as que assisti na exposição da Frida Kahlo no CCB - no entanto, estas ganhavam aos pontos - o que se pode dizer que a prata da casa ainda consegue levar muita gente às bancadas, mas adiante... Ora, de um cenário cultura
l para uma desistência, vai apenas um pulinho e nós desistimos ao fim de meia hora e de apenas dois passos de avanço, o que nos fez deparar com a dúvida: 'então e agora, o que fazemos?' Ao que eu, como gaja que sou, me lembrei: 'Podíamos ir aos saldos!'
l para uma desistência, vai apenas um pulinho e nós desistimos ao fim de meia hora e de apenas dois passos de avanço, o que nos fez deparar com a dúvida: 'então e agora, o que fazemos?' Ao que eu, como gaja que sou, me lembrei: 'Podíamos ir aos saldos!' A expressão do C. fechou-se. O sorriso contraiu-se, abanou a cabeça como que em processo de mentalização de 'estou tramado' e lá me fez a vontade, com paciência de santo, rumando com o carro até ao piso -3, de um centro comercial completamente atolado de pessoas desenfreadas por compras e por roupa a preços baixos. O cenário dantesco começou logo à entrada, mas atingiu proporções desmedidas nas lojas, onde as filas para pagar se assemelhavam a uma daquelas brincadeiras de 'apita o combóio' que geralmente acabamos por entrar em festa que se preze. As roupas amontoavam-se em pilhas dramáticas no chão, em bancadas e em todo o sítio onde fosse permitido, deixando-nos perante um cenário de guerra capitalista e loucura colectiva. Aquilo intimidava: pessoas com dezenas de peças de roupa na mão para levar para o provador, outras tantas dezenas de pessoas em fila para pagar, um calor infernal, corpos suados e odores não identificados misturavam-se no ar... aquilo não eram saldos, era uma verdadeira descida ao inferno e cada um de nós tentava ver quem é que conseguia aguentar durante mais tempo. Ao fim de três lojas dei-me por vencida. Mas no rescaldo ainda consegui trazer uma t-shirt, umas calças e uma túnica. Tudo bem baratinho, mesmo como eu gosto. O C. esteve sempre pacientemente a meu lado - uma verdadeira prova de amor desmedido, (digo eu...) - e no fim, enquanto matávamos a sede num café, mais calmos e livres do impacto de há segundos, atrevi-me a comentar com ele: 'Trazer um homem para os saldos é a mesma coisa que levá-lo para a forca não é meu amor?'. Resposta: 'Não... é pior, na forca acaba mais depressa'.
Amanhã vamos ver o Amadeo de Souza Cardoso.
3 comentários:
Isso de levar homens às compras é uma grande verdade, mas pior ainda é ele ir às compras. Para mim é um tormento ir às compras com o H., porque pensa que vai encontrar alguma coisa que gosta ou que precisa, e quando começa a ver que não há nada que goste (porque é esquisito), arrelia-se e começa a "bufar" e eu começo a passar-me. O que me vale é que isso acontece poucas vezes. Bjocas
levar um homem às compras é uma verdadeira prova...ehehehehe geralmente eles odeiam e ontem, confesso, até eu me estava a passar com o caos instalado! mas no fim saímos vivos daquele filme e tudo correu bem!
não devemos abusar da paciência deles, mas de vez em quando têm de passar por estas provas de fogo! lol
Bjs***
o C. também me atura! (e de que maneira!) naquele dia foi a prova de fogo dele! até eu tive pena! tadinho!
Amadeo é muiiitttooo bom!
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